Lição 3
As diferentes mudanças sociais da família.
17 de abril de 2016
Texto
do dia.
(Mt 19.8)
"Disse-lhes ele: Moisés, por causa da
dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio,
não foi assim."
Síntese
A sociedade, ao longo dos tempos, admitiu a
formação de variados arranjos familiares. Entretanto, o padrão divino para a
família estabelecido no Éden não se alterou, pois a Palavra de Deus não muda.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Gn 2.18 Família monogâmica: uma
ideia de Deus
TERÇA - Gn 2.22 Família monogâmica: um
presente de Deus
QUARTA - Gn 4.23 Lameque, o primeiro caso de
bigamia
QUINTA - Gn 30.1,2; 1 Rs 11.3 A poligamia e
suas consequências
SEXTA - Ml 2.15,16; Mt 19.6,8 Casamento
indissolúvel: a vontade de Deus
SÁBADO - 1 Tm 3.2; Tt 1.6 A família
tradicional como requisito ministerial
Objetivos
COMPREENDER a importância da
família em todos os tempos, elencando os diferentes tipos de família inventados
ao longo da história;
CONHECER o padrão divino para
a família, conscientizando-se de que a afetividade não é suficiente para a vida
a dois, sendo necessária a oficialização do momento da aliança entre Deus e a
nova família;
DISCORRER sobre a monogamia
como modelo bíblico de família.
Interação
Professor, é imprescindível haver um bom
relacionamento entre os docentes de uma mesma classe, pois isso influencia
diretamente no trabalho a ser realizado. Por isso, agende uma reunião com
seu(s) colega(s), a fim de ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema do trimestre,
desenvolver estratégias e atividades para a classe, etc. Faça desse momento um
estreitamento de laços. Independente de quantos professores existam na classe,
todos devem trabalhar com um só propósito, o que só é possível se houver um bom
diálogo. Assim, realizarão muito mais pela classe, uma vez que, ao planejar as
atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos, ninguém ficará
sobrecarregado e o trabalho será bem mais dinâmico.
Orientação
Pedagógica
Estimado professor, selecione imagens que
demonstrem os diferentes tipos de família inventados ao longo da história
(tópico I). Elas podem ser extraídas de revistas, livros ou da internet.
Promova uma discussão sobre o assunto à medida que expõe gradativamente as
imagens, a fim de que não haja dispersão. Caso não disponha de algum recurso
para exposição, distribua as imagens entre os alunos para que cada um
participe, mas não deixe de realizar a atividade. No final da aula, proponha
que seus alunos pesquisem durante a semana as estatísticas de casamento e
divórcio no Brasil, bem como sobre curiosidades como o número de solteiros e o
tempo médio de duração do casamento. Se preferir, selecione alguns alunos e
peça que se organizem para apresentar os dados da pesquisa na próxima semana.
Texto bíblico
Mateus 19.1-8
1. E aconteceu que, concluindo Jesus esses
discursos, saiu da Galileia e dirigiu-se aos confins da Judeia, além do Jordão.
2. E seguiram-no muitas gentes e curou-as
ali.
3. Então, chegaram ao pé dele os fariseus,
tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer
motivo?
4. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não
tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea
5. e disse: Portanto, deixará o homem pai e
mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?
6. Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
7. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou
Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?
8. Disse-lhes ele: Moisés, por causa da
dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio,
não foi assim.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O mais antigo e elementar agrupamento humano,
denominado família, em torno do qual a história da civilização se desenvolve,
adquiriu inúmeros e diferentes contornos ao longo das gerações, de acordo com a
cultura de cada povo que se espalhava pela face da Terra. A deturpação começou
como fruto da existência de um padrão de vida distante da presença do Senhor
adotado por Caim e seus descendentes (Gn 4.23) e continuou até os dias
hodiernos, com arranjos legalizados em dissonância da Palavra de Deus. O
Senhor, porém, gravou na natureza humana o seu projeto familiar original, desde
cedo, o qual foi inaugurado no Éden: a família tradicional monogâmica,
genuinamente bíblica, formada a partir de pais e filhos.
