segunda-feira, 2 de abril de 2018

Lição 2 Deus cuida dos que se dedicam a Ele.

Lição 2 Deus cuida dos que se dedicam a Ele.
8 de abril de 2018

Texto Áureo
Mateus 6.33
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”.

Verdade Aplicada
A razão da nossa existência é estarmos em comunhão com Deus e servi-lo em todo o tempo.

Objetivos da Lição
Incentivar a busca da sabedoria divina quanto a administração do tempo;
Destacar a necessidade de estabelecer prioridades;
Mostrar que precisamos estar sempre avaliando a verdadeira motivação de nossa a Deus.

Glossário
Aflorar: Revelar-se;
Liturgia: Conjunto de elementos e práticas que constituem o culto;
Ociosidade: Que ou quem não tem o que fazer; improdutividade.

Leituras complementares
Segunda Js 24.15
Terça 1Sm 2.18
Quarta Rm 6.13,19
Quinta Rm 11.36
Sexta Fp 4.19
Sábado Cl 4.5

Textos de Referência.
Mateus 6.31-34 1Pedro 5.7

Mateus 6.31-34
31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos? ou: Que beberemos ou: Com que nos vestiremos?
32 (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas;
33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

1Pedro 5.7
7 Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

Hinos sugeridos.
4,33,578

Motivo de Oração
Ore por todos os que se esforçam em levar o Evangelho.

Esboço da Lição
Introdução
1. O uso do tempo dado por Deus.
2. É preciso estabelecer prioridades
3. A importância do discernimento.
Conclusão

Introdução
É um desafio vivermos numa época caracterizada por “não tenho tempo”, sendo discípulos de Jesus. Precisamos rever constantemente como está a relação prioridade e rotina em nossa vida (Mt 6.33).

1. O uso do tempo dado por Deus.
Como estamos usando nosso tempo? Como discípulos de Jesus Cristo precisamos lembrar que Deus é o Senhor do tempo (Sl 31.15; At 17.26). Portanto, somos tão somente mordomos do tempo. Precisamos buscar a sabedoria divina quanto às nossas atividades e administração do mesmo (1Cr 12.32; Ec 8.5-6).

1.1. Voltando ao princípio da humanidade.
É importante destacar que, quando o ser humano foi criado, o Senhor Deus já tinha estabelecido “tempos determinados” e “dias e anos” (Gn 1,14). Deus não criou o ser humano e o colocou na terra, deixando-o à mercê de suas próprias percepções e descobertas, mas o abençoou, capacitou, instruiu, designou tarefas e mantinha relacionamento contínuo com ele (Gn 1.28; 2.5, 8, 15-17). Não só criou, como mantém (Is 42.5). O Senhor Deus nos criou para Ele. Para O buscarmos e nos relacionarmos com Ele (Is 43.7; At 14.15-17; 17.25-28).

Nosso modo de viver neste mundo é reflexo do entendimento que temos acerca de nossa origem e propósito de vida. Por isso, precisamos das Escrituras Sagradas, pois somente é possível ter esse conhecimento a partir da revelação de Deus. Quando o seu humano desconhece ou não crê na Palavra de Deus, vive em uma constante crise existencial ou resume sua vida apenas a aspectos materiais e à sua própria capacidade intelectual.  

1.2. Deus supre as necessidades.
Interessante notar que, enquanto o primeiro homem se dedica às tarefas designadas pelo Criador (lavrar a terra; guardar o jardim; nomear os animais – Gn 2.15, 19-20), Deus percebeu a importância de Adão ter uma ajudadora (Gn 2.18, 21-23). O Criador continua atento à Sua criação. Ele não apenas percebeu, mas agiu para suprir. O Senhor Deus é Jeová-Jireh – “O Senhor proverá). De si mesmo, o homem não consegue perceber todas as suas necessidades. Nem sempre sabemos o que realmente é bom ou não para nós. Importante estarmos cientes de nossas limitações, até para conhecermos tudo acerca de nós mesmos. Não fomos feitos pelo Senhor para vivermos separados dEle.

Nas notáveis Confissões, escritas cerca de 400 d.C., Agostinho declarou: “Tu nos fizestes para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar  em ti descanso”. Assim, encontramos que, desde o início da existência humana, Deus cuida dos que se dedicam a Ele!

1.3. Faraó associou adoração com ociosidade.
Em Êxodo 5.8, 17 encontramos o registro da associação que Faraó fez entre ociosidade e adoração e serviço ao Senhor. O rei do Egito, ao ouvir a mensagem de Deus, por intermédio de Moisés e Arão, para que deixasse o povo de Deus ir ao deserto para celebrar uma festa em honra ao Senhor (Êx 5.1), imediatamente interpretou que o povo hebreu estava muito ocioso e por isso pensava em sacrificar ao Senhor Deus.

