Lição 8 A consagração
do sacerdote.
25 de fevereiro de 2018
Texto
Áureo
Levítico 8.12
“Depois, derramou do azeite da unção sobre a
cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo”.
Verdade
Aplicada
O sacerdócio de Jesus Cristo diante de Deus é
a certeza de sempre sermos aceito pelo Senhor.
Objetivos
da Lição
Mostrar o privilégio e a
responsabilidade de Arão e seus filhos perante Deus e a nação;
Lembrar que a Igreja tem um
sacerdócio santo;
Ensinar que quando fazemos
conforme a vontade de Deus Sua manifestação é gloriosa.
Glossário
Ilibada: Pura, sem mancha;
Indumentária: Conjunto de roupas que uma
pessoa veste;
Novilho: Boi ainda novo; bezerro.
Leituras
complementares
Segunda Êx 28.1-3
Terça Êx 28.4-10
Quarta Lv 8.1-5
Quinta Lv 8.6-11
Sexta Lv 8.33-36
Sábado Lv 9.1-5
Textos
de Referência.
Levítico 8.10, 12; 9.1, 23-24
10 Então Moisés tomou o azeite da unção, e
ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o santificou;
12 Depois, derramou do azeite da unção sobre
a cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo.
1 E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés
chamou a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel,
23 Então entraram Moisés e Arão na tenda da
congregação; depois saíram e abençoaram o povo; e a glória do Senhor apareceu a
todo o povo.
24 Porque o fogo saiu de diante do Senhor e
consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilaram
e caíram sobre as suas faces.
Hinos
sugeridos.
56, 139, 176
Motivo
de Oração
Interceda pelos líderes que batalham para
manter uma igreja perseverante.
Esboço
da Lição
Introdução
1. O sumo sacerdote Arão.
2. A consagração dos filhos de
Arão.
3. A glória e o fogo do Senhor.
Conclusão
Introdução
Nos sacrifícios e no sacerdócio temos uma
figura do Senhor Jesus Cristo. Ele é o perfeito sacrifício e o perfeito
sacerdote. Como sacerdote está diante de Deus para interceder por todos que
foram alcançados pelo Seu sacrifício.
1. O
sumo sacerdote Arão.
Deus em sua soberana vontade escolheu Arão e
seus filhos para exercerem o ministério sacerdotal. Não foi uma escolha por
mérito da família de Arão. Por Sua infinita graça, Deus separou uma família
para que estivesse perante Ele para interceder pela nação de Israel. O grande
privilégio de Arão e seus filhos também trouxe uma grande responsabilidade
perante Deus e diante da nação.
1.1. A
convocação da assembleia.
Para a realização do ato de consagração dos
sacerdotes, Moisés convoca toda a congregação à porta da tenda da congregação
(Lv 8.3), como o Senhor lhe ordenara. Todos eles foram lavados com água,
símbolo da Palavra de Deus, e depois os vestiu. Uma simbologia perfeita do que
acontece com os que hoje são chamados para o serviço do Mestre, pois são
purificados pela lavagem da Palavra de Deus e vestidos com as vestes da
salvação. Toda a congregação assistiu à cerimônia daqueles que estariam
incumbidos do privilégio de responderem pelos interesses mais importantes
perante o Senhor (Lv 8.5).
Cada parte do vestuário de Arão
tinha um particular interesse para os israelitas (Lv 8.7-9). As roupas do
sacerdote, que eram em número de sete (o peitoral, o éfode, o manto, a túnica
bordada, a mitra, o cinto e os calções), têm o seu significado em J3esus. Como
os israelitas olhavam para Arão e podiam admirar cada peça da indumentária do
sacerdote, assim também podemos olhar para Jesus e ver nEle como essas vestes
satisfazem as nossas necessidades espirituais. O peitoral (Êx 28.23-29) e as
ombreiras (Êx 28.10-12), que tinham os nomes das tribos de Israel, eram levados
para dentro do santuário toda vez que Arão oficiasse no santuário. Assim Jesus
leva em Seu peito os nomes de cada um dos Seus remidos diante de Deus. Como uma
tribo grande ou uma pequena ocupa o mesmo lugar no ombro e no coração do sacerdote,
assim também acontece com a Igreja: todos os membros têm lugar no peito e no
ombro de Jesus; pois são amados e sustentados por Ele.
1.2. A
unção de Arão.
Moisés ungiu o tabernáculo e em seguida Arão
(Lv 8.10, 12). Observemos que Arão foi ungido antes do sacrifício ser
realizado. Um tipo do Senhor Jesus Cristo, que foi ungido no início do Seu
Ministério (Lc 4.18), e antes de morrer na cruz. Todo israelita precisava de um
sacerdote para poder chegar a presença de Deus, assim, em Cristo todo salvo tem
a ousadia para chegar diante do Senhor. A unção sobre Arão era a aprovação e
confirmação de Deus para que ele tivesse autoridade para exercer o ministério
sacerdotal em favor de todos os crentes (Hb 7.21).