I -
DIREITO E FAMÍLIA
1. Conceito. A família traduz-se
como um grupo social indispensável para o estabelecimento de uma civilização
forte e duradoura. Ela é a célula-mãe de todas as instituições sociais. A
definição de família, à luz do direito, pode, entretanto, assumir várias
conotações, dependendo da cultura e da época da sociedade que se analisa.
Contudo, independentemente da cultura ou mesmo dos aspectos históricos, há
certa convergência em estabelecer que a família se constitui no grupo social
composto por pessoas ligadas pela consanguinidade, afinidade e/ou pela
existência de vínculos matrimoniais. Entre os hebreus é certo garantir que a
expressão família abrangia muito além de cônjuges e descendentes, pois incluía
também os parentes por afinidade e os escravos (Gn 47.12), não obstante somente
os filhos pudessem herdar os bens. A exceção era para o caso de não haver
filhos, em que a herança iria para o escravo mais antigo, nascido na casa (Gn
15.2-4).
2. Relevâncias jurídicas e sociais. O cuidado com as
questões familiares apresenta-se como algo tão importante para a sociedade que
existe uma área do direito dedicada exclusivamente a esse estudo - o Direito de
Família. Nas grandes cidades do Brasil, por exemplo, o Poder Judiciário destina
juízes para julgarem apenas causas que envolvam essas questões (divórcio,
pensão alimentícia, guarda de filhos, direito de visitas dos filhos, dentre
outras), pois reconhece a relevância da matéria para o bem estar das pessoas. É
a vida de todos nós que está em pauta. O assunto, portanto, é vital não apenas
na seara espiritual, mas em todos os aspectos da existência. Um tema caro,
sensível e urgente.
3. Variantes históricas. Dentre os tipos de
famílias inventadas socialmente, mas que nunca tiveram aprovação de Deus
podemos citar a poligamia (um marido e várias esposas), poliandria (uma esposa
e vários maridos), e casamento em grupo (não há casais fixos, e as crianças são
criadas pela comunidade inteira). Observa-se, ainda, uma novidade nessa área,
nunca antes conhecida na história, o casamento entre pessoas do mesmo sexo. É
bem verdade que a prática homossexual possui registros históricos nas
sociedades desde a antiguidade, mas nunca as relações homoafetivas (para usar
um termo pós-moderno) foram estabelecidas como modalidade de família, nem muito
menos se ouviu falar de que pudessem adotar filhos!
Pense
Será que Deus se importa com o tipo de
família que é constituída socialmente?
Ponto
Importante
O amor de Deus não permite que Ele fique
indiferente a questões que prejudiquem o desenvolvimento humano.
II - A
FAMÍLIA DURANTE OS SÉCULOS
1. O padrão divino. No livro de Gênesis
Deus estabeleceu o padrão para a família. Está escrito: "Portanto, deixará
o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne" (Gn 2.24). E Jesus complementou: "Portanto, o que Deus
ajuntou, não o separe o homem" (Mc 10.9). A família começa, assim, com
homem e mulher, quando eles deixam a casa de seus pais e se unem para formar um
novo núcleo familiar. Simples assim.
Qualquer outra variação familiar carece de
respaldo bíblico. A poligamia, por exemplo, foi tolerada por Deus em
determinados períodos, mas vê-se claramente, na Bíblia, as funestas
consequências sofridas por quem andou por esse caminho (Gn. 30.1,2; 1 Rs 11.3).
O fato é: o padrão de Deus para o casamento é que ele seja monogâmico (cada
qual deve ter apenas um cônjuge), heterossexual (realizado entre homem e
mulher), monossomático (os cônjuges devem se tornar uma só carne) e
indissolúvel (deve durar para sempre).
2. O homem como chefe da família. Na Bíblia, a cultura
familiar era eminentemente patriarcal, ou seja, o pai era o chefe da família.
