Lição 13
Aspectos da vida de Moisés.
28 de junho de 2015
Texto
Áureo
“Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem
é como tu, glorificado em santidade, admirável em louvores, operando
maravilhas?” Êxodo 15.11
Verdade
Aplicada.
Todo ser humano é dotado de heroísmo e
fragilidade, a diferença está na capacidade de escolha. As oportunidades de uma
vida poderosa sempre aparecerão, basta apenas ter coragem para crer e vivê-las
intensamente.
Objetivos
da Lição.
Apresentar Moisés como um homem de
renúncias, sensível ao sofrimento alheio e paciente na obscuridade:
Mostrar as lições de cada praga derramada
juntamente com a grandeza de um Deus Onipotente;
Ensinar que Moisés era apenas um homem, mas com
uma forte aliança com Deus e que soube fazer a escolha certa.
Glossário.
Inutilizar: Tornar imprestável;
Ufanar: Orgulhar-se ao extremo;
Excêntrico: Extravagante.
Hinos
Sugeridos
84, 505, 515
Textos de
referência.
Salmos 40.5-8
5 Muitas são, Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os
teus pensamentos não se podem contar diante de ti; se eu os quisera anunciar, e
deles falar, são mais do que se podem contar.
6 Sacrifício e oferta não quiseste; os meus
ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.
7 Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro
de mim está escrito:
8 Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
Leituras
complementares.
Segunda Sl 40.9
Terça Sl 40.10
Quarta Sl 40.11
Quinta Sl 96.6
Sexta Sl 105.26
Sábado Sl 106.23
Esboço da
Lição.
Introdução.
1. As qualidades de um homem trabalhado por
Deus.
2. Moisés, um homem de feitos extraordinários.
3. Moisés, apenas um homem.
Conclusão.
Introdução.
Nesta lição, extrairemos algumas importantes
verdades da história de vida do grande homem que foi Moisés. Sua vida nos faz
lembrar que as providências divinas são sempre sobrenaturais, estranhas e
inesperadas para nós. Como Moisés, somos tentados a sentir-nos desencorajados e
até com o pensamento de que o Senhor se esqueceu de nós (Êx 3.7-10).
1. As
qualidades de um homem trabalhado por Deus.
Algumas atitudes tomadas por Moisés em seu
tempo nos levam a crer que ainda precisamos melhorar bastante em nossa vida de
comunhão com Deus. Entre elas, estão sua renúncia, seu amor à justiça e sua
paciência em meio à obscuridade. Vejamos:
1.1. Um
homem de renúncias.
Vivemos em um tempo em que as pessoas busca, a
todo custo, a satisfação, o prazer e o status. A atitude tomada por Moisés
seria tão ignorada hoje quanto foi em seu tempo. Quando se inteirou que os
escravos que trabalhavam sob o jugo do Faraó eram o seu verdadeiro povo, Moisés
rejeitou tudo que possuía de melhor e, pela fé, aceitou seu destino. Somos
informados que Moisés rejeitou um trono, deixando para trás todo o preparo e
investimento feitos em sua vida, porque viu uma maior recompensa (Hb 11.23-26).
Moisés trocou a luxúria pelos maus tratos, a comodidade de um palácio pela
escassez de um deserto. Isso somente a fé pode explicar. Ele fez os cálculos de
sua decisão, ele sabia o que estava perdendo e o que ganharia (Hb 11.25, 26).
A maturidade de Moisés é destacada no
momento de sua decisão. Foi nesse tempo que seu coração foi atraído em uma
direção distintivamente diferente que, de forma muito consciente, trouxe-lhe à
razão pela qual nasceu. Moisés fez tudo isso sem intenção alguma de recompensa.
Ele tinha tudo, mas por amor a seu povo resolveu renunciar.
1.2. Um
homem de sensibilidade e justiça.
O amor pela justiça sempre foi uma atitude
comum em sua vida. Vemos isso em três acontecimentos: primeiro, ao defender o
hebreu que estava sendo ferido pelo egípcio. Depois, quando partiu em defesa
das filhas de Jetro no poço de Midiã (Êx 2.11, 17). Todavia a maior de todas
foi quando pediu para ser riscado do livro, arriscando sua própria vida para
que o0 senhor não destruísse o Seu povo (Êx 32.32). Era uma qualidade sua
defender o desfavorecido, mesmo que isso lhe trouxesse perdas e danos. Havia em
Moisés uma combinação de força e gentileza de caráter. Não temos dúvidas que
fora treinado para a guerra no Egito, mas era, acima de tudo, um homem sensível
ao sofrimento alheio, gentil e prestativo.
1.3 A
paciência na obscuridade.
