segunda-feira, 26 de março de 2018

Lição 1 INTRODUÇÃO ÀS CARTAS AOS TESSALONICENSES

Lição 1 INTRODUÇÃO ÀS CARTAS AOS TESSALONICENSES
01/04/2018

Texto do dia.
(1Ts.2.8)
"Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos."

Síntese
O estudo das Cartas de Paulo aos Tessalonicenses realça a Igreja como um lugar de relacionamentos saudáveis e edificantes, porque Jesus está entre nós.

Agenda de leitura
SEGUNDA - 1 Ts 2.7
O amor de Paulo pelos tessalonicenses
TERÇA - At 17.1-8
A oposição que Paulo enfrentou entre os tessalonicenses
QUARTA - 1 Ts 5.27
O caráter epistolar de 1 Tessalonicenses
QUINTA - 1 Ts 3.2
Timóteo e o discipulado dos tessalonicenses
SEXTA - 2 Ts 3.17
A autoria paulina é afirmada na Epístola
SÁBADO - 1 Ts 2.17
Paulo desejava ver os tessalonicenses

Objetivos
DEMONSTRAR que a Igreja pode e dever ser um ambiente de relacionamentos saudáveis;
APRESENTAR e discutir as Epístolas de  1 e 2 Tessalonicenses;
COMPARAR o conteúdo, estrutura e finalidade de 1 e 2 Tessalonicenses.

Interação
Caro professor(a), que alegria poder mais uma vez compartilhar com você a jornada de mais um trimestre de ensinamentos e aprendizagem, desta vez a partir da leitura e reflexão das duas Epístolas do apóstolo Paulo à igreja em Tessalônica.
Como todo novo começo, que em nosso caso na Escola Dominical dá-se sempre trimestralmente, temos a oportunidade de fazer melhor o que já vem dando certo em nossas aulas, e de tentar superar aquilo que não está funcionando da maneira correta. Por isso, aproveite esse momento inicial para desafiar-se a fazer coisas diferentes; a mesmice é o pior inimigo de um educador, facilmente o levará à mediocridade.

Orientação Pedagógica
Que tal aplicar em suas aulas a metodologia da "sala de aula invertida" (Flipped Classroom em inglês)? O método da "sala de aula invertida" pode ser, resumidamente, apresentado da seguinte maneira: o modelo tradicional de aulas é completamente invertido, as tarefas de casa são feitas em classe e o estudo do conteúdo é realizado em casa. Por meio da própria revista, que o educando já tem acesso às lições completas, de vídeo aulas, textos sugeridos pelo educador, os alunos estudam a temática da lição em casa durante a semana. No dia da aula, ao invés de uma exposição exclusiva do professor, podem-se debater as principais questões da lição, tirar as dúvidas que surgiram e aprofundar outras temáticas que foram tocadas superficialmente pelo comentarista, mas que interessam à turma.
Perceba que nesse ambiente educacional o aluno tem o protagonismo e o educador a responsabilidade de mediar com muita sabedoria as questões que serão discutidas.

Texto bíblico
Atos 17.1-10
1  E, passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus.
2  E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, disputou com eles sobre as Escrituras,
3  expondo e demonstrando que convinha que Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo.
4  E alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos e não poucas mulheres distintas.
5  Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos dentre os vadios, e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e, assaltando a casa de Jasom, procuravam tirá-los para junto do povo.
6  Porém, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui,
7  os quais Jasom recolheu. Todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus.
8  E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas.
9  Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram.
10 E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
Você acredita que fortes amizades podem crescer em pouco tempo? Bem, isso aconteceu entre Paulo e os irmãos da igreja em Tessalônica. Depois de uma breve estadia naquela cidade, que foi interrompida em virtude de uma forte perseguição contra Paulo, o apóstolo precisou sair às pressas - praticamente numa fuga, realizada na calada da noite - para Bereia, em seguida para Atenas, e por fim para uma pousada mais longa em Corinto. Apesar da brevidade da permanência de Paulo entre os tessalonicenses, o seu coração aliançou-se com aqueles irmãos. Talvez o cuidado do apóstolo com os crentes em Tessalônica envolvesse o caráter neófito da fé daquela comunidade. Para além de nossas conjecturas, o fato é que Paulo demonstra, textualmente, forte carinho e afeição por aquela igreja com quem conviveu tão pouco tempo. É sobre relacionamentos assim, que produzem edificação mútua, que refletiremos durante todo este trimestre.


I- SOBRE RELACIONAMENTOS QUE EDIFICAM

1. Quando nosso cuidado manifesta o amor do Pai. Por que deveria Paulo demonstrar tanta afeição por um grupo de irmãos com quem conviveu tão pouco tempo? Aquela não era uma igreja rica e Paulo recebeu apoio financeiro de outra igreja para evangelizar Tessalônica (Fp 4.16). A multidão dos que creram também não foi capaz de garantir a segurança física de Paulo e sua equipe (At 17.4,5). Diante destas condições contrárias, o que poderia justificar tal atitude do apóstolo? Uma resposta adequada, ainda que muito abrangente, é o amor de Deus pelos tessalonicenses. Ou seja, a postura de Paulo materializa o zelo do Senhor por aquela jovem igreja, que mesmo sem muito destaque diante dos homens, era importantíssima para o Pai. Quando vivenciamos amizades num nível adequado de maturidade cristã, tornamo-nos a manifestação encarnada do amor do Senhor para com os outros.

2. Quando nem a distância enfraquece um relacionamento. Paulo afirma que desejou ir ter novamente com os tessalonicenses, mas uma série de circunstâncias, até aquele momento, impedira o reencontro (1 Ts 2.17.18). Entretanto, não era a distância ou a ausência física que faria aquela relação deteriorar-se; numa época de enormes dificuldades para comunicação à distância, o apóstolo testificou que o seu coração estava com os tessalonicenses e que eles eram um dos motivos da sua alegria diante do Senhor (1 Ts 2.19,20). Pelo exemplo de Paulo e dos tessalonicenses percebemos que a qualidade de nossos relacionamentos está associada diretamente ao valor que damos a cada pessoa, pelo que ela é, e não, necessariamente, pela quantidade de tempo que passamos ao seu lado. Em um tempo de comunicação instantânea à distância, vamos ficar atentos para não tratarmos com mais carinho nossos telefones do que nossos amigos.

