Lição 4
CONSERVANDO UMA VIDA FRUTÍFERA
22 de abril de 2018
Texto
do dia
(1 TS 3.8)
"Porque, agora, vivemos, se estais
firmes no Senhor."
Síntese
Muito mais desafiador do que plantar uma
Igreja é consolidá-la de tal forma que as pessoas permaneçam na vocação de
Deus, mesmo diante de adversidades, perseguições e frustrações.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - 1 Co 4.9-14
Paulo e sua entrega à obra de Deus
TERÇA - At 14.22
As tribulações não podem nos impedir de
entrar no Reino de Deus
QUARTA - Mt 5.10-12
Os filhos do Reino serão perseguidos
QUINTA - Hb 12.14
Santidade como elemento indispensável
SEXTA - Ef 4.15,16
Somente o amor produz um crescimento saudável
SÁBADO - Rm 12.14
Deve-se vencer o ódio com amor
Objetivos
IDENTIFICAR as características de
uma liderança frutífera;
RECONHECER os desafios que a
igreja em Tessalônica superou para frutificar;
COMPREENDER o que é necessário
fazer para frutificar.
Interação
A palavra-chave desta lição é
'frutificação'. Diante desse vocábulo,
enquanto professores(as) devemos fazer a seguinte pergunta: Qual o fruto do
trabalho que estou realizando para Deus? Por vivermos em uma sociedade
imediatista, muitas vezes nossos corações satisfazem-se apenas com aquilo que
se pode perceber com facilidade, de modo muito evidente; entretanto, é
necessário termos a maturidade para acreditar que os resultados, especialmente
aqueles de repercussão espiritual, estão para além daquilo que os olhos podem
ver. Deste modo, acredite, seu ministério é muito importante, não apenas para
um grupo de jovens com quem você se reúne semanalmente, mas também para sua
igreja local, e ainda para o Reino de Deus como um todo. São extraordinariamente
positivas as consequências do serviço de homens e mulher como você que, com
dedicação e zelo, empenham-se em fazer as verdades da Bíblia Sagrada
compreensíveis e relevantes para nossa geração de jovens.
Orientação
Pedagógica
Uma excelente estratégia que você pode
utilizar durante suas aulas é a criação de "Grupos de Verbalização"
(GV) e "Grupos de Observação" (GO). A lógica de funcionamento é
simples, mas bastante dinâmica e participativa. No início da aula divida os
alunos em dois grupos GV e GO, dependendo da quantidade de alunos. Uma vez
separados os participantes, os membros do GV sentam-se em círculo próximos uns
dos outros, enquanto os membros do GO devem sentar-se em um círculo maior em
volta do GV. Você lança um tema para discussão do GV, que pode ser uma questão
levantada na lição ou outra que ele acha conveniente, enquanto o GO analisa as
falas dos membros do outro grupo. Após um tempo adequado para debate, os grupos
trocam de função podendo aprofundar a questão em debate ou iniciar a abordagem de
outra questão. Ao final, ressalte o quanto todos aprenderam uns com os outros.
Texto
bíblico
1 Tessalonicenses 3.6-13
6
Vindo, porém, agora, Timóteo de vós para nós e trazendo-nos boas novas
da vossa fé e amor e de como sempre tendes boa lembrança de nós, desejando
muito ver-nos, como nós também a vós,
7 por
esta razão, irmãos, ficamos consolados acerca de vós, em toda a nossa aflição e
necessidade, pela vossa fé,
8
porque, agora, vivemos, se estais firmes no Senhor.
9
Porque que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo
com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus,
10 orando abundantemente dia e noite, para
que possamos ver o vosso rosto e supramos o que falta à vossa fé?
11 Ora, o mesmo nosso Deus e Pai e nosso Senhor
Jesus Cristo encaminhem a nossa viagem para vós.
