15 de Abril de 2018
Texto
Áureo
Romanos 8.28
“E sabemos que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por
seu decreto”.
Verdade
Aplicada
Enquanto estão “debaixo do sol”, os
discípulos de Cristo precisam ter sempre em mente a importância de usar as
lentes da fé e dos propósitos de Deus.
Objetivos
da Lição
Explicar a importância e o
significado da cosmovisão;
Destacar a postura de José diante
de realidades adversas e favoráveis;
Mostrar que a base da
cosmovisão do discípulo de Jesus Cristo é a revelação de Deus nas Escrituras
Sagradas.
Glossário
Percepção: Ato ou efeito de
perceber;
Pressuposto: Aquilo que se tenta
atingir; meta, objetivo;
Superficialidade: Qualidade ou caráter
de superficial.
Leituras
complementares
Segunda Sl 1.1-2
Terça Sl 119.18
Quarta Pv 16.1-3
Quinta Rm 8.28-29
Sexta Rm 12.1-2
Sábado Hb 11.1-3
Textos
de Referência.
Gênesis 45.4-5, 7-8
4 E disse José a seus irmãos: Peço-vos,
chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso irmão, a
quem vendestes para o Egito.
5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos
pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação
da vida, Deus me enviou diante da vossa face.
7 Pelo que Deus me enviou diante da vossa
face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um
grande livramento.
8 Assim, não fostes vós que me enviastes para
cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua
casa, e como regente em toda a terra do Egito.
Hinos
sugeridos.
25, 178, 186
Motivo
de Oração
Clame por todos que se encontram presos por
causa da sua fé.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Cosmovisão: significado e
importância.
2. O exemplo de José.
3. A fé e os propósitos de Deus
Conclusão
Introdução
Sendo discípulos de Jesus, como temos
percebido o mundo ao nosso redor? Como estamos lidando com as adversidades e a
prosperidade? Reflitamos sobre este assunto à luz da Palavra de Deus, nossa
lâmpada e luz.
1. Cosmovisão:
significado e importância.
Nem sempre paramos para pensar sobre a nossa
vida de mundo, principalmente no presente século, quando estamos sempre muito
ocupados. Porém, ainda que o ser humano não pense sobre isso, faz parte das
nossas ações e reações, bem como da nossa compreensão da realidade. Sendo
assim, trata-se de um aspecto intensamente prático. Inicialmente, nos deteremos
nos aspectos do significado, importância e as diversas formas adotadas pelos
seres humanos para explicar e reagir diante da realidade do mundo e dos
diversos acontecimentos que nos envolvem, sejam (aos nossos olhos) positivos ou
negativos.
1.1. Significado
e conceitos.
Considerando o exposto acima, todo ser humano
possui uma cosmovisão. Segundo o Dicionário Aurélio, cosmovisão é “concepção ou
visão do mundo”. Ou seja, a maneira de ver e entender o mundo. Essa maneira é
resultado de um conjunto de ideias e crenças que funcionam como base ou lentes
para vossos conceitos, atitudes e decisões na vida. Trata-se de como interpreto
a vida, afetando assim, a forma de pensar, sentir, e viver dia após dia.
Envolve todas as áreas da vida: fé em Deus; razão de viver; riqueza; valores;
família; morte; eternidade; prosperidade; entre outros aspectos.
Norman L. Geisler, escritor e
apologista cristão, assim definiu o termo cosmovisão: “Modo pelo qual a pessoa
vê ou interpreta a realidade. A palavra alemã é weltanschau-ung, que significa
um ‘mundo e uma visão da vida’, ou ‘um paradigma’. É a estrutura por meio da
qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a
maneira em que a pessoa vê Deus, origens, mal, natureza humana, valores e
destino”.
1.2. Diferentes
cosmovisões.
