Lição 3
O FRUTO DE UM TRABALHO ZELOSO
15/04/2018
Texto
do dia.
(1 Ts 2.8)
"Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de
boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas
ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos."
Síntese.
O caráter de uma comunidade não se constrói
de modo repentino; é necessário um forte investimento espiritual - por meio de
discipulado eficiente e de testemunho pessoal edificante.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Gl 1.10 Quando Deus confirma o
ministério de uma pessoa
TERÇA - 1 Ts 2.11 A Igreja como espaço de
edificação mútua
QUARTA - At 20.24 O nível de doação exigido
dos que anunciam o Evangelho
QUINTA - 1 Ts 2.3 A integridade da mensagem
SEXTA - 2 Pe 2.3 A denúncia contra os
estelionatários da fé
SÁBADO - 2 Co 7.7 A alegria do ministro fiel
Objetivos
IDENTIFICAR o caráter de um
ministro de Cristo;
DEMONSTRAR a relevância da Palavra de Deus numa Igreja
local;
APRESENTAR os objetivos de um
ministério íntegro.
Interação
Paulo era um exemplo para aquela comunidade.
Uma das questões que se sobressai tanto na primeira como na segunda epístola é
o caráter do apóstolo, sua integridade, sinceridade e amabilidade. Sendo
merecedor de honra e privilégios entre os tessalonicenses - por ser o
orientador espiritual da comunidade, em virtude do grande risco de morte que o
apóstolo pessoalmente enfrentou - este não usufruiu de nenhum benefício, antes,
trabalhou incessantemente para não ser "pesado" a ninguém naquela
localidade.
Nossas ocupações, nosso trabalho, não podem
ser utilizados como desculpas para algum tipo de prejuízo à obra de Deus. É
necessário que sigamos o inspirador exemplo de Paulo, para que, fazendo o
melhor para o Reino de Deus, muitas vidas sejam alcançadas não apenas por nossa
pregação, mas também por nosso testemunho enquanto fiéis discípulos de Cristo.
Orientação
Pedagógica
Uma sugestão para ser aplicada nesta lição é
o uso de uma metodologia denominada de "aquário" (em inglês
fishbowl). A metodologia desenvolve-se da seguinte maneira: As cadeiras da
classe são arrumadas em círculo. Ao centro do círculo coloque cinco cadeiras
(sendo que sempre uma deve ficar livre). Quatro alunos são convidados a
sentarem no centro e iniciarem um debate a partir de uma temática sugerida pelo
professor. A qualquer momento do debate, alguém da classe pode sentar-se na cadeira vazia, com isso,
necessariamente alguém que estava sentado participando do debate deve
retirar-se de modo a sempre existir uma cadeira vazia para quem quiser
participar, e não permitir que o debate seja atrapalhado. Um mesmo participante
pode sair e retornar quantas vezes quiser, o papel do professor é não permitir
que o debate acabe; assim este deve, sempre que possível, sugerir novos temas,
formular perguntas, demonstrar falhas na argumentação de algum participante,
etc.
Texto
bíblico
1 Tessalonicense 2.1-12
1
Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco
não foi vã;
2 mas,
havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos
ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate.
3
Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com
fraudulência;
4 mas,
como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim
falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração.
5
Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve
um pretexto de avareza; Deus é testemunha;
6 E
não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos,
como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados;
7 antes,
fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos.
8
Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos
comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma;
porquanto nos éreis muito queridos.
9
Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois,
trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos
o evangelho de Deus.
10 Vós e Deus sois testemunhas de quão santa,
justa e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes.
11 Assim como bem sabeis de que modo vos
exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos,
12 para que vos conduzísseis dignamente para
com Deus, que vos chama para o seu reino e glória.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No capítulo dois de 1 Tessalonicenses, Paulo
apresenta-nos o paradigma do verdadeiro plantador de Igrejas. Quais devem ser
as motivações daqueles que se envolvem no ministério de evangelização e
discipulado de novos cristãos? Por vivermos em dias tão difíceis, somos
facilmente induzidos a imaginar que apenas nós enfrentamos os desafios de
conviver com falsos obreiros, com indivíduos cujo objetivo é o estabelecimento
de uma carreira profissional, e não a manifestação da graça do Pai nesta
geração. Todavia, neste momento de sua Carta aos tessalonicenses, ao fazer
questão de destacar alguns aspectos de sua prática ministerial naquela
comunidade, o apóstolo acaba denunciando uma série de indivíduos, que já na
Igreja Primitiva, tinham a intenção de instituir feudos particulares ao invés
de militarem pelo Reino de Deus. Assim como os tessalonicenses, aprendamos com
Paulo.