3. Quando uma correspondência amorosa torna-se Palavra de Deus. As notícias que Timóteo trouxe sobre os tessalonicenses animaram Paulo para que este escrevesse cartas àquela comunidade (1 Ts 3.6). É claro que Paulo não imaginou ao escrever estas correspondências: "Agora vou escrever um texto que se tornará sagrado para todos aqueles que servem a Cristo!". Porém, não há dúvidas sobre a canonicidade destes textos; eles são a inerrante e infalível Palavra de Deus historicamente reconhecidos pela Igreja. Contudo, é a simplicidade do contexto de sua composição que nos salta aos olhos: as cartas de um amigo, um discipulador, para seus amados irmãos que estão a quilômetros de distância, constituem-se em inspirada instrução não apenas para aquela comunidade, mas para toda a cristandade. Que nossos relacionamentos sejam assim, tão genuínos, que nossas mensagens, postagens, compartilhamentos, sirvam sempre para a edificação de quem nós amamos.

Pense
Na maioria das vezes o modo como falamos é tão importante quanto à maneira como agimos. Um tratamento amável proporciona grandes chances de que nossa mensagem atinja seu objetivo. Anunciar o amor por meio do ódio é simplesmente impossível. O Evangelho precisa ser apresentado embebecido na graça.

Ponto Importante
Na sociedade da comunicação, onde escrevemos e falamos o tempo todo, será que nossos relacionamentos são de fato tão edificantes que uma simples mensagem eletrônica, que enviamos para alguém, pode tornar-se um meio de comunicação da vontade de Deus para aqueles que precisam ouvir a voz do Senhor?

II- PRIMEIRA CARTA AOS  TESSALONICENSES

1. A mais antiga das cartas paulinas. É um consenso entre os especialistas que 1 Tessalonicenses, por ter sido redigida em Corinto durante a segunda viagem missionária por volta dos anos 50/51 d.C., é o mais antigo texto de Paulo registrado na Bíblia. Na verdade esta epístola seria a mais antiga obra do Novo Testamento. Este fato deve levar-nos a compreender que uma leitura mais cuidadosa da Primeira Carta aos Tessalonicenses nos revelará não só o pensamento paulino em sua estrutura mais original, mas também questões e demandas - teológicas e sociais - que preocupavam as comunidades cristãs do primeiro século. Deste modo o contexto da redação desta Carta refere-se ao momento histórico em que o apóstolo dos gentios está desenvolvendo suas grandes sistematizações doutrinárias, as quais serão importantíssimas para o crescimento posterior de todo o Cristianismo.

2. Sobre uma possível estrutura da epístola. O texto inicia-se, como tradicionalmente Paulo faz em seus escritos, com uma apresentação dele e de sua equipe, seguida imediatamente de uma calorosa saudação pastoral. Após a saudação, na primeira parte do texto, o apóstolo concentra-se num testemunho de louvor pela vida dos tessalonicenses e de gratidão pela comunhão tão profunda que se desenvolveu entre ele, Paulo, e os crentes em Tessalônica. Como não podia ser diferente, neste momento da carta o apóstolo fala de seus sentimentos para com aquela comunidade, e reconhece as virtudes e cuidados daqueles irmãos para com ele e seu ministério. A segunda grande divisão, que naturalmente apresenta-se no texto, engloba o esclarecimento de Paulo quanto à paradosis (tradições judaicas) para aquela jovem comunidade. Logo em seguida há uma seção dedicada a uma série de exortações práticas. O texto finaliza-se com uma orientação para leitura coletiva da correspondência - daí o caráter epistolar desta obra paulina -, e com uma palavra de despedida.

3. Uma escrita pastoral. Um dos aspectos mais destacáveis desta epístola paulina é o tipo de linguagem utilizada pelo apóstolo. Não encontramos neste texto uma rigidez cerimonial ou mesmo um distanciamento formal; este texto é uma típica correspondência pastoral. 1 Tessalonicenses trata-se de uma carta redigida por um pastor amoroso e atento a uma comunidade de novos convertidos. Esta postura adotada por Paulo deve levar-nos a reavaliar constantemente nossos procedimentos relacionais: de que modo trato às pessoas à minha volta? Sou alguém que por meio de minhas ações reflito o amor de Deus pela humanidade? Estes são alguns dos questionamentos que devemos constantemente fazer-nos, tomando por base a vida de Cristo, e por que não, também o tratamento de Paulo para com os tessalonicenses.

Pense
Qual a relevância dos novos convertidos para você? Você os vê como parte integrante da comunidade ou simplesmente como um grupo de pré-cristãos, "quase-cristãos"?

Ponto Importante
É necessário que nossos relacionamentos sejam literalmente desenvolvidos na Igreja, isto é, que tenhamos a capacidade de partir de um momento inicial de estranhamento para uma amizade verdadeira.

III- SEGUNDA CARTA AOS TESSALONICENSES

1. Sobre a autenticidade desta carta. A partir do século XIX, uma série de teólogos colocou em cheque a autenticidade, com especial modo a questão da autoria paulina deste texto. Os argumentos seriam que há consideráveis diferenças entre a escatologia apresentada nas epístolas; o estilo, a estrutura e as palavras da Segunda Carta seriam muito similares ao da Primeira o que apontaria para um plágio. Todavia, é necessário notar que os mesmos argumentos podem ser utilizados para demonstrar a autenticidade do texto: as mudanças na abordagem escatológica dão-se em razão deste ser um ensinamento em série para uma mesma comunidade - não faria sentido simplesmente repetir as mesmas ideias de uma carta para outra. A similaridade (estilística e vocabular) deve ser percebida como algo natural para dois textos de um mesmo autor. Defendemos assim a autoria paulina e a autenticidade da epístola.

