Lição 6 O sacrifício
pela culpa.
11
de fevereiro de 2018.
Texto Áureo
Levitico 7.2
“No lugar onde degolam o holocausto,
degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o
altar em redor”.
Verdade
Aplicada
A culpa é um sentimento que toma conta do
coração do homem por algum ato errado, mas em Cristo este sentimento é apagado.
Objetivos
da Lição
Ensinar que somente Deus tem
a capacidade para avaliar o que é certo e o que é errado;
Explicar que quando há algum
dano tem que haver restituição;
Mostrar a necessidade do
ensino da Palavra de Deus.
Glossário
Expiação: Sacrifícios para
arrependimento dos pecados;
Extorsão: Modo de obter algo
de outrem de forma abusiva ou desonesta;
Siclo: Antiga moeda de
prata dos hebreus.
Leituras
complementares
Segunda Lv 5.15-16
Terça Lv 5.17-18
Quarta Lv 6.2-3
Quinta Lv 6.4-7
Sexta Lv 7.8-10
Sábado Ez 46.20
Textos
de Referência.
Levitico 5.15-16; 19
15 Quando alguma pessoa cometer uma
transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então trará
ao Senhor, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua
estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da
culpa.
16 Assim, restituirá o que ele tirou das
coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao
sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por
ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado.
19 Expiação de culpa é; certamente se fez
culpada ao Senhor.
Hinos
sugeridos.
36,192, 516
Motivo
de Oração
Ore pelo amadurecimento dos novos irmãos que
se converteram a Jesus Cristo.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Culpado nas coisas sagradas.
2. Culpado negando ao seu
próximo.
3. Alei da expiação da culpa.
Conclusão
Introdução
Através da Sua graça Deus perdoa a todos os
pecadores, desde que o homem se arrependa. Sua santidade não deixa passar
nenhum pecado, mas em Cristo proveu o meio para que a Sua santidade fosse
satisfeita.
1.
Culpado nas coisas sagradas.
Na oferta pela culpa havia a necessidade de
uma restituição, diferenciando este sacrifício dos demais. Na oferta pela culpa
uma reparação é exigida por Deus, seja ela para o santuário ou para o próximo.
O texto bíblico revela a necessidade de uma reparação: “Assim, restituirá o que
ele tirou das coisas sagradas...” (Lv 5.16).
1.1. Pecando
por ignorância nas coisas sagradas.
Pecar por ignorância é cometer um delito, mas
não ter a certeza total que cometeu um pecado. Para que não tivesse dúvida em
sua consciência, traria o que foi exigido por Deus para alcançar a paz acerca
dessa questão. O animal era estimado pelo sacerdote conforme o ciclo do
santuário. O siclo do santuário equivale a vinte óbolos (Êx 30.13). Um óbolo
equivale a 0,57 gramas de prata. Depois de avaliado o animal era oferecido como
expiação para perdão do pecado. Era acrescentado na restituição o valor de vinte
por cento. Esses eram os direitos que estavam ligados às coisas sagradas de
Deus.
Além da restituição completa era
necessário acrescentar um quinto (ou vinte por cento) do que tirou das coisas
sagradas (Lv 5.16). Este procedimento aponta para um dos aspectos do sacrifício
de Jesus Cristo. Como é um pecado cometido por ignorância, não podemos
realmente compreender como ofendemos a santidade de Deus diariamente, mas o que
Jesus realizou na cruz também abrangeu esta parte. Com o crescimento na vida
espiritual, muitas ofensas deixam de ser praticadas, mas não alcançaremos a
perfeição neste corpo.
1.2. Pecando
e obrando contra algum de todos os mandamentos.
A não obediência a um mandamento do Senhor,
mesmo que seja por não conhecer o mandamento, não torna a pessoa inocente (Lv
5.17). Este fato nos ensina que somente Deus tem a capacidade para avaliar o
que é certo e o que é errado. O homem não tem esta capacidade e mesmo assim
pensa ter. Quantos hoje estão guiando a sua vida pelo “eu acho que isto é
certo”, “eu acho que isto não tem problema”, ou “todo mundo está fazendo, eu
posso fazer também”? Para agradar a Deus, devemos fazer o que Ele estabelece.
Somente a santidade de Deus pode
estabelecer o padrão quando os direitos de Deus estão em causa. Uma pessoa poderia
transgredir uma lei do santuário sem se aperceber (ignorância nas coisas
sagradas), mas uma mentira, jurar falsamente, enganar o próximo, cometer um ato
violência, não pode ser ignorância, mas é desobedecer aos mandamentos do
Senhor. O sacrifício realizado por Jesus cuidou dessas duas áreas na vida do
ser humano: a culpa pelo pecado de ignorância e, também, dos pecados
conhecidos.
1.3. Restituição
perante o Senhor.
