segunda-feira, 25 de abril de 2016

Lição 5 A Maravilhosa Graça.



Lição 5 A Maravilhosa Graça.
1 de maio de 2016

TEXTO ÁUREO
(Rm 6.14)
"Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça."

VERDADE PRÁTICA
Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma humana

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 3.24 A graça do Senhor Jesus Cristo provê a justificação
Terça - Cl 1.29 A graça nos capacita para o trabalho e o combate
Quarta - Ef 1.3 A graça nos concede bênçãos espirituais nos lugares celestiais
Quinta - Ef 2.13 A graça nos aproximou e nos reconciliou com Deus
Sexta - Ef 2.8 A graça é resultado da misericórdia do Todo-Poderoso
Sábado - Jo 3.16 A graça é resultado do amor de Deus pela humanidade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 6.1-12
2 - De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 - Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 - De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 - Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
6 - sabendo isto: que o nosso velho homem foi com  ele  crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.
7 - Porque aquele que está morto  está justificado do pecado.
8 - Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 - sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.
10 - Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 - Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
12 - Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;

OBJETIVO GERAL
Mostrar que Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma humana.

HINOS SUGERIDOS: 5, 400, 577 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Apresentar alguns dos inimigos da graça;
Mostrar a vitória da graça para com o domínio do pecado;
Relacionar os frutos da graça.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, dando continuidade ao estudo da Epístola aos Romanos, analisaremos nesta lição o capítulo seis. No capítulo cinco Paulo trata da nossa justificação pela fé no sacrifício de Jesus Cristo. No capítulo seis ele vai abordar a respeito da nova vida em Cristo. O apóstolo mostra que o nosso velho homem já foi crucificado com Cristo. Não somos mais escravos do pecado, pois este foi destruído na cruz. Pela fé morremos para o pecado e como novas criaturas precisamos viver para Deus, em obediência e santidade. Como novas criaturas não alcançamos a perfeição, somos tentados e vivemos em um mundo que jaz no maligno, mas desde o momento que tomamos a decisão de viver pela fé, para Cristo, somos livres do poder do pecado, pois agora o próprio Cristo habita em nós (Gl 2.20).

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo cinco da Epístola aos Romanos mostra o triunfo da graça sobre o pecado. Paulo já havia falado a respeito da justificação, mas o que significava isso na prática? Que implicações teria na vida dos crentes? O apóstolo não procurou filosofar a respeito da origem do pecado e suas consequências. Ele buscou mostrar, de forma clara, como Deus resolveu essa questão. A graça de Deus nos justificou, abolindo o domínio do pecado e fazendo-nos viver livres em Cristo. 

PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é a revelação do amor e da graça de Deus.

I - OS INIMIGOS DA GRAÇA

1. Antinomismo. Paulo percebeu que a sua argumentação a respeito da graça poderia gerar um mal-entendido. Por isso, tratou logo de esclarecer o seu pensamento a respeito do assunto. Usando o método de diatribe, ele dialoga com um interlocutor imaginário, procurando explicar de forma clara o seu argumento. Paulo já havia dito que onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm 5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao estilo dos antinomistas, pois estes acreditavam que podemos viver sem regras ou princípios morais.

2. Paulo não aceita e não confirma o antinomismo. No antimonismo não há normas. Os que erroneamente aceitavam tal pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras palavras, a graça não impõe limite algum. Antevendo esse entendimento equivocado, o apóstolo pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado,  para que a graça seja mais abundante?" (Rm 6.1). A resposta é não! A graça não deve servir de desculpa para o pecado.
Infelizmente, o antinomismo tem ganhado força em nossa sociedade, passando a ser socialmente aceito até mesmo dentro das igrejas evangélicas. Esta é uma doutrina venenosa, que erroneamente faz com que a graça de Deus pareça validar todo tipo de comportamento contrário à Palavra de Deus. Em geral, tal pensamento vem "vestido" de uma roupagem espiritual, porém o antinomista costuma ser relativista quando se utiliza da expressão "não tem nada a ver".

3. Legalismo. Em Romanos 6.15, o apóstolo tem em mente o judeu legalista, quando pergunta: "Pois quê? Pecaremos  porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!" A doutrina da justificação pela fé, independentemente das obras da lei, levaria o legalista a argumentar que Paulo estaria ensinado que, em virtude de não estarmos mais debaixo da lei, então não há mais obrigação alguma com o viver santo. Nesse caso, não haveria mais nenhuma barreira de contenção contra o pecado. Na mente do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar a Deus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas de preceitos que o judaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram como desdobramento da lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar que mesmo não estando mais debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetros espirituais. Pelo contrário, agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro de si, está capacitado a agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei de Moisés.

SÍNTESE DO TÓPICO I
O antinomismo e o legalismo são inimigos da graça.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...] É preciso compreender e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto legal e o aspecto ético e moral. No aspecto legal está a justificação, que trata da quitação da pena do pecado. Significa que a exigência da Lei foi cumprida. Porém, no aspecto moral, está a santificação que trata da vivência cotidiana após a justificação. Como compreender então a relação entre a justificação e a santificação?
Em primeiro lugar, a santificação trata do nosso estado, assim como a justificação trata da nossa posição em Cristo. Observe isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação nos tornamos justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores. A santificação diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela justificação somos colocados numa correta e legal relação com Deus. Na santificação aparecem os frutos dessa relação com Deus. Pela justificação nos é outorgada a segurança. Pela santificação nos é outorgada a confiança na segurança. Em segundo lugar, a santificação envolve, também, o aspecto posicional. Na justificação o crente é visto em posição legal por causa do cumprimento da Lei, na santificação o crente é visto em posição moral e espiritual. Posicionalmente, o crente é visto nesses dois aspectos abordados que são: o legal e o moral. Legalmente, ele se torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.73,74.

CONHEÇA MAIS
*Antinomismo
"Literalmente significa contra a lei. Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se pregar nem de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta assertiva, alegam os antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez Mandamentos? Todo crente piedoso os observa, pois o Cristo não veio revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los. Além do mais, as legislações modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo."
Para conhecer mais leia Dicionário Teológico, CPAD, p. 44.

II - A VITÓRIA DA GRAÇA

1. A graça destrói o domínio do pecado. Para Paulo, o pecado era como um tirano impiedoso que não poupava seus súditos. Ele reinou desde que entrou no mundo e seu domínio parecia não ser ameaçado. O pecado dominou os que não estavam debaixo da Lei e dominou também os que estavam sob sua égide. Não havia escapatória. Por causa do "velho homem", uma expressão que para Paulo é sinônimo de natureza caída e pecaminosa, que esse iníquo tirano conseguia reinar. Como se libertar, então, desse tirano? Paulo mostra que a solução de Deus foi aquilo que lhe servia de base de sustentação, o corpo do pecado: "Sabendo isto: que o nosso  velho homem foi com  ele  crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado" (Rm 6.6). O "corpo do pecado" significa mais do que simplesmente o corpo físico, mas o corpo como algo que instrumentaliza o pecado e que precisava ser destruído. A palavra grega katargeo, traduzida em Romanos 6.6 como destruído, possui o sentido de destronado ou tornado inoperante. Foi, portanto, através da cruz de Cristo que esse tirano foi destronado e teve seu domínio desfeito. A graça de Deus triunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo seu dom inefável (1 Co 9.15).

2. A graça destrói o reinado da morte. O apóstolo mostra que o reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-se pela morte. "Porque o  salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23). Não há lugar nesse mundo onde não se sinta as consequências do pecado.

3. A graça e os efeitos do pecado. Os efeitos do pecado podem ser vistos por toda parte. Podemos vê-los nas catástrofes naturais, nas guerras, homicídios, estupros e abortos. O pecado traz a marca da morte. Tanto a morte física, como a morte espiritual, o afastamento de Deus, são consequências do pecado. Nada podia destruir esse domínio tenebroso do pecado e fazer parar seus efeitos. Todavia, Paulo mostra que a Graça de Deus invadiu o domínio do pecado e destruiu seu principal trunfo - o poder sobre a morte. A graça de Deus, presente na ressurreição do Senhor Jesus, destruiu o poder sobre a morte física e essa mesma graça, quando nos reconcilia com Deus, destrói o poder da morte espiritual.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A graça destrói o domínio do pecado na vida daqueles que pela fé aceitam a Jesus Cristo.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
No segundo tópico estudamos a respeito de dois inimigos da graça: o antinomismo e o legalismo.  Se desejar, leia para os alunos a seção "Conheça Mais" que apresenta uma definição para o termo. Quando ao legalismo, se desejar leia o subsídio abaixo a fim de que os alunos compreendam o termo.
"[Do lat. legale + ismo]  Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
No Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na Igreja Cristã pelos crentes oriundos do judaísmo que,  interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios  a guardarem a Lei de Moisés.
Contra o legalismo, insurgiu-se Paulo. Em suas epístolas aos gálatas e aos romanos, o apóstolo deixou bem claro que o homem é salvo unicamente pela fé em Cristo Jesus, e não pelas obras da Lei" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de Andrade. Dicionário Teológico. 17.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.251).

III - OS FRUTOS DA GRAÇA

1. A graça liberta. A graça é libertadora (Rm 6.14) e produz frutos para a nossa santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). Somente a graça seria capaz de desfazer o domínio do pecado. A Bíblia afirma que quem comete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). E mais, o escravo não possuía domínio sobre o seu arbítrio. Essa situação mudou quando a graça, revelada na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história e desfez o domínio do pecado. Paulo afirmou que o "pecado não terá domínio sobre nós".Somos livres em Cristo. Essa liberdade é uma realidade na vida do crente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão" (Gl 5.1).

2. Exigências da graça. A graça liberta, mas ao mesmo tempo tem suas exigências. Isso fica claro pelo uso dos termos considerar (6.11), que no original (logizomai) significa reconhecer, tomar consciência: "Assim também vós considerai-vos como  mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.11). Em Romanos 6.13 a palavra "apresentar" (gr. paristemi), significa colocar-se à disposição de alguém: "Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade;  mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm 6.13).

3. A graça santifica. Paulo revela que um dos efeitos imediatos da graça é a justificação e o outro é a santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). A palavra "santificação", que traduz o grego hagiasmos mantem o sentido de "separação". A graça nos libertou e nos separou para Deus. A santificação aparece aqui nesse texto como um fruto da graça. No ensino de Paulo a santificação ocorre em dois estágios. Primeiramente somos santificados em Cristo quando o confessamos como Salvador de nossas vidas. Na teologia bíblica isso é conhecido como santificação posicional. Por outro lado, não podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia nos santificar, isto é, nos separar para Deus. Essa é a graça progressiva, aquilo que existe como um processo na vida do crente.

SÍNTESE DO TÓPICO III
Dois são os frutos da graça, a liberdade em Jesus Cristo e a santificação.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Consagração do corpo mortal
'Não reine, portanto, o pecado em vosso  corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões' (Rm 6.1). Entendemos que o pecado opera por meio do corpo. Da mesma forma que o corpo pode ser consagrado a Deus (Rm 12.1), pode também ser dedicado ao pecado. É claro que o corpo, por si mesmo não pode fazer nada, pois é controlado pela mente. Entretanto, quando o pecado domina a mente do homem, ele controla as ações do corpo. A mente pertence ao domínio da alma humana, e quando a primeira alma inteligente (Adão - Rm 5.12) pecou, todo o seu corpo foi dominado pelo pecado.  Quando Paulo exorta os que já haviam experimentado a regeneração dizendo: 'Não reine o pecado em vosso corpo mortal', ele estava mostrando aos crentes, romanos que, uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais, na santificação do Espírito" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.77).

CONCLUSÃO
Vimos nesta lição quem são os inimigos da graça, conhecemos a vitória da graça e os seus frutos. Tudo que temos e tudo que somos só foram possíveis pela graça de Deus. Essa graça é que trouxe salvação. "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens". Que venhamos viver segundo a recomendação de Tito, renunciando à impiedade e vivendo neste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.11,12).

PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:

Segundo a lição, cite dois inimigos da graça.
Antinomismo e legalismo.

Em que os antinomistas acreditavam?
Os que erroneamente aceitavam tal pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras palavras, a graça não impõe limite algum.

Para o legalista qual era o único instrumento adequado para agradar a Deus?
Na mente do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar a Deus.

Segundo a lição, o que a graça de Deus destrói?
A graça destrói o domínio do pecado.

Qual fruto a graça produz no crente?
Os frutos da liberdade e da santificação.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p38. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.

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Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, 2º trimestre 2016.

Lição 5 Deixando pai e mãe.



Lição 5 Deixando pai e mãe.
01 de Maio de 2016

Texto do dia
(Jó 39.4)
"Seus filhos erijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas."

Síntese
A ordem de deixar pai e mãe não significa desprezá-los, abandoná-los, pois o dever de honrá-los permanece para sempre.

Agenda de leitura
SEGUNDA - Gn 2.24 A origem do mandamento
TERÇA - Gn 12.1 Deus reitera o mandamento
QUARTA - Gn 24.58 Rebeca obedece ao mandamento
QUINTA - Gn 24.67 Isaque cumpre o mandamento
SEXTA - Mt 19.5; Mc 10.7 Jesus ratifica o mandamento
SÁBADO - Ef 5.31 Paulo confirma o mandamento

Objetivos
MOSTRAR que para a construção de uma nova família, é imprescindível deixar pai e mãe;
SABER que o afastamento em relação aos pais deve acontecer nas dimensões geográfica, psicológica e financeira;
EXPLICAR o aparente conflito entre o mandamento de honrar pai e mãe e o de deixá-los para iniciar outro núcleo familiar.

Interação
Professor, você sabe dizer quantos e quem são seus alunos? Infelizmente, muitos de nós não sabemos. É imprescindível que você conheça o perfil de sua turma: a estrutura familiar (mora sozinho ou com os pais? Pais crentes? Separados?). O nível de escolaridade (estuda?), vida profissional (onde e em que trabalha?), tempo de evangelho ("nasceu no evangelho?"), etc... Se sua turma é pequena, essa tarefa não lhe trará maiores dificuldades, porém, se a classe for numerosa, sugiro que elabore um questionário e peça que todos respondam, explicando qual a finalidade. Assim, você terá uma série de informações, em um só momento, e perceberá que conhecer sua turma fará diferença na hora de planejar suas aulas e elaborar suas estratégias de ensino.

Orientação Pedagógica
Estimado docente, o assunto de hoje é de extrema relevância para a vida de seus alunos, portanto cuide para que ninguém saia com dúvida. Para começar, lance a seguinte pergunta: "O que pode acontecer no casamento do rapaz e da moça os quais não deixaram pai e mãe geográfica, psicológica e financeiramente, desobedecendo a ordem divina?" Espere que seus alunos respondam e registre todas as colocações no quadro ou em outro recurso disponível. Deixe que todos, sem exceção, participem da tarefa, independentemente de você concordar ou não com a resposta. Após, comece a analisar, junto com eles, cada uma das afirmações. Aproveite para elogiar os participantes e desfazer eventuais equívocos, tendo o cuidado de não causar constrangimentos, pois isso pode desestimular novas participações.

Texto bíblico
Efésios 5.31-33
31. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne.
32. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
33. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 6.1-3
1. Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3. para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

O primeiro mandamento de Deus para o homem (não o maior mandamento) é que, antes de casar, deve deixar seus pais (Gn 2.24). Esse paradigma para o casamento foi estabelecido de maneira tão veemente por Deus porque, talvez, essa fosse a única forma de quebrar o forte elo que liga pais e filhos, para poder surgir um novo ente social, a nova família. Como Deus é sábio! Tal acontecimento, identificado como individuação, tem alcance geográfico, psicológico e financeiro, não significando o distanciamento entre pais e filhos, mas colocando limites. Adão e Eva foram os únicos humanos que se casaram, e não tiveram de deixar pai e mãe, mas todos os demais devem cumprir a determinação divina. É certo que isso, às vezes, pode ser difícil. Entretanto não se trata de uma faculdade, mas de uma obrigação do novo casal. Afinal o verbo está no imperativo: deixará! Ao longo da história bíblica, os casais que serviram a Deus cumpriram integralmente essa norma divina.

I - O PRIMEIRO MANDAMENTO

1. Requisito para a perfeita união. Toda nova família deve ter características próprias, para ter uma união perfeita. Isso é impreterível para que haja crescimento e uma identidade familiar própria. O novo casal, assim, precisa ter suas experiências pessoais e resolver seus problemas, sem haver intromissão de nenhuma outra pessoa. Esse mandamento mencionado no Éden foi reiterado para Abraão (Gn 12.1-3). Ele o obedeceu e também o ensinou a seus descendentes. Tanto Abraão, como Isaque e Jacó, conquanto fossem nômades parte do tempo de suas vidas, habitando em tendas (Hb 11.9), tinham, cada um, a sua própria habitação (Gn 24.67; 31.34)! Eles sabiam conservar a cultura familiar, sem deixar de atender a esse importante mandamento.

2. Individuação. A filosofia chama de individuação o fenômeno através do qual um organismo se singulariza dentro da espécie, sem abandonar as características comuns dos seus pares. Era isso que o Senhor queria que acontecesse com o novo casal. Estar junto dos familiares é um compromisso perene da nova família (não deve se excluir das celebrações familiares - aniversários, Natal, dia dos pais, das mães etc.). Entretanto a singularização do ente familiar que se formou é imperiosa. Foi Deus quem pensou assim. O Senhor chancelou esse fenômeno na biologia dando a cada ser vivo um código genético distinto. Não existem, como se sabe, zebras com as mesmas listras, nem leopardos com pintas iguais, nem seres humanos que apresentem impressões digitais idênticas (ainda que sejam gêmeos univitelinos). Até os cristais de gelo, microscopicamente analisados, demonstram formações moleculares díspares. Essa construção idiossincrática faz parte da natureza. Assim, quando uma nova família surge, ela precisa de um "DNA social" próprio.

3. Menção na Bíblia. Na Bíblia, Deus fala de individuação em Jó 39, mencionando como esse fenômeno acontece na família das cabras monteses (vv. 1-4), cujos filhos, quando crescem e ficam fortes, partem e "nunca mais tornam para elas". Os filhos das cabras monteses precisam viver sua própria história, identificando-se como indivíduos, sem abrir mãos dos ensinamentos recebidos dos pais (indispensáveis à sobrevivência). O certo é que, "à sombra" dos seus pais, elas jamais poderiam cumprir integralmente o projeto do Criador. Por isso, os descendentes caprinos procurarão suas próprias montanhas para estabelecerem suas famílias.

Pense
Por que Deus estabeleceu como requisito para a formação de uma unidade nEle (marido e mulher) a quebra de outra unidade perfeita (pais e filhos)?

Ponto Importante
Na família, os filhos devem aprender com os pais, mas, em tempo oportuno, devem sair de casa para ensinar também aos seus próprios filhos. Esse é o ciclo da vida.

II - ALCANCE DO MANDAMENTO

1. Afastamento geográfico. Toda família precisa de "espaço" para crescer. Para isso Deus mandou que o novo casal, antes de se unir, saísse da casa dos pais. Observe-se uma planta. Ela precisa de um espaço que seja só dela (veja o que acontece quando o trigo divide um pequeno espaço geográfico com o joio - Mt 13.28-30 - é um problema). A grande dificuldade é que as raízes do joio e do trigo podem se entrelaçar, diante da proximidade territorial. Isso significa que o trigo precisa de um espaço individual, próprio.  A mesma coisa acontece com a nova família.

2. Afastamento psicológico. A planta precisa da luz solar para fazer a fotossíntese e crescer. Entretanto, essa radiação trará certo incômodo a ela nos horários mais quentes do dia. Isso porém é necessário. Utilizando o mesmo raciocínio, pode-se dizer que os pais não devem privar seus filhos dos eventuais desafios psicológicos. É preciso que cada nova família adquira individualidade, tomando suas próprias decisões. Por mais que "doa" ver os filhos passarem por certos "percalços" no novo contexto familiar, o bloqueio emocional ao novo casal, pelos pais, (impedir que deixe psicologicamente os genitores) ensejará prejuízo. Um escritor antigo dizia que "em mar calmo todo barco navega bem". As lutas, dificuldades, surgirão para que possa despontar a nova liderança do lar: o marido. É bem verdade que o Código Civil e a Constituição Federal não distinguem liderança entre homem e mulher, no seio da família, mas a Bíblia estabelece. E, por isso, essa nova liderança precisa surgir, mas não aparecerá se não houver autonomia psicológica. Esse afastamento proporciona, à nova família e aos pais, a chance de um relacionamento mais íntimo com o Criador, na confiança que Ele é o socorro na hora da angústia (Sl 46.1) e, contra os incômodos do sol causticante, Ele é a sombra (Sl 121.5-6).

3. Afastamento financeiro. A ordem de "deixar pai e mãe" também atinge a parte financeira, porém o dever dos pais ajudarem financeiramente os filhos (2 Co 12.14) e vice-versa (Mc 7.10-13) nunca terminará diante de Deus, bem como perante a lei civil, a qual usa como parâmetro para definir o valor da "pensão alimentícia" o trinômio "necessidade-possibilidade-proporcionalidade". Isto é, o dever de pagar reciprocamente alcança pais e filhos, na medida da necessidade e possibilidade de cada um, aplicando o critério da proporcionalidade para achar o valor justo. Há, porém, pais que possuem renda suficiente, mas exigem, para comprar supérfluos, aportes financeiros mensais do filho casado. Por outro lado, existem filhos casados que, irresponsavelmente, querem viver à custa dos pais. Os dois extremos estão errados e causam sérios conflitos no lar. Frise-se, por fim, que nenhuma ajuda que inviabilize a administração do lar de quem contribui vem de Deus, porque isso não tem origem no amor, mas em um sentimento indevido de posse dos pais sobre o(a) filho(a) recém-casado(a), ou vice-versa.

Pense
Por que tantos pais querem manter o controle sobre o filho após ele se casar? Seria isso amor ou egoísmo?

Ponto Importante
Deixar o filho seguir seu próprio caminho, para construir um novo lar, como acontece com as cabras monteses (Jó 39.4), é sinal de amor. Reter o que Deus liberou é egoísmo!

III - CONFLITO ENTRE MANDAMENTOS
Há, na Bíblia, dois mandamentos que aparentemente se contradizem: deixar e também honrar pai e mãe.

1. Honrando pai e mãe. Sejam bons ou maus, os pais devem ser honrados incondicionalmente. Entretanto se surgirem conflitos entre o cônjuge e um dos pais, a Bíblia é clara: "deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher". O cônjuge deve ter sempre a prioridade! Os interesses dos parceiros são superiores aos desejos dos sogros e filhos. Deus disse a Abraão: "ouça a voz de sua mulher" (Gn 21.12). Os interesses de Sara eram mesquinhos, pois o problema foi criado por ela e Deus faria Isaque ser o herdeiro independentemente de qualquer coisa. Entretanto, mesmo sendo doloroso, o Senhor determinou que Abraão abrisse mão do filho Ismael e Agar, por atenção a Sara. A honra aos pais, porém, não pode ensejar em qualquer espécie de humilhação ao cônjuge.

2. Deixando pai e mãe. Enquanto estiverem em casa, os filhos deverão ser totalmente obedientes aos pais, no Senhor. Quando se casarem, porém, "deixarão pai e mãe", ou seja, os filhos devem sair da casa, construir seu próprio patrimônio e tomar suas próprias decisões na vida, para que a unidade do novo casal não seja comprometida. Por tal motivo, é comum observar pessoas com sérios conflitos familiares, quando acontece o caso de os pais continuarem intervindo nas decisões dos filhos casados. É bom lembrar, porém, que, mesmo com o casamento dos filhos, a honra àqueles que deram toda a atenção e carinho durante a infância, adolescência e juventude aos filhos, ainda persistirá. Interessante que, logo após falarem sobre o dever do novo casal de deixar pai e mãe, Jesus e o apóstolo Paulo acrescentam sempre o dever de honrá-los (Mt 19.5,19; Mc 10.7,19 e Ef 5.31; 6.2), ou seja, um mandamento não invalida o outro.

3. Filhos que podem morrer cedo. O primeiro mandamento com promessa é honrar pai e mãe, porque na primeira infância os filhos ficam, diante de Deus, com grande dívida com seus pais e o momento propício para o pagamento é quando os genitores não puderem mais cuidar de si próprios. Então Deus garante ao filho atencioso que viverá muito, para poder cuidar de seus pais na velhice! Dessa maneira, o Senhor harmoniza as responsabilidades dentro da família. Não há ninguém sobrecarregado e outro sem nenhuma obrigação. Todos têm um papel específico. O Senhor é justo.

Pense
Quando o filho deixar os pais para construir um novo lar, pode esquecer o que seus genitores fizeram por ele durante a vida?

Ponto Importante
Sobre os filhos penderá, sempre, o dever de honrar os pais até o fim, entretanto o dever de estarem em submissão cessa com o casamento do filho.

O primeiro mandamento com promessa é honrar pai e mãe, porque na primeira infância os filhos ficam, diante de Deus, com grande dívida com seus pais e o momento propício para o pagamento é quando os genitores não puderem mais cuidar de si próprios.

SUBSÍDIO 1
"O casamento bíblico começa 'deixando' (a fundação), é sustentado 'apegando-se' (o processo) e resulta em uma carne (o resultado). Deixar implica em uma transformação radical do básico e forte relacionamento pré-conjugal, entre o homem e a mulher e seus respectivos pais, e, desta maneira, todos os demais relacionamentos. A Bíblia não defende o abandono dos pais e parentes para se casar (1 Tm 5.8), mas espera uma transformação radical no relacionamento entre pais e filhos, de modo que uma nova unidade se forme, pelo casamento.
É importante que um casal recém-casado perceba que é de seu interesse modificar o seu relacionamento com seus pais. A raiz de muitos maus relacionamentos com os parentes do cônjuge frequentemente devem-se ao fato de que os pais ou os filhos não são capazes de transformar o seu relacionamento, [...], a fim de que se torne uma carne. [...] Um indivíduo não pode se casar e se comportar como uma pessoa solteira, no que diz respeito à administração do tempo, hábitos alimentares e associação com amigos e parentes. No entanto, a Bíblia se concentra no mais básico de todos os relacionamentos, que é o de pai e filho, para enfatizar a necessidade de mudanças fundamentais, que devem ocorrer no casamento" (ADEI, Stephen. Seja o Líder que Sua Família Precisa. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 110).

SUBSÍDIO 2
"Deixará ('ãzabh) raiz primitiva; soltar, i. e., abandonar, permitir etc.: - encomendar-se, entregar-se, deixar, abandonar, desamparar, ajudar, retirar, mudar, dar de mão.
Verbo derivado de duas raízes separadas. Na Bíblia hebraica, a mais comum é 'ãzabhI, que significa partir, abandonar, desamparar, soltar. A palavra pode ser usada para designar a partida para um novo local (2 Rs 8. 6) ou para separar-se de outra pessoa (Gn 44.22 Rt 1.16). Quando o pai de Zípora a encontrou sem Moisés, perguntou: 'Por que deixastes o homem?' (Êx 2. 20). Um homem deve deixar os seus pais para se casar (Gn 2. 24). Deixar na mão é uma expressão idiomática que significa confiar (Gn 39. 6). A palavra também pode ter uma conotação muito mais negativa. Os israelitas abandonaram suas cidades depois que o exército fugiu (1 Sm 31.7) o sinal supremo de derrota (e frequentemente do juízo de Deus) eram cidades abandonadas (Is 17.9; Jr 4.29; Sf 2.4). Os profetas conclamavam o povo para que abandonassem, antes, os ídolos e o pecado (Is 55.7; Ez 20.8; 23.8)" (Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1834).

ESTANTE DO PROFESSOR
ADEI, Stephen. Seja o Líder que Sua Família Precisa. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
LUCADO, Max. Quebrando a Rotina. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

CONCLUSÃO
Os pais e filhos que forem fiéis ao mandamento mais antigo de Deus para a família - ao casar, deixar pai e mãe - desfrutarão do ciclo da vida familiar em conformidade com a vontade do Criador. E isso é muito bom e proveitoso. Obedecer às ordens do Senhor não é um peso, mas um privilégio, pois a obediência garante um futuro de paz e a fruição de toda a sorte de bênçãos divinas (Lv 26.3-10).

Hora da revisão.

Qual o primeiro mandamento com promessa?
"Honrar pai e mãe" (Êx 20.12).

Segundo a lição, em que consiste o fenômeno da individuação?
É o fenômeno através do qual um organismo se singulariza dentro da espécie, sem abandonar as características comuns dos seus pares.

Como os pais devem tratar os seus filhos casados?
Podem aconselhar, mas não interferir.

Por que os filhos devem deixar o lar após o casamento?
Para dar início a um novo ciclo familiar. 

Quais tipos de afastamentos, entre pais e filhos, devem ser feitos após o casamento?
Afastamentos geográfico, psicológico e financeiro.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, Eu e Minha Casa, professor, 2º trimestre 2016.