Lição 8 Jesus e as Minorias
24/05/2015
Texto do dia
"Porque todos quantos fostes
batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego;
não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus"
(Gl 3.27,28).
Síntese
Seguindo o exemplo do Mestre, devemos lutar
contra todo tipo de discriminação social e acepção de pessoas
Agenda de
leitura
SEGUNDA
- Dt 15.11
O
pobre sobre a terra
TERÇA
- Pv 28.27
O
que dá ao pobre não terá necessidade
QUARTA
- Gl 6.2
Necessidade
de auxiliar-nos uns aos outros
QUINTA
- 1 Co 11.11,12
Homem
e mulher provêm de Deus
SEXTA
- Pv 22.6
Educa
a criança no caminho em que deve andar
SÁBADO
- Tg 2.1
O
perigo da acepção de pessoas
TEXTO
BÍBLICO
Lucas 4.17-19
17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías;
e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18. O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que
me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração,
19. a apregoar liberdade aos cativos, a dar
vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do
Senhor.
Tiago
2.1-9
1. Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso
Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum
homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum
pobre com sórdida vestimenta,
3. e atentardes para o que traz a veste
preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes
ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado,
4. porventura não fizestes distinção dentro de
vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
5. Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não
escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do
Reino que prometeu aos que o amam?
6. Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não
vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?
7. Porventura, não blasfemam eles o bom nome
que sobre vós foi invocado?
8. Todavia, se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis
pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estudaremos a respeito
do relacionamento de Jesus com as minorias do seu tempo. Ou seja, como Ele
tratou os pobres, os excluídos, doentes, marginalizados e aqueles que se
encontravam em situação de fragilidade social. Aprender sobre esse tema é uma
necessidade da igreja. Afinal, os discípulos de Jesus devem dar exemplo de
responsabilidade social e lutar contra todo tipo de opressão, discriminação e
acepção de pessoas, não por força de opção política ou ideológica, mas porque
cada ser humano tem a imagem de Deus e merece ser tratado com dignidade,
igualdade e respeito.
I - JESUS, OS POBRES E OS ENFERMOS
1. Os pobres. Na sua época, Jesus se
deparou com uma sociedade marcada pelas diferenças sociais e um contingente de
pessoas em situação de pobreza e, até mesmo, de mendicância (Lc 16.20). Assim como hoje, naquele tempo não
era incomum o desprezo àqueles que viviam nestas condições, acarretando-lhes
exclusão e marginalização social. Jesus, porém, não tratava os necessitados com
indiferença ou desprezo. Além de ter convivido com os menos afortunados,
curando, libertando e lhes anunciando o Reino (Lc
4.17-19), o Mestre legou-nos o ensino da generosidade (Mt 19.21) e
da ajuda, sem esperar nada em contrapartida.
Foi a partir desse exemplo que Tiago bradou
contra a acepção de pessoas e o tratamento privilegiado aos ricos, em
detrimento dos pobres (Tg 2.1-4). Embora
a desigualdade social seja uma realidade no mundo e, até mesmo, dentro das
igrejas, como resultado da queda (Dt 15.11),
é inconcebível o favorecimento dos ricos e a discriminação aos pobres.
2. Jesus e a pobreza. O cuidado do Senhor
Jesus com o carente não era uma opção política, mas, sim, a consequência
natural da sua graça (Jo 1.16). Sua
missão não foi realizar distribuição de renda (Lc
12.13,14), mas anunciar o
Reino de Deus. Em um momento singular, ele realçou a prioridade do Evangelho ao
permitir que uma mulher derramasse um valioso perfume em sua homenagem, ao
invés de vender e dar dinheiro aos pobres (Mt
26.7-13). Deste modo, o cuidado pelos necessitados não é a causa
principal do Evangelho. É o resultado do seu poder transformador nas vidas das
pessoas, cujos corações são abertos para a ajuda e amparo ao próximo. A
comunidade de bens formada pela Igreja Primitiva é a prova disso (At 2.44,45),
sendo certo afirmar que nenhum crente era obrigado a vender suas propriedades.
Antes, o faziam por livre e espontânea vontade. Isso não pode servir como
desculpa para que os cristãos não realizem obras sociais. Tiago, mais uma vez,
escreveu a importância das obras em sua epístola, ao afirmar: "Assim
também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu
tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te
mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tg
2.17,18).
3. Os enfermos. Os Evangelhos destacam
que cegos, surdos e paralíticos eram levados até o Mestre para serem curados (Lc 7.21). Entretanto, não era somente a cura
física que Jesus proporcionava a estas pessoas por intermédio do seu poder
miraculoso. Os doentes receberam principalmente o tratamento especial do
Mestre, seu afeto e compaixão (Mt 20.34).
Afinal, o Cristo não era apenas um milagreiro, do tipo que considera os
enfermos como mero objeto de seu poder sobrenatural. Eram, aos seus olhos,
vidas humanas, fragilizadas e discriminadas por suas moléstias. O exemplo mais
marcante vem do seu trato com as pessoas contagiadas pela lepra (atualmente
chamada de hanseníase), uma doença terrível e incurável na época. Os leprosos eram
considerados imundos (Lv 13.25) e,
por isso, estavam condenados a viver de forma humilhante, fora do convívio
social. Mas, Jesus rompeu as barreiras discriminatórias tocando-lhes
fisicamente (Mt 8.3). Desse modo,
além de orar pela cura dos enfermos, precisamos assistir-lhes em suas
necessidades.
Pense
O cuidado pelos necessitados não é a
causa principal do Evangelho. É o resultado do seu poder transformador nas
vidas das pessoas.
|
Ponto Importante
Jesus se deparou com uma sociedade
marcada pelas diferenças sociais e um contingente de pessoas em situação de
pobreza e enfermidades.
|
II - JESUS, AS MULHERES, AS CRIANÇAS E
OS SAMARITANOS
1. As mulheres. A sociedade dos tempos
do Novo Testamento impunha à mulher a condição de inferioridade e de anonimato.
Jesus, por outro lado, sem desprezo e indiferença esteve com elas (Jo 4.10-26), recebeu seus atos de bondade e
apoio financeiro (Lc 8.3), estendendo
seu tratamento gracioso às pecadoras e rejeitadas pela sociedade (Jo 8.1-11). Foi às mulheres, aliás, que o
Senhor primeiramente apareceu logo após a sua ressurreição (Mt 28.9). Nos passos do Mestre, o Cristianismo
sempre rejeitou a concepção da mulher como objeto e propriedade do homem
conferindo-lhe direitos e garantias contra qualquer tipo de subjugação e
opressão.
2. As crianças. A cultura do início do
primeiro século havia recebido a influência dos gregos e romanos de considerar
as crianças como subdesenvolvidas e não plenamente humanas, permitindo-se, por
isso, o aborto, o infanticídio e o abandono. Por outro lado, o afetuoso
Nazareno revigorou o princípio das Escrituras de que os filhos são herança do
Senhor (Sl 127.3) e, por isso, Ele
recebia as crianças com amor e ternura (Mt 18.2).
Em determinada ocasião, o Mestre censurou alguns discípulos que tentaram
impedir que as crianças se achegassem até Ele, dizendo: "Deixai os
pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos
céus" (Mt 19.14). Logo, na
condição de frágeis e indefesas, as crianças merecem a proteção adequada dos
jovens e adultos, especialmente quando ainda estão dentro do útero de suas
genitoras. Essa é a razão pela qual não é possível aceitar, à luz das
Escrituras e da própria natureza humana, o aborto e a violência covarde contra
os vulneráveis.
3. Os samaritanos. No último degrau da
escala de valor para judeus daquela época estavam os samaritanos, os
descendentes das dez Tribos do Reino do Norte (cf. 1
Rs 12) e habitantes da região de Samaria (2 Rs 17.24). O ódio entre samaritanos e judeus era antigo e
recíproco. Jesus rompeu o estigma da diferença, dialogando com uma mulher
samaritana (Jo 4.4-41) e mostrando o
lado bom de um samaritano (Lc 10.30-37).
Pense
"A igreja não foi criada para ser
um museu, mas um hospital - uma estação salva-vidas"
(Thomas Trask).
|
Ponto Importante
A sociedade dos tempos do Novo
Testamento impunha à mulher a condição de inferioridade e de anonimato.
Porém, diante de Deus, homens e mulheres têm o mesmo valor.
|
III - COMO TRATAR AS MINORIAS
1. A imagem de Deus. Por que o Senhor Jesus
tratava os marginalizados e os excluídos da sociedade de forma especial? A
resposta está em Gênesis 1.26. Ali está
registrado que o ser humano foi feito à imagem e conforme a semelhança de Deus.
O Mestre via as pessoas por esse prisma da criação. Ele valoriza cada ser
humano individualmente, não pelo status social, posição eclesiástica, sexo ou
etnia, e, sim, pelo seu valor intrínseco como pessoa, criada pelo desígnio
divino. Ao contrário da visão de mundo cristã, as demais cosmovisões não
possuem uma base firme o suficiente na qual a defesa da dignidade humana possa
se apoiar. Qual é a justificativa pela qual as pessoas devem ser tratadas com
respeito e justiça se elas são meros acidentes biológicos?
2. Dignidade e igualdade. Somente o conceito
bíblico da imagem de Deus pode sustentar o sentido da vida, a dignidade humana
e a igualdade entre as pessoas. Se todos partem do mesmo Criador, não há razão
e, muito menos, justificativa para que um ser humano seja considerado superior
ou inferior ao outro. No Cristianismo, o fundamento do tratamento igualitário é
o próprio Deus, que não faz acepção de pessoas (At
10.34), para quem "não há judeu nem grego; não há servo nem
livre; não há macho nem fêmea; porque todos [são] um em Cristo Jesus" (Gl 3.28).
Lawrence Richards escreveu: "A maneira
como classificamos as pessoas determina, em grande parte, a maneira como nos
relacionamos com elas. Nós, cristãos, não devemos classificar as outras pessoas
por grupos raciais ou socioeconômicos, nem mesmo por categorias como viciado em
drogas, homossexual ou condenado. Devemos considerar os outros crentes como
irmãos e irmãs no Senhor. E devemos considerar cada não cristão como um
candidato à salvação - como uma pessoa a quem Deus ama, e por quem Cristo
morreu".
3. Minorias autoritárias. Nos tempos atuais,
alguns grupos, se valendo do discurso politicamente correto, têm tentado fazer
prevalecer a sua ideologia dentro da sociedade, ainda que contra a vontade da
maioria. Alguns chamam essa prática de "tirania da minoria". Em uma
sociedade democrática, o respeito entre maioria e minoria é fundamental. A
maioria não pode oprimir a minoria. E esta, por sua vez, não pode querer impor
suas ideias contra a maioria de forma autoritária.
Pense
Em uma sociedade democrática, o
respeito entre maioria e minoria é fundamental.
|
Ponto Importante
Somente o conceito bíblico da imagem
de Deus pode sustentar o sentido da vida, a dignidade humana e a igualdade
entre as pessoas
|
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos, como o Senhor tratou os
pobres, excluídos, doentes, marginalizados e vulneráveis do seu tempo.
Aprendemos que, em Cristo, não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não
há macho nem fêmea; porque todos somos um (Gl
3.28), afinal, todo ser humano, indistintamente, possui a imagem de
Deus e é merecedor de tratamento digno, igualitário e sem discriminação. Que
possamos, como povo de Deus, colocar em prática o exemplo do Mestre, ajudando o
necessitado, o enfermo e o excluído, sendo contra todo e qualquer tipo de
discriminação.
Hora da
Revisão
Como Jesus tratou os pobres da sua época?
Além da cura física, o que Jesus proporcionava
aos enfermos?
Como as mulheres eram tratadas na época do Novo
Testamento?
Por que o Senhor Jesus tratava os
marginalizados e os excluídos da sociedade de forma especial?
Quais as consequências de compreender o ser
humano como imagem de Deus?
Muito obg pelo post meu amado.
ResponderExcluirAjuda-nos e muito.
;)
Muito obrigado pelo incentivo e reconhecimento Irmão Paulo, que Deus te abençoe grandemente em todas as áreas pessoais e ministeriais. Graça e Paz seja contigo varão valoroso.
ExcluirIrmão Osny onde está a lição da Betel? Me ajudava muito quando você postava aqui.
ResponderExcluirQue pena!
Edivaldo
Irmão Edivaldo graça e paz querido, peço gentileza de tentar acessar direto pelo blog pois fiz uma limpeza nas páginas acessei a pouco e a lição está disponível, obrigado pelo aviso se não conseguir acessar o blog me informe, abraços querido Deus te abençoe irmão.
Excluir