Lição 11
A fé heroica de Moisés.
14 de junho de 2015.
Texto
Áureo
Deuteronômio 30.19
“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas
contra vos, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição;
escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência”.
Verdade
Aplicada
A fé é a chave que nos abre o portal eterno e
nos permite ver de forma cristalina aquilo que ainda não tomou forma no mundo
físico.
Objetivos
da Lição
Apresentar um quadro das
renúncias de Moisés e o que a fé produziu em sua vida;
Mostrar a fé como a fonte principal de todas as
escolhas de Moisés;
Considerar o que Moisés deixou e
o que recebeu em troca de sua grande renúncia.
Glossário
Devastar: destruir;
Outorgar: conceder;
Esfinge: imagem mesclada de
corpo de leão e cabeça humana.
Hinos
sugeridos
186, 505, 515.
Textos de
referência
Hebreus 11.23-26
23 - Pela fé, Moisés, já nascido,
foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso;
e não temeram o mandamento do rei.
24 - Pela fé, Moisés, sendo já
grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
25 - Escolhendo antes ser
maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo, ter o gozo
do pecado;
26 - Tendo, por maiores riquezas o
vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a
recompensa.
Leituras
complementares
Segunda Hb 11.27
Terça Hb 11.28
Quarta Hb 11.29
Quinta Hb 11.30
Sexta At 3.22
Sábado At 7.36
Esboço da
Lição
Introdução
1. A decidida ação de fé tomada por Moisés
2. Fé, a fonte das decisões de Moisés
3. Perder para ganhar: uma lição de fé
Conclusão
Introdução
O escritor do livro de Hebreus destila grandeza
quando revela as renúncias de Moisés pela fé. As decisões tomadas pelo
patriarca apresentam o alcance do poder divino. Sabemos que a graça cobre o
mais vil entre os pecadores, mas a história de Moisés nos ensina que Deus
também salva nobres, príncipes e cultos.
1. A
decidida ação de fé tomada por Moisés.
Pela fé, Moisés foi capaz de ver através da
eternidade o que todos em seu tempo duvidaram. Ele recusou a nobreza, foi
contado como um louco ao escolher os desfavorecidos e discerniu de modo
singular a verdadeira riqueza do universo. Vejamos:
1.1 A fé
que recusa a nobreza.
Durante seus primeiros quarenta anos de vida,
Moisés se tornou um dos homens mais sábios e mais poderosos do Egito, uma
figura importante, o filho único e herdeiro do trono de Faraó. Estevão diz que
ele era: “instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas
palavras e obras” (At 7.22). Moisés era capaz de governar uma nação. Somente um
louco poderia desprezar um palácio, a posição e a nobreza para dedicar sua vida
a pessoas desconhecidas e pensamento escravo. O desprezo com que foi valorizada
sua decisão e as acusações e escárnio que acumulou sobre si lhe acrescentaram o
título de “louco”. Quando chegou a uma idade suficiente madura para saber qual
era a plenitude da verdade, desprezou todo compromisso e se apresentou
audazmente como um servo do Deus vivente. O escritor aos hebreus destaca que
sua decisão não foi por sentimento pátrio, e sim por fé. Essa fé que lhe fez
perder tudo foi a mesma que o fez ser o que é (Hb 11.24).
Além de ser um varão de alto nível
cultural, Moisés era o filho adotivo de Termutis, a filha de Faraó. Embora a
história não nos assegure, é possível que fosse o herdeiro da coroa egípcia por
adoção. Diz-se que, na época, o rei do Egito não tinha um herdeiro e Moisés era
o herdeiro direto da coroa.
1.2. A fé
que prefere o sofrimento ante o gozo.
Moisés foi criado no luxo como herdeiro do
reino. Até que chegou um dia em que se decidiu aliar aos oprimidos israelitas e
dizer adeus ao futuro de riqueza, tranquilidade, comodidades e domínio real (Hb
11.25). Devemos ter em mente aspectos importantes como: o tipo de sociedade que
Moisés se sentiu compelido a deixar; a separação dos mais estimáveis amigos; o
rompimento com todas as honrasse a nobreza com que sempre viveu para ser
maltratado com um grupo sem prestígio e prestes a ser devastado. Ele pode não
ter convivido com o pecado, mas sempre teve a seus pés os tesouros do Egito.
Moisés sempre soube quem era e, quando descobriu o que deveria fazer, teve honra
em decidir pelo que é correto, mesmo que desagradasse aos demais.
1.3. A fé
que proclama a Cristo como sua maior riqueza.
A causa que Moisés abraçou trazia como prêmio
uma abundante tribulação (Hb 11.26). Não havia recompensa presente, senão o que
perder; deveria agir motivado apenas por um puro princípio, amor a Deus e
convicção da verdade. Tudo o que o povo iria lhe oferecer era aflição em lugar
de riqueza e honra. Ainda hoje a recompensa é a mesma, é preciso calcular o
custo antes de dizer que realmente se serve a Deus. Se servir ao Senhor não for
suficiente recompensa, aqueles que esperam maiores coisas sigam seu caminho
egoísta. Se a eternidade não for suficiente, os que almejam reconhecimento busquem
aqui mesmo na terra o seu galardão. Moisés atuou de maneira totalmente
desinteressada, sem receber promessa alguma, sem qualquer ajuda em troca.
Por causa da verdade e pelo Senhor,
Moisés renunciou a tudo, contentando-se apenas em ser contado com o oprimido
povo de Deus. A verdade não oferece nenhum dote, exceto a si mesma, a quem
desejar abraçá-la. Moisés pertenceu a mais nobre classe de homens e sua maior
grandeza foi a simplicidade.
2. Fé, a
fonte das decisões de Moisés.
Durante toda sua infância, Moises foi
influenciado por sua mãe Joquebede e certamente sabia ser ele o libertador de
Israel, pois cuidava que seus irmãos também entendessem (At 7.24). Mesmo sendo
o detentor de tal verdade, algo o deveria impulsionar a prosseguir, a fé foi a
força motriz que alavancou sua vida e lhe fez ver coisas inefáveis. Vejamos:
2.1. Pela
fé, Moisés viu a recompensa do sofrimento.
Em comparação com a luz eterna da Palavra de
deus, o conhecimento dos homens nada mis é que uma escuridão visível. Os
grandes sábios não se dispõem a reconhecer o Deus vivo. Em todas as épocas, os
sábios desprezaram a sabedoria do infinito (1Co 1.18-21, 26). Moisés conheceu
toda a ciência egípcia, conhecia cada um deus existente ali, mas sabia em seu
coração que havia somente um Deus. Os instintos da natureza hebreia e a morte
do egípcio muito contribuíram para uma mudança na vida de Moisés, mas o texto
indica que a razão principal de seu rompimento foi a fé e, através dela, viu
tanto o sofrimento quanto a recompensa (Hb 11.26). A fé mostrou a Moisés o que
havia dentro da eternidade, daí em diante, qualquer grandeza que visse no mundo
se tornava nada diante do que a fé lhe revelara (Rm 8.17, 18).
2.2. Pela
fé, Moisés viu um galardão.
Moisés descartou a possibilidade das riquezas humanas
por uma recompensa na eternidade. Embora perdesse, esperava se tornar um
vencedor. Sabia que, no dia do julgamento, veria a balança imparcial, sabia que
não havia trocado um galardão incorruptível por um “mísero prato de lentilhas”
como fazem os que se vendem na casa de Deus. Era isso o que Moisés via e nada
poderia persuadir sua mente. Moisés se dispôs a seguir a estrela e, mesmo que
andasse através das chamas e das inundações, o que importava era o que via pela
fé. Ele sabia que sua causa era a causa de Deus e, portanto, essa era a única
verdade que impulsionava sua vida a queimar todos os arquivos do passado e
seguir em frente, sem pestanejar.
2.3. Pela
fé, Moisés viu o Cristo.
A fé de Moisés também descansa em Cristo. Ele
ainda não havia vindo, mas ele o viu através da eternidade (Hb 11.26). Ele
conhecia a promessa dos patriarcas que, na semente de Abraão, seriam benditas
todas as nações da terra e estava disposto a assumir o vitupério para
participar da promessa. Ele não conhecia tudo o que conhecemos hoje, mas tinha
fé no Messias que havia de vir. Mais adiante, ele próprio anuncia o Cristo que
havia visto pela fé (Dt 18.18). E, como prêmio por seu trabalho e por sua fé,
ele volta após a morte, já glorificado, juntamente com o profeta Elias, para
testificar daquele a quem havia anunciado, como sendo a única voz a ser ouvida
pelos discípulos e a única autoridade na terra outorgada pelo Pai (Lc 9.30,
31).
“Cabe ressaltar que Moisés e Elias
falavam (Lc 9.31). As aparições de Moisés e Elias junto a Jesus são para
esclarecer as dúvidas dos discípulos quanto a quem Jesus era (Mt 16.13, 14);
para firmar sua fé sobre em quem acreditar; e apresentar que tanto os mortos
(Moisés) quantos os que serão arrebatados (Elias) serão glorificados (Lc 9.30).
Moisés e Elias no monte da transfiguração representam a ressurreição dos mortos
e o arrebatamento dos vivos”. (Extraído do livro “Inferno, uma eternidade sem
Deus” - Editora Betel).
3. Perder
para ganhar: uma lição de fé.
Escolher servir a Deus é inimizade declarada
contra o mundo (Hb 11.27). Moisés se tornou inimigo de todos para se fazer
amigo de Deus. O que viu afinal? O texto é muito claro: ele viu o invisível.
3.1. A fé
que moveu Moisés.
O maior obstáculo que um servo de Deus pode ter
na vida é criar raízes em algum lugar. Qualquer pessoa que está, há muito
tempo, fixo em algum trabalho ou lugar ficará inseguro em deixar o comodismo de
sua situação. Moisés poderia ter gostado de ser o filho da filha de Faraó, ele
sabia que chegaria um tempo em que não iria mais retroceder por causa de sua
posição e que prejudicaria tanto a nação quanto sua própria alma. A palavra
traduzida por “escolhendo ou preferindo” no versículo 25 vem do grego “tomar
uma decisão”. E, logo em seguida, o texto diz que ele “abandonou, deixou o
Egito” (Hb 11.27). Como um míssil que persegue um jato inimigo, Moisés viu o
que estava à frente, olhou para além da encruzilhada do caminho das decisões e
permitiu que sua fé comandasse suas atitudes.
Grande parte dos erros que cometemos
está em não estabelecer as prioridades da vida. Moisés sabia que nasceu para
ser um libertador e que um dia deveria escolher entre a luxúria do Egito e o
sofrimento de um deserto escaldante. Ele refletiu sobre a sua posição, chegou a
uma conclusão e fez sua escolha. Todos nós temos a mesma opção.
3.2. A
dura missão de fé de Moisés.
A causa pela qual Moisés renunciaria sua coroa
incluía como galardão terreno um grupo de escravos quebrantados e oprimidos
pela sociedade. A escravidão tanto desumaniza quanto incapacita, impedindo por
gerações o gozo da própria liberdade. Está comprovado que, mesmo que os
escravos recebessem liberdade, eles jamais atuariam como os que nasceram
livres, porque a escravidão é como um ferro que espeta a alma e amarra o
espírito. Está claro que a missão de Moisés exigia muito mais que deixar tudo.
Ele deveria se ajustar aquele povo; deveria descer a seu nível; conviver com
eles; suportá-los e amá-los como o povo escolhido de Deus.
3.3. O
galardão da fé.
Devemos considerar o que Moisés deixou e o que
recebeu em troca. Não houve um monumento para esse homem tão dedicado e tão
altruísta. Não houve uma esfinge, nem tampouco uma pirâmide. O Egito estava
mais que disposto a esquecer que tal homem existiu um dia. Esse grande herói
morreu em um cume solitário, nas encostas áridas do monte Pisga, sem receber ao
menos uma flor em sua sepultura. Moisés trocou voluntariamente os monumentos e
a aclamação, os incentivos, o poder e os prazeres terrenos por uma recompensa
num reino invisível. Ele deu tudo o que possuía por um relacionamento com Deus.
Foi o maior negócio que alguém poderia ter feito. O que perdeu não teria
condições de guardar, mas o que ganhou jamais poderia perder.
A fé de Moisés ultrapassou a visão do
mundo físico e, como recompensa do Senhor, foi-lhe dado o privilégio que homem
algum jamais teve em toda a história da humanidade: ver a Deus face a face,
falar com Ele boca a boca, ver a glória de Jeová passar diante de si e estar
com o Cristo. Ele recusou o material, o visível e o passageiro, mas pode ver o
espiritual, o invisível e o eterno.
Conclusão.
Moisés percebia que os prazeres do pecado eram
passageiros (Hb 11.25). Vendo que o tempo havia chegado, teve coragem para
renunciar. Ele sabia que a vida não era longa o bastante e não queria
comparecer diante de Deus como alguém que rejeitou o direito de servir (Lc
14.33).
Questionário.
1. Se servir ao Senhor não for suficiente
recompensa, o que deve fazer os que esperam maiores coisas?
R: Seguir seu caminho seu egoísta
(Hb 11.26).
2. O que a fé proporcionou que Moisés visse na
eternidade?
R: Ver tanto o sofrimento quanto
o galardão (Hb 11.26).
3. Por que Moisés descartou a possibilidade das
riquezas humanas?
R: Por causa da recompensa na eternidade
(Hb 11.26).
4. Qual o maior obstáculo que um servo de Deus
pode ter na vida?
R: Firmar suas raízes em algum
lugar (Hb 11.27).
5. O que ganhou Moisés por dar tudo em troca de
seu relacionamento com Deus?
R: Ganhou o que jamais poderia
perder (Hb 11.25).
Fonte: Revista
Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de
Israel.
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