segunda-feira, 18 de maio de 2015

Lição 8 Revelando as impurezas da alma.



Lição 8 Revelando as impurezas da alma.
24 de maio de 2015

Texto Áureo
“E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve: e olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa” Nm 12.10.

Verdade Aplicada
O que distingue uma pessoa das demais não é o seu nível de unção, nem tampouco os milagres que opera, mas a qualidade do seu caráter diante de Deus.

Objetivos da Lição
Esclarecer a verdade pecaminosa por detrás da desculpa de Miriã e Arão;
Ensinar como Deus resolveu a questão entre os irmãos;
Explicar por que Miriã ficou leprosa e como o pecado pode atingir quem está próximo de nós.

Glossário
Insurreição: revolta contra o poder estabelecido;
Imutável: Aquilo que não muda;
Proeminente: que se destaca.

Hinos sugeridos
5, 193, 440

Textos de referência
Nm 12.5-8
5 Então, o Senhor desceu na coluna de nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã, e ambos saíram.
6 E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele.
7 Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa.
8 Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois, ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?

Leituras complementares
Segunda Nm 12.1
Terça Nm 12.2
Quarta Nm 12.3
Quinta Nm 12.4
Sexta Pv 14.30
Sábado Mc 7.22

Esboço da Lição
Introdução
1. A inveja dos Irmãos de Moisés
2. Tratando as impurezas da alma
3. Lições práticas
Conclusão

Introdução
Todos aqueles que querem viver piedosamente em Deus serão perseguidos e sempre se tornarão alvo do inimigo. É comum ao que peleja estar sempre atento e pronto para esses ataques, a única surpresa é quando o inimigo esta camuflado na pele de nossos próprios irmãos.

1. A inveja dos irmãos de Moisés.
A desculpa de Miriã e Arão para se levantar contra a liderança de Moisés foi o casamento deste com a mulher cuxita. Essa insatisfação estava recheada de inveja e de uma necessidade de reconhecimento. Eles se autodenominaram profetas e queriam estar no mesmo patamar espiritual que seu irmão mais novo.

1.1. Entendendo o sentido da murmuração.
No hebraico, murmuração é “difamar, levar contos” e a ideia principal é “falar entre os dentes manifestando queixa ou desgosto por alguma coisa – conversação em prejuízo de um ausente”. Quando a murmuração é baseada em falsos argumentos é chamada de calúnia, porém, se estiver baseada em um fato verdadeiro será denominada fofoca. A desculpa que desencadeou a murmuração contra Moisés foi sua união matrimonial, mas a conversa tomou outro sentido quando, conferenciado entre si, Miriã e Arão deixaram escapar um sentimento oculto (Nm 12.2). A murmuração trouxe a tona um íntimo desejo em seus corações: serem reconhecidos entre o povo, ou quem sabe até mesmo diante de Deus, como profetas semelhantes a Moisés.

Não sabemos o que passou na mente de Miriã nesse tempo, mas pode ser que ela achasse importante na vida de Moisés por tê-lo colocado no rio Nilo e salvado sua vida quando ainda era um menino. Arão, por ser mais velho, deve ter achado que Moisés lhe devia certo respeito por ser mais novo e que ele deveria liderar. No entanto, o que a Bíblia nos apresenta é a maldade que estava instalado no coração dos irmãos de Moisés.

1.2. O contraste entre personalidades.
Antes de apresentar o coração invejoso de Miriã e Arão, a Bíblia faz uma referência a Moisés, dizendo que ele era mais manso do que todos os homens que havia sobre a terra (Nm 12.3). O texto revela que foi Miriã quem iniciou a contenda. Todavia, mesmo sendo o mais velho, Arão não fez a menor questão de reprovar a atitude de sua irmã, simplesmente compactuou com a sua inveja. Arão e Miriã deveriam compreender que eram úteis, mesmo não sendo os primeiros, mas isso aconteceu e, para piorar a situação, o Senhor estava ouvindo toda aquela conversa e rapidamente tratou de descobri-los diante daquele a quem caluniavam sem razão.

1.3. Falou o Senhor somente por Moisés?
Ficou muito claro na declaração feita pelos irmãos de Moisés que eles estavam descontentes com suas posições. Para Arão, não era o suficiente ser o porta voz das palavras de seu irmão, e Miriã se autodenominava profeta e queria também reconhecimento. Na verdade, eles queriam que Deus desse o mesmo tratamento que dava a Moisés. Diante daquela lamentável situação, o Senhor, de imediato, tomou uma atitude. Ele sequer esperou que Miriã e Arão acalmassem os ânimos, logo os convocou para uma conversa séria na tenda da congregação (Nm 12.4). Havia dois motivos para aquela rápida reunião: primeiro, eram todos líderes e havia o perigo da divisão; segundo, eram irmãos e precisavam se unir para que aqueles sentimentos fossem reparados e pudessem seguir com a missão.
O Senhor não se agrada de discórdias e divisões no meio do seu povo, ainda mais quando a contenda existe entre irmãos. O Senhor deseja que tanto líderes quanto liderados sejam fiéis e unidos num só propósito, visando edificação e nunca a divisão.

2. Tratando as impurezas da alma.
Enquanto eles estavam conversando e se lastimando porque Moisés era o preferido, o Senhor resolveu acabar com toda aquela semente de discórdia que já havia interferido no relacionamento familiar e que certamente causaria danos ao ministério de Moisés.

2.1. Colocando as coisas em pratos limpos.
Miriã e Arão foram surpreendidos por Deus que decidiu colocar face a face quem caluniava e quem estava sendo caluniado. Essa é uma fórmula pouco utilizada pelos cristãos de nosso século. Geralmente quem chega com a notícia já recebe o mérito da verdade e quando o acusado chega para tentar se defender sua imagem já está exposta aos ventos. Deus nos ensina como tratar com fofoqueiros. É simples: colocar o acusado e acusador frente a frente e expor a verdade. A fofoca não se espalha e tratamos do imundo na hora. Foi isso que Deus fez. Para esclarecer aquela situação, o Senhor convocou uma reunião e chamou Miriã, Arão e o indefeso Moisés, que de nada estava sabendo. À porta da tenda, Ele desceu numa nuvem e revelou para Moisés tanto a falsidade de seus irmãos quanto as suas atitudes invejosas.
A desculpa de Miriã e Arão trouxe à tona a inveja e o ciúme que se abrigavam em seus corações pela posição e influência exercida por Moisés. Devemos guardar nosso coração desses sentimentos nocivos, que nos levam a errar contra Deus e nossos irmãos.

2.2. Se entre vós houver profeta.
De uma maneira poderosa, Deus diz que se entre eles houvesse profeta, Ele se revelaria em sonhos e visão e deixa claro que Moisés é mais que um profeta, é um homem que Ele não precisa usar figuras, que Ele fala boca a boca. Ele diz que visões e sonhos são enigmas a serem interpretados, enquanto que falar cara a cara diz respeito a intimidade sem obscuridade, ou seja, Arão e Miriã se achavam profetas, mas deus lhes afirma que nada compreendem, porque não possuem uma clara visão acerca da esfera espiritual. E conclui: “Moisés vê a semelhança do Senhor”. Moisés nada diz, Deus julga sua causa e os invejosos são desmascarados diante dele. Eles falaram pelos cantos e Deus os expôs a vergonha falando às claras (Nm 12.4-8).

2.3. Moisés, o servo de Deus.
Na reunião dirigida por Deus, Moisés está calado e Deus age em seu favor. Ele não abre a boca para fazer críticas, reclamar ou lamentar. Pelo contrário, ele intercede e pede a cura para quem tentou agredi-lo. Quando a nuvem se vai, Arão observa que sua irmã está leprosa, com a pele esbranquiçada (Nm 12.10). Dirige-se até Moisés e diz: “Ah meu senhor, ora não ponhas sobre nós este pecado, que fizemos loucamente, e com que havemos pecado” (Nm 12.11). Arão era mais velho e o chama de “meu Senhor”. Ele agora esqueceu era profeta e sacerdote e tornou-se servo após ser exortado por Deus e ver a lepra em Miriã. Neste momento, ele sabe com quem está a autoridade e, mesmo sendo mais velho, teve de reconhecer que Deus não se preocupa com a idade, mas sim com o caráter. Na verdade, Arão era o sacerdote, era quem deveria interceder diante de Deus por Miriã, mas estava comprometido, seu coração não era perfeito e apela para que Moisés o faça.
É muito ruim quando sabemos que não adianta clamar que Deus não nos ouvirá. Moisés ficou o todo o tempo calado e se pronuncia com a oração mais rápida que alguém possa imaginar (Nm 12.13). Logo em seguida, Deus dá uma satisfação a Moisés, dizendo que aquele ato foi como se um pai desse uma cuspida no rosto de uma filha, tornando-a imunda (Nm 12.14). Foi como se dissesse: “é só um lembrete para ela aprender a respeitar as autoridades que constituí”.

