Lição 9 A purificação
da lepra.
04 de março de 2018.
Texto
Áureo
Levítico 14.6
“E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o
carmesim, e o hissopo e os molhará com a ave viva no sangue da ave que foi
degolada sobre as águas vivas”.
Verdade
Aplicada
Assim como a lepra, o pecado nos tornou
imundos diante de Deus, mas Jesus verteu o Seu sangue para nos purificar de
todo o pecado.
Objetivos
da Lição
Ensinar o que representa a
lepra;
Mostrar o que Jesus fez pelo
homem;
Enfatizar que a busca da
santidade é obrigatória para o cristão.
Glossário
Carmesim: Cor vermelha muito
viva;
Invólucro: Aquilo que envolve,
cobre ou reveste;
Míldios; Diversas doenças das
plantas, que se caracterizam por uma mancha, comumente esbranquiçada, produzida
por fungos, que atacam especialmente as videiras.
Leituras
complementares
Segunda Lv 13.2-3
Terça Lv 13.4-6
Quarta Lv 13.18-22
Quinta Lv 14.2-8
Sexta Lv 14.28-30
Sábado Lv 14.34-40
Textos
de Referência.
Levitico 13.19-20; 14.2-3
19 E, em lugar do apostema, vier inchação
branca ou empola branca, tirando a vermelho, mostrar-se-á, então, ao sacerdote.
20 E o sacerdote examinará, e eis que, se ela
parece mais funda do que a pele, e o seu pelo se tornou branco, o sacerdote o
declarará imundo: praga de lepra é; pelo apostema brotou.
2 Esta
será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote;
3 E o
sacerdote sairá fora do arraial e o sacerdote, examinando, eis que, se a praga
da lepra do leproso for sarada.
Hinos
sugeridos.
85,431, 440
Motivo
de Oração
Ore pela igreja local. Peça a Deus por uma
vida de santidade.
Esboço
da Lição
Introdução
1. A responsabilidade do
sacerdote.
2. A purificação da lepra.
3. Lepra nas vestes e nas
casas.
Conclusão
Introdução
O diagnóstico da lepra seria dado por Arão ou
um de seus filhos, que deveriam estar atentos para que no acampamento de Israel
e, mais tarde na terra de Canaã, não fosse permitido o convívio social de uma
pessoa que tivesse a lepra.
1. A
responsabilidade do sacerdote.
Em todas as situações em que houvesse a
suspeita da praga da lepra, o exame feito pelo sacerdote era fundamental para a
decisão correta. Competia ao sacerdote o diagnóstico e a orientação em relação
às pessoas conduzidas a ele (Lv 13.2). A responsabilidade e o conhecimento do
sacerdote eram fundamentais para que nenhuma injustiça fosse cometida ou que,
por negligência, o mal permanecesse no acampamento.
1.1. A
lepra é símbolo do pecado.
A lepra é uma doença que prejudica os nervos
e a pele. Ela pode atingir crianças, jovens, adultos, pessoas de qualquer idade
e qualquer nível social, cultural ou econômico. Simboliza muito bem o pecado,
que deforma a imagem de Deus no homem e atinge todas as pessoas em seus
diferentes níveis sociais, conforme registra o apóstolo Paulo: “Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Rm 3.23).
A lepra sendo uma doença
transmissível era imprescindível ser erradicada do acampamento, pois a presença
de um doente colocava em risco todos os demais que convivessem com ele. O
pecado, quando aceito no meio da comunidade cristã, também tem o mesmo efeito
da lepra: passa a contagiar os demais, todos passam a praticá-lo e acabam
perdendo a sensibilidade do mal, assim como a lepra faz com os órgãos afetados
pela doença, tirando a sensibilidade. O único modo de tratar com o pecado é a
erradicação do mesmo. Retirar o leproso do arraial era manter a pureza do
acampamento. Tirar o pecado do seio do povo cristão é conservar a pureza
espiritual, que é agradável a Deus.
1.2. O
exame do sacerdote.
O exame do sacerdote deveria examinar o
leproso e, em caso de alguma dúvida, era necessário mais alguns dias para um
novo exame (Lv 13.4-5). Era necessário que o sacerdote tivesse cuidado,
vigilância e paciência para com o doente. Nenhum caso deveria ser julgado ou
decidido precipitadamente, pois acabaria sendo prejudicial para a pessoa ou
para a congregação. O sacerdote deveria ser bem criterioso na sua análise, pois
toda a responsabilidade estava sob a sua pessoa.
A responsabilidade daqueles que
Deus coloca perante o Seu rebanho é de cuidar para que o mal não se instale no
seio do Seu povo. Além de ensinar, administrar, entre outras funções está se
instalando na Igreja do Senhor. Como o sacerdote no passado, atualmente os
líderes devem examinar com muita atenção para que a Igreja não seja contaminada
com ensinos ou práticas que tornem o crente impedido de permanecer na
congregação por causa da sua situação espiritual.
1.3. A
manifestação da lepra.