Interessante como até hoje muitos continuam fazendo a mesma associação, até mesmo, às vezes, de maneira imperceptível. Quando dizemos: “não tenho tido tempo para ler a Bíblia e dedicar-me à oração” (práticas da vida devocional diária), será que estamos achando que a vida devocional só é possível quando sobra tempo? Será uma questão de tempo ou de prioridade? É preciso refletir sobre como está nossa rotina diária. Quando refletimos à luz da Palavra de Deus, é possível mudarmos. A estratégia de Faraó foi aumentar o trabalho, manter o povo mais ocupado, para que não ouvisse a Palavra de Deus (Êx 5.8-9), e, assim, continuasse escravo.

2. É preciso estabelecer prioridades.
Num contexto de correria e muitas ocupações para suprir as necessidades fundamentais da vida, há a tendência de nos afastarmos de nossas responsabilidades no cuidado da vida espiritual e no serviço no Reino de Deus.

2.1. A garantia dada pelo Senhor.
O Senhor Deus nos conhece. Ele sabe da tendência humana à insegurança, dúvida e instabilidade diante da realidade da vida. Por isso, Ele se revelou por intermédio da Palavra. Nas Escrituras encontramos a mensagem de Deus que vem ao encontro dos nossos mais íntimos questionamentos. Até mesmo aqueles que ainda não afloram em nós. Vejamos o texto bíblico em Êxodo 34.24. O contexto do citado versículo é o povo de Israel junto ao Monte Sinai aguardando Moisés descer. Lá estava o servo de Deus recebendo instruções sobre como o povo de Deus deveria proceder nas diversas situações durante a peregrinação no deserto e quando tomasse posse da Terra Prometida (Canaã).

Quanto à adoração, a instrução divina foi: “...ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do Senhor, teu Deus” (Êx 34.24). Deus estaria cuidando do Seu povo enquanto eles se dedicavam à adoração. A tendência é que o excesso de preocupação com a aquisição, guarda e cuidado de bênçãos materiais e temporais, nos faça negligenciar nossa dedicação ao Deus que tem nos abençoado. Além de demonstrar ausência de fé Naquele que tudo provê aos Seus. Assim, Deus já estava alertando quanto a uma tendência futura. A Palavra de Deus continua atual! Deus cuida dos que se dedicam a Ele.

2.2. O Reino de Deus e a Sua justiça em primeiro lugar.
“Mas buscai primeiro...” (Mt 6.33), disse Jesus . “Primeiro”, no grego, é “próton”, que, em sentido figurado, refere-se a dignidade ou importância, o primeiro de todos, principalmente, antes de tudo. Interessante que, antes deste versículo, o Senhor faz menção a tesouros (na terra e no céu) e a senhores (Deus e Mamom). Será determinante no estabelecimento das prioridades a definição que precisamos ter quanto a estes dois aspectos: que tesouros acumular e a quem queremos servir? Em Mateus 6.32, Jesus diz que os não nascidos de novo estão focados e ambicionam tão somente  os aspectos materiais da vida. Ou seja, somente a vida “debaixo do sol”.

Somos discípulos de Jesus Cristo, então devemos atender ao Seu chamado e nos submetermos ao Seu senhorio. Fomos adotados na família de Deus. Temos o Espírito Santo e um relacionamento com Deus (como filho e Pai). Então, nosso sistema de crenças e valores é diferente do mundo. O Senhor não negou nem desprezou as necessidades físicas. Não se trata de negar ou viver na terra como se estivesse no céu, mas estabelecer prioridades, tendo como base a Palavra de Deus e a fé em Jesus Cristo. É viver na terra conscientes do aspecto da transitoriedade, como forasteiros e peregrinos, sabendo que nossa existência não se limita à realidade debaixo do sol.

2.3. Aproveitar as oportunidades.
A palavra “oportunidade” tem relação com o termo em latim “ob portus”, que significa “para o porto”, indicando a possibilidade de uma embarcação chegar ao porto desejado, aproveitando uma ocasião favorável. O texto de Efésios 5.16 em duas versões (BKJ e NTLH), é traduzido no sentido de aproveitar bem cada oportunidade. O contexto é quanto à importância de andar como sábios (Ef 5.15), incluindo o uso adequado do tempo, tendo em vista que “os dias são maus”.

Talvez um dos grandes desafios da presente geração seja lidar com as distrações. São muitos os atrativos do presente século que tem contribuído para que as pessoas tenham dificuldade de manter o foco. Como discípulos de Jesus Cristo, precisamos vencer tal tendência e procurar entender a vontade de Deus para nós: “vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” (Tt 2.12), ou seja, uma vida dedicada a Deus.

3. A importância do discernimento.
Nossa dedicação a Deus deve ser resultado da ação transformadora da Palavra de Deus e do Espírito Santo em nós, para não incorrermos no erro de achar que podemos barganhar com Deus, ou simplesmente cumprir nossas “obrigações religiosas” para garantir a bênção de Deus e “blindar” nossa vida contra as adversidades e aflições. O Senhor Deus não se engana. Ele sonda e conhece os nossos corações e pensamentos (Sl 139.1-4; Jo 16.33; Hb 4.12-13)

3.1. Uma dedicação só de aparência.
O povo de Israel chegou ao ponto de participar das cerimônias religiosas e cumprir o calendário litúrgico, porém com a mente voltada para seus próprios interesses, focando o que era material e secular (Am 8.5-6). Achavam que bastava observar dias e cumprir “só de aparência” as obrigações religiosas para serem agradáveis a Deus. Porém o coração, a mente e o interesse não estavam ali. O texto faz referência à festa da lua nova (Am 8.5), quando eram suspensas as atividades comerciais. Como discípulos de Cristo precisamos estar sempre avaliando a verdadeira motivação de nossa dedicação a Deus.

O profeta Isaías também denunciou uma dedicação a Deus sem sentido, somente exterior (Is 1.2-20). O povo tinha o templo, tinha as Escrituras e as cerimônias religiosas, porém isso não produziu conhecimento íntimo de Deus, interesse pela Palavra de Deus e adoração viva. Eram atitudes que se limitavam apenas a um momento, não faziam parte da vida cotidiana. Era uma religiosidade sem sentido.

3.2. “Aplicai os vossos corações”.
Encontramos esta exortação em Ageu 1.5, 7; 2.15. Ageu é considerado um dos profetas da restauração, junto com Zacarias e Malaquias, pois exerceu seu ministério após o retorno dos judeus do cativeiro babilônico. Os que regressaram do exílio encontraram destruição e pobreza. Era grande o desânimo do povo, depois de um início de reconstrução (Ed 3.4). Contudo, “cessou a obra da casa de Deus” (Ed 4.24). E o povo estava excessivamente preocupado com o bem-estar pessoal (Ag 1.4). O Senhor, então levanta Ageu e adverte o povo para que reavalie suas prioridades.

Duas vezes no capítulo 1 o profeta Ageu usa a expressão: “Aplicai os vossos corações”, ou seja, “dedicar o seu coração”, “considerai”, “reflitam, pensem bem”. É indispensável refletir à luz da Palavra de Deus. Assim, também nos dias de hoje, não podemos permitir que as dificuldades, opositores, distrações e demasiada preocupação com os cuidados com a vida física desviem nossa atenção da importância de nos dedicarmos a Deus e ao Seu Reino. Em que tempo estamos vivendo? (Ag 1.2-4). Em seu comentário bíblico J. G. Baldwin escreveu sobre Ageu 1.4: “Que valor eles estavam dando a Deus se deixavam seu templo em ruínas?...O conflito entre despesas com luxo em casa e sustento condigno do trabalho do Senhor persiste até hoje entre nós”.

3.3. Esclarecimentos à luz da Bíblia.
Em todo o tempo precisamos refletir sobre os diversos aspectos da vida de discípulos de Cristo à luz da Palavra de Deus, para evitarmos conclusões precipitadas, interpretações particulares e expectativas pessoais equivocadas (pois, caso não se cumpram, podem gerar decepções, frustrações e desânimo). Assim, também, devemos atentar quando tratamos da dedicação a Deus e o cuidado divino, pois o cuidado de Deus não é sinônimo de ausência de aflições, oposições e adversidades.

Por questão de espaço registraremos somente dois exemplos: Jeremias e Paulo. Dois homens que podemos considerar como exemplos de vidas dedicadas a Deus. Contudo, passaram por  perseguições, privações, sofrimentos, prisões e incompreensões. O cuidado de Deus também se manifesta concedendo a graça, o poder, a força e a capacidade necessárias para suportar e perseverar mesmo em momentos difíceis e adversos (Jr 1.19; 2Co 12.7-10; Fp 4.11-13). O próprio Jesus Cristo disse: “no mundo tereis aflições” (Jo 16.33). Deus também cuida na aflição! É preciso destacar que Jeremias e Paulo somente findaram seus dias na terra depois que cumpriram o ministério que receberam do Senhor.

Conclusão.
Para que a nossa vida seja dedicada a Deus, nós, discípulos de Cristo, precisamos pertencer a Ele, para vivermos segundo a Sua vontade e para Sua glória. Portanto, precisamos nos render ao plano de Deus, pois somente assim discerniremos a verdadeira razão de nossa existência e encontrarmos paz!

Questionário.
1. Quem é o Senhor do tempo?
R: Deus (Sl 31.15; At 17.26).

2. Quanto às nossas atividades e administração do tempo, o que precisamos buscar?
R: A sabedoria divina (1Cr 12.32; Ec 8.5-6).

3. O que Jesus diz em Mateus 6.32?
R: Que os não nascidos de novo estão focados e ambicionam tão somente os aspectos materiais da vida (Mt 6.32).

4. Como discípulos de Cristo, o que precisamos estar sempre avaliando?
R: A verdadeira motivação de nossa dedicação a Deus (Am 8.5).

5. De acordo com Ageu 1.4, como o povo estava?
R: Excessivamente preocupado com o bem-estar pessoal (Ag 1.4).


Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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