Moisés deixou de ser príncipe para ser pastor,
uma profissão desprezada pelos egípcios. Foram quarenta anos sem visão, sem
revelação, sem altares, sem voz profética, sem nada, apenas no silêncio. Nossa
maior pergunta no silêncio divino é se o Senhor ainda conta conosco, se ainda
se interessa por nós. Moisés soube esperar, aliás, tinha que esperar, mas
aprendeu que Deus não nos usa por um tempo e depois abandona. Ele não toma
posse parcial de nossas vidas, Ele nos compra em sua totalidade. Mesmo com
todos os nossos defeitos e pecados devastadores, Ele não perde o interesse por
nós. Deus não nos apaga da história quando erramos, nosso maior problema é que
nós mesmos não queremos obter o perdão e ter os pecados perdoados. Quando o
silêncio rompeu, Moisés já tinha oitenta anos, estava vazio de si e pronto para
ser cheio de Deus.
Todos os diplomas de Moisés eram nada
diante de Deus. Mesmo assim, Moisés aceitou a humilhação que o Senhor colocou
em sua vida por providência. Moisés se tornou tão humilde que se achou incapaz
e, quando pensava que nada aconteceria, Deus resolveu fazer dele o herói que
todos conhecemos.
2.
Moisés, um homem de feitos extraordinários.
Cada praga derramada no Egito tinha um
objetivo: inutilizar e envergonhar a potência dos deuses ali existentes. Com
isso, Deus se apresentava não somente como o Criador de todas as coisas, mas
como aquele que é Onipotente.
2.1.
Trevas palpáveis.
A nona praga tinha um significado especial,
pois se tratava de um ataque direto a Faraó, que se intitulava “filho do sol”,
o qual era iluminado por Rá, o deus-sol. Todos os dias, nas casas e nos campos,
à margem do Nilo, havia pessoas, desde cedo, em atitude de adoração, voltadas
para o nascer do sol. A praga da escuridão demonstrava que o Deus de Moisés era
mais poderoso que o deus de Faraó. As escrituras nos afirmam que as trevas eram
tão espessas que eles podiam sentir; os egípcios não viram um ao outro durante
três dias. Porém, algo nos chama atenção: por maior que fosse a escuridão do
Egito, os hebreus reluziam como uma cidade edificada sobre um monte (Êx 10.23).
Essa é a diferença entre o justo e o ímpio, entre estar ou não debaixo da
proteção de Deus.
O Egito estava praticamente
destruído, os deuses de Faraó inertes, nada mais restando, a não ser se
entregar. Mesmo assim, o coração de Faraó continuava a recusar a supremacia
divina. Ele rejeitou os apelos, ignorou as advertências, zombou da Palavra de
Deus e endureceu seu coração, seguindo seus próprios caminhos, sem se importar
com nada. Faraó é símbolo de pessoas negligentes, que lutam contra a verdade
por orgulho ignorante e se esquecem que o dia do juízo um dia chegará.
2.2. O
sangue nos umbrais da porta.
Aquela noite foi a mis marcante da história dos
hebreus, a noite que ninguém dormiu. Ela nos recorda o sacrifício do Cordeiro,
o poder do sangue e o início de uma nova vida. Porém, para os egípcios foi a
noite do acerto de contas. A morte passava por toda a terra e só havia um
critério para que ela não devastasse a vida de um filho primogênito: o sangue
do cordeiro nos umbrais da porta (Êx 12.7, 12-14). A Bíblia nos diz que foi à
meia noite, na hora da paz, do descanso e do silêncio que houve um grande
clamor e não houve casa que não houvesse um morto (Êx 12.30). A porta deveria
estar trancada, mas selada com o sangue da aliança. O que para uns foi a
liberdade e a alegria, para outros foi derrota, aflição e tristeza (Êx 12.33).
2.3. O
dedo de Deus.
Duas pragas puderam ser reproduzidas pelos
magos de Faraó, mas essa terceira foi humilhante. Deus usou algo pequeno,
insignificante, mas preciso e poderoso (1Co 1.27, 28). Piolhos é uma palavra
que descreve insetos que sugam o sangue das pessoas. Os egípcios eram um povo
muito higiênico. Os seus sacerdotes ufanavam-se por usarem roupas limpas, de
linho puro também a sua higiene pessoal. Eles tomavam banhos frequentes e
raspavam todos os pelos do corpo. Para eles esses insetos eram considerados
imundos. Havia milhares deles e penetravam em todos os lugares, roubando a paz
de todos, inclusive dos animais. Os mágicos reconheceram que estava atuando
algum poder divino, superior a tudo quanto já tinham visto, que não se submetia
ao controle deles, então confessaram: “Isto é o dedo de Deus” (Êx 8.19). Se o
dedo de Deus pode fazer isso ao inimigo, o que poderá fazer a mão?
3.
Moisés, apenas um homem.
Não há dúvida de que a vida de Moisés foi
totalmente guiada por Deus. Mas Moisés era um ser humano igual a qualquer um de
nós, que viveu os altos e baixos da fé, que desejou parar em razão das lutas,
que errou, acertou e que muitas vezes se descontrolou.
3.1. Os
descontroles emocionais de Moisés.
Sempre analisamos os sucessos de Moisés e
achamos que era tão perfeito que sequer se aborrecia. O título de manso não o
isentou de perder a linha algumas vezes. Deus não mandou Moisés matar o
egípcio, o plano de Deus não era matar pessoas para salvar Israel. Também não
trabalhou quarenta dias para que |Moisés quebrasse o documento que escreveu a
dedo. Mas o ponto culminante de seu descontrole foi quando faltava apenas um
ano para possuir a Terra Prometida e o povo o encurralou junto com Arão para
pedir água. Moisés ficou furioso, voltou para a tenda, foi orientado por Deus a
falar à rocha. Mas Moisés ignorou a ordem divina e fez um discurso terrível,
trocou a mensagem e maltratou o povo (Nm 20.10). Irado, ele fere a rocha e,
desta vez, Deus não deixou passar e, por isso, ele ficou de fora da Terra
Prometida.
Achamos a maior injustiça Moises ter
sofrido tanto e não poder entrar na Terra Prometida, mas, por trás de suas
atitudes nervosas, Moisés desfazia o que Deus estava construindo. Ele era
humano e seres humanos falham, não são perfeitos, mesmo em comunhão, mesmo
íntimos de Deus. Falar à rocha santificaria o nome do Senhor, feri-la O
envergonhava. Esse foi o motivo de ficar de fora (Nm 20.10, 11).
3.2. O
sábio sabe o limite do tempo.
Um momento de ira fez com que Moisés jogasse
fora o sonho de toda uma vida. O que não fari9a Moisés para retroceder aquele
momento? Infelizmente, não foi possível. Por um só momento, ele perdeu tudo. O
que daria Eva para ter outra oportunidade no Eden? E Davi? Será que não fugiria
do palácio para não ter que ver Bate-Seba? Quem sabe Judas pensasse melhor em
vender o Mestre ou não? Ou talvez Salomão não fosse tão excêntrico e mulherengo
como foi? Infelizmente, voltar é impossível. Não podemos desfazer palavras ou
atos pecaminosos. Não podemos recuperar os momentos em que fomos possuídos pela
ignorância, cobiça, crueldade ou orgulho. Precisamos aprender que a vida será
repleta desses desejos e momentos. E o que fazer então? Podemos aprender a
andar mais perto do senhor, a confiar no Senhor e permitir que o Espírito Santo
ilumine nossas almas e nos instrua.
3.3. Toda
capacitação vem de Deus.
Deus esperou oitenta anos para poder usar a
vida de Moisés. Embora Moisés conhecesse estratégias de guerra e toda a ciência
de seu tempo, Deus não lhe deu um poderoso canhão, nem tampouco um exército. A
arma que deus lhe deu foi uma vara e mais nada! Parece incrível como as armas
divinas fogem de todas as estratégias humanas. Parece que nos esquecemos por um
tempo que deus é sobrenatural, que para agir devemos estar no mesmo nível que
Ele está. Quando Deus pediu para Moisés confeccionar o Tabernáculo, Moisés não
sabia nem o que significava (Êx 25). Deus lhe deu o desenho, a maneira como
fazer e ainda derramou do Seu Espírito sobre Bezalel e Aoliabe, graduando-os
como artífices para ajudar na confecção (Êx 31.1-6). Moisés era um homem, mas
um homem que não se movia sem a revelação de Deus.
Conclusão.
A vida de Moisés nos apresenta a combinação
perfeita para grandes feitos. A unidade da pessoa divina com a humana. Deus
liberou o seu poder para operar miraculosamente através de um simples
instrumento humano. Moisés se tornou um exemplo a ser seguido e as mesmas
palavras ditas a Josué se dirigem também a nós: “Como fui com Moisés também
serei contigo” (Js 1.5).
Questionário.
1. Baseado em que Moisés abandonou tudo para
servir a Deus?
R: Na fé (Hb 11.23-26).
2. Qual a qualidade mais comum da vida de
Moisés?
R: O amor à justiça (Êx 32.32).
3.Em que horário começou a ocorrer a morte dos
primogênitos?
R: à meia noite (Êx 12.30).
4. Por que Moisés não pode entrar
na Terra prometida?
R: Porque feriu a rocha (Nm
20.10).
5. Sem o que, era Moisés um homem que não se
movia?
R: Sem a revelação de Deus, ele não se movia
(Êx 33.15).
Fonte: Revista
Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de
Israel.
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