2. Por que uma Segunda Carta? Ao assumirmos o caráter canônico do texto de 2 Tessalonicenses surge uma questão central: qual o propósito desta Segunda Carta (escrita num curto espaço de tempo depois da primeira)? Uma resposta natural seria a forte ligação entre o apóstolo e aqueles irmãos - acrescentado ainda o fato de os tessalonicenses serem novos na fé em Cristo e estarem debaixo de forte perseguição (2 Ts 1.3-12). Outra possível resposta, tomando como referência a centralidade da temática escatológica na Segunda Carta (2 Ts 2.1-17), seria o interesse do apóstolo em esclarecer àquela jovem comunidade cristã, pontos obscuros e dúvidas que surgiram a partir da divulgação da Primeira Carta. Em termos gerais, pode-se dizer que enquanto na Primeira Epístola o autor anima os tessalonicenses diante das perseguições que sofrem/sofreram; neste segundo texto o objetivo é preveni-los e consolá-los quanto às perseguições que virão.

3. Sobre o conteúdo desta epístola. Menor que a primeira, 2 Tessalonicenses pode ser subdividida em três grandes partes: O capítulo 1, no qual o apóstolo procura animar os irmãos que estão aflitos diante da perseguição que os assola. Já no capítulo 2, Paulo concentra-se numa discussão sobre escatologia, com o objetivo de demonstrar que a vinda do Senhor será precedida por uma série de eventos que precisam ser discernidos e compreendidos pela Igreja. Por fim, no capítulo 3, o apóstolo oferece uma série de orientações para o bem-estar da comunidade local e para seus relacionamentos interpessoais.

Pense
Se considerarmos estes argumentos como pertinentes para a escrita da Segunda Carta, podemos notar o coração pastoral de Paulo, que mesmo à distância, não deixava de preocupar-se com o bem-estar daqueles novos convertidos em Tessalônica.

Ponto Importante
A fragilidade dos argumentos geralmente apresentados como contrários à canonicidade de 2 Tessalonicenses é tão notória que para desmontá-los não é necessário apresentar nenhum contra-argumento, mas apenas reposicioná-los como teses favoráveis à autenticidade do texto e da autoria de Paulo.

SUBSÍDIO 1
"Não há razão importante para duvidar das palavras que iniciam 1 Tessalonicenses 1.1,  esta epístola é certamente um trabalho do apóstolo Paulo. O que temos diante de nós é certamente sua primeira contribuição ao Novo Testamento, que podemos datar de aproximadamente 50 ou 51 a.C.
Paulo está escrevendo acerca de sua breve estada em Atenas (1 Ts 3.1; cf. At 17.16-34), ou mais provavelmente sobre sua próxima e prolongada viagem missionária a Corinto (At 18.1-18).
É um grupo pioneiro de crentes em Tessalônica que receberá essa iminente carta. Tessalônica, a ostentosa capital da Macedônia, um porto no Mar Egeu, situava-se na principal via leste-oeste do Império Romano - a Via Egnatia. Sua população relativamente grande, cerca de 200.000 habitantes, incluía um grupo de judeu suficientemente grande para apoiar a sinagoga que viria a ser o ponto inicial da pregação de Paulo na cidade.
O ministério de Paulo em Tessalônica é reconhecido pela orquestração divina. Devia ser muito mais do que um simples povoado no itinerário de um ministério ocupado. Antes de passarmos à ocasião precisa da epístola, um cronograma de eventos foi elaborado para facilitar a compreensão da visita de Paulo" (ARRINGTON, French L; ARRINGTON e STRONSTAD, Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal. 1 Tessalonicenses. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 1363).


SUBSÍDIO 2
"Ocasião e propósito de 2 Tessalonicenses
Esclarecer confusões a respeito da segunda vinda de Cristo. Depois de ter enviado a sua primeira carta à igreja de Tessalônica, Paulo recebeu notícias adicionais sobre os crentes dali. Eles estavam enfrentando intensa perseguição e grandes aflições, mas, apesar dos seus problemas, perseveravam na fé. Alguns, no entanto, estavam afirmando que Jesus já teria retornado. Estes crentes podiam ter entendido mal a afirmação que Paulo fez, de que a volta de Cristo seria tão inesperada como a vinda de um ladrão no meio da noite (1 Ts 5.1-3). Ou talvez eles tivessem recebido outra carta que, afirmando ser de Paulo, simplesmente declarava que Cristo já teria retornado (2.2,3). Estes rumores, juntamente com a perseguição, estavam dividindo e enfraquecendo a jovem igreja. Pensando que já estavam nos últimos dias, alguns crentes recusavam-se a trabalhar (compare 1 Tessalonicenses 5.14 com 2 Tessalonicenses 3.11,12). Paulo percebeu que tinha que escrever uma segunda carta, para dissipar os rumores e para orientar a jovem igreja. Em resumo, esta carta revela o coração de um pastor preocupado. Paulo não queria que nenhum falso ensino afastasse seus novos convertidos da fé cristã. Eles já tinham sofrido muito por Cristo, para serem desviados por mexericos de gente ociosa" (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. pp. 458,459).


ESTANTE DO PROFESSOR
RENOVATO, Elinaldo de Lima. 1 e 2 Tessalonicenses. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

CONCLUSÃO
O estudo sistemático da Bíblia nos traz inúmeros benefícios; talvez um dos mais relevantes é a percepção de que os princípios que nortearam a obra de Deus no início da Igreja ainda são praticáveis hoje. As estratégias e os mecanismos podem mudar para dialogar com a sociedade atual, mas nossos princípios - dentre eles o amor, cuidado e respeito com o outro - são simplesmente inegociáveis.

Hora da revisão.

Em que contexto do ministério do apóstolo Paulo ocorreu a fundação da igreja em Tessalônica?
Durante a segunda viagem missionária de Paulo, após a prisão em Filipos, momento em que o apóstolo seguia uma visão de Deus.

Segundo podemos observar no livro de Atos, e especialmente nas suas epístolas escritas aos tessalonicenses, como era o relacionamento entre o apóstolo Paulo e aquela igreja?
Era muito afetuoso, cheio de atenção, cuidado e respeito mútuo.

Que argumentos são apresentados para tentar descredenciar 2 Tessalonicenses como um texto paulino os quais podem, na verdade, ser utilizados exatamente para demonstrar a autenticidade deste texto?
Diferenças entre a escatologia apresentada nas epístolas; o estilo, a estrutura e as palavras da segunda carta seriam muito similares ao da primeira.