No ritual o transgressor confessava o pecado,
restituía o valor envolvido, pagando um acréscimo de um quinto (vinte por
cento) em siclos de prata, e sacrificava um carneiro ao Senhor (Lv 5.15-16). A
essência é a obra da expiação realizada para perdão do pecado do ofensor à lei
de Deus. Essa obra de expiação pelo pecado do homem foi realizada por Jesus,
que derramou o Seu sangue inocente para atender à justiça de Deus. O escritor
aos Hebreus afirma: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com
sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb 9.22).
O sacrifício da culpa abrangia
vários tipos de pecado e estava incluso reter o que pertencia a Deus, como
dízimos e ofertas, a consagração das primícias e outras obrigações que o
israelita tinha perante o Senhor, e também proceder de maneira a não contrariar
o que o Senhor tinha estabelecido. Mesmo no caso de a pessoa não ter a certeza
de ter pecado contra o Senhor Deus, os mais escrupulosos traziam, também assim,
uma oferta pela culpa. Esse sentimento estava presente no coração daquele que
tinha o prazer de buscar a comunhão com o Senhor, de ter paz no seu coração
para consigo e também com Deus.
2. Culpado
negando ao seu próximo.
Ofensas causadas às pessoas em questões de
bens pessoais ofendem a lei de Deus, que deixa de forma bem clara como deve ser
o relacionamento com o próximo (Lv 19.18). Jesus foi enfático a respeito desse
mandamento no Seu ministério (Mt 22.39), e também os apóstolos (1Jo 4.20).
2.1. Prejuízos
causados ao próximo.
As instruções do Senhor também tratavam
acerca dos prejuízos causados ao próximo em questões de propriedades que dizem
respeito ao logro (algo que alguém deixou em depósito de outrem), roubo, ou
ganho injusto por extorsão (agiota). A não devolução de algo achado quando se
conhece o dono e outras semelhantes são situações mais próximas de atos de
pecados conscientes e voluntariosos que precisavam ser confessados para que se
tornassem conhecidos (Lv 6.1-7). Essas ações eram puníveis (Êx 22.7-13), pois
pecar contra o próximo, dentro do concerto dado por Deus ao povo de Israel, era
pecar contra o próprio Deus.
Um grande problema em todas as
épocas na sociedade é a ganância do homem. O desejo de possuir torna o ser
humano frio, desumano e insensível para com o próximo. Paulo afirma que:
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça
alguns se desviaram da fé e transpassaram a si mesmos com muitas dores.” (1Tm
6.10). Para vencer esta avareza, que a Palavra de Deus classifica como
idolatria, somente com amor ao próximo. A situação atual do mundo é um exemplo
do que o homem sem a graça de Deus no coração é capaz de realizar.
2.2. Reparando
o dano.
No pecado contra o próximo era necessário
primeiro fazer a reparação do dano para poder depois trazer a oferta perante o
altar. A Palavra de Deus não se contradiz, por isso Jesus ensinou aos Seus
discípulos que antes da oferta o dano deve ser reparado (Mt 5.23-24). O
transgressor, antes que pudesse ser perdoado, deveria fazer a restituição
apropriada. A penalidade visava inculcar nos transgressores a importância da
honestidade e responsabilidade no convívio social. Trazer a oferta, mas não
restituir ao próximo não expiaria o pecado do transgressor. Há situações que
não basta apenas orar, é preciso antes pagar o que se deve.
Desde que o pecado defraudou
alguém, necessário é que haja restituição para a parte ofendida. A
característica distinta das ofertas pela culpa era o pagamento de restituição
com acréscimo, conforme determinava a lei, sem se importar se esta fosse para
Deus ou para uma pessoa humana. “O carneiro das ofertas pela culpa não fazia
parte da restituição, mas era a expiação pelo pecado, diante de Deus” (F. Duane
Lindsey). A oferta da culpa ilustra a grande seriedade e gravidade do pecado e
a eficácia do sacrifício de Cristo, que deu satisfação e plena reparação ao nosso
favor diante de Deus.
2.3. A
necessidade da oferta pela culpa.
Quando Jesus purificou os leprosos, mandou
que eles se apresentassem ao sacerdote (Mt 8.4; Lc 17.14), porque havia a
necessidade de oferecer a oferta pela culpa para que os mesmos fossem declarados
limpos. Jesus veio para cumprir a lei, e, se era essa a exigência da lei,
precisava que fosse cumprida. A profanação do nazireado também exigia a
expiação da culpa: “Então separará os dias do seu nazireado ao Senhor, e para
expiação da culpa trará um cordeiro de um ano” (Nm 6.12).
Deus exige um comportamento honroso
entre os seus semelhantes, uma existência com ética nos relacionamentos
sociais, uma existência com liberalidade. Quando assim não acontece, um encargo
precisa ser acrescentado. Este é o sacrifício da oferta pela culpa. Este
sacrifício nos ensina que alcançamos o perdão da culpa quando observado o que
está contido no texto bíblico: reconhecimento do pecado seguido pelo
arrependimento, restauração do dano e finalmente o sangue espargido no altar
(Lv 6.7).
3. A
lei da expiação da culpa.
A lei da expiação da culpa, assim como a lei
da expiação do pecado, estabelecia que o sacrifício poderia ser comido pelo
sacerdote. Para tocar nessas ofertas deveria ser santo (Lv 6.27). Da mesma
forma, todos os que estão unidos a Cristo Jesus, pela fé, são santos.
3.1.
Uma mesma lei.
A Palavra de Deus afirma que assim como era a
lei da expiação do pecado, assim também seria a lei da expiação da culpa (Lv
7.7). Esses dois sacrifícios apresentam a santidade de Cristo de maneira
enfática. Essa era uma oferta que todo homem de família sacerdotal estava
autorizado a comer (Lv 7.6), mas deveria consumir em local sagrado, pois era
uma oferta santíssima (Lv 6.29). A exigência feita pelo Senhor é que estivesse
limpo para poder comer (Nm 18.11).
Na lei da expiação da culpa, que é
como na lei da expiação do pecado (Lv 7.6-7), o Espírito Santo de maneira
maravilhosa enfatiza a santidade do sacrifício, que é tipo da obra realizada
por Jesus. Como estes dois sacrifícios estão relacionados com o pecado do
homem, fica enfatizado a santidade da oferta, pois Jesus levou os pecados da
humanidade, mas não se contaminou (1Pe 1.19). Tomou os pecados do Seu povo e
sofreu a pena deles na cruz. Está cumprido todas as exigências de Deus e todas
as necessidades dos homens. Tudo Jesus realizou.
3.2.
Fartura no lar.
A responsabilidade no Antigo Testamento de
ensinar a Palavra de Deus ao povo estava sob a incumbência dos sacerdotes e levitas
(2Cr 17.7-8). Já em casa, essa responsabilidade era dos pais (Dt 6.7). Um povo
mais esclarecido traria mais oferta, pois teria maior conhecimento da lei e,
evidentemente, de suas transgressões; um povo com pouco conhecimento nem
saberia que havia desobedecido a lei. A fartura sobre o altar estava ligada
diretamente ao conhecimento que o povo tivesse da lei. Quanto mais ensino, mais
fartura para o sacerdote. Boca aberta ensinando a Palavra de Deus, provisão
pelos sacrifícios trazidos ao santuário.
Esse princípio permanece no Novo Testamento
como era em Israel nos tempos antigos. Quanto mais a Palavra de Deus é ensinada
na igreja, mais fartura teremos no santuário. Essa fartura se manifesta na
igreja, na esfera em que ela se encontra. Uma fartura que sustenta os seus
ministros como também gera riqueza na igreja e essa riqueza não é ouro ou
prata, mas uma riqueza espiritual, que manifesta a graça de Deus, Sua glória, a
excelência do fruto do Espírito na vida dos crentes e as manifestações dos dons
espirituais. Onde prevalece o espiritual o material é acrescentado pelo Senhor
(Mt 6.33)
3.3. Gordura
e sangue para o Senhor.
Todo o sangue e toda a gordura deveriam ser
oferecidos ao Senhor, sendo proibido ao homem comê-los (Lv 7.2-3). Isso deveria
ocorrer em todos os sacrifícios nos quais animais eram oferecidos sobre o
altar. Na dieta do povo de Israel eram elementos proibidos: “Estatuto perpétuo
será nas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura, nem
sangue algum comereis.” (Lv 3.17). No Novo Testamento, a carne ritualmente
impura, de animais sufocados e o sangue foram proibidos no primeiro concílio da
Igreja (At 15.20).
O sangue fala da redenção do homem
efetuada na cruz por Jesus. O sangue foi oferecido a Deus pelos nossos pecados
e o homem não tem capacidade de participar, por isso é proibido dele comer,
pois foi oferecido a Deus. A gordura também era proibida ao homem comer no
Antigo Testamento e alguns órgãos (Lv 7.3-5). A gordura simboliza a glória que
só pode ser dada a Deus. Tudo realizado por Cristo foi para a glória de Deus
(Jo 17.1). O sangue e a gordura simbolizavam o relacionamento entre Deus Pai e
Deus Filho.
Conclusão.
Os tipos do Antigo Testamento nos ajudam a
entender a dimensão do sacrifício de Jesus Cristo realizado na cruz do Calvário.
Como atendeu a exigência da santidade de Deus e como alcançou o homem no seu
estado miserável de pecado e como o alçou até a presença do glorioso Deus.
Questionário.
1. Quem realizou a obra de expiação pelo pecado
do homem?
R: Jesus (Hb 9.22).
2. No pecado contra o próximo, o que é
necessário?
R: Primeiro fazer a reparação
do dano para poder depois trazer a oferta perante o altar (Mt 5.23-24).
3. O que a profanação do nazireado exigia?
R: A expiação da culpa (Nm
6.12).
4. De quem era a responsabilidade no Antigo
Testamento de ensinar a Palavra de Deus ao povo?
R: Dos sacerdotes e levitas
(2Cr 17.7-8).
5. Na dieta do povo de Israel, quais
elementos eram proibidos?
R: Gordura e sangue (Lv 3.17).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua
relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018,
ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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