Como destacado no item anterior a cosmovisão
de uma pessoa vai depender do conjunto de crenças, valores e ideias adotados
ela mesma. Há aqueles que adotam como base da sua vida o materialismo. Ou seja,
a visão de mundo dessas pessoas não considera ou valoriza a realidade
espiritual e a eternidade. Há aqueles que têm como base o existencialismo.
Acreditam que o sentido da vida está em conquistar, realização pessoal,
alcançar sonhos e projetos. Há os que creem em Deus, porém não acreditam que
Ele interfere na história da humanidade (são os deístas). Os humanos
supervalorizam a capacidade humana: você pode, consegue e muda a realidade.
Como discípulos de Jesus Cristo,
qual é a nossa visão de mundo? Como está formada a nossa base? Quais são as
nossas crenças e os nossos valores? Quais as lentes que estamos usando para ver
o mundo? A escritora evangélica Nancy Pearcey diz que “a cosmovisão é como um
mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo”. O texto sagrado
diz que a Palavra de Deus é lâmpada para o nosso caminho (Sl 119.105).
1.3. A
importância da cosmovisão.
Não se trata apenas de olhar a realidade na
qual estamos inseridos, mas perceber de uma forma mais profunda a totalidade
desta realidade. Não decidir escolher, agir ou reagir somente pelo que vemos,
ouvimos ou sentimos, mas procurar perceber as razões, motivos e consequências
nos acontecimentos e atitudes da vida. Vide o exemplo de Caim. Após Deus não
ter atentado para sua oferta, ficou irado. O Senhor Deus procurou conduzi-lo a
uma reflexão, lhe dirigindo três perguntas e fazendo um alerta (Gn 4.4-7).
Porém ele decidiu agir por conta própria (Gn 4.8). Qual era a visão de mundo de
Caim?
Vejamos o exemplo de José, marido
de Maria, registrado em Mateus 1.18-25. Quando soube que sua noiva estava
grávida, ele não agiu por impulso, mas pensou, planejou, intentou, meditou
acerca de como agiria. Não se precipitou. A Bíblia diz que José era justo (um
aspecto relacionado ao caráter). Notemos que o texto diz: “projetando ele
isto... lhe apareceu um anjo do Senhor”. José decidiu agir de acordo com a
Palavra de Deus! Mattew Henry escreveu: “Deus guiará aqueles que pensam”.
Tenhamos uma cosmovisão coerente com a vida de discípulos de Cristo!
2. O
exemplo de José.
Dentre muitos exemplos encontrados na Bíblia,
destaca-se a postura de José diante de realidades adversas e favoráveis. Ele
demonstrou uma visão de mundo baseada não somente na superficialidade dos
fatos, mas na sua fé em Deus e nas promessas e propósitos do Senhor na sua vida
e dos seus.
2.1. José
e a realidade no lar.
José era filho de Jacó e Raquel. Seu pai
gerou vários filhos de diferentes mulheres (Gn 35.22-26). A preferência de Jacó
por José era notória, resultando grande descontentamento entre seus irmãos.
José procurava ajudar e obedecer seu pai *Gn 37.2); discordava do comportamento
de seus irmãos (não deixou influenciar e nem pactuava com seus erros, mesmo
tendo lhe custado o isolamento) e sofreu inveja e violência por parte dos
irmãos (Gn 37.8, 11, 18, 23-28).
A realidade em seu lar e os relatos
bíblicos sinalizam que José era um jovem com valores bem definidos e seguro de
sua postura, mesmo num ambiente com possibilidade de sofrer influências
negativas por parte de pessoas tão próximas a ele. O historiador Flávio Josefo
diz que José tinha “...melhores qualidades de espírito e de corpo e grande
sabedoria”. Assim, já demonstrava que a formação de sua base estava sendo
construída com elementos que fariam a diferença também na realidade fora do
lar.
2.2.
José e a realidade longe do lar.
