segunda-feira, 15 de junho de 2015

Lição 12 OS DISCÍPULOS DE JESUS E A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA



Lição 12 OS DISCÍPULOS DE JESUS E A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
21/06/2015

Texto do dia
"Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus" (Lc 20.25).

Síntese
O exercício da cidadania terrena e a participação política dos servos de Jesus é uma responsabilidade bíblica.

Agenda de leitura
Segunda - Fp 3.20              Cidadania celestial.
Terça - 1 Pe 2.11                 Peregrinos na Terra.
Quarta - Tt 3.1                      Sujeitando-se aos governantes.
Quinta - Pv 28.28                Quando os ímpios sobem ao poder.
Sexta - 1 Co 10.23              Todas as coisas são lícitas, mas nem todas nos convém.
Sábado - 1 Tm 3.15            Igreja: coluna e firmeza da verdade

TEXTO BÍBLICO
Lucas 20.21-26
21. E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus.
22. É-nos lícito dar tributo a César ou não?
23. E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?
24. Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.
25. Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus.
26. E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

Nesta semana, estudaremos a respeito da política à luz das Escrituras. Veremos que a política é tratada com diretrizes para o relacionamento apropriado do cristão com as autoridades seculares, segundo princípios que estruturam e orientam o sistema bíblico de governo civil. O analfabetismo e a apatia política enfraquecem o Estado e a democracia, dando lugar ao corrupto e aproveitador. A Bíblia tem muito a dizer sobre o relacionamento apropriado do cristão com o governo. Ouçamos, portanto, tais conselhos bíblicos!

I - O QUE É POLÍTICA?

1. Significado. Os dicionários definem o vocábulo política como a arte de governar. A palavra grega da qual deriva o termo é polis, que significa "cidade". Em relação ao Estado, o termo pode aludir tanto ao modo como os governantes administram e escolhem as melhores opções para a nação, assim como o processo pelo qual o povo elege os seus representantes para o exercício do poder. Logo, ela é parte essencial da vida humana. Aqueles que afirmam não gostar de política, desconhecem que é exatamente ela quem define os temas que afetam o nosso dia a dia.

II - POLÍTICA SEGUNDO A BÍBLIA

1. Dupla cidadania do cristão. O cristão vive nesta terra uma verdadeira tensão. Ao mesmo tempo que as Escrituras afirmam que a nossa cidade está nos céus (Fl 3.20), asseguram, também, que somos peregrinos neste mundo (1 Pe 2.11). Não há qualquer contradição nessas verdades bíblicas, pois elas simplesmente enfatizam o desafio do servo de Deus em viver de forma transitória na esfera terrenal. Ao interceder pelos seus discípulos, Jesus pediu ao Pai: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal" (Jo 17.15). Portanto, temos duas cidadanias: celestial e terrena. Uma conquistada por herança, a outra por local de nascimento. Isso significa que os crentes não podem estar alienados da sociedade e das questões sociais, políticas e econômicas. Como cidadãos deste planeta e embasados em uma visão de mundo eminentemente bíblica, devemos respeitar as leis e participar das discussões do cenário político, influindo nos temas da sociedade e do governo, a exemplo de José e Daniel.

2. Separação entre Estado e Igreja. A conscientização dos crentes a respeito da importância da participação política não significa a união entre o Estado e a Igreja. A propósito, o Senhor Jesus estabeleceu a clara separação entre esses dois ao ordenar: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Lc 20.25). As palavras do Mestre reforçam tanto a responsabilidade espiritual quanto social, enfatizando que Igreja e Estado possuem papéis bem distintos. A Igreja deve influenciar o governo, mas não pode confundir-se com ele. Quando o Estado tenta intervir na Igreja, ou vice-versa, os prejuízos são inevitáveis, com implicações que afetam a consistência doutrinária da cristandade. Foi o que ocorreu quando o imperador romano Constantino uniu a religião cristã com o Estado, incorporando elementos do paganismo. Por isso, a separação entre o Estado e a Igreja foi um ponto crucial defendido na Reforma Protestante.

3. Obediência às autoridades. As Escrituras também nos admoestam a obedecer as autoridades (Rm 13.1,2), respeitando as leis e o governo civil, pois toda autoridade provém do Altíssimo e foram ordenadas por Ele (v.1). Por isso, há o conselho paulino para intercedermos pelos governantes (1 Tm 2.1-4). Contudo, tal obediência não pode ser cega e irrefletida. Todas as vezes que o Estado confrontar os princípios morais e espirituais decorrentes da Palavra, o cristão deve se preocupar em obedecer mais a Deus que aos homens (At 5.27-29), pois a sujeição à autoridade humana deve ser feita por amor ao Senhor (1Pe 2.13).

Pense
"A obrigação que o cristão tem de obedecer é válida até que o governo o obrigue a pecar contra os mandamentos divinos" (Dietrich Bonhoeffer).

Ponto Importante
A conscientização dos crentes a respeito da importância da participação política não significa a união entre o Estado e a Igreja.

III - A RESPONSABILIDADE POLÍTICA DO CRISTÃO

1. Dever cívico. O maior instrumento para o exercício da responsabilidade política do cristão é o voto. Como escreveu Charles Colson, "votar é o nosso primeiro dever cívico. Se você não vota está abandonando a obrigação bíblica de ser um cidadão responsável". Por meio dele, elegemos as autoridades do país, dentre aqueles que concorrem nas Eleições Gerais (Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual) e Eleições Municipais (Prefeito e Vereador).

2. Voto consciente. Os discípulos de Cristo devem votar de forma livre e consciente, o que implica em exercer o direito ao voto de modo refletido e com senso de responsabilidade, na busca pelo atendimento do interesse público (Fp 2.4), à luz dos valores morais e espirituais extraídos das Escrituras. Na prática, isso sugere o seguinte:

a) O voto deve ser precedido da avaliação dos candidatos e de suas propostas de governo. Desse modo, o cidadão dos céus deve ser sábio, optando por aqueles que defendam princípios que estejam em consonância com os valores morais contidos na Palavra (Pv 28.28).

b) Investigue a ideologia do candidato e de seu partido político, para não correr o risco de votar em candidatos sem temor a Deus que possam defender propostas legislativas imorais que afrontem a família e os princípios éticos cristãos (2 Tm 3.1-7). Lembre-se de que, ao votar no candidato, você também estará votando no seu partido político, podendo ajudar a eleger outros candidatos.
c) Opte por candidatos que defendam a vida, a família tradicional, a dignidade da pessoa humana e a defesa das liberdades, inclusive religiosa.

d) Cuidado com os falsos "políticos evangélicos". Aproveitando-se do crescimento dos evangélicos no país, muitos candidatos assim se apresentam a fim de conquistar o eleitorado das igrejas cristãs. Esse contexto exige discernimento por parte dos crentes em Jesus. O simples fato de alguém se apresentar como "irmão" ou "pastor" não é suficiente para merecer o voto dos fiéis. Até mesmo tais candidatos precisam passar pelo crivo da avaliação, para averiguar se possuem compromisso com o Reino, bom testemunho público e capacidade para a atuação política. Se tiver tais requisitos, então será merecedor de confiança.

e) Não negocie seu voto. Vender o voto é o mesmo que barganhar a consciência. Além de ser sinal de egoísmo (Gl 5.19,21), visando o benefício pessoal, é, também, um ato ilícito eleitoral. Convém lembrar que se considera "venda de voto" não somente o recebimento de dinheiro em espécie, mas toda e qualquer vantagem pessoal, inclusive bens e ofertas de emprego.

Pense
"Votar é o nosso primeiro dever cívico. Se você não vota está abandonando a obrigação bíblica de ser um cidadão responsável" (Charles Colson).

Ponto Importante
A melhor atuação política da igreja deve restringir-se à conscientização e orientação dos seus membros, para que votem com ética e discernimento.

CONCLUSÃO
É preciso concluir esta lição enfatizando quão crucial é para o cristão exercer o seu voto de forma consciente e sábia, lembrando que a participação política é uma responsabilidade bíblica.


Hora da revisão
1. Geralmente, como os dicionários definem o vocábulo política?
2. Cite os três princípios da política segundo a Bíblia:
3. Como deve ser o voto do servo de Jesus?
4. Como a igreja deve atuar em relação à política?
5. Você tem consciência da importância do seu voto?



Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 2º trimestre 2015.

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