De que modo a relação entre Paulo e os irmãos em Tessalônica pode inspirar nossos relacionamentos enquanto cristãos?
Através do cuidado pastoral de Paulo, do amor dos crentes Tessalonicenses, da fé corajosa daqueles irmãos.

É possível utilizar nossas mensagens, e-mails e posts como instrumentos para anúncio das verdades do Reino? Como? Justifique sua resposta.
Sim, por meio de uma compreensão de que tudo o que nós fazemos deve ser para a glória de Deus.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, A Igreja do Arrebatamento – O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias, Comentarista Thiago Brazil, 2º trimestre 2018.



Lição 1 O que É Ética Cristã

Lição 1 O que É Ética Cristã
1º de Abril de 2018

TEXTO ÁUREO
(1 Co 10.23)
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.”

VERDADE PRÁTICA
As Escrituras Sagradas ensinam o que convêm à virtude do bem-viver cristão em sociedade.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Mt 5.13,14
Os cristãos foram chamados para ser “sal” e “luz”
Terça – Mt 24.35
A Palavra de Deus é o fundamento da Ética Cristã
Quarta – Êx 20.1-17
O Decálogo é a lei moral proferida pelo próprio Deus
Quinta: Tt 2.11-14
O Evangelho produz transformação no caráter do ser humano
Sexta: Mt 6.33
Priorizando o Reino de Deus e a sua justiça
Sábado: Mt 5.48
Chamados a uma vida de perfeição

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 10.1-13

1 - Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar,
2 - E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
3 - E todos comeram de uma mesma comida espiritual,
4 - E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
5 - Mas Deus não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no deserto.
6 - E essas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
7 - Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar.
8 - E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram e caíram num dia vinte e três mil.
9 - E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes.
10 - E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.
11 - Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
12 - Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia.
13 - Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

OBJETIVO GERAL
Apresentar o conceito e os fundamentos da Ética Cristã.

HINOS SUGERIDOS: 104, 177, 221 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Conceituar Ética Cristã;
Expor os fundamentos da Ética Cristã;
Conscientizar de que fomos chamados para viver uma vida eticamente cristã.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, prezada professora, mais um trimestre chegou. Para se ter uma abrangência do conteúdo que desenvolveremos nestes três meses é importante conhecer as ideologias que predominam o século XXI. Por isso, procure pesquisar os seguintes temas: 1) Relativismo; 2) Materialismo; 3) Pós-Modernismo. Entender esses assuntos permitirá que você tenha um arcabouço seguro para compreender a atualidade do tema deste trimestre: Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
Antes de introduzir a lição, apresente o comentarista do trimestre: pastor Douglas Baptista, doutor em Teologia, licenciado em filosofia, presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e líder da Assembleia de Deus Missão - DF.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Estudar ética é muito importante para o aperfeiçoamento dos nossos relacionamentos e conduta na sociedade. Entretanto, neste trimestre, veremos que a Ética Cristã difere da secular. Enquanto esta se fundamenta em valores materialistas e relativistas, aquela tem como eixo a Palavra de Deus, a revelação divina imutável. Assim, como vivemos em uma época onde os conceitos pós-modernos relativizam as doutrinas cristãs, é relevante identificarmos os principais fundamentos da Ética Cristã a fim de aperfeiçoar nossa vida de comunhão com Deus e testemunho cristão à sociedade (Mt 5.13,14).

PONTO CENTRAL
A Ética Cristã remonta as virtudes do Reino de Deus.

I – O CONCEITO DE ÉTICA CRISTÃ

1. Definição Geral. A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego ethos, que significa “costumes” ou “hábitos”. No latim, o termo usado se corresponde a mos (moral), no sentido de “normas” ou “regras”. Devido à proximidade linguística desses termos, muitas vezes eles são usados como sinônimos. Contudo, devemos defini-los separadamente.

2. Ética e Moral. Enquanto ciência, a ética pode ser entendida como a área da filosofia que investiga os fundamentos da moral adotada por uma sociedade. Por conseguinte, a moral refere-se ao comportamento social em relação às regras estabelecidas. Essas regras podem variar de uma cultura para outra, podendo sofrer variadas e sistemáticas alterações. Tudo dependerá da referência de autoridade que serve de fundamento para os padrões de conduta social.

3. Ética Cristã. Tem como objetivo indicar a conduta ideal para a retidão do comportamento cristão. O fundamento moral da Ética Cristã são as Escrituras Sagradas. Por isso, sua natureza não se altera nem se relativiza. Desse modo, a Ética Cristã não se desassocia da moral e dos bons costumes derivados das doutrinas bíblicas.

4. Princípios da Ética Cristã. O Deus Trino é santo e imutável. Ele se revelou nas Sagradas Escrituras, e por isso, a Bíblia é plenamente inspirada por Deus. Nesse aspecto, os princípios ético-cristãos que derivam das Escrituras são imutáveis e divinos. Esses princípios têm aplicação adequada para todas as épocas e culturas, pois são universais. Assim, os padrões ético-cristãos não podem ser relativizados: “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A ética que brota das Sagradas Escrituras é o fundamento da moral de todo seguidor de Jesus. Por isso ela é cristã.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), para introduzir o primeiro tópico desta lição é muito importante que você domine o conceito de “ética” e de “moral”. Muitos confundem esses dois termos devido à natureza etimológica bem próxima de ambos. Neste espaço, para ajudá-lo(a) neste propósito, e com o auxílio do filósofo cristão Arthur Holmes (Ética: As decisões morais à luz da Bíblia, editada pela CPAD), pontuamos algumas considerações a respeito do binômio ética-moral:

CONHEÇA MAIS
*Ética
“Historiador e estadista, Churchill não ignorava a influência da Bíblia Sagrada na formação das grandes nações. Sabia que, sem ela, a Civilização Ocidental seria inviável. Por isso, foi tão categórico ao analisar as conquistas espirituais e morais da Inglaterra: ‘O estandarte da ética cristã [a Bíblia] é, ainda, o nosso mais importante guia’.” Para conhecer mais leia As Novas Fronteiras da Ética Cristã,
CPAD, p.9.

