Lição 10
Os últimos conselhos de um grande líder.
7 de junho de 2015
Texto
Áureo
“E não sede
conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2
Verdade
aplicada
Não haverá nada que mude ao nosso redor, se
antes não houver uma transformação em nosso interior.
Objetivos
da lição
Conduzir os alunos a observar os
erros e acertos de cada geração:
Ensinar que nada se altera
`nossa volta se não houver dentro de nós uma mudança:
Deixar claro que o deserto é
uma escola que todos nós precisamos passar por ela.
Glossário
Antepassado: Pessoa que viveu
antes da outra;
Irrevogável: Que não pode ser
anulado;
Ostentar: Exibir-se com
orgulho.
Hinos Sugeridos
77, 96, 306.
Textos de
Referência
Deuteronômio 8.1-4
1 Todos os mandamentos que hoje vos ordeno
guardareis para os cumprir;
para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o
Senhor jurou a vossos pais.
2 E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o
Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te
provar, para saber o que estava
no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.
3 E te humilhou, e te deixou ter fome, e te
sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para
te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai
da boca do Senhor viverá o homem.
4 Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem
se inchou o teu pé nestes quarenta anos.
Leitura
complementares
Segunda Dt 8.5
Terça Dt 8.6
Quarta Pv 11.14
Quinta Pv 15.22
Sexta Pv 24.6
Sábado Sl 119.24
Esboço da
Lição
Introdução
1. Quarenta anos de caminhada errante
2. Quarenta anos de humilhações
3. Quarenta anos de milagres incontestáveis
Conclusão.
Introdução
Moisés reúne o povo e relembra os fracassos da
geração passada, ensina a nova geração a não cometer os erros de seus pais e
revela-lhes os propósitos de Deus durante os longos quarenta anos de caminhada
errante pelo deserto.
1.
Quarenta anos de caminhada errante.
Moisés apresenta um cuidado muito especial em
sua transição ministerial (Dt 8). Sua preocupação é que o povo não repita os
erros do passado e, para isso, insere conselhos maravilhosos para suas vidas.
1.1.
Observar o caminho.
Moisés
está passando o bastão da liderança, mas, como todo líder compromissado com
deus, ele se preocupa em que aquela nova geração não repita a loucura vivida
por seus antepassados. Ele pede que olhem para trás no sentido de refletirem,
de observarem o que aconteceu a seus pais, amigos e parentes durante esses
quarenta longos anos de provação. Moisés deseja que essa nova geração entenda
que precisa mudar de mentalidade para que eles não tenham o mesmo final que
seus pais tiveram. Essa geração teria não somente um novo foco, mas também um
novo líder. Por isso, deveria pensar diferente, deveria compreender que a oportunidade
negada aos seus antepassados agora lhes estava sendo oferecida. Era importante
olhar para os prejuízos do passado e valorizar a conquista tão sonhada por uma
geração que não morreu escrava no Egito, mas que fora escrava de sua própria
mentalidade.
Observar o caminho é relembrar o
local de onde saímos e a posição na qual Deus nos colocou. O maior desafio de
uma vida não é alcançar o topo, mas é nele se manter. Um dia Deus fez questão
de recordar ao rei Davi o local de onde ele havia saído: “Agora, pois, assim
dirás a meu servo Daví: Assim diz o SENHOR dos exércitos: Eu te tirei do
curral, de trás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel” (1Cr
17.7). O perigo de estar no palácio é esquecer que um dia estivemos do lado de
fora.
1.2. Guardar
o mandamento.
Moisés faz questão de lembrar ao povo que todo
o fracasso, sofrimento, provações e problemas vividos por seus antepassados se
originaram na desobediência. A Bíblia nos ensina que a fé vem pelo ouvir (Rm
10.17), ou seja, a fé é gerada pela verdade que ouvimos da parte de Deus. Logo
a incredulidade é o oposto da fé, ou seja, a ausência da Palavra. Embora a
geração passada ouvisse antes de acontecer e presenciasse o que lhes havia sido
dito, isso só fazia diferença para eles no momento em que ocorria porque, logo
em seguida, eles agiam como se Deus fosse apenas um pai bajulador que deveria
somente satisfazer suas necessidades sem que tivessem a responsabilidade de
respeitá-lo como Senhor e Salvador de suas vidas. Moisés está alertando essa
nova geração a não apenas ouvir, mas a guardar e cumprir (Dt 8.1).
1.3.
Guiados por Deus através do deserto.