I- O
MINISTRO COMO AQUELE QUE SERVE
1. Aquele que cuida dos outros. O vocacionado por
Cristo possui um coração misericordioso, capaz de compreender a realidade por
meio da ótica da graça e do cuidado. Enquanto a sociedade atual apregoa o
individualismo como forma padrão de relacionamento, o servo de Cristo envolvido
na evangelização, discipulado e pastoreio experimenta a força do amor que se
doa para outro; e isto não é à toa, Jesus encarnou este tipo de modelo
relacional (Jo 10.26-30). Em Tessalônica, Paulo afirma cuidar daqueles irmãos
tanto como uma ama (1 Ts 2.7) - que mesmo sem nenhum vínculo biológico com as
crianças de quem cuida, é responsável pela nutrição mais básica como pelos
carinhos -, como um pai (1 Ts 2.11) - cuja responsabilidade fundamental é a
formação do caráter dos filhos que lhe são dependentes. O apóstolo não
procurava benefícios próprios, mas o desenvolvimento daqueles irmãos.
2. Aquele que serve mesmo com o
perigo de perder a vida.
Desde o início, o ministério de Paulo entre os tessalonicenses envolveu um
nível de comprometimento tal que, em várias ocasiões (1 Ts 2.2,15), o apóstolo
testemunha que correu risco de vida. A radicalidade deste tipo de vocação pode
ser comparada à chamada de nossos irmãos missionários que atuam em países
hostis ao Evangelho hoje (Coreia do Norte, Irã, Vietnã, etc.). Eles não têm
suas vidas por preciosas (At 20.24), mas são capazes de enfrentar vários tipos
e níveis de riscos para levar a Palavra àqueles que ainda não ouviram as Boas
Novas de paz (2 Co 11.23-26). O senso de serviço entre esses obreiros é
altíssimo; para eles a vida não faz sentido se não é apresentada como oferta
diária diante do altar do Cordeiro de Deus. Este nível de comprometimento com o
Reino de Deus está numa condição diametralmente oposta ao tipo de vida
nababesca e luxuosa que alguns optam e impõem sobre suas comunidades.
3. Aquele que trabalha para não ser
pesado a ninguém. Esta
talvez é uma das características sociais mais marcantes do ministério de Paulo.
Ele optou por um estilo de vida despojado, a tal ponto que, na maioria do
tempo, não necessitava de uma comunidade ou instituição para garantir-lhe o
sustento financeiro; ele mesmo produzia os recursos para sua manutenção (1 Ts
2. 6, 9). Deste modo, seus pedidos financeiros poderiam voltar-se para o
sustento das novas comunidades fundadas (2 Co 8.1-5; 9.12). Esta opção de vida
certamente exige muito mais daquele que realiza ações para o Reino, entretanto
o autoriza a exigir de todos à sua volta uma postura similar (2 Ts 3.12).
Pense
O privilégio de ser ministro do Reino não
está associado a prêmios ou reconhecimentos humanos que se podem receber de
homens ou instituições. A maior honraria que cabe ao cristão é ser achado digno
de continuar a obra iniciada por Jesus há dois mil anos.
Ponto
Importante
O Brasil tem sido muito abençoado em função
de jovens que, seguindo uma visão de Deus, doaram-se completamente em favor do
anúncio do Evangelho. Que essa chama evangelística volte a acender no coração
desta geração para que os não alcançados possam ouvir de Cristo.
II-
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DESTA IGREJA QUE PAULO AMA?
1. A pregação como exposição da
verdade.