3. Lições práticas.
Falar mal de Moisés foi um agravo contra Deus, que congregou todos debaixo da nuvem de sua presença e puniu severamente a Miriã. Vejamos algumas lições práticas a partir desse contexto:

3.1. A lepra de Miriã
Foi imediato o desgosto de Deus quando questionaram a posição de liderança do Seu ungido. Quando terminou de falar, a nuvem se retirou (Nm 12.10). Essa ação significava uma retirada divina, como um juiz que sai do tribunal depois de dar a sentença. Diferentemente do levantamento da nuvem, que sinalizava hora de mudar de acampamento. O maior castigo pelo pecado, qualquer que seja sua manifestação em particular, é este afastamento de deus. Quando Arão se voltou para sua irmã, viu que ela fora atacada de lepra. Era um caso bem adiantado, já nos últimos estágios da doença. A lepra era uma doença repugnante que tipificava o pecado. Miriã, que num momento se exaltara em orgulho próprio, a ponto de pensar que deveria estar em posição proeminente ou igual ao líder de todo o Israel, no momento seguinte, foi banida do acampamento nas circunstâncias mais humilhantes. Este é o resultado do pecado do orgulho (Pv 16.18; Is 10.33).

3.2. Escolhendo o perdão sobre a ofensa.
Enfrentar desconfortos com outras pessoas é inevitável, mas podemos escolher entre perdoar e guardar o rancor. Perdoar não é uma tarefa fácil, mas é uma opção libertadora. Outra coisa importante que a vida ensina é que o adversário trabalha através de pessoas próxima a nós. Ele faz isso porque nossos entes queridos têm a capacidade de nos ferir mais. As queixas de Miriã e Arão eram um reflexo de um problema interior muito profundo. Em outras palavras, eles estavam com ciúmes. Em vez de se contentarem com o dom e a posição que ocupavam, eles cobiçaram o que seu irmão possuía. O que mais nos surpreende é que, na única oportunidade que Moisés teve para falar, ele defendeu Miriã, implorando a Deus que a curasse. O caráter demonstrado por Moisés explica porque caminhava tão perto de Deus.

3.3. A sujeira que impede os santos de prosseguir.
Nossa maior dificuldade é entender por que a punição caiu somente para Miriã. Mas, lendo o texto, entendemos que foi ela quem iniciou a contenda (Nm 12.1). A lepra de Miriã era uma questão de essência. Ela era leprosa em seu interior e o Senhor estava mostrando para toda a congregação a podridão que abrigava dentro de si. A mulher cuxita foi vítima de preconceito e o Senhor mostrou para todos que o acusador tinha um problema interno. Agora é Miriã que sentirá o peso da rejeição, pois todos desprezavam e evitavam uma pessoa leprosa. O pecado produz um efeito paralisante. Enquanto MIriã não foi tratada o povo não pode avançar em direção a Terra Prometida. Esse é um dos efeitos do pecado, ele não só impede a quem erra, mas se estende atrapalhando a caminhada de quem se acerca de nós.
Além de opor-se ao líder levantado por Deus, Miriã ainda ancorado no deserto. Durante uma semana, eles ficaram impedidos até que fosse restaurada. O que mais nos preocupa com as “Mriãs” que existem em nosso meio é que, além de estarem leprosas, elas ainda fazem com que todo o grupo fique paralisado, sem poder entrar na terra da promessa.

Conclusão.  
Arão e Miriã jamais entenderam a posição que ocupavam, eles queriam caminhar paralelamente, fazendo divisão. Queriam ter honra própria, mas enveredaram pelo caminho errado. Provérbios nos ensina que, diante da honra, vai a humildade, isso foi tudo o que lhes faltou. A rebelião tem raízes no próprio Satanás, pai de todas as rebeliões (1Sm 15.23).

Questionário

1. A insurreição de Miriã e Arão teve quem como pivô da história?
R. A mulher cuxita com quem Moisés havia se casado (Nm 12.1).

2. Quem a Bíblia declara ser manso?
R. Moisés (Nm 12.3).

3. Que tipo de efeito o pecado produz?
R. Efeito paralisante (Nm 12.15).

4. Sobre quem caiu a punição divina com lepra?
R. Miriã (Nm 12.10).

5. O que fez Moisés em sua oportunidade de falar?
R. Suplicou a Deus pela cura de Miriã (Nm 12.13).

  
Fonte: Betel, Jovens e Adultos, 2º trimestre de 2015.

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