A lepra podia se manifestar com inchação,
pústula (pequeno tumor na pele, que se torna purulento) ou empola branca (bolha
causada pelo derramamento de serosidade entre a derme e a epiderme), conforme o
texto bíblico de Levítico 13.2. Em outra versão a expressão “empola branca” é
traduzida por “mancha lustrosa”, ilustrando muito bem o pecado. Quem olha por
fora vê algo lustroso, até bonito, mas o interior está completamente podre,
simbolizando muito bem a hipocrisia que a religiosidade apresenta como
invólucro, mas no interior nada tem que possa agradar ao Senhor Jesus.
Do ponto de vista físico é uma
doença repulsiva, representando muito bem como Deus vê o homem no seu pecado.
Deve se ter total atenção nos lugares por onde a lepra tem possibilidade maior
de surgir. Ser calvo não é lepra, mas pode surgir na calvície (Lv 13.40-41).
Por essa razão deveria ser examinada pelo sacerdote, pois havia uma grande
possibilidade de brotar a lepra na sua meia-calva (Lv 13.42). A lepra não é uma
doença superficial. Assim também o pecado não é um mal superficial, pois está
impregnado no coração do homem: “Enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9).
2. A
purificação da lepra.
Deus abomina o pecado, porém tem o perdão
para os que cometeram tal agravo perante Ele e se arrependem. Deus determinou
que o homem fosse afastado do arraial quando possuísse lepra, no entanto
proporciona a lei do leproso no dia da sua purificação (Lv 14.1-2), possibilitando
o seu retorno ao acampamento de Israel quando estivesse curado. Trata-se de uma
figura do que Cristo fez pelos pecadores, permitindo que voltássemos para a
presença de Deus.
2.1. O
sacerdote examinava o leproso.
Não era o leproso que entrava no arraial para
reivindicar a sua condição de retornar ao acampamento, mas o sacerdote que saía
do arraial indo examiná-lo, para ver se o que tinha a praga da lepra estava
curado. Nada o leproso poderia fazer por si mesmo, mas dependia totalmente do
sacerdote para voltar a ter esperança de comunhão no acampamento de Israel. Os
israelitas não conheciam a cura para a lepra e sempre dependeriam de um milagre
de Deus.
O pecador, impotente neste mundo
diante do pecado, nada pode fazer para voltar a ter comunhão com Deus. Como no
passado o doente dependia da saída do sacerdote ao seu encontro fora do
arraial, assim Jesus fez pela humanidade, deixando o Seu trono de glória e
vindo ao encontro de uma humanidade doente e afastada de Deus por causa do
pecado (Lc 19.10).
2.2. O
sacerdote fazia a purificação do leproso.
O ritual para a purificação do leproso era
feito pelo sacerdote (Lv 14.4-5). Eram usadas duas aves limpas, paus de cedro,
carmesim, hissopo e, também, era necessário um vaso de barro e águas vivas
(água da fonte). O cedro é uma árvore grande e o hissopo uma planta pequena,
representando que a purificação alcançará em nossas vidas tanto as coisas mais
horríveis que cometemos como as que achamos que não são tão graves.
O ritual da purificação da lepra é
rico em ensinamentos, mas nos ateremos às duas aves que eram levadas para a
realização da purificação. Uma ave era morta, simbolizando a morte de Jesus na
cruz para libertação do pecado e o Seu sangue derramado para perdão dos
pecados. A ave viva que era solta com o sangue da ave morta é uma perfeita
figura do Cristo ressurreto (Lv 14.7), que permite a todos que nEle creem
retornar à comunhão com Deus.
2.3. O
sacerdote declarava limpo o leproso.
Alguns atos depois que o leproso fosse
declarado limpo ainda eram necessários que fossem feitos. O sacerdote deveria
aspergir o sangue sete vezes sobre a pessoa. Sem o sangue de Jesus Cristo não
há purificação de pecado. Deveria lavar os seus vestidos e rapar todo o seu
pelo: “E aquele que tem de purificar-se lavará os seus vestidos, e rapará todo
o seu pelo, e se lavará com água; assim será limpo; e depois entrará no
arraial, porém ficará fora da sua tenda por sete dias.” (Lv 14.8).
Esse ato representa o novo
nascimento. A roupa limpa, o pelo raspado e o corpo banhado é o que acontece
com a pessoa que passa a ser uma nova criatura (2Co 5.17). Com a raspagem do
pelo, nascerá um pelo novo; com a lavagem do corpo, o pelo não terá nenhuma
sujeira quando nascer; e o vestido lavado reflete muito bem o testemunho dos
que foram declarados purificados pelo sacerdote. O novo nascimento tem a ver
com a mudança interna e com o testemunho, que são a essência do Evangelho de
Cristo: mudança interna e externa.
3. Lepra
nas vestes e nas casas.
Assim como poderia estar no corpo, a lepra
poderia estra presente na roupa (Lv 13.47), como também nas casas (Lv 14.34).
Traçando um paralelo com os nossos dias, R. K. Harrison afirma que, em todas as
áreas da nossa vida, a busca da santidade, sob orientação do Espírito Santo, é
obrigatória para o cristão crescer verdadeiramente na plenitude de Jesus
Cristo.
3.1. Uma
veste contaminada.