II – FUNDAMENTOS DA ÉTICA CRISTÃ
Neste tópico, mostraremos as principais seções bíblicas, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento − embora seja impossível mencionarmos o ensino integral da Bíblia sobre o assunto −, que norteiam o senso ético de todo cristão: o Decálogo, os Profetas, os Evangelhos, o Sermão do Monte, as Epístolas Paulinas e Gerais.

1. O Decálogo. Os Dez Mandamentos são preceitos éticos que fazem parte da lei moral de Deus (Êx 20.1-17). Os quatro primeiros tratam da relação do homem para com o Criador: adoração exclusiva, condenação à idolatria, alerta acerca do uso vão de seu santo nome e a sacralidade do tempo (Êx 20.1-11). Os seis últimos mandamentos referem-se à relação do homem com o próximo: honra aos pais, zelo pela integridade da vida, repúdio ao adultério, proibição ao furto, a mentira e a cobiça (Êx 20.12-17). Jesus ensinou que os dez mandamentos  resumem-se nestes dois: amar a Deus e amar o próximo (Mt 22.37-39).

2. Os profetas. A mensagem dos profetas do Antigo Testamento tem uma imensa influência ética para os seguidores de Jesus, abarcando as esferas morais (Jr 17.1-11; Ml 1.6-14; 2.10-16), sociais (Is 58; Mq 2.1-5) e espirituais (Jr 31.31,32; Jl 2.28-32). 

3. Os Evangelhos. Evangelho são as boas novas de Cristo (Mt 9.35). A mensagem registrada pelos evangelistas contém apelo ao arrependimento, renúncia ao pecado, oferta de perdão, esperança de salvação e santidade de vida (Mt 3.2, Lc 1.77, 9.62). Os seguidores de Cristo são convocados a viverem as doutrinas do Evangelho e a adotarem a ética e a moral do Reino de Deus como estilo de vida (Mc 10.42-45).

4. O Sermão do Monte. Este sermão contém princípios do mais alto ideal moral. Nele são reveladas a ética e a moral do Reino de Deus em questões como: a ira, o adultério, o divórcio, o juramento, a vingança e o amor (Mt 5.22,28,32,37,39,44); também aborda a esmola, a oração e os jejuns (Mt 6.1,5,16); passando pela questão do prejulgamento, dos falsos profetas e dos alicerces espirituais (Mt 7.1,15, 24-27). O Sermão do Monte está para os cristãos como o Decálogo está para os judeus. Por isso, nosso Senhor convida a seus seguidores que priorizem o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33).

5. As Epístolas Paulinas e Gerais. As Epístolas Paulinas, bem como as gerais, trazem ensinamentos aprofundados sobre a nossa relação com Deus (Rm 12.1,2; Hb 13.7-17), com o Estado (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.11-17), com o próximo (Rm 13.8-10; 14.1-12; 1 Jo 3.11-24), a injustiça social (Tg 2.1-13; 5.1-6), a questão da sexualidade cristã e do casamento (1 Co 6.12-20; 1 Co 7.10-24). 

Ética
1. A ética trata a respeito das virtudes e dos valores que devemos cultivar ao longo da vida;
2. A ética diz respeito à consciência de nossas obrigações morais;
3. A ética nos conduz a caminhos que devemos percorrer para agirmos com correção nos problemas morais e práticos.

1. A moral trata-se das virtudes e valores propriamente ditos que constitui o espírito humano;
2. A moral é o conjunto de regras e princípios instituídos na consciência da pessoa;
3. A moral se manifesta na ação concreta de uma pessoa.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A Ética Cristã está fundamentada nas Sagradas Escrituras, onde o Decálogo, a Mensagem dos Profetas, os Evangelhos, o Sermão do Monte, as Epístolas Paulinas e Gerais merecem destaques.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Atenção para a tradição da Igreja de Cristo!
Além das Sagradas Escrituras, a Igreja de Cristo tem uma tradição riquíssima em decisões de questões éticas, como aborda muito bem o pastor Claudionor de Andrade: “Se, por um lado, não podemos escravizar-nos à tradição, por outro, não devemos desprezá-la. Sem o legado dos que nos precederam, jamais teríamos conseguido estruturar nosso edifício teológico, moral e ético. Logo, é-nos permitido eleger a tradição eclesiástica como o segundo fundamento da Ética Cristã. [...] A tradição, quando bem utilizada, assessora a Igreja nos dilemas teológicos, morais e éticos. O apóstolo Paulo reconhece-lhe a importância: ‘Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes?” (2 Ts 3.6). O que não podemos fazer é colocá-la de pé de igualdade com a Bíblia. A Didaqué é um dos tratados mais antigos e tradicionais da Igreja Cristã. Produzida ainda nos dias apostólicos, ajudou os primeiros cristãos a posicionarem-se espiritual e eticamente. A Doutrina dos Doze Apóstolos, como também é conhecida, realçava-se por amorosas admoestações, conforme podemos observar: ‘Há dois caminhos: um da vida e outro da morte. A diferença entre ambos é grande. O caminho da vida é, pois, o seguinte: primeiro amarás a Deus que te fez: depois teu próximo como a ti mesmo. E tudo o que não queres que seja feito a ti, não o faças a outro’. Mais adiante, prossegue o autor anônimo, citando as práticas que conduzem o ser humano à perdição: ‘Mortes, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatrias, práticas mágicas, rapinagens, falsos testemunhos, hipocrisias, ambiguidades, fraude, orgulho, maldade, arrogância, cobiça, má conversa, ciúme, insolência, extravagância, jactância, vaidade e ausência do temor de Deus’” (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.17,18).

III – CHAMADOS A VIVER ETICAMENTE
Os israelitas foram reprovados por não obedecerem a lei moral outorgada por Deus no deserto. Tal registro foi feito para a nossa advertência, pois as Escrituras dizem acerca do perigo de não vivermos o ideal ético do Reino (1 Co 10.5).

1. “Não cobiceis as coisas más.” Paulo adverte a Igreja em Corinto a não incorrer no pecado da cobiça (1 Co 10.6). No deserto os israelitas cobiçaram o que lhes fora proibido e, por isso, sentiram saudades do Egito (Nm 11.4,5). Infelizmente, ainda hoje, pseudocristãos cobiçam os prazeres do mundo. Assim, preferem o hedonismo e a escravidão do pecado a cumprirem a lei moral do Pai.

2. “Não vos torneis idólatras.” O apóstolo exorta acerca do perigo da idolatria (1 Co 10.7). Enquanto Moisés recebia as tábuas da Lei (Êx 31.18), os israelitas se corrompiam adorando um bezerro de ouro (Êx 32.1-6). O ato de idolatria não consiste apenas na adoração de uma imagem. Falsos cristãos desprovidos da ética das Escrituras adoram o dinheiro e os bens materiais. A Bíblia chama esse pecado de idolatria (Cl 3.5).

3. “Não nos prostituamos.” À luz da história dos israelitas, o apóstolo alerta acerca da maldição provocada pela prostituição (1 Co 10.8). A imoralidade encabeça a lista das obras da carne: “prostituição, impureza, lascívia” (Gl 5.19). Muitos, em nome da “graça barata”, justificam a imoralidade e a sensualidade em suas vidas. A Palavra nos ensina que é preciso conservar o nosso corpo irrepreensível (1 Co 6.18,19; 1 Ts 5.23).

SÍNTESE DO TÓPICO III
A Ética Cristã é um chamado para vivermos um estilo de vida segundo as virtudes do Reino de Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Ao final deste tópico, revise os pontos mais importantes da aula de hoje, como por exemplo: 1) o conceito de Ética Cristã; 2) os fundamentos da Ética Cristã. Com base nesses dois pontos proponha um debate sobre o impacto da vivência cristã na sociedade atual fazendo o link com o tópico três. Muitas dúvidas que a classe apresentará nesta primeira aula serão dirimidas ao longo do trimestre, pois, nele, estudaremos os assuntos mais específicos.

CONCLUSÃO
A Bíblia Sagrada é o fundamento para o viver ético-moral dos cristãos. É a única regra infalível de fé e de conduta para a Igreja (2 Tm 3.16). Portanto, em tempos de ataques ideológicos contra a cultura judaico-cristã, a Igreja não deve furtar-se de ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” em pleno século XXI (Mt 5.13,14).

PARA REFLETIR
A respeito do tema “O que É Ética Cristã”, responda:

Quais são os significados das palavras “ética” e “moral”?
A palavra “ética” significa “costumes” ou “hábitos”. A palavra “moral” corresponde ao sentido de “normas” ou “regras”.

Qual é o fundamento moral da Ética Cristã?
As Escrituras Sagradas.

Aponte as principais seções bíblicas que fundamentam a Ética Cristã.
Os textos do Decálogo, da mensagem dos profetas, dos Evangelhos, do Sermão do Monte, das Epístolas Paulinas e Gerais.

Cite pelo menos três esferas éticas de nossa vida que essas seções bíblicas abarcam.
Esferas morais, sociais e espirituais.

Por que os israelitas foram reprovados?
Os israelitas foram reprovados por não obedecerem a lei moral outorgada por Deus no deserto.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 74, p. 36. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

As Novas Frontreiras da Ética Cristã
Polêmicas questões da modernidade exigem da Igreja uma resposta racional e bíblica.

Ética: as decisões morais à luz da Bíblia
A obra analisa abordagens humanísticas que, de fato, enfraquecem o fundamento de qualquer ética.

Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo
Uma análise de várias abordagens éticas que influenciam a nossa sociedade.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, Valores Cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo, Comentarista Douglas Baptista, 2º trimestre 2018.



Lição 1 Discernindo as bênçãos de Deus.

Lição 1 Discernindo as bênçãos de Deus.
1 de abril de 2018

Texto Áureo
Efésios 1,3
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”

Verdade Aplicada
As bênçãos de Deus atestam Seu amor, cuidado e interesse por nós, visando alcançar toda a humanidade, para a Sua glória.

Objetivos da Lição
Destacar a atitude abençoadora que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação.
Analisar a bênção de Abraão e como a Igreja é alcançada pelas bênçãos;
Mostrar Aspectos de uma vida abençoada.

Glossário
Ascenção: Elevação de Jesus ao céu, quarenta dias depois de ressuscitado;
Autenticar: Reconhecer a veracidade;
Enfatizar: Realçar, ressaltar, salientar.

Leituras complementares
Segunda Sl 3.8
Terça Rm 14.17
Quarta Fp 4.19
Quinta Hb 13.5
Sexta 1Pe 3.9
Sábado 3Jo 2

Textos de Referência.
Gn 12.2-3 Nm 6.24 Sl 67.1; 7 Lc 24.50

Gênesis 12.2-3
2 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3 E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Números 6.24
24 O Senhor te abençoe e te guarde.

Salmos
67.1, 7
1 Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós.

7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão.

Lucas 24.50
50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou.

Hinos sugeridos.
107, 126, 459

Motivo de Oração
Peça que durante a Páscoa o sofrimento de Jesus lembre os cristãos a permanecerem fiéis.

Esboço da Lição
Introdução
1. O Deus abençoador.
2. A bênção de Abraão e a Igreja.
3. Aspectos de uma vida abençoada.
Conclusão

Introdução
Nesta lição, abordaremos um assunto que destaca um dos aspectos das atitudes de Deus para com a humanidade e toda a Sua criação: bênção. Desde o princípio esta atitude está presente, pois Ele é o Deus da bênção!

1. O Deus abençoador.
Inicialmente iremos destacar a atitude abençoadora que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação, bem como identificar os diversos sentidos da palavra bênção nas Escrituras Sagradas e a importância de termos consciência de que Deus sempre age tendo em vista Seus propósitos. Ou seja, as ações de Deus não são isoladas ou meramente “acidentes de percurso”. Elas não são separadas do processo existente na relação de Deus com Suas obras, pois fazem parte do mesmo, visando alcançar o propósito divino (Pv 16.4; Is 55.11; Rm 8.28).

1.1. Abençoando desde o início.
A primeira referência ao ato de Deus abençoar é encontrada em Gênesis 1.22: “E Deus os abençoou...”, portanto, antes da criação da humanidade. Logo após criar o ser humano à Sua imagem, o texto sagrado registra: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: ...” (Gn 1.28). Podemos refletir, a partir dos textos citados acima, que o Senhor Deus criou, abençoou e instruiu. Que lição maravilhosa! Não basta existir; dependemos da bênção de Deus para cumprir Seus propósitos e de Suas instruções para vivermos de acordo com a Sua vontade.

No começo da relação entre Deus e o ser humano, podemos destacar: bênção e instrução (Gn 1.28). Assim a bênção concedida no princípio admite o sentido de “dotar com um poder benéfico ou conferir”. Toda a criação é dependente do Senhor Deus tanto para continuar existindo como para cumprir cada função estabelecida pelo Criador. O Salmo 104, por exemplo, registra a criação e a conservação de todas as coisas. Bem-aventurados aqueles que procuram vivenciar as bênçãos de Deus buscando discernir os propósitos divinos para a existência, revelados em Sua Palavra.

1.2. Ênfase nas bênçãos temporais.
É oportuno refletirmos na presente lição quanto às bênçãos de Deus para nós, principalmente pelo fato de vivenciarmos tempos onde está se enfatizando, nas mensagens e hinos, as bênçãos temporais ou aquelas restritas à vida aqui na terra. Vários movimentos e tendências teológicas, identificadas por diferentes nomes, têm se expandido no Brasil, a partir da década de 80, entre outros: Confissão Positiva, Triunfalismo, Teologia da Prosperidade. Infelizmente, há uma demasiada busca, ênfase e valorização por sucesso, prosperidade financeira, saúde total e aquisição de bens.

A ênfase nas bênçãos temporais gera membros de Igreja movidos por interesse próprio, que professam uma fé “utilitária”, que não sabem lidar com o sofrimento e as adversidades, imaturos e que consideram a vida cristã como um grande mercado de consumo. Infelizmente, estes comportamentos e crenças têm sido, muitas vezes, nutrido, gerado e incentivado por muitos pregadores e muitas denominações. Tendo em vista que oferecem o que as pessoas ambicionam e não tanto o que necessitam, segundo as Escrituras.

1.3. Classificação das bênçãos.
É muito importante entendermos que há bênçãos temporais (imóvel, salário, carro, status na sociedade, sucesso profissional, casamento, etc.) e eternas (salvação, comunhão com Deus e outras, que os discípulos de Cristo já desfrutam e continuarão sendo beneficiados quando ocorrer a glorificação). Há bênçãos que Deus concede, também, àqueles que não vivem em comunhão com Ele (Mt 5.45; At 14.17). Nos dois primeiros capítulos de Gênesis, por exemplo, a bênção é concedida a todas as pessoas e a todos os seres viventes de forma contínua, como se pode verificar no relato acerca de Sete e Noé (Gn 5.2; 9.1). Há bênçãos que foram concedidas e prometidas para Israel, como, por exemplo, a terra de Canaã (Gn 17.8). Porém, não há nenhuma base bíblica para a Igreja buscar a bênção geográfica e política neta terra, na presente época, como uma herança prometida por Deus.

É preciso identificar e discernir as bênçãos de Deus à luz da Sua Palavra, considerando o contexto bíblico. Tal procedimento evitará decepções, frustrações e distorções de textos bíblicos. É nítido que as bênçãos destacadas no Antigo Testamento podem ser agrupadas em categorias, como: vida, saúde, prosperidade, abundância agrícola, segurança, fecundidade, entre outras (Dt 7.13-16; 28). Ou seja, mais aplicadas à vida neste mundo. No Novo Testamento, em relação à Igreja, já não encontramos estes destaques (Ef 1.3).

2. A bênção de Abraão e a Igreja.
Neste tópico analisaremos as bênçãos prometidas ao patriarca Abraão e como a Igreja é alcançada pelas bênçãos, sempre tendo em mente as Escrituras Sagradas. Portanto, não se trata do que a pessoa quer ou pensa, mas, sim, do que a Bíblia declara.

2.1. Identificando a bênção de Abraão.
Considerando a importância da bênção nas narrativas bíblicas acerca dos patriarcas (Gn 12 a 36), vejamos este aspecto a partir do momento em que Deus chamou e fez promessas a Abraão; tendo em mente o Plano de Deus para redimir a humanidade de seus pecados e restaurar a comunhão com o criador. Devemos sempre lembrar acerca dos propósitos de Deus em abençoar. No caso de Abraão, o Senhor se revelou a ele, O chamou e lhe fez promessas de bênçãos (Gn 12.1-3). Somente nos três primeiros versículos de Gênesis 12, a expressão hebraica “bãrak” (bênção) ocorre cinco vezes. Deus prometeu que faria dele uma grande nação, engrandeceria o seu nome e, por intermédio da sua descendência, abençoaria “todas as famílias da terra”.

Interessante que, mesmo tendo grandíssimas promessas, Abraão não partiu movido por ambições materiais e financeiras, mas por fé e obediência (Hb 11.8-11, 13, 16). Foi um homem que soube lidar com riquezas e abundância, pois mantinha seu foco em Deus, no propósito redentor do Senhor (Jo 8.56) e na pátria celestial (Hb 11.16).

2.2. A bênção de Abraão e os propósitos de Deus.
A bênção prometida a Abraão não ficaria restrita a ele e à nação que estava para surgir (Israel), mas alcançaria toda a humanidade: “Abençoar-te-ei...e tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Na versão da NTLH, encontramos: “e você será uma bênção para os outros” (Gn 12.2), e “E por meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo” (Gn 12.3). Aprendemos com Abraão que, ao sermos abençoados, precisamos ter em mente a responsabilidade de sermos um canal de bênçãos na vida de outros. Mesmo distante e, às vezes, nem sequer conhecendo, podemos ser abençoadores, como por exemplo, através da contribuição financeira para a evangelização de outros povos.

É preciso saber lidar com as bênçãos de Deus em nossas vidas. John Stott escreveu: “A atitude de Deus para com seu povo é positiva, construtiva e enriquecedora”. É preciso buscar as bênçãos querendo ser bênção. Outro que entendeu bem este princípio da teologia da bênção foi José. Ele percebeu que Deus o abençoou para que ele pudesse abençoar outros (Gn 45.5-8; 50.20).

2.3. A bênção de Abraão no Novo Testamento.
O apóstolo Paulo afirma em Gálatas 3.8 que a promessa de Deus em abençoar todas as nações por intermédio da descendência de Abraão foi um anúncio do Evangelho, isto é, de que todo aquele que crê também será abençoado (Gl 3.9). Com quais bênçãos? A bênção de ser aceito por Deus, da justificação e da retomada do relacionamento com Deus. Assim, a bênção de Abraão chega até nós por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).

O propósito redentor de Deus ao chamar e abençoar Abraão é cumprido em Cristo Jesus. A bênção agora já não se trata de fazer uma grande nação ou da fertilidade da terra, mas receber o Espírito de Cristo prometido (Gl 3.14). É nítido nos textos do Novo Testamento que a ênfase acerca das bênçãos se volta para a categoria espiritual (Ef 1.3). Evidentemente, isto não significa que o Senhor Jesus não conceda bênçãos temporais à Sua Igreja. É só observarmos o que Cristo falou sobre o cuidado e a providência de Deus em suprir nossas necessidades básicas (Mt 6.25-33). Inclusive, há várias referências no Novo Testamento de pessoas ricas e influentes (Mt 27.57; At 4.36-37; ; 16.14; 1Tm 6.17-19; Fm 1).

3. Aspectos de uma vida abençoada.
Encerrando esta lição vejamos alguns aspectos presentes na vida do discípulo de Jesus que autenticam a ação abençoadora de Deus na vida dos Seus, bem como alguns propósitos revelados neste tempo da Nova Aliança, visando não confundir com o significado fundamental da bênção no Antigo Testamento (Hb 8.6-13).

3.1. Última ação de Jesus Cristo.
Encontramos em Lucas 20.50-51 o registro da última ação do Senhor antes de Sua ascenção: “...levantando as suas mãos, os abençoou...abençoando-os...foi elevado ao céu”. Refletindo em conjunto com Atos 1.8-9, onde diz que Jesus “foi elevado às alturas” quando transmitia a última mensagem, concluímos que, nos momentos finais do Senhor com os Seus, Ele deixou: promessa, missão, mensagem e bênção!

Os discípulos foram tão impactados pela bênção e palavras transmitidas por Jesus, no momento da Sua ascenção, que O adoraram e retornaram (portanto, permaneceram juntos) para Jerusalém. Lá, expressaram grande júbilo e estavam sempre no templo, em constante louvor e oração. Notemos que o destaque recai sobre aspectos que são objetos de exortação em diversos textos das Escrituras Sagradas: adoração, comunhão, júbilo, perseverança e oração. Marcas de uma vida abençoada que está em Cristo Jesus!

3.2. A bênção do relacionamento com Deus.
O apóstolo Pedro, em sua pregação para a multidão que se reuniu após a cura do coxo, afirmou que a ressurreição de Jesus Cristo é o cumprimento da promessa feita por Deus a Abraão (At 3.25-26). A ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja desfrutar das bênçãos de Deus (Mt 28.20)! Os textos de Atos 3.26 e 5.31 pontuam alguns dos propósitos de Deus em abençoar o Seu povo: que o Seu povo se desvie das suas maldades (At 3.26); e proporcionar oportunidade de arrependimento e perdão de pecados (At 5.31).

Assim, podemos pensar: tenho sido abençoado? Estou em Jesus Cristo? Então esta realidade precisa resultar em relacionamento com Deus, para “louvor e glória da sua graça” (Ef 1.6). Interessante a relação que encontramos nos textos entre bênçãos e arrependimento (mudança). Que as bênçãos que temos recebido do Senhor sirvam para nos despertar quanto ao chamado de Deus ao arrependimento e comunhão com Ele.

3.3. Bênção e aprovação divina.
Como vimos, encontramos na Bíblia bênçãos que podem ser classificadas em diversas categorias. Considerando a associação que tem sido comum fazer entre bênçãos e aprovação divina, é importante enfatizar que tal relação é absoluta. Estejamos atentos, pois ode uma pessoa estar desfrutando de determinadas bênçãos não significa que, automaticamente, Deus está aprovando sua conduta. Há bênçãos que Deus concede visando mostrar o Seu cuidado e interesse. Isto não quer dizer que a vida da pessoa está de acordo com a Sua vontade (At 14.15-17).

Deus também usa as bênçãos como Suas testemunhas: chuva, colheita, alimento, alegria, etc. Estamos percebendo o testemunho acerca de Deus por intermédio de Suas bênçãos? Estamos percebendo que as bênçãos de Deus em nossa vida visam tornar conhecido os caminhos e a salvação do Senhor até os confins da terra, como bem expressa o Salmo 67, o Salmo Missionário? Não deixemos de meditar em outros textos que irão contribuir na reflexão do presente tema: Mateus 6.19; Lucas 12.13-21; 18.22-24; 1Timóteo 6.6-10. Que desfrutemos das bênçãos temporais que o Bom Deus nos proporciona, sem abrir mão das bênçãos eternas.

Conclusão.
As bênçãos de Deus nos fazem prosperar (Pv 10.22). Porém, não podemos nos esquecer da nossa responsabilidade de sermos bênção na vida do próximo, de mantermos em mente as bênçãos a serem desfrutadas na eternidade e que nossa vida deve ser para a glória de Deus.

Questionário.
1. Qual é a primeira referência ao ato de Deus abençoar?
R: Gênesis 1.22.

2. Quantas vezes ocorre em Gênesis 12.1-3 a expressão hebraica “bãrak” (bênção)?
R: Cinco vezes (Gn 12.1-3).

3. Como a bênção de Abraão chega até nós?
R: Por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).

4. O que encontramos em Lucas 24.50-51?
R: O registro da última ação do Senhor antes da Sua ascenção (Lc 24.50-51).

5. O que a ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja?
R: Desfrutar das bênçãos de Deus (Mt 28.20)!

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.