Lição 9
Construindo bezerros de ouro.
31 de maio de 2015
Texto
Áureo
“E naqueles dias fizeram o bezerro, e
ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos”. At
7.41
Verdade
Aplicada
A penalidade para aquele que trai a confiança do
Senhor é a dura realidade de ter que avançar sem a Sua presença e a Sua
proteção.
Objetivos
da Lição
- Analisar os
motivos que levaram Israel a pecar e por que Arão confeccionou o bezerro de
ouro;
- Explicar
porque Moisés quebrou as tábuas da Lei e a maneira como se arriscou e
intercedeu para que Deus perdoasse ao povo;
- Entender o que
significa um bezerro de ouro em nossas vidas.
Glossário
Interpor: intervir como
mediador;
Abrandar: Acalmar;
Implementar: colocar em prática.
Hinos
sugeridos
141, 292, 406
Textos de
Referência
Êxodo 32.1-4
1 Mas, vendo o povo que Moisés tardava em
descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses,
que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos
tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.
2 E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de
ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de
vossas filhas e trazei-mos.
3 Então, todo o povo arrancou os pendentes de
ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão,
4 E ele os tomou das suas mãos, e
trabalhou com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram:
Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.
Leituras
complementares.
Segunda Êx 32.5
Terça Êx 32.6
Quarta Êx 32.24
Quinta Sl 106.19
Sexta 106.20
Sábado At 7.41
Esboço da
Lição
Introdução
1. Arão e o bezerro de ouro.
2. Moisés e as tábuas da lei.
3. O bezerro de ouro no coração humano.
Conclusão.
Introdução
O pedido dos israelitas não significava
necessariamente que esses indivíduos estivessem rejeitando ao Senhor, eles
queriam Deus, mas um Deus de acordo com o que suas mentes imaginavam (Êx 32.1).
1. Arão e
o bezerro de ouro.
A demora de Moisés foi o perfeito álibi para
que o povo retrocedesse seu coração de volta ao Egito. Inquietos pela ausência
do líder visível, que há quarenta dias estivera no monte, eles se uniram para
fazer um pedido especial a Arão, o responsável na ausência de Moisés. Vejamos:
1.1. O
pecado da leitura errada.
O que você faria se seu pastor sumisse sem dar
notícias durante quarenta dias? O povo esperou e ao fim de quarenta dias se
desesperançou. Ao verem o monte a fumegar, o ruído dos trovões e os relâmpagos
sob a montanha, concluíram que Moisés havia morrido (Êx 20.18; 32.1). Na verdade,
eles não podiam ficar para sempre parados no deserto. O povo queria saber a
quem seguir e em que acreditar. Sem respostas, eles pedem a Arão que
confeccione um deus para que adorem. Eles tinham um pensamento coreto, mas com
a leitura errada. Seus corações nunca compreenderam quem era realmente o Deus a
quem estavam servindo. É possível criar uma imagem de deus segundo nossa
própria imaginação. Para Moisés, o Senhor era um amigo íntimo que falava face a
face. Para eles, o Senhor era apenas um deus que poderia ser trocado por
qualquer outro caso não atendesse seus desejos.
Como é fácil o coração carnal se
afastar da verdadeira adoração a Deus! Quando Arão notou a que ponto as pessoas
estavam indo, tentou dar um jeitinho de controla-las erigindo um altar diante
da imagem e proclamando uma festa ao Senhor. Talvez quisesse conservar alguma
semelhança com a adoração ao Senhor. Esse ato lembra os esforços de conservar
uma forma de piedade sem ter seu poder e o sincretismo que há em grande parte
do cristianismo nominal (2Tm 3.5).
1.2. O
pedido do povo e a fraqueza de Arão.
Muitos eruditos tentam defender Arão, afirmando
que ele cedeu porque temeu o povo ou porque não acreditava que eles se
desfariam de seus pendentes de ouro. Arão era influente, mas não teve personalidade
para liderar o povo. Fez tudo errado e foi dele a ideia de confeccionar um
bezerro. (Êx 32.2, 4). De onde terá vindo sua inspiração? É provável que Arão
tenha tentado copiar o Touro Ápis, símbolo da força e da fecundidade, que era
cultuado no Egito. Será que poderíamos imaginar como seria o destino de Israel
se Moisés não voltasse e Arão assumisse? Misericórdia!
1.3. O
encontro de Moisés com Arão.
Ao descer do monte e ver toda aquela adoração,
Moisés confronta Arão, que rapidamente coloca a culpa no povo (Êx 32.22). Logo
em seguida Arão mente de forma descarada, pois afirma que colocou o ouro no
fogo e saiu o bezerro (Êx 32.24). Será que ele estava querendo dizer que aconteceu
um milagre? Como é fácil para alguns líderes procederem como Arão. Antes de
agirem, sondam meticulosamente opinião pública. Pensam que é imprudente ser
muito rígidos. Julgam necessário tolerar as fraquezas carnais e concordar com
as tendências atuais. Acreditam que não se pode ter sucesso a menos que
acompanhem a multidão; para eles é melhor abrir mão da verdade do que perder a
influência sobre as pessoas. O problema deles é o que dirão no dia do acerto de
contas.
2. Moisés
e as tábuas da Lei.
Deus, por misericórdia, revelou a Moisés a
idolatria de Israel. Sua palavra soava como uma rejeição (Êx 32.7). Ciente,
Moisés intercede, mas, ao descer do monte, quebra a Lei e pune os culpados.
Três coisas iremos destacar neste ponto: a intercessão de Moisés; o porquê de
quebrar as tábuas e a maneira como se interpôs diante de Deus pelo povo.
2.1. A
intercessão de Moisés.
A avaliação que Deus fez dessa multidão
perversa era muito clara: “De dura cerviz”. Essa expressão é aplicada a cavalo
ou boi rebelde que não se deixa ser controlado por rédeas. Israel se recusara a
obedecer ao concerto que fizera. Deus quer destruir o povo, mas, com uma
coragem que só poderia vir de uma fé robusta, Moisés rogou: “Toma-te da ira do
teu furor e arrepende-te deste mal contra o teu povo”. Pediu, também, que deus
se lembrasse das promessas feitas aos patriarcas, a quem, pelo Seu nome, jurara
dar a terra da promessa eternamente. Na defesa perante Deus, há três argumentos
para o Senhor não exterminar o povo. Primeiro, este procedimento anularia as
vitórias anteriores. Segundo, daria ocasião aos egípcios para se gloriarem. E,
por último, quebraria a promessa feita a Abraão. Todos esses argumentos foram
apelos fundamentados na glória de Deus e, com certeza, um verdadeiro exemplo de
oração intercessora (Êx 32.7-15).
Esse, provavelmente, foi maior teste
que Moisés teve de suportar. O Senhor queria destruir o povo. Não há como negar
que seria justo deus tomar tal providência; é óbvio que Ele teria cumprido a
ameaça se Moisés não tivesse intercedido. Deus conhecia Seu servo, sabia que
ele passaria no teste e se tornaria mediador. Moisés viu a realidade da ira de
Deus, rejeitou a oportunidade de glória egoísta e suplicou pelo povo e pela
glória de Deus.
2.2.
Moisés quebra as tábuas da Lei.
Moisés teve compaixão e suplicou pela moderação
da ira de Deus, mas, quando viu pessoalmente o mal do povo, sentiu a mesma ira
que Deus expressara. No entanto, a ira santa tinha de ser abrandada com
compaixão amorosa. Moisés tinha em mãos a própria Lei, que condenava à morte o
povo rebelde. Se a punição da Lei fosse implementada imediatamente, Israel
teria que morrer. O povo quebrara a Lei. Enquanto estava diante dos israelitas
e observara a lascívia que faziam, Moisés ergueu a Lei acima da cabeça e,
provavelmente à vista de todos, lançou as tábuas ao chão com força e ímpeto.
Ele lhes trouxera algo de que eram indignos. Estavam totalmente desqualificados
para receber aquele dom de Deus. Ou as tábuas tinham que ser quebradas ou o
povo tinha que ser destruído. Moisés quebrou as tábuas. Ele desfez o trabalho
de Deus para poupar a vida do povo.
2.3.
Moisés, o mediador.
Ao organizar o arraial, os rebeldes foram
punidos, mas a Lei estava quebrada e Moisés deveria retornar a presença do
Senhor tanto para reconciliar Israel quanto para reparar os danos causados ao
trabalho divino. Moisés tinha de achar um meio de voltar a uma relação de
concerto com Deus. Na presença de deus, Moisés confessou o pecado de Israel e
com uma santa ousadia disse: “perdoa o seu pecado, se não, risca-me peço-te, do
teu livro, que tens escrito” (Êx 32.32). “Riscar” significa: “cortar” da
comunhão com o Deus vivo, ou entregar a morte”. O amor de Moisés pelos
israelitas era tão grande que ele não se importava em viver, a menos que Deus
lhe perdoasse. Ele só desceria do Sinai com o perdão e a paz estabelecida entre
Deus e todo o povo. Que exemplo de líder foi Moisés. As paixões carnais vividas
pelo povo de Israel trouxeram sérios apuros para Moisés. Colocar sua própria
vida à prova é um ato que vai além do amor, que poucos homens ousariam tentar.
3. O
bezerro de ouro no coração humano.
O grande problema de Israel não estava no
pensamento da morte de Moisés ou porque a paciência esgotou. Isso não justifica
a confecção de um ídolo e uma adoração tão fervorosa. O bezerro vai muito além
de uma estátua, ele representa um problema do íntimo do coração humano. Vejamos
algumas lições importantes:
3.1. A
dificuldade humana de ter uma verdadeira fé.
Embora o coração do povo pudesse necessitar de
uma prova visível, Deus já lhes havia dado manifestações do Seu poder e amor,
mas seus corações insensatos não puderam discernir. Por um momento, eles se
esqueceram de tudo o que Deus realizou e como os livrou do Egito. Eles
ignoraram o sobrenatural e, sem paciência, fizeram o incompreensível. Na
verdade, usando o artifício de que queriam agradar a Deus, eles buscavam
agradar a si mesmos. Qual a diferença do povo que adorou o bezerro e o povo dos
dias atuais? Atualmente temos motivos para ir ao templo, mas, lamentavelmente,
muitos deles não são o Evangelho. Temos uma geração indiferente, com cultos de
satisfações humanas que nada produzem a não ser muito barulho e pouco caráter
cristão. A quem buscamos agradar afinal? A Deus ou a nós mesmos?
A atitude de idolatria não foi por
ignorância espiritual, foi um ato de rebeldia com todo o conhecimento. A
idolatria é um problema para os filhos de Deus e hoje ela aparece sob diversos
aspectos: o amor ao dinheiro, o materialismo, a cobiça pelo poder, o desejo
desenfreado pelo sexo e todas outras sortes de males.
3.2.
Adorando ao Bezerro.
O que é a religiosidade senão um bezerro? Mesmo
não fazendo ídolos, podemos ser culpados de procurar moldar nosso Deus à nossa
imagem para justá-lo às nossas expectativas, desejos e circunstâncias. Quando
fugimos da Palavra, fugimos da leitura perfeita de quem Deus realmente é, qual
é a Sua vontade, como devemos nos aproximar dEle, com que espécie de
sacrifícios Ele se agrada e de que forma Ele deve ser adorado. O bezerro de
ouro é o símbolo de uma indefinição religiosa, de querer controlar aquilo que é
incontrolável. A ideia de um deus feito ao nosso desejo com a de um Deus Senhor
da história é aceitar a vontade de Deus sem renunciar a vontade própria. Em
definitivo, é chamar de Deus ao que nada mais é que um ídolo.
3.3. O
bezerro da aparência.
A tentação mais forte que Israel sofreu ao
longo da história foi a idolatria. Rodeado de povos que davam culto aos ídolos,
sentiam o desejo de se unirem aos ritos que com frequência eram mais vistosos e
atrativos que os seus. Porém, mais perigosa que a tentação, era a idolatria da
própria ideia de Deus. Eles não aceitavam a ideia de um Deus vivo que não
podiam manipular. Queriam um Deus concreto que pudessem apalpar. É a tentação
da aparência, do imediato; um intento de materializar o sagrado. Sua declaração
comprovava que não compreenderam o êxodo. Eles não diziam que havia sido Deus e
sim Moisés quem os havia tirado da terrado Egito. Eles não entenderam que
Moisés era somente um intermediário (Êx 32.1).
Eles construíram um bezerro com ouro
trazido do Egito. De algum modo, esse ouro representava o passado, vinculava à
situação anterior, que em várias ocasiões haviam ansiado.
Conclusão
O bezerro de ouro pode ser qualquer coisa que
ainda está abrigada em nossos corações e nos encaminha a identificar ao Senhor
não de modo sobrenatural, mas humano. Resultando numa fé que não foi construída
naquilo que Deus disse, a qual nos leva a satisfação e nunca à transformação.
Questionário
1. Qual foi o álibi para o povo retroceder seu
coração ao Egito?
R: A desculpa foi a demora de
Moisés (Êx 32.1).
2. Por que Moisés quebrou as tábuas da Lei?
R: Porque o povo era indigno e
para poupar suas vidas (Êx 32.19).
3. Quem foi o responsável pela confecção do
bezerro?
R: Arão (Êx 32.4).
4. O que representa o bezerro de ouro em nossos
dias?
R: Representa um problema do
íntimo do coração humano (Êx 32.9).
5. Qual foi a tentação mais perigosa que a
idolatria para Israel?
R: A ideia de um Deus vivo que
não podiam manipular (Êx 32.1).
Fonte: Revista
Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de
Israel.
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