Durante quarenta anos, Deus não deixou que eles
acertassem o caminho e andassem em círculos pelo deserto. Enquanto aquela
geração não se consumiu um a um, Deus não revelou a entrada da Terra Prometida.
Já se imaginou vivendo toda uma vida sem perspectiva? Sabe o que é viver
debaixo de uma sentença irrevogável? O interessante é que mesmo sentenciados à
morte, eles viram grandes milagres e incontáveis maravilhas. É pena que um
milagre no corpo não ocasiona, necessariamente, a salvação de uma alma. DE toda
aquela geração, apenas duas pessoas foram isentas da sentença: Josué e Calebe.
Os remanescentes da geração passada
portavam consigo uma mensagem para a futura geração. Eles viam a promessa sob
uma ótica diferente e esse é o objetivo de Moisés em suas últimas palavras:
levar a nova geração a entender que o que Deus diz é real e não se deve colocar
obstáculo no que Ele determina.
2.
Quarenta anos de humilhações.
Moisés inicia suas últimas palavras falando
sobre a observação do caminho. Em seguida, começa a enfocar as lembranças que
aquele caminho proporcionou. Ele lembra das provações, das necessidades e das
humilhações que já viveram e faz essa dissertação na intenção de que todos
tenham a leitura correta do que evitar.
2.1.
Livres, vivendo como escravos.
Será que eles estavam certos em dizer que Deus
os levou ao deserto para mata-los? (Nm 14.3). Ou eles fizeram tudo errado e
extrapolaram os limites do absurdo e da incredulidade? Deus não desejava
mata-los diante de todos os povos. O maior problema desse povo é que seus
corpos saíram do Egito, mas suas mentes continuavam por lá. Ainda que tivessem
saído, eles pensavam como escravos e se sentiam tentados a retornarem à vida
anterior (Nm 14.4). Deus os levou pelo deserto e foi apresentado a cada
situação, mas eles se acostumaram tanto com as trevas da escravidão que
ignoraram a luz da liberdade. Eles jamais observaram que o Deus que estava com
eles era o mesmo que havia destruído todos os opressores.
Tanto na Bíblia quanto em toda a
história, homens e mulheres passaram pelo deserto como forma de serem
capacitados por Deus para cumprir o Seu propósito. O deserto não significa
rejeição, mas preparo divino.
2.2. A
humilhação tinha um propósito.
O deserto não é o lugar onde somos derrotados,
nem o estágio final de nossas vidas, é lugar de passagem. Enquanto peregrinava
no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas nações ao
redor. A ordem era: lutem! Os israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21.21-25),
os midianitas (Nm 31.1-11) e o povo de Basã (Nm 21.33-35). Se Deus os desejasse
exterminar jamais ordenaria que defendessem sua posição. Não era essa a
intenção divina; eles pereceram porque não entenderam o que Deus estava
realizando em suas vidas. Deus queria que eles conhecessem a si mesmos e lhes
deixasse tratar (Dt 8.3).
2.3.
Deixou ter fome, mas sustentou com maná.
Existe propósito para todo tempo de secura em
nossas vidas. Deus quer nos humilhar e nos provar para ver se o nosso coração é
perfeito diante dEle (Dt 8.3). Deus humilhou o povo e o deixou passar fome.
Todavia, os sustentou com o maná. Afinal, o povo passou fome ou foi sustentado?
Em todas as manhãs, chegava um carregamento direto da mesa de Deus, o pão dos
anjos (Sl 78.23-25). Durante quarenta anos, eles jamais perderam a hora do
almoço. Então qual é a fome que Moisés está relatando? A prova consistia em testá-los,
para saber se amavam mais a Deus do que tudo que deixaram para trás; se o
desejavam mais do que as coisas do mundo; se teriam fome e sede de Sua presença
e não dos prazeres e conforto do mundo!
Eles estavam com Deus, mas seus
corações ainda estavam presos à vida do Egito. Eles demonstraram preferir o
Egito com todo o sofrimento do que a vida que levavam no deserto. Ao murmurar,
pedindo a carne, Deus os ouviu (Sl 106.15). Não havia problema algum em pedir
carne. O problema era a motivação do pedido, que revelava a insatisfação do
povo para com Deus; seu pedido trazia à tona o intenso desejo pelas coisas
antigas, pois sempre que se lembravam das comidas do Egito desprezavam a
provisão divina e a presença de Deus.
3.
Quarenta anos de milagres incontestáveis.