O ministério de Paulo entre os tessalonicenses foi bem-sucedido porque o foco
dele era o anúncio da Palavra; entretanto, tal tarefa não estava fundamentada
em sabedoria humana (1 Ts 1.5), e sim no poder que é próprio da vontade de Deus
(1 Ts 2.3,5). Os tessalonicenses não foram envolvidos em estratégias de
retórica ou oratória, mas pelo poder do Evangelho. Infelizmente na atualidade,
em muitas igrejas, perdeu-se a esperança no poder da Palavra, em virtude disso
em muitas celebrações voltadas para jovens a liturgia é preenchida com
elementos dos mais diversos (shows de humor, MMA amador, muita música
dançante). Que tipo de Igreja teremos daqui a alguns anos se os cristãos que a
compõem não valorizam a Bíblia, nem sequer a conhecem?
2. A necessidade de honrar a Deus e
a sua Palavra.
A quem preocupamo-nos em agradar quando pregamos o Evangelho? Paulo deixou bem
claro àquela jovem igreja que seu compromisso estava em agradar ao Pai, e não a
eles (1 Ts 2.4). O apóstolo não temia o que poderia acontecer quanto à reação
dos tessalonicenses, pois ele sabia que a aprovação de seu ministério não vinha
das pessoas, mas do Deus que confirmara seu ministério (Gl 1.10). Àquele que
foi vocacionado por Deus cabe o discernimento e a maturidade para permanecer
firme em sua missão, mesmo quando todos e tudo levantam-se como oposição.
Nestes dias trabalhosos o Evangelho não é bem recebido por uma geração
incrédula e rebelde (Fp 2.15). Contudo, devemos ter a convicção de que não é a
eles que buscamos agradar, mas ao SENHOR!
3. O discernimento e a confiança
dos tessalonicenses. No
caso da comunidade dos tessalonicenses, apesar do pouco tempo de fé que estes
possuíam, a Palavra fluiu entre eles com naturalidade. Um dos motivos de tal
desenvolvimento do Evangelho nesta igreja foi o fato de os cristãos ali terem
recebido as palavras de Paulo como Palavra de Deus (2 Ts 2.13). Numa sociedade
cheia de vozes e mecanismos de comunicação o discernimento é um dos dons mais
importantes. Precisamos de maturidade para sermos capazes de rejeitar as
falácias (2 Tm 4.4) e acolher a voz do Senhor (1 Co 2.14,15). Como o caso da
Igreja em Tessalônica nos demonstra, discernir a vontade de Deus tem relação
direta com nossa intimidade com Deus, e não com o tempo que possuímos de fé.
Pense
As estratégias para anúncio do Evangelho
podem ser diversas, mas é necessário ter a consciência de que o conteúdo sempre
tem que ser mais relevante do que a forma. A falência da Igreja é decretada
quando as pessoas a procuram não com sede da Palavra, mas com fome de
entretenimento.
Ponto
Importante
A aprovação coletiva nem sempre esteve do
lado dos profetas e ministros de Deus, todavia, eles permaneceram firmes e
inabaláveis. Cresçamos continuamente em intimidade com o Pai, para que em
momentos de adversidade tenhamos a serenidade de que nossa chamada é de Deus.
III- OS
OBJETIVOS DE UM MINISTÉRIO ÍNTEGRO
1. Colaborar para o desenvolvimento
de uma comunidade espiritualmente sadia. O zeloso trabalho de Paulo tinha um
objetivo claro: colaborar no crescimento espiritual dos tessalonicenses de tal
forma que estes chegassem ao nível de intimidade desejado por Deus (1 Ts 2.12).
O apóstolo, que naquele momento histórico estava em forte atividade
missionária, não tinha qualquer intenção de beneficiar-se, de alguma forma,
através da vida daqueles irmãos; antes, a finalidade de seus cuidados pastorais
era exclusivamente o bem-estar deles. Hoje, cada vez mais, na igreja,
precisamos de pessoas comprometidas com o crescimento e amadurecimento de
outros.
2. A edificação mútua. Um dos resultados
mais destacáveis decorrentes do estabelecimento de um ministério sadio é a
edificação mútua. É necessário reconhecer, apesar deste não ser o objetivo
prioritário da presença de Paulo entre os tessalonicenses, que o apóstolo foi
ricamente abençoado por meio da convivência com aquela igreja (1 Ts 2.19,20). É
assim que o Reino de Deus manifesta-se por meio de uma liderança abençoadora,
todos são enriquecidos pelo poder de Deus, tanto os que ministram como os que
são ministrados (2 Co 7.7; Fm 7). Nunca devemos compreender a bênção de Deus de
forma egoísta, na verdade, sempre que o Senhor abençoa-nos abundantemente, o
seu objetivo é que sejamos capazes de compartilhar com os outros o muito que
Ele nos tem dado (2 Co 9.8).
3. Denunciar as ações do Maligno. É inevitável: a luz
sempre desarticula as trevas (Jo 12.46). Por mais que o foco daquele que faz a
obra de Deus com sinceridade não seja esse, mais cedo ou mais tarde, as obras
do Maligno acabam sendo reveladas através do estabelecimento dos princípios do
Reino de Deus (At 26.18). Foi exatamente isto que ocorreu em Tessalônica (1 Ts
2.14-16); o anúncio do Evangelho foi seguido por uma onda de perseguição
promovida por aqueles que, cheios de maldade, não desejavam o desenvolvimento
da obra de Deus naquela cidade. A integridade do ministério de Paulo
destacava-se, positivamente, em meio a um contexto de falsos pregadores e
profetas de aluguel.
SUBSÍDIO
"Jesus
O nome Jesus quer dizer 'Deus salva'.
Conforme Paulo anuncia aos tessalonicenses: 'Deus não nos destinou para a ira,
mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo' (1 Ts 5.9). Em
uma passagem anterior da epístola, ele refere-se a Jesus como aquEle 'que nos
livra da ira futura' (1.10). Poucas vezes (há cerca de dez ocorrências nessa
epístola), Paulo refere-se a Jesus sem usar também o título 'Cristo' ou
'Senhor'. Na maioria dessas passagens, o assunto é a morte de Jesus (1 Ts 1.10;
4.14), um lembrete da humanidade dEle e da forma custosa com que Ele efetuou a
salvação (Rm 3.25,26).
Talvez a advertência de Paulo de que 'ninguém
que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema' (1 Co 12.3), seja um
indício para entender a passagem em discrepância com esse padrão. Talvez os
falsos profetas que negavam a humanidade de Jesus tenham feito uma denúncia
desse tipo. A primeira heresia cristológica, o docetismo (de dokeõ, 'parecer'
ou 'ter a aparência'), negava a humanidade de Jesus com o argumento de que Ele
apenas parecia ser humano, mas, na verdade, não o era. O padrão das referências
de Paulo a Jesus e sua morte negam firmemente esse tipo de ensino falso"
(ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p.
282).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2007.
CONCLUSÃO
O bem-estar da jovem Igreja em Tessalônica
não era fruto do acaso, como vimos durante esta lição; o padrão paulino de
implantar novas igrejas e de discipular novos cristãos fez com que aquele grupo
de irmãos, mesmo tendo convivido pouco tempo com o apóstolo, tivesse um nível
de espiritualidade diferenciado. Nós, como igreja, na atualidade precisamos
cada vez mais disso: amor, integridade e responsabilidade.
Hora da
revisão.
Tomando como base a Primeira Epístola aos
Tessalonicenses, cite três características de um ministério íntegro.
Dedicação, diligência e doação.
Que riscos a Igreja corre ao retirar a
centralidade da Palavra de suas reuniões de celebração?
Perde-se a centralidade de
Cristo na adoração, e a liturgia torna-se puro entretenimento.
Quais os efeitos em uma comunidade local de
uma vocação ministerial cumprida segundo a vontade de Deus?
Desenvolvimento espiritual,
crescimento mútuo e denúncia das obras do mal.
Por que não devemos compreender a bênção de
Deus em nossas vidas de modo egoísta?
Sempre que o Senhor abençoa-nos
abundantemente, o seu objetivo é que sejamos capazes de compartilhar com os
outros o muito que ele nos tem dado (2 Co 9.8).
De que modo as obras do Maligno são
denunciadas quando assumimos uma postura de espiritualidade madura?
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, A Igreja do Arrebatamento – O Padrão dos
Tessalonicenses para Estes Últimos Dias,
Comentarista Thiago Brazil, 2º trimestre 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário