Lição 6
VIVENDO AMOROSA E HONESTAMENTE
06/05/2018
Texto
do dia.
(1 TS 4.9)
"Quanto, porém, ao amor fraternal, não
necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus
que vos ameis uns aos outros."
Síntese
Não existe adoração num coração dominado pelo
ódio, muito menos espiritualidade sadia numa vida envolvida com desonestidade.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - 1 Jo 4.20 Não existe adoração onde
há ódio
TERÇA - Jo 15.12 Jesus, o perfeito padrão de
amor
QUARTA - Tt 3.5 Somos salvos pela
misericórdia e amor do Pai
QUINTA - Rm 13.8 O amor, uma dívida impagável
SEXTA - Rm 14.8 Não vivemos para nós mesmos
SÁBADO - 1 Pe 5.7 O Senhor cuida de nós
Objetivos
REFLETIR a respeito da necessidade do amor em nossas vidas;
APRESENTAR o trabalho como uma
necessidade para cada cristão;
DEMONSTRAR o padrão bíblico com
relação ao nosso comportamento social.
Interação
Caro professor(a), estamos praticamente na
metade de nosso trimestre, esse é um excelente momento para a realização de
processos avaliativos (autoavaliação, avaliação em grupo, avaliação de
critérios específicos). Tal postura conscientiza-nos daquilo que estamos
fazendo e está dando certo, e do que precisamos repensar e mudar em nossa
prática educativa. Compartilhe com seus alunos, no momento que achar mais
conveniente, a necessidade de uma avaliação das atividades realizadas por você
e seu grupo de estudantes. Aplique a melhor metodologia para sua turma: pode
ser um momento em grupo numa roda de conversa, você pode elaborar um
questionário para seus alunos responderem por escrito em sala ou em casa, etc.
Esclareça a eles a necessidade da sinceridade nas respostas.
Orientação
Pedagógica
Você já ouviu falar de "Mapa
Conceitual"? O Mapa Conceitual é uma ferramenta de aprendizagem que se
utiliza de uma estratégia imagética para facilitar o aprendizado. Por meio da
construção de um mapa (uma rede) conceitual que se utiliza de figuras geométricas
para organizar, correlacionar, hierarquizar as ideias apresentadas. O uso dos
mapas conceituais pode ser feito de duas maneiras: na primeira, o educador, na
medida em que vai apresentando o conteúdo vai construindo o mapa, de tal modo
que ao fim da explicação os alunos possuem um resumo completo da aula
ministrada. O outro uso pode ser feito por meio de uma ação promovida pelos
próprios educandos, que após a discussão da lição, pode servir para que eles
criem seus mapas conceituais. Nesta última hipótese, restaria ainda espaço para
uma apresentação coletiva dos mapas e uma posterior discussão a partir dos
mesmos.
Texto
bíblico
1 Tessalonicenses 4.9-12
9
Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva,
visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros;
10 Porque também já assim o fazeis para com
todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que
ainda nisto continueis a progredir cada vez mais,
11 e procureis viver quietos, e tratar dos
vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo
temos mandado;
12 para que andeis honestamente para com os
que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nunca foi tão urgente a presença de uma
comunidade de pessoas que espelhe o caráter de Deus como nos dias atuais.
Nacionalmente vivemos em tempos de muita violência.
No campo sócio-político, nunca a corrupção
esteve em tamanha evidência; e não são apenas as figuras públicas que se
revelam decadentemente desonestas, mas em cada segmento social nos vemos
decepcionados por escândalos. Em Tessalônica, guardadas as devidas proporções,
não era muito diferente; por isso Paulo preocupa-se em orientar amorosamente
aquela comunidade. Aprendamos com o apóstolo e seu cuidado pastoral.
