Lição 11
A Última Ceia
14 de junho de 2015
TEXTO
ÁUREO
"Alimpai-vos, pois, do fermento velho,
para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo,
nossa páscoa, foi sacrificado por nós." (1 Co 5.7)
VERDADE
PRÁTICA
A Páscoa comemorava a libertação do Egito. A
Ceia do Senhor celebra a libertação
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Êx 12.1-28 O real propósito da Páscoa para os judeus
Terça - Lc 22.7-13 A última ceia de Jesus com seus discípulos aqui na
terra
Quarta - Lc 22.14-20 O verdadeiro significado da celebração da Ceia
Quinta - Lc 22.19,20 Os elementos que compõem a Santa Ceia do Senhor
Sexta - 1 Co 11.26 O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja
Sábado - 1 Co 11.27-32 Quem pode participar da Santa Ceia do Senhor
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 22.7-20
7 - Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães
Asmos, em que importava sacrificar a Páscoa.
8 - E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide,
preparai-nos a Páscoa, para que a comamos.
9 - E eles lhe perguntaram: Onde queres que a
preparemos?
10 - E ele lhes disse: Eis que, quando
entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o
até à casa em que ele entrar.
11 - E direis ao pai de família da casa: O
mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus
discípulos?
12 - Então, ele vos mostrará um grande cenáculo
mobilado; aí fazei os preparativos.
13 - E, indo eles, acharam como lhes havia sido
dito; e prepararam a Páscoa.
14 - E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com
ele, os doze apóstolos.
15 - E disse-lhes: Desejei muito comer convosco
esta Páscoa, antes que padeça,
16 - porque vos digo que não a comerei mais até
que ela se cumpra no Reino de Deus.
17 - E, tomando o cálice e havendo dado graças,
disse: Tomai-o e reparti-o entre vós,
18 - porque vos digo que já não beberei do
fruto da vide, até que venha o Reino de Deus.
19 - E, tomando o pão e havendo dado graças,
partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso
em memória de mim.
20 - Semelhantemente, tomou o cálice, depois da
ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado
por vós.
OBJETIVO
GERAL
Explicar a instituição da Ceia do Senhor como
ordenança.
HINOS
SUGERIDOS:
53,22,482 da Harpa Cristã
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao
que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Analisar os antecedentes históricos da última ceia de Jesus.
II. Expor a dinâmica da preparação, celebração e a
substituição da Páscoa pela celebração da Ceia do Senhor.
III. Elencar os dois
elementos da última ceia
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Prezado professor, estamos diante de um texto
que narra uma das mais importantes celebrações da Igreja Cristã: Lucas 22, a
Ceia do Senhor. A aula desta semana deve ser iniciada explicando aos alunos os
antecedentes históricos da instituição da Ceia do Senhor. Quando o Senhor Jesus
Cristo instituiu a Ceia, na ocasião, Ele estava celebrando a páscoa judaica.
Como um marco representativo da liberação do povo de Israel do Egito - pois foi
assim que a Páscoa ficou conhecida -, a
Ceia do Senhor seria um marco representativo do ato de amor que Jesus Cristo
fez em nosso favor, entregando-se à morte, e morte de cruz, por amor. Explicar
tão significativa celebração é o objetivo da aula desta semana.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sem dúvida, a Páscoa era uma das festas mais
importantes do judaísmo, e a sua celebração era carregada de valor simbólico. O
seu ritual era metódico e meticuloso pois lembrava um dos momentos mais
importantes da história do povo de Deus da Antiga Aliança - a libertação do
cativeiro egípcio! A sua celebração anual mobilizava toda a nação judaica.
Quando instituiu a Santa Ceia, por ocasião da
celebração da última Páscoa, Jesus tinha em mente esses fatos. Sabedor de que a
Páscoa era apenas um tipo do qual Ele era o antítipo (ou uma figura da qual Ele
era o cumprimento), Ele demostrou alegria e satisfação por poder celebrá-la na
companhia de seus discípulos. Apenas algumas horas depois, o Filho do Homem
estaria libertando o seu povo, não mais de um cativeiro humano, mas do
cativeiro do pecado!
I.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
1. A
instituição da páscoa judaica. A festa da Páscoa era uma das celebrações que
ocorria na primavera. A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o
sentido de "passar por cima". Essa festa tem sua origem nos dias que
antecedem o êxodo dos israelitas do Egito, conforme narrado em Êxodo 12. Até
esse momento, Faraó relutava em deixar os israelitas partirem conforme a
determinação do Senhor. A consequência dessa obstinação do governante egípcio
foi o julgamento divino que veio na forma de uma grande mortandade nos lares
egípcios. Somente os primogênitos das famílias egípcias seriam atingidos, pois
os hebreus estavam protegidos com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12.13). O sangue
do cordeiro era um tipo do sangue de Cristo, o cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo (Jo 1.29; 1 Co 5.7).
2. O
ritual da páscoa judaica. A páscoa judaica obedecia a um ritual detalhado (Dt
16.1-4). Todavia, de acordo com Êxodo 12.3-12, os preparativos teriam início
aos dez do mês com a escolha de um cordeiro, ou cabrito, para cada família. A
família, sendo pequena poderia então convidar o vizinho. O cordeiro, que seria
guardado até ao décimo quarto dia, deveria ser de um ano e sem defeito. No final
do décimo quarto dia era imolado. O sangue era posto sobre as ombreiras e
vergas das portas das casas judaicas. O cordeiro deveria ser comido assado e
com pães asmos e ervas amargas. O resto que sobrasse deveria ser queimado. Os
participantes da Páscoa deveriam ter os lombos cingidos, sandálias nos pés e
cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor.
PONTO
CENTRAL
A Ceia do Senhor é uma celebração que o nosso
Senhor ordenou à Igreja até a sua vinda.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
A Páscoa judaica foi instituída com a
finalidade de o povo de Israel preservar na memória o tão grande livramento de
Deus: a libertação do Egito.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
"A refeição da Páscoa era parte importante
da festividade. Exigia o sacrifício e a assadura de um cordeiro, pão sem
fermento, ervas amargas e vinho. A pessoa devia comer a refeição da Páscoa na
posição reclinada e depois do pôr-do-sol (no início do décimo quinto dia de
nisã). Assim, antes que a refeição da Páscoa fosse celebrada, preparações
cuidadosas tinham de ser feitas.
Lucas reconta como Jesus se prepara para comer
a última refeição da Páscoa com os discípulos antes de sua morte. A expressão
'o dia da Festa dos Pães Asmos' se refere provavelmente ao dia antes da
refeição, o décimo quarto dia de nisã, quando os judeus retiravam todo o
fermento de suas casas em preparação à festa. Jesus instrui Pedro e João a
fazerem os arranjos necessários, mas eles não têm ideia de onde Ele quer fazer
a comemoração. Pelo fato de Jesus saber que Judas concordou em entregá-lo aos
líderes religiosos (vv.21,22), Ele manteve o lugar da refeição em segredo.
Durante a refeição da Páscoa, todos os judeus estariam a portas fechadas, e tal
oportunidade ofereceria ocasião conveniente para Judas entregar Jesus às
autoridades. Mas Jesus será preso na hora em que Ele escolher, e não quando os
inimigos escolherem" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.460).
II. A
CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A
preparação.
Ao responder à pergunta dos discípulos sobre onde se daria os preparativos da
Páscoa, Jesus encaminha-os a um homem com um cântaro de água (Lc 22.10). Lucas
deixa claro que Cristo, como filho de Deus e capacitado pelo Espírito Santo, possuía
conhecimento prévio dos fatos. O expositor bíblico Anthony Lee Ash, observa que
o homem com um cântaro de água seria facilmente notado, pois esse era um
trabalho de mulher. Os hospedeiros costumavam oferecer suas casas durante a
festa, em troca das peles de animais e utensílios usados para a refeição. O
preparo da Páscoa incluiria a busca de fermento na casa e o preparo dos vários
elementos da refeição.
2. A
celebração e substituição. Jesus possuía consciência de que a sua morte na cruz se
aproximava e que Ele era o Cordeiro de Deus do qual o cordeiro da Páscoa era
apenas um tipo (Jo 1.29). Com certeza milhares de cordeiros foram sacrificados
em Jeruslaém nessa data, mas somente Jesus era o "Cordeiro de Deus que
tiraria o pecado do mundo" (Jo 1.29). Se a Páscoa judaica marcou a
libertação do sofrimento do cativerio egípcio, agora Jesus, através do seu
sofrimento, libertaria a humanidade da escravidão do pecado. Pedro e João fazem
os preparativos exigidos sobre a última Páscoa (Lc 22.7-20) e é durante a
celebração da última Páscoa que Jesus instituiu a Ceia do Senhor (Lc 22.19,20).
No contexto da Nova Aliança a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (1 Co
11.20,23).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Foi numa Páscoa judaica que nosso Senhor
instituiu a Ceia, como uma ordenança para toda a Igreja.
III. OS
ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
1. O
vinho.
O terceiro Evangelho faz referência ao uso do cálice por duas vezes, a primeira
delas antes de mencionar o pão (Lc 22.17,20). Mas essa reversão da ordem dos
elementos não modifica em nada o significado da Ceia. Nesse particular, a liturgia cristã segue o
modelo dos outros evangelistas e de Paulo, onde o uso do vinho é precedido pelo
pão (Mc 14.22-26; Mt 26.26-30; 1 Co 11.23-25).
Tomando o cálice, Jesus falou: "Este
cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós" (Lc
22.20). O sentido desse texto é que o vinho é um símbolo da Nova Aliança que
foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus (Êx 12.6,7,13; 24.8; Zc
9.11; Is 53.12).
2. O pão. Após tomar o pão, dar
graças e partir, Jesus disse: "Isto é o meu corpo, que por vós é dado;
fazei isso em memória de mim" (Lc 22.19). Jesus usa a expressão:
"isto é o meu corpo" com sentido metafórico, da mesma forma que Ele
disse: "Eu sou a porta" (Jo 10.9). O pão era um símbolo do corpo de
Jesus da mesma forma que o vinho era do seu sangue. A palavra
"oferecido" traduz o verbo grego didomi, que também possui o sentido
de entregar. Esse mesmo verbo é usado nos textos de Isaías 53.6,10,12, onde há
uma clara referência a um sacrifício (cf. Êx 30.14; Lv 22.14). O corpo de Jesus
seria oferecido vicariamente em favor dos pecadores.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Os elementos da Ceia são o vinho, que simboliza
o sangue de Jesus; o pão, que simboliza o corpo partido do Senhor.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
"Devido, em grande parte, à conotação um
tanto mística que acompanha a palavra 'sacramento', a maioria dos pentecostais
e evangélicos prefere o termo 'ordenança' para expressar o seu modo de entender
o batismo e a Ceia do Senhor. Já na era da Reforma, alguns levantavam objeções
à palavra 'sacramentos'. Preferiam falar em 'sinais' ou 'selos' da graça. Tanto
Lutero quanto Calvino empregavam o termo 'sacramento', mas chamavam atenção
para o fato de que o usavam num sentido teológico diferente da implicação
original da palavra em latim. O colega de Lutero, Philipp Melanchthon, preferia
empregar o termo signis ('sinal'). Hoje, alguns que não se consideram
'sacramentalistas', ou seja, que não acham que a graça salvífica seja
transmitida através dos sacramentos, continuam usando os termos 'sacramento' e
'ordenança' de modo sinônimo. Devemos interpretar cuidadosamente o sentido do
termo de acordo com a relevância e implicações atribuídas à cerimônia pelos
participantes. As ordenanças, determinadas por Cristo e celebradas por causa do
seu mandamento e exemplo, não são vistas pela maioria dos pentecostais e
evangélicos como capazes de produzir por si mesmas uma mudança espiritual, mas
como símbolos ou formas de proclamação daquilo que Cristo já levou a efeito
espiritualmente nas suas vidas" (HORTON, Stanley (Ed). Teologia
Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996,
p.560).
CONCLUSÃO
Participar da Ceia do Senhor é um privilégio do
qual todo cristão deve se alegrar. Não se trata de um ritual vazio, mas de uma
celebração carregada de significado, porque aponta para o sacrifício do
calvário. A Ceia celebra a vitória de Cristo, o Cordeiro de Deus, sobre o
pecado e suas consequências.
Ao participarmos da Ceia, devemos manter uma
atitude de eterna gratidão ao Senhor por nos haver dado vida quando nos
encontrávamos mortos em nossos delitos. Assim como os antigos judeus não
deveriam celebrá-la com fermento em seus lares, da mesma forma não devemos
comemorar a Ceia com o velho fermento do pecado. Celebremos a Ceia com os asmos
da sinceridade.
PARA
REFLETIR
Sobre os
ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Quando ocorria a festa da Páscoa?
A festa da Páscoa era uma das celebrações
que ocorria na primavera.
A palavra Páscoa é derivada de qual verbo
hebraico e qual é o seu significado?
A palavra é derivada do verbo
hebraico pasah, com o sentido de "passar por cima".
O que o vinho na Santa Ceia simboliza?
O vinho é um símbolo da Nova Aliança,
que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.
O que simboliza o pão?
O pão simboliza o corpo de Jesus.
O significa, para você, participar da Santa
Ceia?
Resposta livre.
CONSULTE
Revista
Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 41.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer
a lição. São artigos que buscam expandir
certos assuntos.
SUGESTÃO
DE LEITURA
Manual do
Professor de Escola Dominical
Com a finalidade de auxiliar os educadores
cristãos, através de um estilo claro, preciso e límpido, conduz o leitor a
assimilar os conteúdos fundamentais da didática. Fruto de uma experiência larga
e assinalada tanto no magistério cristão como no eclesiástico
Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal
A Santíssima Trindade, a Criação do Universo e
da Humanidade, o Batismo no Espírito Santo e a Missão da Igreja. Estes e outros
temas são explicados, sob uma ótica pentecostal, por um grupo de 20 dos mais
respeitados teólogos pentecostais dos EUA.
A Santa
Ceia
A ceia é uma das celebrações mais comoventes da
Igreja Cristã. Porém, muitos perderam a compreensão de seu real significado, o
que acarreta numa falta de compromisso com o Reino de Deus e num relacionamento
limitado com a Palavra.
Fonte
revista Lições Bíblicas, CPAD, 2º trimestre de 2015, adultos.
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