Lição 10
Jesus e o Dinheiro
7 de Junho
de 2015
TEXTO ÁUREO
"E, vendo Jesus que ele ficara muito
triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm
riquezas!" (Lc 18.24)
VERDADE
PRÁTICA
As Escrituras não condenam a aquisição
honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 21.1-4 Riqueza e
pobreza no tempo de Jesus Cristo
Terça - Lc 18.29,30 Generosidade e
prosperidade segundo a Palavra de Deus
Quarta - Lc 16.13 Os perigos de
se ter as riquezas como senhor
Quinta - Lc 12.13-34 A vida do homem não consiste no
seus bens
Sexta - Lc 7.36-50 Avaliando a
verdadeira intenção do coração
Sábado - Lc 16.9 Não guardar
tesouros na terra, mas no céu
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 18.18-24
18 - E perguntou-lhe um certo príncipe,
dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
19 - Jesus lhe disse: Por que me chamas bom?
Ninguém há bom, senão um, que é Deus.
20 - Sabes os mandamentos: Não adulterarás,
não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua
mãe.
21 - E disse ele: Todas essas coisas tenho
observado desde a minha mocidade.
22 - E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe:
Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e
terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.
23 - Mas, ouvindo ele isso, ficou muito
triste, porque era muito rico.
24 - E, vendo Jesus que ele ficara muito
triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!
OBJETIVO GERAL
Como mordomos que somos, ensinar o uso
correto do dinheiro e dos bens confiados por Deus a nós, à luz do ensino de
Jesus.
HINOS
SUGERIDOS:
5, 75, 432 da Harpa Cristã
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se
ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Pontuar o dinheiro, os bens e as
posses na perspectiva secular e na cristã.
II. Explicar o dinheiro, os bens e as
posses na perspectiva do judaísmo do tempo de Jesus.
III. Conhecer o que Jesus ensinou sobre
o dinheiro, as posses e os bens.
IV. Conscientizar o aluno da importância de
entesourar tesouros no céu.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Caro professor, o assunto
"dinheiro" não é fácil de ser tratado no meio evangélico. Muitos hoje
têm sido levados por caminhos nada bíblicos e evangélicos, quando o assunto é
dinheiro. Entretanto, o nosso objeto de estudo é o Evangelho de Lucas. Ou seja,
o que nos interessa saber é o que a Palavra de Deus, revelada em Lucas, diz
acerca do dinheiro. Qual o estilo de vida que o cristão deve ter à luz desse
texto? É o que nos interessa responder nesta lição e também deve ser a pergunta
que deve conduzir a aula quando ministrada em sala. Boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O cristianismo bíblico e ortodoxo sempre
manteve uma posição de cautela e até mesmo reserva com respeito ao uso do
dinheiro e aquisição de riquezas. Na verdade, os primeiros líderes cristãos,
inspirados nos ensinos de Jesus, passaram a desestimular a aquisição de bens
materiais. Entretanto, o secularismo e o materialismo sempre rondaram o arraial
cristão e, vez por outra, Mamon tem deixado suas marcas em nosso meio.
Observaremos, nesta lição, que os ensinos de
Jesus sobre a aquisição de riquezas se distanciam do judaísmo de seus dias e,
também, daquele que é praticado hoje por muitos setores do cristianismo
evangélico. Longe de estimular a aquisição de bens, como fazem dezenas de
igrejas, Jesus aconselhava se desvencilhar delas.
Aprendamos com o Mestre o uso correto do
dinheiro e como ser bons mordomos dos bens que nos foram confiados.
I. O DINHEIRO,
BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ
1. Perspectiva
secular. Uma das
formas mais comuns de se enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular
é vê-los apenas como algo de natureza puramente material. Tanto no mundo antigo
quanto no contemporâneo, é possível observar que a realidade material pareceu
sempre se sobrepor à espiritual. O material passa a dominar a vida das pessoas
e isso inclui dinheiro, bens e posses. No Mundo Ocidental, essa forma de
enxergar as coisas transformou-se em uma filosofia de vida que se recusa a
enxergar outra coisa além da matéria. Por essa perspectiva, o material é
superestimado enquanto o espiritual é ignorado e suplantado. Nesse contexto,
quem tem posses é valorizado, e quem não as possui nada vale. O dinheiro, como
valor material que garante posses, ganha o status de senhor em vez de
servo.
2. Perspectiva
cristã. No contexto
cristão, o mesmo Deus que fez o espiritual é o mesmo que fez o material. Nos
ensinos de Cristo, não há um dualismo entre matéria e espírito! Todavia, as
coisas espirituais, por serem de natureza eterna, ganham primazia sobre as
materiais, que são apenas temporais (Lc 10.41). Na perspectiva cristã,
portanto, as dimensões material e espiritual devem coexistir. Assim como
servimos a Deus com o nosso espírito, nossa dimensão espiritual, devemos também
servir com o nosso corpo (1 Co 6.19,20; 1 Ts 5.23), nossa dimensão material.
Dessa forma, quem se tornou participante dos valores espirituais deve também
servir com seus bens materiais (Rm 15.27; Lc 8.3). Aqui, o dinheiro, como valor
material, não é visto como senhor, mas apenas como um servo.
PONTO CENTRAL
O dinheiro, os bens e as posses, na
perspectiva de Jesus, não devem ser o significado último da vida.
SÍNTESE DO
TÓPICO I
Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas
um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem
coexistir.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor, antes de entrar no tópico da
lição, é importante que você contextualize a passagem bíblica de Lucas 18.18-30
para os seus alunos. Por isso, disponibilizamos o comentário do teólogo French
L. Arring-ton: "Sem confiança própria de criança, a entrada no Reino de
Deus é bloqueada. Um exemplo é o príncipe rico (vv.18-25), que não está
disposto a responder a Jesus com humildade e fé. Mateus diz que ele é jovem (Mt
19.20), e Lucas o identifica como príncipe, talvez de uma sinagoga (cf. Lc
8.41). Como os fariseus, ele confia em suas boas ações. Ele também tem
riquezas, às quais está apegado.
Este príncipe presume que falta uma obra que
ele não está fazendo atualmente para herdar a vida eterna. Ele reconhece Jesus
como figura de autoridade e lhe pergunta: 'Bom Mestre, que hei de fazer para
herdar a vida eterna?' O jovem faz esta pergunta à maior autoridade no assunto,
mas ele saúda Jesus com um simples 'bom mestre'. Sua compreensão de Jesus é
rasa. Ele o considera somente como homem e não tem ideia de que Jesus é o
Messias, o Filho de Deus. Sua estima pelo Salvador não é mais alta do que ele
teria por um professor distinto. O modo como ele se dirige a Jesus parece ser
nada mais que lisonja.
[...] Como discernidor perfeito do coração
humano, Ele [Jesus] percebe que o príncipe adora seus bens materiais e o lembra
que ele tem de fazer mais uma coisa: 'Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos
pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me'. Jesus pôs o dedo no
pecado do coração deste homem - seu amor pelos bens materiais. Suas riquezas
terrenas estão entre ele e Deus. Visto que ele não pôs Deus em primeiro lugar
no coração, Jesus exige que o homem distribua o dinheiro. [...] 'Não terás
outros deuses diante de mim' (Êx 20.3).
Pouco disposto a obedecer a Jesus, o jovem
príncipe rico vai embora sem a vida eterna. Enquanto vai, Jesus observa o
quanto é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus (v.24). Sua tentação é
confiar nas coisas terrenas. Eles acham difícil se entregar à misericórdia de
Deus e escolher o Reino. Para ilustrar o quanto é difícil, Jesus insiste que
não é mais fácil para o rico entrar no Reino de Deus do que para um camelo
passar pelo fundo de uma agulha. Esta ilustração vívida ensina o quanto é
impossível os ricos, por méritos próprios, entrarem no Reino de Deus. Falando
humanamente, é impossível. Qualquer tentativa de libertar alguém de um amor
demoníaco pelas coisas terrestres fracassará.
[...] Jesus lembra à sua audiência que,
embora seja impossível para uma pessoa salvar a si mesma, Deus pode. Ele pode
fazer o que é impossível para os seres humanos. Ele pode redirecionar o coração
do amor por bens terrenos para um amor pelo eterno, e pode operar o milagre da
conversão no coração do rico e do pobre. As pessoas não podem mudar o coração; mas
quando respondemos a Deus pela fé, o Espírito Santo transforma nosso coração e
nos proporciona a salvação" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON,
French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.436-37).
II. DINHEIRO,
BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS
1. Ricos e
pobres. No judaísmo
do tempo de Jesus, a sociedade estava dividida em dois grupos: os ricos e os
pobres. Na classe mais abastada, estavam os sacerdotes, participantes de uma
elite que controlava o sistema de sacrifícios e lucravam com ele, e os
herodianos que possuíam grandes propriedades. Um outro grupo era formado por
membros da aristocracia judaica que enriqueceu à custa de impostos de suas
propriedades e ao seu comércio. O último grupo era formado por judeus
comerciantes, que, embora não possuíssem herdades, participavam ativamente da
vida econômica da nação. No extremo oposto dessa situação, estavam os pobres!
Estes eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda
eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).
2.
Generosidade e prosperidade. Na cultura judaica nos dias de Jesus, a posse de bens materiais não
era vista como um mal em si. O expositor bíblico P. H. Davids observa que os
exemplos de Abraão, Salomão e Jó serviam de inspiração àqueles que almejavam a
prosperidade. A ideia era que os ricos prosperavam porque sobre eles estava o
favor de Deus. Dessa forma, a prosperidade passou a ser associada à piedade.
Para evitar a avareza e a ganância, a tradição rabínica estimulava os ricos a
serem generosos e solidários com os pobres, que era maioria na comunidade. Evidentemente que essa concepção estimulava
apenas as ações exteriores, sem levar em conta as atitudes interiores (Lc
21.4).
SÍNTESE DO
TÓPICO II
No judaísmo do tempo de Jesus havia dois
grupos sociais, os ricos e os pobres; a ideia era de que os ricos prosperavam
porque tinham o favor de Deus
Jesus, ao contrário dos rabinos, não
associou a piedade com a prosperidade.
III. DINHEIRO,
BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS
1. Jesus
alertou sobre os perigos da riqueza. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas
foi muito mais radical do que ensinava o judaísmo e a tradição rabínica dos
seus dias. Jesus, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a
prosperidade. A riqueza de alguém nada dizia sobre a sua real condição
espiritual. Para Jesus, o perigo das riquezas estava no fato de que elas
poderiam, até mesmo, se transformar numa personificação do mal e reivindicar o
culto para si. Por isso, advertiu: "Não podeis servir a Deus e [as
riquezas]" (Lc 16.13). O vocábulo traduzido como "riqueza",
nesse texto, corresponde à palavra grega de origem aramaica Mammonas, traduzida
na ARC como Mamom. A riqueza pode se transformar em um ídolo, ou deus, para
aqueles que a possui. Nesse aspecto, as
riquezas tornam-se um obstáculo no caminho daquele que serve a Deus (Lc 8.14).
2. Jesus
ensinou a confiança em Deus. Embora Jesus tenha mostrado que as riquezas podem, até mesmo, se
tornar uma personificação do mal, Ele não as demonizou. No entanto, na
perspectiva lucana, Jesus desencoraja a aquisição de riquezas (Lc 12.13; 18.22)
e estimula a confiança em Deus. E havia uma razão para isso. Logo após mostrar
os perigos da avareza a alguém que queria fazer dEle um juiz em uma questão
relacionada a uma herança, Jesus revela a seus discípulos que a melhor forma de
se proteger desse mal é confiar inteiramente na provisão divina (Lc 12.13-34).
As riquezas dão a falsa sensação de segurança e de independência das coisas
espirituais. Daí, sua recomendação para não se confiar nelas (Lc 12.33,34).
SÍNTESE DO
TÓPICO III
Jesus ensinou sobre o dinheiro e alertou
sobre o seu perigo. Por isso, os discípulos deviam colocar a sua confiança em
Deus.
IV. DINHEIRO,
BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ
1. Avaliando a
intenção do coração. Os léxicos definem a avareza como um apego demasiado e sórdido ao
dinheiro e mesquinhez. Vimos que, para evitar esse mal, a tradição rabínica
estimulava as práticas filantrópicas e
solidárias. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas vai muito além da
simples doação de bens e ações filantrópicas. Ele não se limitava a avaliar
apenas as ações exteriores, mas, sobretudo, voltava-se para as atitudes
interiores. Dessa forma, valorizou as atitudes da mulher pecadora na casa de
Simão, o leproso, e de Maria de Betânia, a irmã de Marta e de Lázaro (Lc
7.36-50). Não era, portanto, apenas se desfazer dos bens, mas a atitude e
intenção com que isso era feito (Lc 11.41; 21.1-4). Não basta apenas ofertar,
ou dar o dízimo, mas a atitude com que se faz essas coisas. Não era apenas
doar, mas doar-se.
2.
Entesourando no céu. Mordomo é alguém que administra os bens de outra pessoa. Os bens não
lhe pertencem, mas ele pode usufruir deles enquanto os administra para seu
legítimo dono. Jesus contou a parábola do administrador, ou mordomo infiel,
para mostrar esse fato (Lc 16.1-13). O entendimento entre os intérpretes da
Bíblia é que essa parábola tem um fim escatológico. Assim como os filhos deste
mundo são perspicazes e astutos no que diz respeito ao uso de suas riquezas,
assim também os filhos do Reino devem ser sábios na aplicação de seus bens. O
ensino da parábola é que o melhor investimento é usar os recursos materiais
adquiridos na propagação do Reino de Deus e, dessa forma, ganhar amigos para a
vida eterna (Lc 16.9).
SÍNTESE DO
TÓPICO IV
Jesus ensinou a respeito do uso correto do
dinheiro, mostrando o cuidado que devemos ter com a avareza.
CONCLUSÃO
Não há valor moral no dinheiro em si. Ter
dinheiro pode ser uma coisa boa ou ruim. Isso vai depender do conjunto de
valores daquele que o utiliza. Certamente, usar o dinheiro para ajudar uma obra
filantrópica, ou investir na obra missionária, é uma coisa útil e louvável.
Todavia, usar esse dinheiro, como advertiu Jesus, simplesmente com a atitude de
querer mais posses, mais prestígio, mais autossatisfação, acaba se tornando uma
coisa ruim. Leiamos com cuidado o terceiro Evangelho e descubramos o exercício
da verdadeira mordomia cristã.
PARA REFLETIR
Sobre os
ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como é visto o dinheiro na cultura secular?
Uma das formas mais comuns de enxergar o
dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de
natureza puramente material.
Como era a situação dos pobres nos dias de
Jesus?
Os pobres eram "o povo da terra"
(Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).
Como o judaísmo via as riquezas?
A posse de bens materiais não era vista como
um mal em si.
Como Jesus avaliava aqueles que possuíam
riquezas?
Ele avaliava não apenas as ações exteriores,
mas sobretudo as atitudes interiores.
O que você pensa a respeito do ter
dinheiro? É algo ruim ou bom?
Resposta livre. A ideia é que o aluno
responda sob a perspectiva bíblica ensinada na lição
CONSULTE
Revista
Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 41.
Você encontrará mais subsídios para
enriquecer a lição. São artigos que
buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE
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O que Todo
Professor de Escola Dominical Deve Saber
Esta obra é um excelente instrumento de
referência para ajudar o crente a crescer em Cristo, enquanto estuda o
Evangelho e transforma-se em um ensinador da Palavra de Deus.
Dicionário
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informações sobre nomes e lugares mencionados na Bíblia bem como aspectos
doutrinários, históricos e pontos importantes do cenário bíblico.
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A publicação deste volume proporciona maior
facilidade ao estudo dos significados de palavras do Novo e Antigo Testamento
àqueles que procuram se aprofundar no conhecimento
da Palavra de Deus
Fonte
revista Lições Bíblicas, CPAD, 2º trimestre de 2015, adultos.
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