A lepra na veste são fungos que podem estar
presentes em tecidos. São “mofos ou míldios”, segundo Russel Norman Chaplin.
Esses fungos podem provocar reações nos seres humanos se em contato ou mesmo
ignorados. Ao sacerdote cabia o exame da roupa e somente ele podia declarar se
a roupa estava limpa ou imunda (Lv 13.50-51). Ao tratar das vestimentas, o
princípio exposto em todo o livro de Levítico permanece: santidade por parte do
povo de Deus. Vemos, assim, que Deus estava atento em cada área da vida do povo
de Israel e fazia distinção clara entre o que era limpo e o que era impuro (Lv
13.59). O princípio comum nas Sagradas Escrituras, isto é, Deus usando o físico
e material para significar e ensinar o que é moral e espiritual, é bastante
presente no livro de Levítico.
Interessante notar a linguagem
utilizada pelo apóstolo Paulo sobre tirar as vestes do velho homem e se vestir
do novo homem (Cl 3.8-10; Ef 4.22, 24). Assim comentou Mattew Henry: “Ele (o
pecado) não só corrompe a consciência do pecador; além disso, também mancha
tudo o que este tem e faz. E os que colocam suas roupas a serviço de seu
orgulho e luxúria podem acabar manchados pela lepra. Porém, os mantos de
justiça nunca são furtados nem comidos pela traça.”
3.2.
Uma casa contaminada.
A lepra na casa é diferente das situações
anteriores, pois já trata de estarem na terra de Canaã (Lv 14.34). Considerando
casa como figura de uma congregação, devemos observar algumas situações que
podem atingir toda a comunidade; e o sacerdote deve estar atento quanto a
qualquer coisa suspeita que possa aparecer. O apóstolo Paulo, em suas cartas às
igrejas, também procurava abordar o que não estava de acordo com os mandamentos
do Senhor, procurando corrigir e instruir cristãos, como encontramos na
epístola aos Gálatas, quando o apóstolo enfatizou o perigo de introduzir a
guarda da lei como necessária para a salvação.
Também pode-se aplicar este ensino
da lepra na casa no sentido do que temos dentro do nosso lar que desagrada a
Deus. É possível termos no convívio íntimo da nossa casa o que pode trazer
declínio espiritual e a consequência ser o impedimento da presença do Senhor em
nossa casa. Quando o profeta Eliseu perguntou o que a viúva tinha em casa, a
sua resposta abriu caminho para ela receber o milagre (2Rs 4.2).
3.3.
Sangue e azeite no purificado.
No ritual de purificação o sacerdote deveria
pegar do sangue do sacrifício da expiação da culpa e colocar na orelha direita,
no polegar da mão direita e no dedo do pé direito. Também deveria fazer o mesmo
com o azeite (Lv 14.14-15). Esse ato deveria ser feito no dia oitavo. O leproso
devia manter-se tranquilo e ver o sacerdote fazer todo o cerimonial que fora ordenado
por Deus. O ato de adoração mediante o qual o leproso era declarado limpo era
comunitário, pois o leproso, além de não poder se curar, não poderia declarar a
si próprio limpo. O próprio Senhor Jesus Cristo, quando purificava os leprosos,
ordenava-lhes que fossem ao sacerdote e apresentassem a devida oferta para
servir de testemunho (Mt 8.3-4; Lc 17.14).
Que simbolismo maravilhoso é poder
com os olhos espirituais contemplar o ensino destes dois capítulos e ver como o
crente desfruta deste privilégio através do que Jesus realizou com a Sua morte
e ressurreição e o derramamento do Espírito Santo sobre a Sua Igreja. Jesus
ressuscitou e hoje podemos ter o sangue e o azeite em nossas orelhas, mãos e
pés. Andamos neste mundo, mas, com a ajuda do Espírito Santo, vencendo o pecado
e agradando a Deus. O cristão não foi destinado a viver no isolamento
espiritual, pois é dentro da comunhão do corpo de Cristo, Isto é, a Igreja, que
a fé cresce e os indivíduos amadurecem espiritualmente.
Conclusão.
Na saída do sacerdote do arraial, o lugar
onde o Senhor Deus habitava, para ir em direção ao leproso imundo, vemos o
Senhor Jesus Cristo deixando o Seu lugar junto ao Pai, vindo em busca de um
pecador chafurdado num mundo corrompido pelo pecado.
Questionário.
1. O que a lepra simboliza?
R: O pecado que deforma a
imagem de Deus no homem e atinge todas as pessoas em seus diferentes níveis
sociais (Rm 3.23).
2. Como podia se manifestar a lepra?
R: Com inchação, pústula ou
empola branca (Lv 13.2).
3. Quem realizava o ritual para a purificação
do leproso?
R: O sacerdote (Lv 14.4-5).
4. Além do corpo, onde a lepra poderia estar
presente?
R: Na roupa e nas casas (Lv
13.47; Lv 14.34).
5. Ao tratar das vestimentas, qual princípio
exposto em todo o livro de Levítico permanece?
R: Santidade por parte do povo
de Deus (Lv 13.50-51).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua
relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018,
ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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