Arão era um homem fraco como todos
os demais sacerdotes que vieram de sua linhagem (Hb 7.28). Apesar do perfeito
ofício sacerdotal de Jesus, nós ainda aqui andamos, criaturas cheias de
fraquezas, sujeitos a todos os tipos de tropeço e, sendo assim, necessitamos de
um sacerdote que, nas alturas, diante de Deus, interceda por nós e nos mantenha
em comunhão com Deus. A esfera do ministério de Arão era terrena, mas a esfera
do ministério de Cristo é celestial (Hb 8.3-4).
1.3. O
sacrifício por Arão.
Mesmo sendo escolhido para ser o sumo
sacerdote, Arão era pecador e necessário era o sacrifício para que pudesse
estar diante de Deus pela nação de Israel: “Então fez chegar o novilho da
expiação do pecado; e Arão e seus filhos puseram as suas mãos sobre a cabeça do
novilho da expiação do pecado.” (Lv 8.14). Sabemos que pelo pecado do sacerdote
era necessário um novilho (Lv 4.4). E para começar o seu ofício, Arão precisou
ter os seus pecados expiados. Toda pessoa que queira servir a Deus tem que ter
a experiência da regeneração: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos
feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e
da renovação do Espírito Santo.” (Tt 3.5).
Em todas as épocas Deus sempre teve
grandes homens usados por Ele de modo grandioso, mas todos são pecadores e
precisam da obra expiatória do Senhor Jesus. A ordenação de Arão foi feita como
Deus havia mostrado a Moisés (Êx 29.1-4). Hoje a Igreja deve observar o que diz
as Escrituras, sem se desviar de nenhum dos seus ensinamentos. Infelizmente, o
modismo tem tomado conta de muitas igrejas e o resultado disso é o povo se
afastando de Deus, e o esfriamento dominando vidas, que vão para a igreja
meramente para participarem de uma reunião social.
2. A consagração
dos filhos de Arão.
Arão e seus filhos separados para o
sacerdócio em Israel são figuras de Cristo e Sua Igreja. A responsabilidade de
Arão era superior à de seus filhos, mas os filhos de Arão também eram
sacerdotes. A Igreja de Cristo é chamada de sacerdócio real (1Pe 2.9). O
sacerdócio da Igreja é junto com Cristo, assim como os dos filhos de Arão era
com o seu pai.
2.1. As
vestes dos filhos de Arão.
Os filhos de Arão também foram vestidos (Lv
8.13), mas não eram vestes iguais a de Arão. Todos aqueles que oficiavam no
templo precisavam estar vestidos com as indumentárias corretas que o serviço
exigia. Chegar para servir ao Senhor no templo sem as roupas próprias para o
serviço desse sacerdote. Podemos também dizer que todos que servem ao Senhor
devem se portar adequadamente, isto é, com moral e ética ilibada e sem se
descuidar da vida espiritual.
As vestes dos sacerdotes durante o
serviço eram: a túnica, que representava o recato e o decoro, pois a finalidade
era cobrir todo o corpo; o cinto, que pode representar a prontidão, verdade,
caráter, disciplina, força, justiça, firmeza, fidelidade e integridade; e a
tiara simboliza a proteção, a salvação. Essas qualidades devem também fazer
parte da vida do cristão que, como um intercessor, sempre pode chegar perante o
Senhor em favor de alguém, ou para si mesmo. Todo o cuidado deve ser dado às
vestes para que não sejam manchadas com o que não tem o selo da aprovação do
Senhor. Tudo que não tem a sanção divina deve ser prontamente rejeitado.
2.2. O
sangue nos sacerdotes.
Após o sacrifício do animal. Arão e seus
filhos estão juntos. Que bela figura de Jesus se identificando com os Seus após
ter morrido e ressuscitado. Após a morte e ressurreição de Jesus, a Igreja pode
ser morada de Deus, habitação do Espírito Santo. O sangue foi aplicado em Arão
como também em seus filhos. O sangue que foi derramado à base do altar era
imprescindível em todo o sacrifício pelo pecado (Lv 8.15). A consagração de
Arão junto com seus filhos foi com o sangue do carneiro (Lv 8.23), significando
que tudo que é oferecido a Deus ou útil para o serviço a Deus tem como
fundamento o sangue do sacrifício.
O sangue foi colocado por Moisés
sobre a ponta da orelha direita de Arão e dos seus filhos (Lv 8.23-24). O
sangue no ouvido de Arão e de seus filhos significa que a Igreja ouve como
Jesus ouve, e que um ouvido manchado de sangue está pronto para ouvir e
deleitar-se nas comunicações divinas. O sangue sobre o polegar da mão direita
de Arão e de seus filhos nos mostra que o serviço da Igreja deve ser tal qual o
de Cristo, sempre com o propósito de glorificar a Deus. A conduta do cristão é
de acordo com a de Jesus, e tudo isso é possível para a Igreja, por causa do
sacrifício vicário de Jesus.
2.3. O
azeite nos sacerdotes.