Sendo José ainda bem jovem, foi vendido aos
ismaelitas e, no Egito, a Potifar, eunuco de Faraó (Gn 37.28, 36). Que grande
mudança na realidade de José. De filho passou a ser escravo e depois
prisioneiro. Esta realidade perdurou por longos treze anos (Gn 41.46), antes de
se tornar governador do Egito. Foi alvo de tentação, calúnia e esquecimento.
Porém, “...Deus era com ele” (At 7.9). Mesmo nas adversidades e dificuldades,
na casa de Potifar e na prisão, o Senhor o abençoava, usando com ele de
benignidade e fazendo-o prosperar no trabalho que desenvolvia (Gn 39.2-5,
21-23).
Que grande desafio para José manter
sua fé e continuar temendo a Deus, mesmo vivenciando momentos tão difíceis. O
segredo é preservar a comunhão com Deus nas mais difíceis situações e em
diferentes lugares (Rm 8.31-39). Os reformadores usavam uma expressão teológica
em latim: “Coram Deo”, que significa “diante de Deus” Ou seja, como disse o
teólogo e pastor R. C. Sproul: “Viver a vida na presença de Deus, sob a
autoridade de Deus e para a glória de Deus”. Assim vivia Jose, mesmo na
realidade longe do lar. Notemos também o exemplo de Daniel, mesmo vivendo num
contexto de grandes desafios (Dn 1.8-9; 6.10).
2.3. José
e a mudança da realidade.
A história de José é rica de ensinamentos
práticos para a vida do discípulo de Cristo. São diversas as realidades do
nosso viver, pois abrange diferentes ambientes e circunstâncias. A história de
José não se resume a inveja, violência, escravidão, esquecimento e calúnia. Há,
também, benignidade de Deus, exaltação, casamento, filhos, honrarias, perdão,
prosperidade, trabalho, testemunho e esperança. Precisamos, como José, saber
vivenciar essas diferentes realidades.
Antes escravo e prisioneiro, agora
José era o governador do Egito. Somente no trono Faraó era maior do que ele
naquele país (Gn 41.38-46). A Palavra de Deus nos instrui tanto a lidar com as
dificuldades e momentos difíceis com as bênçãos (Dt 8.2-5, 10-18). José
aprendeu (e nós precisamos ter esta verdade bíblica em mente) que a realidade
das dificuldades e das bênçãos vai além do momento e dos acontecimentos
visíveis. Precisamos olhar mais além, usando as “lentes” da fé e dos propósitos
de Deus revelados em Sua Palavra.
3. A fé
e os propósitos de Deus.
Vários são os pressupostos que devem nortear
a maneira do discípulo de Cristo perceber o mundo e suas decisões, atitudes e
reações diante das diversas realidades vivenciadas. Entre outros objetivos,
destacamos: fomos resgatados para pertencermos a Deus (1Co 6.20); estamos no
mundo, porém não somos do mundo (Jo 17.14, 16); devemos fazer tudo para a
glória de Deus (1Co 10.31); a fé é indispensável no relacionamento com Deus (Hb
11.6); nossa existência não se resume à vida debaixo do sol (1Co 15.19).
3.1. A
lente da fé.
Sendo filho de Jacó, José ouviu acerca da
história de Abraão, Isaque e seu Pai, inclusive como eles se relacionavam com
Deus. Ele nasceu e cresceu numa família que cria no Deus Criador de todas as coisas
e Todo Poderoso. Assim, ele usava a “lente da fé” para perceber as diversas
realidades que vivenciava. Foi assim quando tentado na casa de Potifar (Gn
39.9), na prisão lidando com outros presos (Gn 40.8), perante Faraó (Gn 41.16),
quando do nascimento dos filhos (Gn 41.51-52), ao encontrar com os irmãos (Gn
45.5-8) e no final de sua vida (Gn 50.25; Hb 11.22).
A fé professada por José fez a
diferença em com percebia as diversas situações. Precisamos manter o uso da
“lente da fé”, pois “o justo pela sua fé viverá” (Hc 2.4). É a “lente da fé”que
nos faz ver o invisível (Hb 11.27). Ela nos leva a perceber além do que os
olhos físicos e a mente humana conseguem captar.
