Lição 8
Revelando as impurezas da alma.
24 de maio de 2015
Texto
Áureo
“E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis
que Miriã ficou leprosa como a neve: e olhou Arão para Miriã, e eis que estava
leprosa” Nm 12.10.
Verdade
Aplicada
O que distingue uma pessoa das demais não é o
seu nível de unção, nem tampouco os milagres que opera, mas a qualidade do seu
caráter diante de Deus.
Objetivos
da Lição
Esclarecer a verdade pecaminosa
por detrás da desculpa de Miriã e Arão;
Ensinar como Deus resolveu a questão entre os
irmãos;
Explicar por que Miriã ficou
leprosa e como o pecado pode atingir quem está próximo de nós.
Glossário
Insurreição: revolta contra o
poder estabelecido;
Imutável: Aquilo que não muda;
Proeminente: que se destaca.
Hinos
sugeridos
5, 193, 440
Textos de
referência
Nm 12.5-8
5
Então, o Senhor desceu na coluna de nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois,
chamou a Arão e a Miriã, e ambos saíram.
6
E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu,
o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele.
7
Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha
casa.
8
Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois, ele vê a
semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu
servo, contra Moisés?
Leituras complementares
Segunda
Nm 12.1
Terça
Nm 12.2
Quarta
Nm 12.3
Quinta
Nm 12.4
Sexta
Pv 14.30
Sábado
Mc 7.22
Esboço da Lição
Introdução
1.
A inveja dos Irmãos de Moisés
2.
Tratando as impurezas da alma
3.
Lições práticas
Conclusão
Introdução
Todos aqueles que querem viver piedosamente em
Deus serão perseguidos e sempre se tornarão alvo do inimigo. É comum ao que
peleja estar sempre atento e pronto para esses ataques, a única surpresa é
quando o inimigo esta camuflado na pele de nossos próprios irmãos.
1. A
inveja dos irmãos de Moisés.
A desculpa de Miriã e Arão para se levantar
contra a liderança de Moisés foi o casamento deste com a mulher cuxita. Essa
insatisfação estava recheada de inveja e de uma necessidade de reconhecimento.
Eles se autodenominaram profetas e queriam estar no mesmo patamar espiritual que
seu irmão mais novo.
1.1. Entendendo
o sentido da murmuração.
No hebraico, murmuração é “difamar, levar
contos” e a ideia principal é “falar entre os dentes manifestando queixa ou
desgosto por alguma coisa – conversação em prejuízo de um ausente”. Quando a
murmuração é baseada em falsos argumentos é chamada de calúnia, porém, se
estiver baseada em um fato verdadeiro será denominada fofoca. A desculpa que
desencadeou a murmuração contra Moisés foi sua união matrimonial, mas a
conversa tomou outro sentido quando, conferenciado entre si, Miriã e Arão
deixaram escapar um sentimento oculto (Nm 12.2). A murmuração trouxe a tona um
íntimo desejo em seus corações: serem reconhecidos entre o povo, ou quem sabe
até mesmo diante de Deus, como profetas semelhantes a Moisés.
Não sabemos o que passou na mente
de Miriã nesse tempo, mas pode ser que ela achasse importante na vida de Moisés
por tê-lo colocado no rio Nilo e salvado sua vida quando ainda era um menino.
Arão, por ser mais velho, deve ter achado que Moisés lhe devia certo respeito
por ser mais novo e que ele deveria liderar. No entanto, o que a Bíblia nos
apresenta é a maldade que estava instalado no coração dos irmãos de Moisés.
1.2. O
contraste entre personalidades.
Antes de apresentar o coração invejoso de Miriã
e Arão, a Bíblia faz uma referência a Moisés, dizendo que ele era mais manso do
que todos os homens que havia sobre a terra (Nm 12.3). O texto revela que foi
Miriã quem iniciou a contenda. Todavia, mesmo sendo o mais velho, Arão não fez
a menor questão de reprovar a atitude de sua irmã, simplesmente compactuou com
a sua inveja. Arão e Miriã deveriam compreender que eram úteis, mesmo não sendo
os primeiros, mas isso aconteceu e, para piorar a situação, o Senhor estava
ouvindo toda aquela conversa e rapidamente tratou de descobri-los diante
daquele a quem caluniavam sem razão.
1.3.
Falou o Senhor somente por Moisés?
Ficou muito claro na declaração feita pelos
irmãos de Moisés que eles estavam descontentes com suas posições. Para Arão,
não era o suficiente ser o porta voz das palavras de seu irmão, e Miriã se
autodenominava profeta e queria também reconhecimento. Na verdade, eles queriam
que Deus desse o mesmo tratamento que dava a Moisés. Diante daquela lamentável
situação, o Senhor, de imediato, tomou uma atitude. Ele sequer esperou que
Miriã e Arão acalmassem os ânimos, logo os convocou para uma conversa séria na
tenda da congregação (Nm 12.4). Havia dois motivos para aquela rápida reunião:
primeiro, eram todos líderes e havia o perigo da divisão; segundo, eram irmãos
e precisavam se unir para que aqueles sentimentos fossem reparados e pudessem
seguir com a missão.
O Senhor não se agrada de discórdias
e divisões no meio do seu povo, ainda mais quando a contenda existe entre
irmãos. O Senhor deseja que tanto líderes quanto liderados sejam fiéis e unidos
num só propósito, visando edificação e nunca a divisão.
2.
Tratando as impurezas da alma.
Enquanto eles estavam conversando e se
lastimando porque Moisés era o preferido, o Senhor resolveu acabar com toda aquela
semente de discórdia que já havia interferido no relacionamento familiar e que
certamente causaria danos ao ministério de Moisés.
2.1.
Colocando as coisas em pratos limpos.
Miriã e Arão foram surpreendidos por Deus que
decidiu colocar face a face quem caluniava e quem estava sendo caluniado. Essa
é uma fórmula pouco utilizada pelos cristãos de nosso século. Geralmente quem
chega com a notícia já recebe o mérito da verdade e quando o acusado chega para
tentar se defender sua imagem já está exposta aos ventos. Deus nos ensina como
tratar com fofoqueiros. É simples: colocar o acusado e acusador frente a frente
e expor a verdade. A fofoca não se espalha e tratamos do imundo na hora. Foi
isso que Deus fez. Para esclarecer aquela situação, o Senhor convocou uma
reunião e chamou Miriã, Arão e o indefeso Moisés, que de nada estava sabendo. À
porta da tenda, Ele desceu numa nuvem e revelou para Moisés tanto a falsidade
de seus irmãos quanto as suas atitudes invejosas.
A desculpa de Miriã e Arão trouxe à
tona a inveja e o ciúme que se abrigavam em seus corações pela posição e
influência exercida por Moisés. Devemos guardar nosso coração desses
sentimentos nocivos, que nos levam a errar contra Deus e nossos irmãos.
2.2. Se
entre vós houver profeta.
De uma maneira poderosa, Deus diz que se entre
eles houvesse profeta, Ele se revelaria em sonhos e visão e deixa claro que
Moisés é mais que um profeta, é um homem que Ele não precisa usar figuras, que
Ele fala boca a boca. Ele diz que visões e sonhos são enigmas a serem
interpretados, enquanto que falar cara a cara diz respeito a intimidade sem
obscuridade, ou seja, Arão e Miriã se achavam profetas, mas deus lhes afirma
que nada compreendem, porque não possuem uma clara visão acerca da esfera
espiritual. E conclui: “Moisés vê a semelhança do Senhor”. Moisés nada diz,
Deus julga sua causa e os invejosos são desmascarados diante dele. Eles falaram
pelos cantos e Deus os expôs a vergonha falando às claras (Nm 12.4-8).
2.3.
Moisés, o servo de Deus.
Na reunião dirigida por Deus, Moisés está
calado e Deus age em seu favor. Ele não abre a boca para fazer críticas,
reclamar ou lamentar. Pelo contrário, ele intercede e pede a cura para quem
tentou agredi-lo. Quando a nuvem se vai, Arão observa que sua irmã está
leprosa, com a pele esbranquiçada (Nm 12.10). Dirige-se até Moisés e diz: “Ah
meu senhor, ora não ponhas sobre nós este pecado, que fizemos loucamente, e com
que havemos pecado” (Nm 12.11). Arão era mais velho e o chama de “meu Senhor”.
Ele agora esqueceu era profeta e sacerdote e tornou-se servo após ser exortado
por Deus e ver a lepra em Miriã. Neste momento, ele sabe com quem está a
autoridade e, mesmo sendo mais velho, teve de reconhecer que Deus não se
preocupa com a idade, mas sim com o caráter. Na verdade, Arão era o sacerdote,
era quem deveria interceder diante de Deus por Miriã, mas estava comprometido,
seu coração não era perfeito e apela para que Moisés o faça.
É muito ruim quando sabemos que não
adianta clamar que Deus não nos ouvirá. Moisés ficou o todo o tempo calado e se
pronuncia com a oração mais rápida que alguém possa imaginar (Nm 12.13). Logo
em seguida, Deus dá uma satisfação a Moisés, dizendo que aquele ato foi como se
um pai desse uma cuspida no rosto de uma filha, tornando-a imunda (Nm 12.14).
Foi como se dissesse: “é só um lembrete para ela aprender a respeitar as
autoridades que constituí”.
3. Lições
práticas.
Falar mal de Moisés foi um agravo contra Deus,
que congregou todos debaixo da nuvem de sua presença e puniu severamente a
Miriã. Vejamos algumas lições práticas a partir desse contexto:
3.1. A
lepra de Miriã
Foi imediato o desgosto de Deus quando questionaram
a posição de liderança do Seu ungido. Quando terminou de falar, a nuvem se
retirou (Nm 12.10). Essa ação significava uma retirada divina, como um juiz que
sai do tribunal depois de dar a sentença. Diferentemente do levantamento da
nuvem, que sinalizava hora de mudar de acampamento. O maior castigo pelo
pecado, qualquer que seja sua manifestação em particular, é este afastamento de
deus. Quando Arão se voltou para sua irmã, viu que ela fora atacada de lepra.
Era um caso bem adiantado, já nos últimos estágios da doença. A lepra era uma
doença repugnante que tipificava o pecado. Miriã, que num momento se exaltara
em orgulho próprio, a ponto de pensar que deveria estar em posição proeminente
ou igual ao líder de todo o Israel, no momento seguinte, foi banida do
acampamento nas circunstâncias mais humilhantes. Este é o resultado do pecado
do orgulho (Pv 16.18; Is 10.33).
3.2.
Escolhendo o perdão sobre a ofensa.
Enfrentar desconfortos com outras pessoas é
inevitável, mas podemos escolher entre perdoar e guardar o rancor. Perdoar não
é uma tarefa fácil, mas é uma opção libertadora. Outra coisa importante que a
vida ensina é que o adversário trabalha através de pessoas próxima a nós. Ele
faz isso porque nossos entes queridos têm a capacidade de nos ferir mais. As
queixas de Miriã e Arão eram um reflexo de um problema interior muito profundo.
Em outras palavras, eles estavam com ciúmes. Em vez de se contentarem com o dom
e a posição que ocupavam, eles cobiçaram o que seu irmão possuía. O que mais
nos surpreende é que, na única oportunidade que Moisés teve para falar, ele
defendeu Miriã, implorando a Deus que a curasse. O caráter demonstrado por
Moisés explica porque caminhava tão perto de Deus.
3.3. A
sujeira que impede os santos de prosseguir.
Nossa maior dificuldade é entender por que a
punição caiu somente para Miriã. Mas, lendo o texto, entendemos que foi ela
quem iniciou a contenda (Nm 12.1). A lepra de Miriã era uma questão de
essência. Ela era leprosa em seu interior e o Senhor estava mostrando para toda
a congregação a podridão que abrigava dentro de si. A mulher cuxita foi vítima
de preconceito e o Senhor mostrou para todos que o acusador tinha um problema
interno. Agora é Miriã que sentirá o peso da rejeição, pois todos desprezavam e
evitavam uma pessoa leprosa. O pecado produz um efeito paralisante. Enquanto
MIriã não foi tratada o povo não pode avançar em direção a Terra Prometida.
Esse é um dos efeitos do pecado, ele não só impede a quem erra, mas se estende
atrapalhando a caminhada de quem se acerca de nós.
Além de opor-se ao líder levantado por Deus,
Miriã ainda ancorado no deserto. Durante uma semana, eles ficaram impedidos até
que fosse restaurada. O que mais nos preocupa com as “Mriãs” que existem em
nosso meio é que, além de estarem leprosas, elas ainda fazem com que todo o
grupo fique paralisado, sem poder entrar na terra da promessa.
Conclusão.
Arão e Miriã jamais entenderam a posição que
ocupavam, eles queriam caminhar paralelamente, fazendo divisão. Queriam ter
honra própria, mas enveredaram pelo caminho errado. Provérbios nos ensina que,
diante da honra, vai a humildade, isso foi tudo o que lhes faltou. A rebelião
tem raízes no próprio Satanás, pai de todas as rebeliões (1Sm 15.23).
Questionário
1. A insurreição de Miriã e Arão teve quem como
pivô da história?
R. A mulher cuxita com quem Moisés
havia se casado (Nm 12.1).
2. Quem a Bíblia declara ser manso?
R. Moisés (Nm 12.3).
3. Que tipo de efeito o pecado produz?
R. Efeito paralisante (Nm 12.15).
4. Sobre quem caiu a punição divina com lepra?
R. Miriã (Nm 12.10).
5. O que fez Moisés em sua oportunidade de
falar?
R. Suplicou a Deus pela cura de Miriã
(Nm 12.13).
Fonte: Betel, Jovens e Adultos, 2º trimestre de
2015.
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