12 E o Senhor vos aumente e faça crescer em
amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco;
13 para confortar o vosso coração, para que
sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O amor verdadeiro dos tessalonicenses,
associado à necessidade de uma fuga repentina em virtude da forte perseguição
que se levantou, deixaram em suspenso o coração de Paulo quanto à permanência e
consolidação da fé dos novos cristãos daquela cidade. De tal forma que, diante
de um grande impedimento que se impôs com relação à sua ida pessoal a
Tessalônica - o qual o próprio apóstolo considerava uma ação diretamente
promovida pelo Maligno (1 Ts 2.18) - Timóteo foi enviado àquela igreja para de
lá trazer notícias a Paulo. Quão grande não foi a alegria do apóstolo ao
receber de seu jovem auxiliar o relatório de viagem. Os tessalonicenses estavam
bem espiritualmente, usufruindo da profunda alegria que caracteriza a vida
daqueles que vivenciam uma experiência real de salvação. É sobre os fatores que
levaram os tessalonicenses a uma experiência de fé consolidada que refletiremos
nesta aula.
I-
LIDERANÇA FRUTÍFERA, IGREJA FRUTÍFERA
1. Paulo, um líder de líderes. Se há uma
característica peculiar do ministério de Paulo que se pode destacar, esta é a
capacidade de perceber o potencial de novos líderes. São tantos, cujas listas
estão presentes em quase todas as cartas que ele escreveu. Por isso, pensemos
apenas no paradigmático caso de Timóteo. Oriundo de uma família de dupla
tradição religiosa e cultural (At 16.1); reconhecido por sua juventude (1 Tm
4.12); um inexperiente obreiro em sua primeira viagem missionária (At 17.14).
Enquanto alguém poderia ver tais adjetivos como desqualificantes para a vocação
de Timóteo, Paulo viu além, e compartilhou com o jovem obreiro suas
experiências, conhecimentos e sonhos. A confiança do apóstolo era tamanha que,
diante de sua impossibilidade de ir a Tessalônica, envia seu filho na fé - delegando-lhe autoridade para ensinar e
exortar (1 Ts 3.2).
2. Paulo, um líder de coração
pastoral.
As palavras do apóstolo em 1 Tessalonicenses 3.8 são, simultaneamente, fortes e
amorosas. Paulo não esconde o sentimento de apaziguamento que as notícias de
Timóteo trouxeram-lhe. A vida ganha novos horizontes diante da percepção de que
a semente do Evangelho entre os tessalonicenses floresceu e que o testemunho
deles já frutificava em outras cidades. Palavras como estas à igreja em
Tessalônica não foram exceção na trajetória de Paulo; outros textos como 1
Coríntios 4.9-14; Efésios 3.13; Gálatas 4.19, evidenciam o comprometimento
deste homem não apenas com a vocação que possuía, mas com as pessoas que eram o
objetivo primário deste chamado. Este é um dos motivos pelos quais aquela
igreja prosperou espiritualmente, havia uma visão de Deus, cumprida debaixo do
mais abnegado e dadivoso amor.
3. Paulo, um líder a ser imitado. Atualmente ainda
existem pessoas para as quais podemos olhar e dizer: "Este irmão/irmã
inspira-me a ser um cristão melhor!". Muitos são aqueles que podemos
literalmente imitar. Paulo, era uma dessas pessoas especiais (1 Co 4.16; 11.1).
Para aqueles novos cristãos, foi natural tomar o apóstolo como um ideal de
cristão e de ministro. Hoje, ao invés de líderes que imponham sua vontade,
necessitamos de homens e mulheres de Deus que nos inspirem a ser melhores - não
mais excelentes que os outros, mas melhores que nós mesmos todos os dias. O
imitar neste caso não é irracional ou negativo, mas um movimento positivo, de
entusiasmar o povo. Será que hoje, somos padrão a ser imitado pela sociedade,
ou perdemos de tal modo nossos referenciais que não somos mais modelo para esta
geração?
Pense
Você tem orado para que Deus levante homens
como Paulo, intrépidos não apenas na pregação, mas também em decisões que
dinamizem o Reino de Deus?
Ponto
Importante
O amor deve ser a lógica que fundamenta
nossas relações; por isso não importa quão pequena ou limitada seja uma igreja,
ela merece ser amada e abençoada.
II- UMA
IGREJA QUE FRUTIFICOU
1. Apesar das tribulações. Problemas dos mais
variados como já vimos, envolveram a fundação e continuação do trabalho em
Tessalônica (1 Ts 3.7). Mas isso não foi suficiente para barrar o crescimento
da obra de Deus. Não devemos esperar boas oportunidades brotarem do nada para
nossas vidas serem automaticamente transformadas; é necessário trabalho e fé.
