Lição 7
Jesus, o Mestre da justiça.
17/05/2015
Texto do
dia
"Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5.6).
Síntese
A justiça ensinada por Jesus retribui o pecado,
restaura o homem caído e cuida do necessitado
Agenda de
leitura
Segunda - Sl 119.142 Justiça eterna
Terça - Sl 89.14 A base do trono
Quarta - 1 Jo 3.7 Aquele que pratica a justiça
é justo
Quinta - Fp 1.11 Frutos de justiça
Sexta - Dt 16.20 Seguindo a justiça
Sábado - Sl 82.3 Fazei justiça ao pobre
TEXTO
BÍBLICO
Mateus 3.13-15
13. Então, veio Jesus da Galileia ter com João
junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço
de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15. Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa
por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o
permitiu.
Mateus 5.6,10,20
6. bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque eles serão fartos;
10. bem-aventurados os que sofrem perseguição
por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;
20. Porque vos digo que, se a vossa justiça não
exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.
Mateus 6.1-4
1. Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante
dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de
vosso Pai, que está nos céus.
2. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar
trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para
serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu
galardão.
3. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua
mão esquerda o que faz a tua direita,
4. para que a tua esmola seja dada ocultamente,
e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito de Jesus
como o Mestre da Justiça. Além de ter cumprido toda a justiça de Deus (Mt
3.15), Ele ensinou os seus discípulos aplicando-a de forma graciosa,
misericordiosa e generosa. Na aula de hoje, teremos a oportunidade de aprender
que a justiça bíblica é uma virtude, de acordo com o padrão divino, e não uma
mera teoria. Veremos que é preciso colocar em prática a retidão divina em todas
as áreas das nossas vidas, seja nas decisões pessoais quanto no tratamento das
outras pessoas.
I - JESUS, O MESTRE QUE CUMPRIU TODA JUSTIÇA (Mt
3.15)
1.
Antecedentes do Antigo Testamento. No Antigo Testamento, justiça - ao lado da
Lei - é um dos temas centrais no relacionamento entre Jeová e seu povo, e
significa de forma geral a virtude pela qual se age com retidão, justeza e
integridade, de acordo com o padrão divino (Êx 9.27). Aqueles que assim
procedem são chamados de justos (Gn 6.9; 18.26, Jó 22.19, Sl 1.6; 14.5).
Conforme assinala a Bíblia de Estudo Palavra-Chave, sedaqah, um dos termos
hebraicos usados para justiça,"descreve a postura e as ações que Deus
possui e que espera que seu povo também preserve. Ele é inequivocamente justo;
a justiça é inteiramente sua prerrogativa. Seu povo deve semear justiça e, como
recompensa, receberá justiça (Os 10.12). Ele trata com seu povo segundo a
irrepreensibilidade que eles demonstram (2 Sm 22.21; Ez 3.20)". O termo
refere-se ainda à punição do erro e à condição daqueles que foram justificados,
isto é, considerados inocentes (Jó 11.2; Is 50.8).
2. Israel
e a justiça social.
A justiça para Israel também possuía um aspecto social, envolvendo o cuidado
com os pobres e vulneráveis (Mq 6.8). Nestas passagens bíblicas, justiça (hb.
mishpat) denota a necessidade de tratamento igualitário aos menos afortunados,
aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros (Jr 22.3). Enquanto povo escolhido,
Israel deveria implantar uma cultura de justiça e paz, agindo com generosidade
em relação ao próximo. A Lei mosaica, inclusive, estabelecia uma série de
disposições contra a opressão aos pobres (Êx 22.25). Por essa razão, no livro
de Provérbios encontramos: "O que oprime ao pobre insulta aquele que o
criou, mas o que se compadece do necessitado honra-o" (Pv 14.31).
3. Jesus
e o cumprimento de toda a justiça. Em o Novo Testamento, a justiça (gr.
dikaiosyne) divina tem o seu pleno cumprimento em Jesus Cristo (Mt 3.15). Uma
vez que Deus é santo e justo, e considerando que a justiça envolve a
retribuição implacável pelo delito, o pecado cometido por Adão no Éden deveria
receber a adequada punição. Jesus, portanto, se oferece para o cumprimento da
pena e satisfação da justiça divina, consumada na cruz do Calvário (Jo 19.30),
de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem (Rm 3.25). O Juiz
Celestial que decretou a sentença de condenação é o mesmo que enviou o seu
Filho Unigênito para cumpri-la. Que maravilhosa graça!
Pense
O Juiz Celestial que decretou a sentença de
condenação é o mesmo que enviou o seu Filho Unigênito para cumpri-la.
Ponto
Importante
Jesus cumpriu toda a justiça na cruz do
Calvário, de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem
II -
JESUS ENSINA A PRÁTICA DA JUSTIÇA (Mt 6.33)
1. A
primazia do Reino.
Jesus é o Mestre da justiça porque além de tê-la vivenciado em toda a sua
plenitude, ensinou aos discípulos sobre a sua prática. De modo magistral, Ele
enfatizou: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas
essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). Logo, o Reino e a sua
justiça devem ser o foco principal de todo cristão, posto que proporciona, por
consequência, as coisas básicas da vida, isto é: comer, beber e vestir (Mt
6.25). De modo contrário, muitos invertem as prioridades da vida cristã,
destacando os bens materiais e as bênçãos terrenas em detrimento da justiça
divina. No meio eclesiástico, ouve-se o ressoar de jargões que decretam
"bênçãos" e "vitórias", mas raramente escuta-se o clamor
por justiça. Isso acontece porque a busca pela justiça requer renúncia. Mas
poucos estão dispostos a sofrer perseguição por causa dela (Mt 5.10).
2.
Famintos e sedentos por justiça. No Sermão do Monte, o Mestre incluiu a justiça
como uma das características das bem-aventuranças: "Bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5.6). Jesus faz
alusão a duas sensações naturais que exprimem a ideia de forte aspiração do ser
humano. Em outras palavras, o Nazareno está propondo que aqueles que possuem o
desejo ardente por justiça são mais que felizes. O verdadeiro cristão, portanto,
abalizado no amor ágape, não tolera e muito menos se alegra com a injustiça (1
Co 13.6), com a desigualdade e com a opressão. O discípulo de Jesus não tenta
lucrar à custa dos outros e, também, não busca resolver seus problemas pessoais
por meio do "jeitinho brasileiro". Ele é justo em todo o seu
proceder.
3.
Justiça que retribui,
restaura e cuida. A justiça que procede de Deus (Sl 119.149) é plena e deve
irradiar para todas as áreas da vida humana, abrangendo tanto o aspecto moral
quanto social. Jesus, ao adotar o padrão de retidão divina, confrontou o erro e
apontou a retribuição para o pecado (Mt 8.12), mas também deu exemplos da
justiça restaurativa que, por intermédio de seu perdão, restabelece o homem à
condição de Filho de Deus (Jo 8.11). Além disso, a justiça do Mestre dos
mestres é uma justiça que se importa e cuida do pobre e carente (Mt 19.21).
Pense
No meio eclesiástico, ouve-se o ressoar de
jargões que decretam "bênçãos" e "vitórias", mas raramente
escuta-se o clamor por justiça.
Ponto
Importante
Jesus ensinou a justiça divina de forma plena.
Ela retribui o pecado, restaura o homem caído e cuida do necessitado.
III - A
JUSTIÇA QUE AGRADA A DEUS (Mt 5.6; Is 58.6)
1. É
misericordiosa. A
primeira característica da justiça que agrada a Deus é a misericórdia. Mesmo
quando se confronta o erro, é necessário separar o pecado do pecador,
condenando a prática e se compadecendo do ser humano, pois a autêntica justiça
vem acompanhada da piedade (1 Tm 6.11; Zc 7.9). Aquele que recebeu o divino
amor não se alegra com o erro alheio; antes, chora pela sua queda.
2. É
graciosa.
A graça é exatamente o oposto da justiça. Enquanto a justiça dá a cada um
aquilo que lhe é devido, a graça concede um favor imerecido. Nesse sentido, a
justiça que agrada a Deus é aquela que é abrandada pela magnífica graça. Esta
graça não anula a justiça, dá-lhe mais vida. O exemplo do filho pródigo (Lc
15.11-32) nos mostra que somente a graça é capaz de reverter uma situação
desfavorável. Legalmente, ele já havia recebido toda a sua herança e, por isso,
seu pai poderia muito bem tê-lo despedido sem conceder-lhe mais nada.
Entretanto, a graça prevaleceu e ele foi recebido com festa e presentes. Assim
como o irmão mais velho não compreendeu a ação do seu pai, o mundo também não
compreende a graça que contrasta a justiça. Somente ela nos dá força e
condições de não retribuirmos o mal com o mal e de também não praticarmos a
vingança (Rm 12.17-21).
3. É
generosa.
Por fim, a justiça que agrada a Deus é generosa. Para o servo de Deus, esta generosidade
se materializa na ajuda ao pobre e ao necessitado. Jesus criticou os fariseus
de sua época em virtude da justiça aparente e legalista praticada por eles,
razão pela qual o Mestre afirmou aos discípulos que eles deveriam exceder em
muito a justiça dos escribas e fariseus. O profeta Isaías falou sobre desfazer
as ataduras do jugo do oprimido, repartir o pão ao faminto, recolher em casa os
pobres abandonados (Is 58.6,7). Em Novo Testamento, Tiago sintetizou a
importância da generosidade ao afirmar que a fé, sem as obras, é morta (Tg
2.15-17). A justiça generosa não é uma condição para ingressar no Reino, mas a
marca daqueles que lá estão.
Pense
A justiça que agrada a Deus é aquela que é
abrandada pela magnífica graça. Esta graça não anula a justiça, dá-lhe mais
vida.
Ponto
Importante
A justiça que agrada a Deus é, ao mesmo tempo,
misericordiosa, graciosa e generosa
CONCLUSÃO
Justiça, portanto, não é uma questão ligada
somente ao mundo jurídico e ao Estado. Significa, em síntese, agir de forma
correta; fazer a coisa certa. E, como tal, é uma virtude que provém do
Altíssimo, a nossa bússola moral para agir com retidão. Em um mundo repleto de
injustiças e desigualdades, os discípulos de Jesus têm o desafio de viverem
justa e piedosamente, produzindo frutos de justiça (Fp 1.11).
Hora da Revisão
1.
De forma geral, qual o sentido de
justiça no Antigo Testamento?
2.
Por que o pecado cometido por Adão
no Éden deveria receber a adequada punição?
3.
Qual o sentido da expressão:
"Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas
coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33)?
4.
Segundo Jesus, por que os que têm
fome e sede de justiça são bem-aventurados?
5.
Como é a justiça que agrada a Deus?
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, alunos, 2º trimestre 2015.
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