segunda-feira, 29 de junho de 2015

Lição 1 Os milagres do Novo Testamento.



Lição 1 Os milagres do Novo Testamento.
5 de julho de 2015.

Texto Áureo
1Co 15.14E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.”

Verdade Aplicada
A obra redentora de Cristo repousa sobre Sua ressurreição, pois se Cristo não ressuscitasse, o cristianismo seria como qualquer outra religião.

Objetivos da Lição
- Ensinar que Jesus não pode ser desvinculado de seus milagres porque eles autenticam Sua pregação;
- Mostrar que os milagres realizados por Jesus eram de caráter salvífico e não para impressionar ninguém;
- Entender que o pilar da fé cristã é a ressurreição de Cristo e sem ela é vã a nossa fé.

Glossário
Exousîa: autoridade, poder;
Designação: nomeação, indicação;
Amenizado: menos árduo.

Leituras complementar:
Segunda       Lc 24.49
Terça              Jo 14.12
Quarta           Mc 16.15
Quinta           Cl 2.9
Sexta             Jo 1.3, 14
Sábado          Mc 1.14, 15

Textos de Referência.
Efésios 2.1-3, 6
1 E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 Em que, noutro tempo, andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;
3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
6 E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

Hinos sugeridos.
191, 291, 546

Motivo de Oração
Ore para que a fé cristã preserve sai identidade e se expanda.

Esboço da Lição
Introdução
1. O significado dos milagres de Jesus
2. A multiforme sabedoria de Deus
3. Ressurreição, o pilar da fé cristã
Conclusão

Introdução
Uma nova dispensação para a humanidade é inaugurada em Jesus. Sem Ele nada do que foi feito se fez (Jo 1.3). Sua ressurreição redime o pecador, traz esperança e cura toda sorte de males através de Sua graça infinita.

1. O significado dos milagres de Jesus.
Deus é a fonte de todos os milagres. No Novo Testamento, essa fonte encarna na pessoa de Jesus Cristo e, a partir de sua chegada a este mundo, todas as coisas passam a ter um novo sentido, inclusive, a experiência sobrenatural, onde milagres são acontecimentos cotidianos na vida daqueles que o servem.

1.1. O poder milagroso da pregação de Jesus.
Embora a pessoa de Jesus Cristo seja muito maior que Seus feitos, Seu milagroso agir jamais poderá ser desvinculado de Seus ministério porque Seus milagres são a confirmação e a definição de Sua pregação (Mt 9.32; 12.22). Os milagres realizados por Jesus inauguram o tempo escatológico que os profetas anunciaram (Lc 12.20). Eles são a manifestação do Reino de Deus que está chegando, revelando o “novo” dentro do mundo antigo. Se desconsiderarmos os milagres onde predominam as curas e a libertação, mutilaremos a proclamação de Sua Palavra.

Apresente para os alunos a evidência de que existe um vínculo indissolúvel entre a vinda do reino de Deus e os atos prodigiosos de Jesus. Os milagres realizados por Ele devem ser entendidos como sinais e não apenas como obras maravilhosas. Mostre para eles a necessidade de se ter discernimento espiritual para reconhece-los como tal, pois, sem a iluminação que acompanha o compromisso cristão, os milagres serão reconhecidos apenas como grandes feitos.

1.2. Os milagres anunciam a chegada do reino de Deus.
Os milagres realizados por Jesus trazem o Reino futuro de Deus para o presente (Mc 1.14, 15). Pouco a pouco, Jesus vai inserindo no contexto humano a manifestação do reino que veio nos anunciar (Lc 19.10). Duas coisas se tornam muito evidentes através de Seus feitos milagrosos: a destruição do reino de Satanás (Mt 8.29; Lc 4.41; 12.20); e a implantação do poder salvador de Deus (Jo 1.12; 3.16; Ef 2.8, 9; 1Tm 1.15). Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos, e Lucas) usam o termo “dynamis” para a designação dos milagres operados por Jesus. Esse termo não ressalta o caráter milagroso das obras realizadas, mas o poder que nelas se manifesta. O poder de um Deus cujo nome Jesus está falando e agindo, não para despertar a atenção ou promover-se, mas para ser compreendido como veículo pelo qual Deus traz salvação à humanidade.

Merece ser especialmente ressaltado para os alunos que os milagres de Jesus, em sentido exclusivo, possuem caráter salvífico. Assim como Ele não praticou milagres que fossem meros espetáculos, assim também faltam milagres de castigo ou de maldição. Não há sequer um exemplo em que o milagre fosse usado para impor às pessoas sanções ou penas e lhes evidenciar a sua condenação. É extremamente necessário entender que, em Sua infinita misericórdia, Deus se compadece de Sua criatura e não quer aniquilar, mas sim salvar vidas (Mc 3.1-12; Jo 3.16).

1.3. Os milagres de Jesus ilustram a realidade do Reino.
Na pessoa de Jesus Cristo, o próprio Reino de Deus exerce uma função criteriosa que distingue um milagre divino de outros acontecimentos, dos quais podemos negar a existência. Todavia, estes acontecimentos jamais poderão recuperar o homem para Deus. A presença do reino é real em nosso mundo, não é algo indescritível nem uma vaga esperança utópica (Lc 17.20, 21). O Reino de Deus é uma realidade documentada onde a doença é superada, o sofrimento amenizado, o pecado e a morte são vencidos e o homem é liberto dos poderes maléficos que aprisionam sua alma.

O Reino de Deus determina o qual vem a ser um milagre porque nem todo fenômeno ou acontecimento extraordinário pode ser enquadrado como uma manifestação divina, uma vez que Satanás também se manifesta com prodígios de mentira (Êx 7.11; 2Ts 2.8-12; Ap 16.14). Em um sentido bem autêntico, o milagre acontece quando o homem volta a ser o homem que Deus quer que ele seja, onde o indivíduo é colocado na esfera da soberania de Deus e é, por conseguinte, curado em sentido mais amplo.

2. A multiforme sabedoria de Deus.
Deus nunca teve a intenção de impressionar os homens com Seu poder. Sua vontade será sempre conquistar o homem através do amor, por esta razão estendeu Sua graça sobre toda a humanidade para que através dela, o homem possa se voltar para Ele em gratidão (Rm 11.32; Ef 2.8,9).

2.1. Os efeitos milagrosos da graça.
Milagres não são unicamente os que rompem com as leis da natureza. Eles podem ser vistos de várias formas como, por exemplo: o perdão dos pecados (Mc 2.5; Lc 7.48); a pregação do evangelho aos necessitados (Mt 11.5; Lc 4.18; 7.22); a transformação de uma vida (Lc 19.1-5); a libertação do poder das riquezas e da ansiosa solicitude pela vida (Mt 6.24; Lc 12.22). Os milagres realizados por Jesus jamais ocorreram dissociados de Sua Palavra. Através dela, Jesus perdoa os pecados e cura o paralítico (Mc 2.1); os demônios são expelidos (Mc 5.8; 9.25); Ele convoca Seus seguidores (Mc 1.16). Assim, podemos concluir que seus atos poderosos são efeitos da exousîa de Sua Palavra (Mc 1.21-27), da Sua flagrante autoridade doutrinária (Mt 7.28) e do anúncio da chegada do Reino de deus (Lc 11.20).

Esclareça para os alunos que a palavra grega exouîa é geralmente traduzida como “autoridade” e, as vezes, como “poder”. A origem da palavra está na ideia do “poder da escolha”, a “liberdade de agir” e da “permissão”. A partir disto vem a ideia do poder físico ou mental. Mas ainda, a habilidade ou força que se recebe para exercer sobre outros.

2.2 A relação entre a fé e o milagre.
Existe uma relação muito estreita entre a fé e o milagre. Na verdade, a fé jamais foi premissa para que Jesus operasse um milagre. Todavia, mesmo não sendo premissa, a fé tanto pode gerar o milagre quanto o milagre gerar a fé. Quando o homem entende o agir milagroso de Jesus, o resultado é a valorização das coisas da vida e uma gratidão que se constituirá em um chamado para a fé (Ef 2.8, 9; Tt 2.11; 3.3-7).

Não se esqueça de ressaltar para os alunos que o milagre da graça de Deus pode ser experimentado de muitas formas. Mostre para eles que a fé jamais foi premissa para que Jesus operasse um milagre. Pergunte a eles que fé possuía Lázaro em seu túmulo ou ainda o filho da viúva de Naim. Tenha certeza de que eles responderão “não”. Entretanto, mesmo não sendo premissa, a fé tanto pode gerar o milagre, quanto o milagre gerar a fé. Sendo Evangelho devidamente anunciado e ouvido, a sensibilidade para o imerecido brotará no coração humano. É preciso entender que uma vez compreendido o verdadeiro significado do perdão divino, ali também se enxergará os benefícios da graça divina, ainda que estes pareçam normais e sejam recebidos por vias naturais. Por exemplo, os dez leprosos foram curados todos, mas apenas um, o samaritano, experimentou verdadeiro milagre ao voltar a Jesus, dando glória a Deus em alta voz (Lc 17.11-19).

2.3. O alcance dos atos milagrosos.
Os milagres realizados por Jesus Cristo não se restringem apenas a esfera espiritual. A “dynamis” divina opera com efeitos transformadores tanto na esfera do corpo quanto na sociedade. Temos o claro exemplo dos leprosos que, após a cura, voltam a ser reintegrados à sociedade da qual foram afastados (Lc 17.17-19). Na ressurreição do filho da viúva de Naim não é citada a compaixão de Jesus para com o morto, mas sim para com a viúva (Lc 7.11-15). Do mesmo modo que o pecado prejudica e destrói a comunhão entre os seres humanos, a doença, a possessão e a morte completam este ciclo de destruição. Em Seus atos milagrosos. Jesus sempre expressa os propósitos da salvação tanto em relação ao indivíduo quanto em relação à sociedade e ao mundo (Mc 2.9-12; Lc 19.10).

Informe para os alunos que, se fizermos uma composição ou análise de todos os milagres realizados por Jesus (curas, expulsão de demônios e etc.) veremos que a rigor nada mais são do que variantes daquele único e grande milagre, a saber, a revelação da graça de Deus para o homem pecador e possesso, doente e faminto, medroso e cativo. Não que deus deixasse de ser juiz, mas o juízo se torna ameaça apenas se a graça for rejeitada. Deste modo, os milagres de Jesus estão a serviço do reino de deus e, simultaneamente, a serviço do homem, de sua vida e salvação.

3. Ressurreição, o pilar da fé cristã.
A realidade e historicidade da ressurreição são os pilares mais importantes do Cristianismo. Tudo o que somos e cremos está firmado nela (1Co 15.14).

3.1. A realidade da ressurreição.

O pecado exigia um alto preço: a morte. No entanto, qual seria o homem que cumpriria a exigência divina, visto que o mesmo possui natureza pecaminosa? A missão de Cristo só foi completada após Sua ressurreição. Morrer resolveria apenas a questão da justiça. Todavia, continuaríamos subjugados pelo poder do pecado e da morte (1Co 15.22). Era necessário que Ele vencesse a morte e nos desse a possibilidade de vencer juntamente com Ele (Fp 2.8; Cl 2.13-15).

Esclareça para os alunos que, com a ressurreição, o poder salvífico de Deus, que já estava em evidência através dos milagres de Jesus, se tornou para a cristandade a realidade determinante. Desse modo, os milagres de outrora passaram a ser vistos como protótipos e ilustrações daquilo que é possível se experimentar através da fé (Mc 9.23; Jo 14.12).

3.2. O grande milagre da cruz.
O grande milagre da cruz fez recair sobre nós a graça, que nos permite resistir e vencer esses poderes, dando-nos capacidade para viver em obediência a Deus e em liberdade num mundo da morte. Somente sob a cruz de Jesus Cristo pode ser experimentado também o poder de Sua ressurreição (2Co 4.6-12; Fp 3.9, 10). É por esse motivo que a graça, favor imerecido, nos basta (2Co 12.7). Milagre é o poder da graça que, embora não satisfaça sempre os desejos subjetivos, fornece a energia para resistir à morte, à lei e ao pecado.

Dessa forma, para o apóstolo Paulo, milagre não é preterição da morte, do pecado e do sofrimento. Explique para os alunos que a ressurreição de Jesus não eliminou todos os poderes malignos de uma vez por todas. Argumente que eles ainda existem. Nós, cristãos, ainda vivemos expostos a estes poderes, porém, em Cristo Jesus, somos mais que vencedores (Rm 8.37). Milagre é o poder da vitória sobre os mesmos. Milagre é a força para resistir e a capacidade para viver em nova obediência a Deus e em liberdade num mundo da morte. Somente sob a cruz de Jesus Cristo pode ser experimentado também o poder de Sua ressurreição (2Co 4.8; Fp 3.10).

3.3. O poderoso efeito da ressurreição.
A mensagem dos apóstolos estava alicerçada única e exclusivamente na ressurreição de Cristo (1Co 15.13; Fp 3.9, 10). Mesmo sofrendo perseguição, eles afirmavam que jesus era a esperança da humanidade. Propagando a fé, tudo o que esses homens esperavam era o desprezo, as prisões, os tormentos e a morte. No entanto, com uma fé heroica, esses homens suportaram firmes todas estas misérias. É magnífico perceber que eles viram coisas espetaculares porque jamais retrocederam. Eles foram expostos a mortes miseráveis, contudo, os sobreviventes prosseguiram com maior vigor e determinação.

É extremamente importante lembrar que toda fé cristã tem por conteúdo básico a ressurreição de Jesus dentre os mortos. O poder vivificador de Deus salvou Jesus da morte e O entronizou como Senhor. Por esta razão, diante dEle todo joelho se dobrará nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confessará que Ele é o Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.10, 11).

Conclusão.
O poder de Deus está a disposição de todos nós (Jo 14.12). Milagres não são coisas do passado. Eles são e sempre serão uma realidade na vida de todo aquele que crê. Um dos propósitos mais importantes pelo qual Deus nos ungiu foi para nos tornar testemunhas do seu poder (At 1.8; Mc 16.17).

Questionário.
1. O que o Novo Testamento inaugura a partir de Cristo?
R: Uma nova dispensação para toda a humanidade (Jo 1.3).

2. Em quem encarnou a fonte dos milagres no Novo Testamento?
R: Na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1.14; Cl 2.9).

3. O que os milagres realizados por Jesus anunciam?
R: A presença do reino de Deus (Mc 1.14, 15).

4. Em quais esferas os milagres de Cristo operam?
R: No corpo e na sociedade (Lc 17.17-19).

5. Em que estava alicerçada a mensagem dos apóstolos?
R: Na ressurreição de Cristo (1Co 15.13).


Fonte: Revista Jovens e Adultos, professor, 3º trimestre de 2015, ano 25, Nº 96, Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento.

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