O deserto é um período que todo cristão deve
passar. Não é um lugar onde devemos buscar sinais e maravilhas, e sim uma
íntima comunhão com Deus, que produzirá em nós o caráter e a força do Senhor.
Esse tempo de aprendizagem poderá trazer grande desconforto se não tivermos uma
visão das promessas de Deus.
3.1. Uma
comida desconhecida de todos.
Moisés afirma que o Maná, que descia do céu
todos os dias, durante quarenta anos, foi ingerido, mas não foi conhecido nem
por eles nem por seus antepassados (Dt 8.3). Isso prova que podemos viver
longos anos sem ao menos saber o sentido real daquilo que vem da mesa de Deus.
Diante deles, estava o que o salmista chama de: “o pão dos anjos, o pão dos
poderosos” (Sl 78.25). Isso significa que era algo que somente havia na mesa de
Deus, uma comida espiritual que desintoxicaria os tempos de comida egípcia.
Porém eles chamaram aquele maná de comida vil (Nm 21.5). Eles realmente nunca
entenderam. O maná é um privilégio de quem vence (Ap 2.17). Sua presença na
mesa indicava que Deus os via como vencedores, mas eles sempre agiram como
derrotados.
A tradição judaica afirma que o maná
tinha sabores diferenciados, mesmo assim eles enjoaram de comer todos os dias.
O maná é o cardápio divino até que alcance a Terra Prometida. A cada dia, ele
terá um sabor diferenciado, a cada dia, uma revelação a cada dia algo novo será
acrescentado e assim iremos amadurecendo e nos familiarizando com o que vem da
mesa de Deus. A comida de amanhã será diferente da de hoje. Isso indica que
sempre haverá algo novo da parte de Deus.
3.2. Um
mesmo figurino durante quarenta anos.
Ao olhar para trás é lembrar os fatos ocorridos
com a geração passada, a nova geração deveria entender o conteúdo daqueles milagres.
A roupa nunca envelheceu, mas era a mesma, o pé nunca inchou, mas era o mesmo
calçado (Dt 8.4), ou seja, Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que
desejavam. O deserto é uma escola onde aprendemos a não viver de ostentações, a
ser simples, a depender daquele que está nos guiando e a contentar-nos com o
que temos. Havia pão, nunca faltou, mas não havia presunto, manteiga ou
requeijão. O deserto é lugar de milagres necessários. Antes da riqueza da Terra
Prometida é preciso passar pela escassez do deserto.
3.3.
Aprendendo com os erros.
A tarefa de comunicar ao povo o caminho da
verdade não era de Deus, mas do líder. Moisés conhecia muito bem aquele povo e
entendia que seres humanos sempre erram repetidamente. Fazer o povo reviver as
situações passadas lhes acrescentaria uma mescla de força e temor. Moisés
deixou bem claro que seus pais comeram o maná da mesa de Deus e morreram.
Porém, a vida estava em observar o que saía da boca de Deus (Dt 8.3). Aquela
nação saiu milagrosamente do Egito, presenciou milagres como nenhuma outra.
Agora o maior perigo não reside nos inimigos, mas em não tê-los. A terra da
bênção pode ser tão perigosa quanto a terra da aflição. No deserto, tornamo-nos
dependentes sensíveis, mas, na terra da promessa, podemos esquecer quem um dia
já fomos.
Conclusão.
Tudo o que é novo pode surpreender e a nova
terra estava cheia de perigos ao redor. As instruções conduziam a nova geração
a aproximar-se de Deus, a temê-Lo e a obedecer-lhe. Chegou o dia do cumprimento
da promessa; passou um ciclo, mas outro ciclo se iniciaria e uma nova história
seria escrita por aquela geração.
Questionário
1. Qual foi a grande preocupação de Moisés?
R: Que a nova geração não
repetisse as loucuras dos seus antepassados (Dt 8.1).
2. Por que Moisés instruiu a nova geração a
lembrar do passado?
R: Para que valorizassem a
conquista que a geração passada alcançou (Dt 8.1).
3. Qual era o pior desafio do povo de Israel no
deserto?
R: Eles mesmos, pois eram livres
por fora e escravos na mentalidade (Dt 8.4).
4. Qual a grande mensagem do maná?
R: O maná é um privilégio dos
vencedores (Ap 2.17).
5. Como Deus lhes supriu no deserto?
R: Deus lhes deu o que
necessitavam e nunca o que desejavam (Dt 8.4).
Fonte: Revista
Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de
Israel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário