Lição 13
OS SERVOS DE JESUS, SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO
28/06/2015
Texto do
dia
"Vós sois o sal da terra; e, se o sal for
insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar
fora e ser pisado pelos homens" (Mt
5.13).
Síntese
Os discípulos de Jesus foram chamados para
testemunhar a fé em Cristo em todas as esferas da sociedade.
Agenda de
leitura
Segunda - Lv 2.13 Oferta temperada com sal
Terça - Cl 4.6 Palavra
temperada
Quarta - Pv 13.9 A luz do justo
Quinta - Fp 2.14-15 Resplandecendo como
astros no mundo
Sexta - 2 Pe 1.19 Candeia que alumia na escuridão
Sábado - Lc 12.8,9 Confessando o Senhor diante dos homens
TEXTO
BÍBLICO
Mateus 5.13-16
13. Vós sois o sal da terra; e, se o sal for
insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar
fora e ser pisado pelos homens.
14. Vós sois a luz do mundo; não se pode
esconder uma cidade edificada sobre um monte;
15. nem se acende a candeia e se coloca debaixo
do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
16. Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está
nos céus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No Sermão do Monte, logo após falar sobre as
bem-aventuranças, o Senhor Jesus utiliza dois símbolos comparativos alusivos
aos seus discípulos: sal e luz. Nessa dupla figura alegórica possuidora de rico
significado, o Mestre realça as qualidades essenciais do verdadeiro cristão,
aquilo que ele é e deve testemunhar para toda a sociedade. Isso diz respeito a
caráter e integridade. Qualidades que devem fazer notar a transparência da vida
autenticamente cristã. Com efeito, nesta lição de encerramento do trimestre,
aprenderemos sobre as características dos dois elementos mencionados pelo
Mestre, bem como a sua simbologia para a vida cristã.
I - OS
DISCÍPULOS COMO O SAL DA TERRA (Mt 5.13)
1. O
valor do sal nos tempos de Jesus. O primeiro símbolo utilizado por Jesus
referindo-se aos discípulos é o sal, um importante elemento com características
bem peculiares e úteis para o ser humano. Em Israel, o sal era uma iguaria
valiosa, usada para temperar os alimentos, fertilizar o solo e, até mesmo, como
produto medicinal. No Império Romano, inclusive, os soldados eram retribuídos
com sal, de onde advém a palavra salário (do latim salarium), o qual podia ser
trocado por alimentos e outros produtos.
2.
Propriedades do sal.
Para compreendermos a simbologia utilizada pelo Mestre, precisamos conhecer as
duas finalidades essenciais do sal:
a) Preservar. Naquela época e, até
mesmo, nos dias atuais, o sal era utilizado para conservar alguns alimentos
contra a decomposição natural. Em sua alegoria, o Mestre revela que os
discípulos são a reserva moral desse mundo decadente, batalhando contra a
corrupção, imoralidade e inversão de valores (Is 5.20). Eis o motivo porque os
crentes geralmente são chamados de fundamentalistas e conservadores, pois
pautam suas condutas na ética do Reino. A Bíblia diz que devemos ser santos,
porque o Senhor é santo (1 Pe 1.16).
b) Temperar. O sal também serve para
salgar e dar sabor aos alimentos. O tempero salino, quando aplicado na medida
certa, dá vida à comida. Uma refeição sem sal não tem sabor é "sem
graça". Do mesmo modo, o mundo sem o sabor do evangelho é triste e sem
sentido. Os discípulos receberam a incumbência de temperar esse mundo por meio
do testemunho e do anúncio das Boas Novas transformadoras de Cristo (Mc 16.15),
oferecendo vida abundante (Jo 10.10), graça (Tt 2.11), esperança, propósito,
paz (Ef 2.17) e amor verdadeiro (Jo 3.16) àqueles que vivem na terra.
3. A inutilidade do sal. Jesus, porém advertiu
acerca da inutilidade da falta de sabor: "e se o sal for insípido, com que
se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado
pelos homens" (Mt 5. 13). Naquele tempo, ao ser recolhido da região do Mar
Morto, o sal que havia perdido a sua propriedade para salgar não era logo
jogado fora. Ele era guardado no templo de Jerusalém e quando as chuvas de
inverno tornavam os pátios escorregadios, o sal era espalhado para evitar as
quedas, sendo pisado pelos homens. Com isso, Jesus alerta para o perigo da
perda da essência do sal. Sal que não preserva e não tempera não presta para
nada mais; é irrelevante. É como o açúcar que não adoça ou a água que não mata
a sede. Não tem qualquer utilidade! Do mesmo modo, o discípulo que não cumpre o
seu papel e não observa o seu compromisso com o Mestre é como o servo inútil
(Mt 25.30) ou a vara que não dá fruto (Jo 15.2). Como consequência, o sal é
lançado fora e pisado pelos homens. Que tragédia! Batalhemos, jovens, para não
perdermos o sabor do Evangelho em nossas vidas.
Pense
Perder o sabor do sal equivale a perder a
essência da vida cristã.
Ponto
Importante
Preservar e temperar são as duas principais
finalidades do sal.
II - OS
DISCÍPULOS COMO A LUZ DO MUNDO (Mt 5.14)
1. A
transparência da luz.
O segundo símbolo rico de significado atribuído pelo Senhor aos discípulos foi
a luz (Mt 5. 14), uma das magníficas obras de Deus na criação (Gn 1.3). A luz
ilumina e aquece os ambientes, e no lugar em que as suas ondas chegam, as
trevas se dissipam. Ela simboliza a transparência da vida cristã, testemunhada
na sociedade pela conduta reta e virtuosa, vista por todas as pessoas. A
verdade subjacente dessa analogia é que a postura do súdito do Reino deve ser
exemplar, ainda que o contexto social e cultural caminhe na direção contrária.
O jovem cristão não pode ser um "agente secreto" de Cristo em sua
escola, faculdade ou trabalho, escondendo sua identidade cristã. O apóstolo
Paulo expressou essa verdade ao dizer que devemos ser irrepreensíveis e
sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e
perversa, entre a qual resplandecemos como astros no mundo (Fp 2.15).
2.
Cristo, luz para as nações. Ao interpretarmos essa ilustração em harmonia com outras
passagens bíblicas, veremos que a luminosidade do cristão não é própria. Ela é
originada no Pai celestial (Tg 1.17), e refletida pelo salvo como a luz de
Cristo. Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em
trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8.12). Logo, o cristão, como luzeiro
do mundo, não reflete a si mesmo, nem a sua glória, mas a glória de Cristo,
iluminando a sociedade em que vive, para que esta glorifique a Deus. Leiamos a
majestosa declaração paulina: "Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a
Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus.
Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu
em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face
de Jesus Cristo (2 Co 4.5,6).
3. A luz
escondida.
Além do sal insípido, Jesus adverte sobre a luz encoberta. Naquela época, a
iluminação residencial era realizada tipicamente pela candeia, uma espécie de
lâmpada abastecida com óleo. O Mestre diz que a candeia não pode ser colocada
debaixo do alqueire (uma vasilha de medida de alqueire, que servia para medir
cereais, feita de barro), mas no velador, um móvel específico e alto que servia
para colocar as lâmpadas, a fim de que todo o ambiente fosse iluminado. A
ênfase de Jesus é sobre o local apropriado para a lâmpada, que deve ser posta
em lugar aberto e público. O princípio bíblico daí extraído é que o crente deve
revelar a sua luminosidade espiritual publicamente e se fazer notar em todos os
segmentos da sociedade, não vivendo enclausurado entre as quatro paredes da
igreja. O templo é o local de comunhão e devoção. Mas é na sociedade que
devemos testemunhar o amor do Pai e a transformação de nossas vidas, de modo
que as pessoas vejam as nossas boas obras e glorifiquem a Deus.
Pense
"Os verdadeiros discípulos resplandecem
como astros no mundo (Fp. 2.15), refletindo a glória de Cristo para toda a
Terra".
Ponto
Importante
A luz do cristão deve ser notada em todos os
segmentos da sociedade.
III -
IGREJA, PROMOVENDO O REINO DE DEUS NA TERRA (Mt 11.5; 28.19)
1. A
Igreja de Cristo.
Seguramente, ao destacar a responsabilidade dos discípulos como sal e luz da
terra, o Mestre tinha em mente não o papel individual de cada cristão, mas um
chamado coletivo. A expressão "vós" indica unidade e comunhão, que
encontra a sua expressão máxima na vocação da Igreja do Senhor. O vocábulo
"igreja" provém do grego ekklesia e significa "os chamados para
fora", amoldando-se uma vez mais na dupla alegoria do Nazareno, porquanto
o sal tem utilidade somente fora do saleiro e a luz, no ambiente aberto.
2. O
fundamento da igreja.
A Igreja não é uma mera organização humana. É um projeto de Deus (Ef 1.10;
3.1-13), edificada em Cristo Jesus (Mt 16.13-18). Naquela que ficou conhecida
como a declaração de Cesareia, o Senhor afirmou: "Pois também eu te digo
que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela"(Mt 16.18).O alicerce não é Pedro, e,
sim, o Senhor Jesus, a Rocha inabalável (Rm 9.33). O próprio discípulo
reconheceu essa verdade ao chamá-lo de a pedra angular (1 Pe 2.6).
3.
Agência do Reino de Deus. Afinal, qual a relação entre a Igreja e o Reino de Deus?
A Igreja não é o Reino de Deus em sua plenitude, mas a sua expressão entre os
homens. Como Igreja, ela não proclama a si mesma, mas o Reino de Deus. Ela não
é um fim, mas o instrumento que apresenta ao mundo o Senhor do Reino e introduz
em suas fronteiras os seres humanos arrancados do reino das trevas. Logo, a
Igreja é a agência divina que promove o Reino de Deus aqui na Terra, pelo
testemunho e prática no dia a dia da presença real do governo divino em todas
as dimensões da vida, proclamando que Jesus salva, cura, transforma, batiza com
o Espírito Santo e, em breve, voltará nas nuvens para buscar o seu povo.
Precisamos clamar ao Senhor para que Ele continue a fortalecer o seu povo
nestes últimos dias, diante de tantos desafios e guerra cultural.
Pense
A Igreja é a expressão do Reino de Deus entre
os homens.
Ponto
Importante
A Igreja do Senhor é agência de Deus nesta
terra, vivenciando e proclamando o Reino dos Céus.
CONCLUSÃO
A declaração de que os discípulos são o sal da
terra e a luz do mundo ainda continua a ecoar nas Escrituras. Como Igreja,
cabe-nos a missão de vivenciar e anunciar de forma autêntica o Reino de Deus no
tempo presente, assim como os apóstolos e a Igreja Primitiva o fizeram nos
primeiros séculos da Era Cristã.
Chegamos ao fim de nosso trimestre. Esperamos
que o estudo sobre o contexto social, político, cultural e religioso da terra e
do tempo de Jesus, nos instigue a colocar em prática os ensinamentos do Mestre
no ambiente em que vivemos.
Hora da
revisão
1. Quais as duas principais finalidades do sal?
2. O discípulo que não cumpre o seu papel e não
observa o seu compromisso com o Mestre é como quem?
3. Qual o significado da figura do discípulo
como a luz do mundo?
4. luminosidade do cristão é própria? Por quê?
5. Qual a missão da Igreja enquanto agência
divina na terra?
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, alunos, 2º trimestre 2015.
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