As tribulações que caracterizaram esse primeiro momento da Igreja Primitiva não
foram capazes de impedir o florescer do Reino de Deus (At 14.22). Se assim
aconteceu com Jesus, nosso Mestre, e com os nossos primeiros irmãos, não
podemos esperar nada diferente no que diz respeito a nós e nossa relação com a
sociedade atual (Mt 10.24,25). Por isso devemos ter a convicção de que, apesar
das várias aflições no mundo, a vitória de Jesus já nos basta (Jo 16.33).
2. Apesar da falta de um
acompanhamento integral.
Paulo era consciente de que sua distância com relação aqueles irmãos tinha, de
certa forma, deixado lacunas na formação cristã deles (1 Ts 3.10). Apesar desse
fato, isto não foi um impedimento para que, em meio a muitas limitações, os
tessalonicenses procurassem desenvolver sua fé. É claro que o ideal para a
formação de uma nova igreja sadia é um discipulado completo, uma assistência
absoluta, mas nem sempre isso é possível em virtude de uma variável de
questões. Cabe então a um discipulador consciente de seus desafios investir no
ensino dos componentes mais fundamentais e indispensáveis da fé cristã (1 Pe
2.2). Outras questões acessórias e secundárias devem ser reservadas para outras
circunstâncias. As adversidades reais não devem impedir-nos de aspirar nossos
ideais apontados por Cristo.
3. Apesar das oposições. Havia, em
Tessalônica, uma forte oposição à mensagem de Cristo (1 Ts 3.4,5) por parte de
um grupo de religiosos contrários a Paulo e à sua pregação (1 Ts 2.14-16).
Segundo informa-nos o autor de Atos, o que movia essas pessoas era a inveja em
virtude da expansão do Evangelho na cidade (At 17.5). Esses então, uniram-se a
um grupo de desordeiros sociais e estabeleceram uma resistência declarada ao
Cristianismo que crescia entre a população. Qual o resultado de toda essa
oposição? Maior crescimento do Evangelho. Ser perseguido por amor ao Evangelho
é uma prova de que o Reino de Deus é nosso (Mt 5.10-12); todas as vezes que
optamos por viver a profundidade do Cristianismo, acabamos por confrontar
valores e conceitos desta sociedade, a qual, por vezes, nos rejeitará (2 Tm
3.12). Lembremos, não devemos ser nós a hostilizar os outros, contudo, devemos
ter a consciência de que nosso compromisso com Deus incomodará a muitos.
Pense
Há pessoas, e até mesmo igrejas, que abortam
prematuramente seus sonhos. Diante das primeiras intempéries e tribulações,
tendem a desistir daquilo que, convictamente, sabem para que foram chamados.
Sejamos capazes de resolutamente lutar pelos projetos que Deus, graciosamente,
preparou para cada um de nós.
Ponto
Importante
É necessário anunciarmos o Evangelho. Mas
saiba que como os valores do Reino colidem com a cosmovisão de nossa sociedade,
muitas vezes, o embate vai se tornar inevitável.
III- O
QUE FAZER PARA CONTINUAR FRUTIFICANDO?
1. Não abandonar a fé. Somente uma opção
definitiva por viver da fé fez com que os tessalonicenses pudessem continuar
firmes em Cristo (1 Ts 3.6,7). Este é um princípio tão relevante para o
Cristianismo que a Bíblia o enuncia em quatro contextos diferentes (Hc 2.4; Rm
1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Não são nossas constatações ou nossas certezas
racionais que nos fazem persistir no Evangelho, mas antes, é nossa viva
esperança no que nosso Deus nos fará, e a convicção de que não é por vista que
vivemos, mas por fé. A grandiosidade de nossa fé encontra respaldo no amor e
cuidado de Deus que jamais falharão. O único modo de continuarmos firmes e
frutíferos no Reino de Deus é reconhecendo que nossa segurança está no Senhor
dos Exércitos. Não abandonemos a fé, antes, creiamos na contínua atenção de Deus
a nós.
2. Assumir uma vida de santidade. Em meio a um
contexto tão adverso e conturbado, somente por meio de uma vida de dedicação a
Deus aquela comunidade poderia crescer (1 Ts 3.13). O que os adversários da
jovem igreja queriam era uma série de motivos e pretextos para desacreditar a
mensagem anunciada por eles. Lembremos desse áureo princípio do Cristianismo: a
vida do mensageiro precisa condizer com o nível de mensagem que ele porta, se
não, suas palavras não passarão de hipocrisia e religiosidade vazia. Foi por
isso que Cristo encarnou-se, para demonstrar que a beleza da obra do Pai não se
encontra em discursos teóricos, mas numa existência redimida e transformada. É
imprescindível optarmos por uma vida santa, sem a qual, nunca teremos a real
compreensão de quem é Deus (Hb 12.14).
3. Insistir no amor. Não há crescimento
espiritual sem amor. Todo e qualquer tipo de "inchaço", multiplicação
numérica, não terá nenhum sentido se não for mediado por um profundo e divino
amor (Ef 4.15,16). Paulo, conhecedor desta verdade, tem uma oração em especial
para com os tessalonicenses, o pedido ao Pai é que eles cresçam em amor, no
amor, pelo amor e para o amor (1 Ts 3.12). Há um aspecto extremamente relevante
nas palavras do apóstolo concernentes ao crescimento em amor dos
tessalonicenses: é que este amor não deve ser vivido apenas no interior da
igreja, mas também com todos os que habitam naquela cidade. Somente uma
pregação cheia do amor de Deus pode conduzir as pessoas a um encontro real com
Ele. É claro que não devemos confundir amor com permissividade, todavia, deve
ficar claro que o amor também é bem diferente do ódio ou de um discurso
amaldiçoador (Rm 12.14).
SUBSÍDIO
"O desafio é tanto pessoal quanto
coletivo. Paulo está guiando a partir da frente de batalha, mostrando, com sua
dedicação pessoal e disposição de sofrer, que Deus não é derrotado pela
oposição do ser humano nem pelas circunstâncias difíceis deles. Mas a igreja,
como um todo, também tem de ser um exemplo de fidelidade e testemunho. Muitas
vezes, ela é a atividade conjunta de um grupo de cristãos que causa um grande
impacto nos outros. Assim, minha vida pessoal é um exemplo que encoraja os
irmãos em Cristo e que mostra Jesus para o mundo? Nossa vida na igreja é
harmoniosa e dedicada a servir a Cristo em palavras e obras? Hoje em dia não
está muito em voga pensar na volta de Cristo - nem mesmo pensar na jornada
através da morte que todos nós empreenderemos. A volta de Jesus, no entanto,
representa um foco para o ministério de Paulo e a vida de muitos cristãos
perseguidos ou destituídos. Mas Paulo não oferece uma promessa de esperança
futura apenas para ajudar as pessoas a lidar com a angústia atual; é muito mais
que isso. Ao manter o foco na volta de Jesus, temos um objetivo, uma meta.
Temos uma tarefa a fazer - ajudar a edificar o Reino de Deus - em um período de
tempo limitado (e desconhecido)" (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 364).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Comentário do Novo Testamento Aplicação
Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
CONCLUSÃO
Não é sobre uma fórmula mágica a ser repetida
para multiplicação de igrejas. Não se trata de uma suposta
"revelação" divina sobre como o Reino de Deus deve ser anunciado. A
Carta de Paulo ao Tessalonicenses é um testemunho histórico para o Cristianismo
que, em tempos de oposição, aflições e fragilidade, somente por meio do
verdadeiro amor a Igreja do Senhor Jesus poderá viver plenamente a vontade do
Pai.
Hora da
revisão.
Apresente e comente três características de
Paulo como um líder.
Um líder que reconhece as
qualidades dos liderados, um líder com coração pastoral e um líder a ser
imitado.
De que modo o ministério de Paulo pode
inspirar os líderes atuais a trabalharem com jovens e seus ministérios?
Resposta pessoal.
Que desafios a jovem igreja em Tessalônica
enfrentou para permanecer firme na vocação de Deus?
Tribulações internas, falta de
acompanhamento pastoral integral, e perseguições externas.
Quais as medidas tomadas pelos irmãos tessalonicenses
para continuarem frutificando espiritualmente?
Não abandonar a fé, assumir uma
vida de santidade, insistir no amor.
Qual a relevância do amor em nosso serviço ao
Reino de Deus?
Sem amor qualquer atividade na
igreja torna-se mero ativismo religioso; o amor demonstra a presença de Deus
naquilo que fazemos.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, A Igreja do Arrebatamento – O Padrão dos
Tessalonicenses para Estes Últimos Dias,
Comentarista Thiago Brazil, 2º trimestre 2018.
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