Isso estava na raiz da prática social (Gn 3.16). Não se encontra, por outro
lado, nenhuma referência bíblica de sociedade que fosse matriarcal. O pai,
assim, no Antigo Testamento, tinha direitos de vida e morte sobre os membros da
sua família (Dt 21.11-21). Por outro lado, o mais antigo ascendente paterno no clã
familiar (avô, bisavô, etc.) detinha autoridade sobre toda a descendência (Gn
9.25,27; 27.27-40; 48.15,20; 49) e, caso houvesse desobediência, a morte
poderia ser o castigo (Dt 21.18-21). Cabia, ainda, ao pai a instrução religiosa
e secular dos membros da família (Êx 12.12.26; Dt 6.20). No Novo Testamento,
manteve-se o princípio. O pai continuou sendo o cabeça da família, devendo ser
submissos a ele a esposa e os filhos.
3. Afetividade é suficiente? Há um novo padrão de
família se estabelecendo, não só no Brasil, mas em muitos países do mundo: a
união estável entre homem e mulher. O casal passa a viver junto, mas não se
casa. Nisso há uma importante questão de natureza espiritual. Pergunta-se: O
casal em união estável tem a bênção de Deus? A afetividade é suficiente para a
formação de um núcleo familiar? Homem e mulher podem unir-se para construir uma
nova família, independentemente do casamento? Dizem os críticos do casamento:
"O casamento é só um pedaço de papel. Para que casar?" E é verdade! O
casamento é um pedaço de papel. Como a escritura de um imóvel, o documento de
um carro e o dinheiro também se resume a um papel, mas não se vê ninguém
desprezando tais documentos. O casamento é um pedaço de papel que chancela o
momento da aliança entre Deus e a nova família que desabrocha, devendo, por
isso, ser amado e respeitado. Um documento que estabelece um novo status social
aos nubentes, que cria direitos e deveres, que faz com que, aos olhos de Deus,
não sejam vistas mais duas pessoas, mas apenas uma. A Bíblia diz:
"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos
que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará" (Hb 13.4).
Pense
Alguns jovens, não crentes, pensam que o
casamento é algo muito complicado, e acreditam que é melhor que o rapaz e a
moça primeiro passem a morar juntos e, depois, se der certo, pensem em casar.
Ponto
Importante
O padrão divino para a família é a melhor
experiência da vida. O Senhor, que fez a família, sabe que começar bem no
casamento faz toda a diferença no futuro.
III - A
MONOGAMIA COMO MODELO BÍBLICO
1. No Antigo Testamento. Os homens que
andaram com Deus tiveram, em regra, relacionamentos monogâmicos, mesmo no
período anterior à lei Mosaica. As exceções resumem-se quase que exclusivamente
a Jacó (por contingências culturais contrárias à sua vontade) e Davi (por causa
de alianças políticas). Adão, Sete, Enoque, Noé, Isaque, os filhos de Jacó,
Moisés, Arão, Josué, Samuel, Jó, Ezequiel, Oseias, dentre muitos outros tiveram
casamentos monogâmicos, não obstante a sociedade admitisse a poligamia. No caso
de Abraão, a opção de coabitar com Agar foi de sua mulher, atendendo a um
costume antigo, mas quando Sara pediu que ele despedisse a escrava egípcia e
Ismael, Abraão mandou-os embora sem nenhuma herança. Assim, a rigor,
tecnicamente, Abraão não foi bígamo. Por fim, quando ele casou com Quetura, sua
segunda esposa, Sara já havia falecido.
2. No Novo Testamento. Do mesmo modo, no
tempo de Jesus, a família judaica surgia predominantemente de casamentos
monogâmicos. Em Mateus 19.3 Jesus é questionado pelos fariseus sobre a
dissolução de um casamento. Em Mateus 22.23-28, por outro lado, os saduceus
questionaram Jesus sobre um problema teológico em relação à lei do levirato (Gn
38.7-11). A questão de fundo, portanto, era a importância, diante de Deus, do
casamento entre um homem e uma mulher.
3. Atualidade nacional. No Brasil, o Código
Civil de 1916 apresentava o marido como o chefe da família, sendo a esposa e os
filhos hierarquicamente inferiores, devendo obediência ao primeiro; já os
filhos ilegítimos (adulterinos e incestuosos) não eram considerados herdeiros.
