Lição 12
A Morte de Jesus
21 de junho de 2015
TEXTO
ÁUREO
"E, clamando Jesus com grande voz, disse:
Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou."
(Lc 23.46)
VERDADE
PRÁTICA
Jesus não morreu como mártir ou herói, mas como
o Salvador da humanidade.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Lc 22.39-46 Momentos que antecederam a crucificação de Jesus
Terça - Lc 22.2-6 Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição
do Filho de Deus
Quarta - Jo 11.47-53 O porquê da crucificação de Jesus na esfera religiosa
Quinta - Jo 18.31 O motivo da crucificação de Jesus na esfera política
Sexta - Lc 23.21-23 O método terrível de execução para os condenados à morte
Sábado - Is 53.11 O real significado da crucificação do Senhor Jesus
Cristo
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 23.44-50
44 - E era já quase a hora sexta, e houve
trevas em toda a terra até à hora nona,
45 -
escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo.
46 - E,
clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito. E, havendo dito isso, expirou.
47 - E o
centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na
verdade, este homem era justo.
48 - E
toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia
acontecido, voltava batendo nos peitos.
49 - E
todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a
Galileia estavam de longe vendo essas coisas.
50 - E eis que um homem por nome José, senador,
homem de bem e justo.
OBJETIVO
GERAL
Apresentar a causa primeira que levou Jesus à
cruz: os nossos pecados.
HINOS
SUGERIDOS:
163, 291, 382 da Harpa Cristã
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao
que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Pontuar as aflições de Cristo de caráter interno e externo.
II. Explicar a dramaticidade do relato da traição de
Jesus.
III. Relacionar os dois tipos de
julgamentos de Jesus, o religioso e o político.
IV. Ensinar sobre o método e o significado da
crucificação e morte de Cristo.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
O julgamento de Jesus foi o que há de mais
covarde no pensamento humano e na prática religiosa. O método e os pressupostos
do julgamento de Jesus de Nazaré demonstram o que a elite religiosa de Israel
estava acostumada a fazer em sua época, isto é, burlar a lei para a manutenção
dos seus próprios interesses. O julgamento de Jesus foi um grande teatro. Nada
do que fosse dito ou apresentado a favor do Nazareno mudaria o cenário. A
classe religiosa havia pensado pormenorizadamente nos caminhos precisos para fazerem
o espetáculo jurídico mais odioso que se ouviu dizer na história dos homens.
Pensar que, após humilharem o Senhor Jesus, castigar o seu corpo,
crucificarem-no e matarem-no, o "clero" judaico foi celebrar a Páscoa
como se nada tivesse acontecido. Imagine! Mataram uma pessoa e, logo depois,
"cultuaram" a Deus. Quando a religião fecha-se em si mesma, e nos
seus próprios interesses, é capaz das maiores perversidades, pensando estar a
serviço de Deus. Que o Senhor guarde o nosso coração!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os momentos que antecederam à prisão e
julgamento de Jesus foram extremamente difíceis e penosos para Ele e seus
seguidores. As autoridades judaicas já haviam decidido, em concílio, pela sua
morte, e esperavam apenas o momento oportuno para isso. Não intentavam realizar
o ato durante a Páscoa, para não causar tumulto. Nesse momento surge Judas
Iscariotes, um dos doze discípulos, com a proposta de entregar Jesus a esses
líderes. E foi o que ele fez.
Preso, Jesus logo é submetido a um julgamento
que o condenou e o entregou para ser crucificado! Pregado na cruz, Jesus, o
homem perfeito, sentiu as dores dos cravos e o peso do pecado da humanidade.
I. AS
ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
1.
Aflição interior.
Sabendo que era chegada a sua hora, Jesus trata de dar as últimas advertências
e recomendações aos seus discípulos. Todos os evangelistas registram a
advertência que Jesus fez a Pedro (Mt 26.31-35; Mc 14.27-31; Lc 22.31-34; Jo
13.36-38). Faltava pouco para o Mestre ser preso, e tanto Ele quanto seus
discípulos iriam passar por um conflito interior sem precedentes. Daí a
necessidade de estarem preparados espiritualmente para esse momento (Mt 26.41).
Pedro é avisado de que Satanás o queria peneirar (Lc 22.31-34). No Monte das
Oliveiras, pouco antes de sua prisão, Ele advertiu a todos sobre a necessidade
da oração para suportar as provações que se avizinhavam (Lc 22.39-46). Podemos
falhar e muitas vezes falhamos, entretanto, não é por falta de aviso.
2.
Aflição exterior.
O texto de Lucas 22.35-38 tem chamado a atenção dos estudiosos da Bíblia.
Estaria Jesus aqui pregando a luta armada? Não! Isso pelo simples fato de que o
uso da força como parte do seu Reino é frontalmente contrário aos seus ensinos
(Mt 5.9, 22.38-47). Jesus cita a profecia de Isaías 53.12 como se cumprindo
naquele momento, e os discípulos, solidários com a sua missão, sofreriam as
suas consequências. Assim como o seu Mestre, eles também seriam afligidos
exteriormente com as consequências da prisão. Deveriam, portanto, estar preparados
para aquele momento. Jesus seria contado com os malfeitores e seus discípulos
seriam identificados da mesma forma (Mc 14.69).
PONTO
CENTRAL
Jesus Cristo foi crucificado e morto pelos
pecados de toda a humanidade.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Antes de ser preso, Jesus deu advertências e
recomendações para seus discípulos, pois sabia das aflições internas e externas
que eles padeceriam.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
"As palavras finais de Jesus aos
discípulos no cenáculo os fazem lembrar de dificuldades à frente (Lc 22.35-38).
Anteriormente, Ele os tinha enviado de mãos vazias para pregar o evangelho (Lc
9.1-6; 1.3,4). Eles fizeram uma viagem curta e levaram consigo providências
limitadas, mas suas necessidades tinham sido providas. Nos dias tranquilos da
missão galileia, eles tinham confiado na hospitalidade das pessoas. Agora os
tempos mudaram, e eles enfrentarão dificuldades como nunca antes. Logo, Jesus
será executado como criminoso, e os discípulos serão vistos como comparsas no
crime. Deus ainda estará com os discípulos, mas daqui em diante eles têm de
tomar providências e buscar proteção para a viagem. Eles terão de se defender
contra os inimigos do evangelho, contra Satanás e contra as forças das trevas.
Eles devem obter uma espada.
Alguns tomam a palavra 'espada' literalmente,
significando que os discípulos devem comprar espadas para usar em conflito
físico. Mais tarde, alguns estarão preparados para defender Jesus com espadas,
mas Ele detém essa tentativa antes de qualquer coisa (vv. 49-51). O que Jesus
realmente quer é que os discípulos provejam as próprias necessidades e se
protejam sem derramar sangue. Eles se encontrarão cada vez mais lançados numa
luta espiritual e cósmica. A compra de espadas serve para lembrá-los daquela
batalha iminente. Empreender esse tipo de guerra requer armas especiais,
inclusive 'a espada do Espírito, que é a palavra de Deus' (Ef 6.11-18).
Os discípulos parecem não entender (Lc 22.38).
Eles informam que têm duas espadas. Jesus diz: 'Basta', provavelmente com a
intenção de repreensão irônica por pensarem assim. Eles encetarão uma guerra
cósmica; os recursos humanos nunca são suficientes para esse tipo de luta"
(ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.).
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2004, pp.463-64).
CONHEÇA MAIS
*A crucificação
"Os cidadãos romanos, via de regra, não
tinham de enfrentar a crucificação, a menos que fossem condenados por alta
traição. A cruz estava reservada para os não cidadãos romanos, sujeitos das
províncias em que eram criminosos perigosos, líderes revolucionários e
escravos." Leia mais em Guia Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p. 94.
II. JESUS
É TRAÍDO E PRESO
1. A
ambição.
A traição de Jesus é um dos relatos mais dramáticos e tristes que o Novo
Testamento registra. Jesus foi traído por alguém que compartilhava da sua
intimidade (Sl 41.9). Judas, conforme relata Lucas, foi escolhido pelo próprio
Cristo para ser um dos seus apóstolos (Lc 6.16).
O que levou, portanto, Judas a agir dessa
forma? Os textos paralelos sobre o relato da traição mostram que Judas era
avarento, amava o dinheiro e a ambição o levou a entregar o Senhor (Jo 12.4-6).
2. A
negociação.
Há muito, os líderes religiosos procuravam uma oportunidade para matar Jesus, mas
além de não encontrá-la, eles ainda temiam o povo (Mt 26.3-5; Lc 22.2). Lucas
mostra que o Diabo entra em cena para afastar esse obstáculo (Lc 22.3-6). O
terceiro Evangelho já havia mostrado, por ocasião da tentação, que o Diabo
tinha se apartado de Jesus até o momento oportuno (Lc 4.13). Sabendo que Judas
estava dominado pela ambição, Satanás incita-o a procurar os líderes religiosos
para vender Jesus (Lc 22.2-6). O preço foi acertado em 30 moedas de prata (Mt
26.15). Quando o responsabiliza por seu ato, a Escritura mostra que Judas não
estava predestinado a ser o traidor de Jesus (Mc 14.21). Ele o fez porque não
vigiou (Lc 6.13; 22.40). Quem não vigia termina vendendo ou negociando a sua
fé.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
A ambição de Judas fez com que ele negociasse a
prisão do Mestre e, finalmente, o traísse.
III.
JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS
1. Na
esfera religiosa.
Os conflitos entre Jesus e os líderes religiosos de Israel começaram muito cedo
(Mc 3.6). As libertações, as curas e autoridade com que transmitia a Palavra de
Deus fez com que as multidões passassem a seguir a Jesus (Lc 5.1). Essa
popularidade entre as massas provocou inveja e ciúme dos líderes religiosos que
perdiam espaço a cada dia (Jo 12.19). Para esses líderes, alguma coisa deveria
ser feita e com esse intuito reuniram o Sinédrio. A decisão foi pela morte de
Jesus (Jo 11.47-57). O passo seguinte foi fazer um processo formal contra
Jesus, onde Ele seria falsamente acusado de ser um sedicioso que fizera Israel
se desviar.
2. Na
esfera política.
Para os líderes religiosos, Jesus era um herege, acusado de ter blasfemado, e
que deveria ser tirado de cena a qualquer custo, mesmo que fosse a morte.
Todavia, Israel nos dias de Jesus estava sob a dominação romana e os líderes
judeus não poderiam conquistar o seu intento sem a aprovação do Império (Jo
18.31). Lucas deixa claro que a acusação dos líderes judeus feita a Jesus era
tríplice: desviar a nação; proibir os judeus de pagarem impostos a Roma e
afirmar que Ele, e não César, era rei (Lc 23.2,5,14). Em outras palavras, Jesus
foi acusado de sedição. Desviar os judeus de sua fé não era crime para Roma,
mas a sedição, fazer o povo se levantar contra o império, era! Jesus, portanto,
estaria levando os seus discípulos a uma revolta política. Os romanos não
toleravam nenhuma forma de levante contra o Estado e estipulavam para esse tipo
de crime a pena capital.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
O julgamento de Jesus deu-se em duas esferas: a
religiosa e a política
IV. A
CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS
1. O método. A pena capital
imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da crucificação. Os
pesquisadores são unânimes em afirmar que essa era a mais cruel e dolorosa
forma de execução! Josefo, historiador judeu, informa que antes da execução, os
condenados eram açoitados e submetidos a todo tipo de tortura e depois
crucificados do lado oposto dos muros da cidade. Cícero, historiador romano, ao
se referir à crucificação, afirmou que não havia palavra para descrever ato tão
horrendo. A mensagem do Império Romano era clara - isso aconteceria com quem se
levanta contra o Estado. Jesus, portanto, sofreu os horrores da cruz. De acordo
com os Evangelhos, Ele foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, blasfemado,
torturado, forçado a levar a cruz e por fim crucificado (Jo 19.1-28).
2. O
significado.
Para muitos críticos, Jesus não passou de um mártir como foram tantos outros
líderes judeus que viveram antes dEle. Todavia, a teologia lucana depõe contra
essa ideia. O que se espera da morte de um mártir não pode ser encontrado na
narrativa da morte de Jesus. Para Lucas, Jesus morreu vicariamente pela
humanidade. A relação que Lucas faz do relato da paixão com a narrativa do
Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso. O Servo sofredor, Jesus, justifica a
muitos. O caráter universal da salvação presente em Isaías 53 aparece também em
Lucas. Jesus, portanto, é o Servo Sofredor que se humilha até à morte de cruz,
mas é exaltado e glorificado por Deus pela obra que realizou.
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
O método usado para matar Jesus foi a
crucificação, denotando que o Senhor morreu vicariamente pela humanidade.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
"A figura de um cordeiro ou cabrito
sacrificado como parte do drama da salvação e da redenção remonta à Páscoa (Êx
12.1-13). Deus veria o sangue aspergido e 'passaria por cima' daqueles que eram
protegidos por sua marca. Quando o crente do Antigo Testamento colocava as suas
mãos no sacrifício, o significado era muito mais que identificação (isto é:
'Meu sacrifício'). Era um substituto sacrificial (isto é: 'Sacrifico isto em
meu lugar').
Embora não se deva forçar demais as
comparações, a figura é claramente transferida a Cristo no Novo Testamento.
João Batista apresentou-o, anunciando: 'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo' (Jo 1.29). Em Atos 8, Filipe aplica às boas novas a respeito
de Jesus a profecia de Isaías que diz que o Servo seria levado como um cordeiro
ao matadouro (Is 53.7). Paulo se refere a Cristo como 'nossa páscoa' (1 Co
5.7). Pedro afirma que fomos redimidos 'com o precioso sangue de Cristo, como
de um cordeiro imaculado e incontaminado' (1 Pe 1.19)" (HORTON, Stanley
(Ed). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1996, p.352).
CONCLUSÃO
É um fato histórico que Jesus foi condenado
pelos líderes religiosos e executado pelas leis romanas. Todavia, devemos
lembrar de que a causa primeira que levou Jesus de fato à cruz foram os nossos
pecados (Is 53.5). O apóstolo Paulo também destaca esse fato: "Àquele que
não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus" (2 Co 5.21). A cruz resolveu o problema do pecado, e
todos nós finalmente pudemos desfrutar a paz com Deus (Rm 5.1). Deus seja
louvado.
PARA
REFLETIR
Sobre os
ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Conforme a lição, que alerta Jesus fez aos
discípulos antes de ser traído?
Pedro é avisado de que Satanás o
queria peneirar (Lc 22.31-34). No Monte das Oliveiras, pouco antes de sua
prisão, Ele advertiu a todos sobre a necessidade da oração para suportar as
provações que se avizinhavam (Lc 22.39-46).
Qual foi a forma que os líderes acharam para,
injustamente, entregar Jesus?
Através de Judas, os líderes
religiosos compraram Jesus (Lc 22.2-6) pelo preço de 30 moedas de prata (Mt
26.15). Quanto à condenação capital, o acusaram injustamente de sedição.
Quais são as duas esferas nas quais se deu a
traição de Jesus?
Religiosa e política.
Qual era o método usado pelos romanos para
executar os condenados?
A pena capital imposta pelo Império
Romano aos condenados se dava através da crucificação.
O que a crucificação de Jesus representa para
você?
Resposta Livre
CONSULTE
Revista
Ensinador Cristão
- CPAD, nº 62, p. 42.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer
a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO
DE LEITURA
Educação
que É Cristã
Educação que É Cristã é um brilhante compêndio
de educação cristã que, em um contexto multicultural, utiliza princípios
sólidos de ensino bíblico para trazer renovo e vitalidade a esse ensino.
Quem É
Jesus?
Uma ampla pesquisa irá mudar a maneira como
percebemos (em grande parte, sem contestação) o que prevalece na
pseudoespiritualizada visão de mundo de nossos dias.
Jesus:
Morto ou Vivo?
O que a morte e a ressurreição de um homem, há
dois mil anos, têm a ver comigo hoje no século XXI? Essa é a pergunta que
muitos têm feito nos dias de hoje. Saiba como a morte e a ressurreição de
Cristo influenciam sua vida e pós-vida.
Fonte
revista Lições Bíblicas, CPAD, 2º trimestre de 2015, adultos.
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