Lição 11 O Discípulo de
Jesus e a questão ambiental
14/06/2015
Texto do dia
"Porque sabemos que toda a criação geme e
está juntamente com dores de parto até agora" (Rm
8.22).
Síntese
A responsabilidade ambiental dos servos de
Jesus decorre do princípio bíblico da mordomia cristã.
Agenda de
leitura
Segunda - 1
Co 10.26 Toda a terra pertence ao Senhor
Terça - Gn
1.28,29 O cuidador da terra
Quarta - 1
Co 4.2 A fidelidade do mordomo
Quinta - Gn
8.17 Preservando os animais
Sexta - Lv
25.1-7 Descanso para a terra
Sábado - Dt
22.6,7 Proibindo a crueldade
Texto
Bíblico
Gênesis 1.26-28
26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que
se move sobre a terra.
27. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
28. E Deus os abençoou e Deus lhes disse:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre
os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move
sobre a terra.
Comentário
Introdução
O planeta Terra tem sofrido com a atuação
devastadora do homem. A poluição e a degradação estão a afetar drasticamente o
habitat em que vivemos e colocado em risco a própria vida humana. Nesta lição,
veremos que a responsabilidade ambiental à luz das Escrituras Sagradas está
contida no encargo que Deus entregou ao homem após o advento da Criação.
I - A
BÍBLIA E A QUESTÃO ECOLÓGICA
1. O Criador
da natureza.
A Bíblia é muita clara ao registrar que a natureza faz parte da criação de
Deus. No capítulo 1 de Gênesis temos o relato completo do princípio do universo
e da vida. Todos os elementos da natureza, como o sol e a lua, as árvores da
floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas,
os animais e aves, foram criados pelo Senhor. E tudo era bom. Essa é a razão
pela qual a natureza é tão bela, e os céus proclamam a glória de Deus, e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1). À luz das Escrituras e da
doutrina da criação, portanto, entendemos que o universo não é fruto da
evolução e do acaso, mas de um desígnio perfeito. Concluímos, também, que o
Criador não se confunde com a sua criação, diferentemente do que afirmam as
religiões panteístas - que entendem que Deus é tudo e tudo é Deus.
2. O
homem e a mordomia.
Após ter criado todas as coisas, Deus formou o homem e deu-lhe autoridade para
dominar sobre tudo que criara (Gn 1.26). Dessa passagem bíblica, extraímos o
conceito de mordomia. Isto é, a terra pertence ao Senhor (Sl 24.1), mas o homem
é o mordomo, aquele que administra os bens de Deus aqui, o que implica
responsabilidade, fidelidade (1 Co 4.2) e zelo pela criação, pois o
administrador deve prestar contas daquilo que não lhe pertence (Mt 25. 14-22).
A responsabilidade humana pelo cuidado com a natureza fica mais evidente quando
Deus põe Adão no jardim do Éden para o lavrar (servir) e o guardar (cuidar) (Gn
2.15). O Jardim foi plantado (heb. nãta) por Deus (Gn 2.8), para que o homem
pudesse cuidar e cultivá-lo. Aqui está o mandato cultural. Deus forma, mas o
homem possui a responsabilidade de ser o mordomo do jardim. Nenhuma outra
criatura recebeu esse encargo.
3.
Cuidando da Criação.
Ainda no Antigo Testamento, vemos o esmero de Deus com os animais e com a
terra. O plano do Altíssimo para a nova civilização após o Dilúvio envolvia a
preservação da espécie animal (Gn 8.17). O Senhor estabeleceu para a nação de
Israel a guarda do sétimo ano para descanso da terra (Lv 25.1-7), com o
objetivo de evitar a deterioração do solo pelo uso abusivo e egoísta. Proibiu,
também, o tratamento cruel contra animais e aves (Dt 22.6,7; 25.4). Logo, usar
com sabedoria e prudência os recursos naturais disponíveis é uma recomendação
bíblica aos servos de Jesus.
Pense
Cuidar da terra e da natureza não é uma opção.
É um mandato outorgado pelo Criador.
Ponto
Importante
A terra pertence ao Senhor (Sl 24.1), mas o
homem é o mordomo, aquele que administra os bens de Deus aqui na terra.
II - O
CRISTÃO E A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
1. Agenda
ambiental equilibrada.
Se as Escrituras enfatizam a importância do cuidado com a criação divina, por
que poucos crentes estão conscientes dessa responsabilidade ambiental?
Raramente, ouvimos, no meio evangélico, ensino a respeito do meio ambiente
(dentro de uma perspectiva cristã), prevalecendo a ideia de que toda postura
pró-preservação está vinculada ao panteísmo, às religiões orientais e ao
sectarismo. Embora esse equívoco ocorra, com a existência de grupos que
defendem, de modo radical, o meio ambiente e os animais, os cristãos não podem
se omitir no dever de cuidado da natureza pelos motivos corretos, abalizados na
doutrina da mordomia cristã. Silas Daniel, na obra A Sedução das Novas
Teologias, escreve a esse respeito: "Cristãos devem ter em sua agenda o
discurso pró-preservação da natureza. Nada mais lógico. Repito: é bíblico.
Porém, não devem fazer desse discurso algo parecido com uma religião nem ser
hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos ambientalistas de plantão. Em
tudo, deve prevalecer o equilíbrio e a coerência."
2. A
volta de Jesus.
Outra justificativa equivocada que muitos crentes utilizam para a falta de
responsabilidade ambiental é o discurso escatológico - "Jesus está
voltando, por que eu deveria me preocupar com o meio ambiente?", indagam
tais pessoas. Entretanto, a iminência da vinda de Cristo não deve servir de
desculpa para uma vida cristã descompromissada e apática com as questões
sociais, culturais e, até mesmo, ecológicas. Ainda que as tragédias naturais
sirvam como sinal dos últimos tempos (Lc 21.11), os servos de Jesus não podem
fazer parte do grupo que provoca tais sinais, interferindo no equilíbrio da
natureza estabelecido pelo Senhor desde a criação. Uma vez que a desordem da
natureza foi ocasionada pela Queda, pela qual toda a criação geme e está
juntamente com dores de parto até agora (Rm 8.22), é papel do crente agraciado
pela redenção em Cristo Jesus, lutar contra os efeitos do pecado no mundo e vencer
o mal com o bem (Rm 12.21).
Pense
"Cristãos devem ter em sua agenda o
discurso pró-preservação da natureza. Porém, não devem fazer desse discurso
algo parecido com uma religião, nem ser hipnotizados por qualquer discurso
apelativo dos ambientalistas de plantão" (Silas Daniel).
Ponto
Importante
Uma das justificativas equivocadas que muitos
crentes utilizam para a falta de responsabilidade ambiental é o discurso
escatológico.
III -
PROTEGENDO O AMBIENTE
1. O que
é meio ambiente.
O meio ambiente, habitualmente chamado apenas de ambiente, "é o conjunto
de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". Com
efeito, a proteção do ambiente é, também, uma forma de proteção da própria vida
humana, pois envolve todos os recursos naturais do globo, inclusive o ar, a
água, a terra, a flora e a fauna.
2.
Direito de todos.
No Brasil, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito previsto na
Constituição Federal, que assim estabelece em seu art. 225: "Todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações". Como cidadão responsável e consciente, o cristão também possui
o dever legal de defender e preservar os recursos naturais, tanto para a
presente quanto para as futuras gerações. Que tipo de terra deixaremos para os
nossos filhos?
3.
Sustentabilidade e ética ambiental. A proteção ecológica envolve um conjunto de
medidas que podem ser adotadas pelos servos de Jesus. É preciso encontrar o
ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos
naturais, o chamado desenvolvimento sustentável.
Pense
A proteção do ambiente é, também, uma forma de
proteção da própria vida humana.
Ponto
Importante
Desenvolvimento sustentável significa encontrar
o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos
naturais.
CONCLUSÃO
Como discípulos e servos de Jesus, possuímos
boas razões para zelar pela natureza. Porque a terra é do Senhor e toda a sua
plenitude (1 Co 10.26), e nós somos mordomos, cuidadores da sua criação. Desse
modo, a responsabilidade ambiental do cristão não está amparada em conceitos
panteístas e na onda "verde" do tempo atual, e, sim, nas Escrituras
Sagradas. Devemos, por isso, usar os recursos naturais de forma consciente e
sábia, preservando-a para uma boa qualidade de vida, tanto para a presente
quanto para as futuras gerações, enquanto o Senhor não voltar.
Hora da
Revisão
1. De qual passagem bíblica extraímos o
conceito de mordomia?
2. O que envolvia o plano do Altíssimo para a
civilização após o Dilúvio?
3. Qual justificativa equivocada os crentes
utilizam para a falta de responsabilidade ambiental?
4. O que é meio ambiente?
5. O que você tem feito para preservar o meio
ambiente?
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, alunos, 2º trimestre 2015.
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