O casamento era indissolúvel. O divórcio veio a ser permitido apenas em 1977.
Com a Constituição Federal de 1988, a família, legalmente, perdeu o modelo
patriarcal, ao deixar isonômicos os direitos do marido e da mulher na sociedade
conjugal, bem como colocou fim a uma longa história de discriminações com
relação à filiação, tanto de natureza pessoal como hereditária. Diante de
recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, está sendo admitido o casamento
entre pessoas do mesmo sexo e, inclusive, a adoção de crianças por casais
homoafetivos. Lamentável! O pastor norte-americano John Macarthur, logo após a
Suprema Corte daquele país aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo,
publicou uma carta aberta afirmando que a aprovação do casamento gay não altera
o conceito de Deus. Suas palavras consubstanciam uma irretorquível verdade, que
incomoda uma geração que se esqueceu do padrão de Deus para o viver em
sociedade.
Pense
Reconhecendo a lei humana a existência de
arranjos matrimoniais diferentes da monogamia, o que fazer? Aprovar a lei dos
homens ou ficar com a de Deus?
Ponto
Importante
A união entre marido, mulher e filhos foi o
projeto de família escolhido pelo Senhor para a humanidade.
SUBSÍDIO
"Uma casa deve ser edificada sobre a
obediência a Deus, em cada experiência prática humana da vida. Um lar deve ser
edificado sobre a decisão de papai e mamãe de terem as suas ações adequadas ao
plano de Deus. Se quisermos pensar na casa como uma estrutura, essa variedade
de sabedoria é a base. Se o marido e a esposa não estabelecerem o seu casamento
sobre um compromisso de conhecer a Deus pessoalmente, e traduzir o seu
relacionamento com Ele na vida prática, a sua família e a sua casa não serão
estáveis. Desde muito cedo em nosso casamento, minha esposa Cynthia e eu
assumimos um compromisso. [...] 'Tudo o que a Bíblia disser, nós faremos".
Se alguma vez discordamos de alguma coisa, consultamos as Escrituras, não como
meio de coagir um ao outro, mas com um espírito de busca do pensamento de Deus
- permitindo que a Palavra dEle seja o nosso desempate.
O nosso casamento está longe de ser perfeito,
mas nós temos uma boa parceria. A nossa casa, com os nossos quatro filhos, não
deixou de ter problemas importantes em algumas ocasiões, mas esse compromisso -
estou convencido - salvou o nosso lar da autodestruição e deu aos nossos filhos
uma plataforma estável de onde podem iniciar as suas próprias vidas"
(SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.
131, 132).
ESTANTE
DO PROFESSOR
BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
GOMER, Ralph. Usos e Costumes dos Tempos
Bíblicos. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
CONCLUSÃO
Famílias pós-modernas são formadas por filhos
rebeldes que não obedecem a Deus nem respeitam seus pais e por cônjuges que
buscam, cada vez mais, o divórcio. Não há mais lugar para Jesus e para a Bíblia
na maior parte dessas famílias! Qual o fim disso tudo? O que fazer? Está
escrito: "Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR,
escolhei hoje a quem sirvais [...] porém eu e a minha casa serviremos ao
Senhor" (Js 24.15).
Hora da
Revisão
Cite três características que o casamento
deve ter.
Monogâmico, heterossexual e
indissolúvel.
Por que a família deve ser preservada nos
moldes bíblicos?
Porque a família, nos moldes
bíblicos, é a "célula mãe" da sociedade, que a preserva de
deterioração.
Cite dois exemplos de homens de Deus que
foram polígamos.
Jacó e Davi.
Em qual versículo bíblico está o padrão que
Deus estabeleceu para a família?
Gênesis 2.24.
Segundo a lição, em qual ano, no Brasil, a
família perdeu legalmente o modelo patriarcal?
Em 1988, com a promulgação da
Constituição Federal.
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, Eu e Minha Casa, professor, 2º trimestre
2016.
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