3.2. A
lente dos propósitos de Deus.
Ao reencontrar seus irmãos, José testemunhou
sobre a sua percepção, compreensão e convicção acerca dos acontecimentos
adversos de sua vida: “Deus me enviou”; “não fostes vós...senão Deus” (Gn
45.5-8). Notemos, agora, o seu testemunho após a morte de seu pai e antes de
encerrar seus dias na terra: “Deus o tornou em bem” e “Certamente vos visitará
Deus” (Gn 50.20, 25). Ele venceu a tentação de perceber a realidade somente
pela conduta má de seus irmãos.
José cria no Deus Todo-Poderoso,
que tinha firmado uma aliança, com promessas, com seus antepassados e
confirmado com seu pai e seus descendentes. Tanto que, mesmo no final de sua
vida, quando a realidade era de prosperidade, aceitação no Egito, proteção e
preservação, não se desviou do foco: aliança com Deus e promessa de retornar
para a Terra Prometida. Assim, também, como discípulos de Jesus Cristo vivamos
neste mundo com a expectativa do retorno do Senhor. Somos peregrinos e
forasteiros (Fp 3.20-21; 1Ts 1.9-10; Hb 11.13; 2Pe 3.13-14).
3.3. A
importância das Escrituras Sagradas.
Evidente que a base da cosmovisão do
discípulo de Jesus Cristo é a revelação de \deus nas Escrituras Sagradas. A
Bíblia é a nossa regra de fé e de conduta. Ela é a base de nossas crenças e
valores que nortearão nossa percepção das diversas realidades. Assim,
evitaremos a utilização de “lentes” que estejam embaçadas, ou seja, informações
e referências a partir da televisão, das redes sociais, de filmes, filosofias e
intelectualidade, sem passar pela luz da Palavra. Somente nas Escrituras
Sagradas vamos encontrar o conteúdo da fé e a revelação dos propósitos de Deus
(2Tm 3.14-17).
Estamos num processo de
aperfeiçoamento e crescimento (Ef 4.12; 2Pe 3.18), até que cheguemos “à medida
da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13) e sejamos “conformes à imagem de seu
Filho” (Rm 8.29). E, neste processo, sabemos que todas as coisas contribuem (Rm
8.28). Foi essa a percepção de José. Deve ser também a nossa percepção. Jesus
falou para Pedro que ele não compreendia, no momento, tudo o que O Senhor
estava fazendo, mas saberia depois (Jo 13.7). O conhecido escritor John Stott,
refletindo sobre a complexidade do mundo em que vivemos, lançou um alerta:
“Como cristãos, precisamos estar certos de que temos uma cosmovisão cristã, o
que só acontece se tivermos um entendimento bíblico completo sobre as doutrinas
básicas da nossa fé”.
Conclusão.
Precisamos aprender a vivenciar os bons e os
maus momentos, pois ambos fazem parte do processo de formação do discípulo de
Cristo. É preciso cuidado para que nossa mente não fique contaminada com a
cosmovisão mundana, mas que nosso entendimento seja sempre renovado para a
glória de Deus.
Questionário.
1. Após o alerta de Deus o que Caim fez?
R: Decidiu agir por conta
própria (Gn 4.8).
2. O que resultou em grande descontentamento
entre os irmão de José?
R: A preferência de Jacó por
José Gn 37.3-4).
3. O que é indispensável no relacionamento
com Deus?
R: A fé (Hb 11.6).
4. O que José usava para perceber as diversas
realidades que vivenciava?
R: A lente da fé (Gn 39.9).
5. Qual é a base da cosmovisão do discípulo
de Jesus Cristo?
R: É a revelação de Deus nas
Escrituras Sagradas (2Tm 3.14-17).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o
discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos
Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral,
ISSN 2448-184X.
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