I-
QUANTO AO AMOR FRATERNAL
1. É o Senhor quem nos ensina a
amar. Há
em 1 Tessalonicenses, uma elogiosa menção de Paulo à postura amorosa daqueles
irmãos. Se havia uma série de prescrições, observações, recomendações que deveriam
ser feitas, em torno de várias áreas a respeito do amor fraternal, todavia, os
crentes em Tessalônica não necessitavam de orientação alguma (1 Ts 4.9). Amar
não é algo que aprendemos por meio de métodos humanos, cursos de cura interior
ou livros. O amor para com o próximo desenvolve-se em nós a partir do momento
em que mantemos uma relação de adoração com o Pai. É impossível amar a Deus e
odiar qualquer pessoa que seja, especialmente um irmão (1 Jo 4.20). Não amamos
os outros por seus atos de bondade ou por aquilo que merecem, mas porque
usufruímos do amor do Pai, podemos transmiti-lo a todos os que precisam (Lc
6.27-36). É com o SENHOR que aprendemos a amar (Jo 15.12-17).
2. O poder de expansão do amor. Aquilo que as
pessoas denominam como amor, mas não consegue ser expandido, compartilhado,
transmitido a outros, não é amor. Na verdade não passa de narcisismo, ou como a
Bíblia chama, "amor a si mesmo" (2 Tm 3.2); este sentimento é
perigosíssimo e capaz de destruir não apenas a espiritualidade do indivíduo
narcisista, mas também daqueles que estão em seu convívio (1 Co 12.25-27). A
vivência do amor é contagiante; aquele que foi alcançado pela boa semente do
Evangelho não consegue esconder sua alegria, nem os frutos dessa transformadora
experiência, há vários exemplos bíblicos: a Samaritana (Jo 4.28-30), Levi (Lc
5.27-32) e Paulo (At 9.19-31). Numa sociedade dominada por todos os tipos e
níveis de ódio (discurso de ódio, ódio étnico-cultural, ódio religioso),
cabe-nos acreditar que somente por meio de uma vivência inspiradora de amor
podemos colaborar para a mudança de nossa sociedade (Tt 3.3-5).
3. O amor: uma medida que sempre
deve aumentar.
A medida do amor nunca deve ser para menos, sempre para mais. O amor é uma
dívida impagável que não temos apenas para com Deus, mas também com o próximo
(Rm 13.8). Fica bem claro na parábola do credor incompassivo que o benefício do
perdão e do amor incondicional que nos alcança nos torna, de igual modo,
misericordiosos e perdoadores (Mt 18.23-35). Não devemos ter medo de perder o
amor de Deus; na verdade, quem não ama seu irmão, de fato nunca vivenciou o
privilégio de ser amado pelo Senhor (1 Jo 2.9-11).
Pense
Viver em amor é uma experiência oriunda da
salvação, por meio da qual nos tornamos paulatinamente menos deformados pelo
pecado e mais parecidos com Deus.
Ponto
Importante
Amar é uma atitude que deve transcender o
indivíduo e impulsioná-lo para um relacionamento de comunhão com o Pai e com o
outro.
II-
VIVENDO POR FÉ, TRABALHANDO COM HONRA
1. Um estilo de vida modesto. Há em nossa
sociedade um conjunto de ideais "adoecedores": sucesso financeiro a
todo custo, reconhecimento público ainda que por meio de escândalos ou vida
promíscua, ambição desmedida pelo poder, etc. Infelizmente as pessoas desejam o
padrão de vida das celebridades (festas glamorosas, holofotes, likes, views),
isto é, uma existência de exterioridades, futilidades e banalidades. Sobre
isso, a partir das características daquele contexto histórico, Paulo exorta os
irmãos em Tessalônica a viverem uma vida simples, desapegada de desejos não
edificantes, de modo "quieto" (1 Ts 4.11), o que significa focar no
que é essencial, sem preocupar-se com as novidades e tendências da sociedade à
nossa volta. Nós temos um padrão diferente daquele implementado pelos conceitos
mundanos (Fp 2.15). Não vivemos para nós mesmos, mas para Deus (Rm 14.8).
2. Trabalhar nunca deve ser um
fardo.
Paulo é o mais enfático, entre os escritores sagrados sobre a necessidade de
reconhecer o ofício humano como uma atividade, muitas vezes, imprescindível
àquele que trabalha na obra de Deus (2 Co 12.13-18; 2 Ts 3.8-12). Trabalhar não
deve ser algo pesaroso a ninguém. Deus fez-nos para o cumprimento de
responsabilidades (Gn 1.26), ou seja, para através do nosso trabalho glorificar
o seu santo nome. Não fomos criados para a preguiça (Pv 13.4; 21.25). Desta
forma, é espantoso pensar na quantidade de indivíduos que, sob a desculpa de
estar "trabalhando para Deus", não se ocupam de coisa alguma na
verdade, senão de explorar financeiramente a fé alheia (At 20.29,30; 1 Tm
6.10). Foi para um ministério de vida íntegra que Deus nos vocacionou. É claro
que o próprio Paulo precisou de apoio financeiro em determinado momento de sua
trajetória, mas isso foi a exceção do caso, nunca a regra.
3. O jovem, a vocação e a
profissão.
Não devemos analisar a relação entre vocação e profissão como algo dicotômico,
mas como sincrônico. Não existe oposição entre chamada ministerial e
desenvolvimento profissional; o Deus que vocaciona missionários é o mesmo que
abre a porta da universidade para que a missão seja sempre integral, nunca
parcial. O cuidado com a formação de novos obreiros não nos isenta da
responsabilidade de ajudar tais pessoas a serem capazes de realizarem-se
profissionalmente. Tudo o que há em nossa vida, analisado em conjunto, deve ser
para a glória de Deus. Enquanto você não consegue discernir seu ministério,
continue estudando e trabalhando; se suas dúvidas são quanto ao que fazer no
mercado de trabalho, continue orando e servindo no Reino. E se você já faz as
duas coisas, não se preocupe, Deus está contigo, por isso, o trabalho não vai
roubar tempo da obra, nem a obra de Deus do trabalho.
III-
SOBRE O CRISTÃO E SEUS NEGÓCIOS
1. Honestidade como referencial de
testemunho.
O cuidado de Paulo para com os irmãos em Tessalônica o leva a exortá-los a
terem uma vida honesta entre os que ainda não professavam a fé (1 Ts 4.12). De
nada adianta um comportamento religioso exemplar dentro da igreja, se na vida
cotidiana a luz de Cristo não brilha em nossos relacionamentos.
2. Colaboradores e não parasitas
sociais.
O final do versículo 12 termina com uma advertência a respeito da necessidade
de viver a partir do fruto do próprio trabalho, nunca em virtude da exploração
da caridade de um outro. Em um país como o nosso, de enormes abismos sociais,
políticas para efetivação de direitos básicos são necessárias; contudo, ninguém
deve tornar-se uma sanguessuga social. Somos chamados para fazer a diferença
nessa sociedade.
3. O jovem cristão e a geração
"nem-nem".
A sociedade brasileira passa por uma profunda crise, a ponto de aparecerem na
atualidade, sintomas novos da velha doença que é o pecado estrutural, que se
engendra em nossa nação. O novo sintoma da falência da sociedade brasileira tem
repercussão entre os jovens, é exagerado o número de pessoas entre 18 e 25 anos
que nem trabalham, nem estudam. É nessa ambiência conturbada que o jovem
cristão deve lançar suas ansiedades sobre o Senhor (1Pe 5.7) e procurar fazer o
seu melhor, nunca acomodando-se, especialmente em situações adversas.
SUBSÍDIO
1
"(1 Ts 4.9). Paulo agora faz a mudança
dos discursos específicos nos quais considerou a pureza sexual, para a chamada
geral ao exercício e ao crescimento no 'amor [ou caridade] fraternal'. [...] O
ponto principal da mensagem do apóstolo, é que a comunidade cristã deve ser
caracterizada pela lealdade e pelo profundo cuidado que imita o nível do
comprometimento de Deus para com eles (Jo 13.34,35). A extensão da discórdia ou
da divisão que existiu na igreja em Tessalônica não foi em grande escala.
Alguns, mais provavelmente uma pequena minoria, estavam ameaçando a harmonia
por serem preguiçosos (1 Ts 4.11,12;
5.14; 2 Ts 3.10) e intrometidos (2 Tm 3.11). Porém, a igreja como um todo foi
caracterizada pelo amor. Paulo conhece a dinâmica dos relacionamentos, e sabe
que a menos que se prestasse uma cuidadosa atenção à harmonia, a igreja estaria
a um passo de um conflito generalizado. Coerentemente, incentiva os santos a se
dedicarem intensamente à instrução em que foram encaminhados, na qual estavam
bastante adiantados.
Paulo diz não haver necessidade de escrever
aos tessalonicenses sobre a importância do amor fraterno e está confiante de
que pode manter a discussão em um nível mínimo" (ARRINGTON, F.L. e
STRONSTAD, Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 1390,1391).
SUBSÍDIO
2
"O conteúdo da ética cristã está na
vontade de Deus, que deve ser feita com amor, ou seja, 'a fé que opera por
caridade [ou amor]' (Gl 5.6). Todo o comportamento de Cristo estava centrado em
seu objetivo de servir e de dar sua vida como um resgate (Mt 20.28). Este era
seu padrão para os seus seguidores (20.25-27). Paulo o aceitou. Também o
fizeram os cristãos tessalonicenses. Eles tinham visto em Paulo o exemplo
('selo') de Cristo que lhes deu significado e entendimento. Eles tomaram esse
exemplo para suas próprias vidas, incluindo a aflição (thlipsis, 'pressão,
tribulação'). Nesse contexto da ética cristã, em meio ao sofrimento, imitando a
vida de Jesus e a conduta de Paulo, aqueles crentes coletivamente e
espontaneamente compartilharam um testemunho dinamicamente significativo de
Cristo pela Macedônia e pela Acaia. O exemplo cristão, encontrado primeiramente
em Jesus e em Paulo resulta no tipo de conduta fiel que efetivamente dá
testemunho por meio do corpo combinado da igreja em qualquer outra área,
fortalece o testemunho dos cristãos e possibilita que o comportamento dos
obreiros (pastores e outros) inspire o rebanho a segui-los. O testemunho
cristão bem-sucedido está centrado no exemplo" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007. pp. 729, 730).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007.
CONCLUSÃO
Nossa vocação é para uma vida piedosa,
fundamentada em amor e buscando os ideais de justiça e paz. O zelo pastoral de
Paulo com os tessalonicenses o levou a um conjunto de orientações que são
preciosas ainda hoje para nós, igreja contemporânea. Não nos acomodemos com o
mal que se desenvolve em nossa sociedade, sejamos dedicados na promoção do bem.
Hora da
revisão.
Sendo o amor imprescindível para a vida
cristã, como aprendemos a amar?
O amor para com o próximo
desenvolve-se em nós a partir do momento em que mantemos uma relação de
adoração com o Pai (Mt 22.36-40). É com o SENHOR que aprendemos a amar (Jo
15.12-17).
É possível viver um amor que se restrinja
apenas ao próprio indivíduo? Justifique sua resposta.
Não, pois isso é narcisismo ou
aquilo que a Bíblia define como "amante de si mesmo" (2 Tm 3.2).
De que modo devemos encarar nossa
responsabilidade para o trabalho?
Como um meio de glorificar o
nome do Senhor, que tem nos dado dons e talentos, também para trabalhar.
É possível conciliar vida profissional e
vocação ministerial? Justifique sua resposta.
Sim, Paulo é um grande exemplo
deste tipo de opção de vida. É Deus quem nos dá, tanto o ministério quanto a
profissão; tudo vem de Deus.
De que modo um jovem, numa sociedade como a
nossa, pode controlar suas ansiedades e medos?
Lançar suas ansiedades sobre o
Senhor (1 Pe 5.7) e procurar fazer o seu melhor, nunca acomodando-se,
especialmente com situações adversas.