Após o sacrifício oferecido no altar e o
sangue ser colocado sobre Arão e seus filhos (orelha, mão e pé) o sangue e o
azeite podem ser espargidos sobre eles. Antes Arão foi ungido sozinho, mas
agora ele pode estar junto dos seus filhos. Após Sua morte e ressurreição Jesus
pode se identificar com os Seus. Jesus veio para buscar o que se havia perdido
e conceder ao homem desfrutar do que Ele sempre gozou junto com o Pai: “E por
eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na
verdade.” (Jo 17.19).
A santificação dos filhos de Arão
aconteceu junto com o seu pai. A santificação da Igreja não acontece fora de
Cristo. Todos os meios de purificação da alma que o homem inventa são
totalmente inúteis diante de Deus. A santificação é oferecida por Deus ao homem
através da obra que Jesus realizou e para que o homem possa dela desfrutar
precisa ser um com Jesus Cristo. Toda a perfeição que o homem busca só é
encontrada em Jesus. O homem só pode estar na presença de Deus com vestes
santas, vestes dadas por Deus, para que não se esconda como fez Adão.
3. A
glória e o fogo do Senhor.
Após a consagração de Arão e seus filhos,
Deus faz através de Moisés uma promessa: “porquanto hoje o Senhor vos
aparecerá” (Lv 9.4). Tudo o que temos estudado no livro de Levítico até agora
se resume muito bem nessa promessa. Deus quer um povo santo para que possa
conviver no meio dele.
3.1. Comendo
na tenda da congregação.
Arão e seus filhos deveriam ficar sete dias
na porta da tenda da congregação. Eram os dias necessários para a consagração
deles. Deveriam se alimentar naquele local e fazer tudo o que fora ordenado,
pois se assim não fizessem morreriam (Lv 8.35-36). Assim, aprendemos os
princípios bíblicos sobre o cuidado, seriedade, zelo e preparo para o exercício
do ministério. Os detalhes aqui apresentados não são exigidos hoje para os
obreiros da Igreja, porém os princípios permanecem (At 6.1-3; 1Tm 3.1-13; Tt
1.5-9).
A passagem bíblica de Levítico 8.31
ensina para a Igreja de Jesus que, como Arão e seus filhos, estamos também nos
alimentando do que há na tenda (a Palavra de Deus), e não podemos buscar outro
alimento, porque se assim o fizermos morreremos.
3.2.
Fogo do Senhor.
Quando tudo é feito conforme deus diz que
deve ser feito, então acontece o que encontramos em Levítico 9.24: “o fogo saiu
de diante do Senhor e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar”. Essa
foi a confirmação de que Deus aprovou tudo o que fora feito. Ele mesmo acendeu
o altar de Israel e agora a responsabilidade dos sacerdotes era manter o fogo
aceso. A regra é simples: Deus acende o fogo no altar e aos Seus servos compete
mantê-lo aceso. Infelizmente, o altar de Israel se apagou. Deus acendeu o fogo
da Igreja no dia do Pentecostes. Como estamos hoje?
Com a manifestação poderosa do
Senhor queimando a oferta que estava sendo oferecida sobre o altar, o povo se
prostrou com júbilo em adoração a Deus. Era um alarido que o povo manifestava,
pois estava no seu lugar. O sacerdote Arão, seus filhos, os sacrifícios, o
sangue do perdão, a unção, a tenda ungida, tudo para glória de Deus e alegria
do Seu povo; assim, o Senhor se manifestou de modo grandioso, com fogo saindo
da Sua presença. Deus hoje quer se manifestar de modo semelhante na vida de
cada um dos Seus filhos, para que também venhamos nos prostrar em júbilo na Sua
presença.
3.3. Fogo
estranho.
Os filhos de Arão “trouxeram fogo estranho
perante a face do Senhor” (Lv 10.1). Notemos que após Moisés, Arão e seus
filhos obedecerem às ordenanças do Senhor contidas nos capítulos 8 e 9, a
glória do Senhor se manifestou e o fogo veio da parte do Senhor e todo o povo
jubilou (Lv 9.23-24). Porém, quando Nadabe e Abiú não agiram de acordo com as
leis de Deus, “saiu fogo de diante do Senhor” (Lv 10.2), e eles morreram.
Encontramos no Novo Testamento a
advertência para servimos a Deus de modo que O agrade, com reverência e temor
(Hb 12.28). Devemos considerar que, tendo recebido uma revelação maior e
completa temos ainda mais responsabilidade. M. Ryerson Turnbull comentou: “O
pecado de Nadabe e Abiú foi realizar um culto como entendiam e como queriam,
adoração ou culto para cuja revelação não consultaram a vontade de Deus
revelada”. É um perigo não levar a sério a obra do Senhor e os Seus
mandamentos. Deus não aprova os que agem fora dos Seus ditames. É preciso estarmos
atentos para a verdade de que, ainda hoje, somente Deus acende o fogo do
avivamento, sempre em ligação com a cruz de Cristo: Calvário e Pentecostes.
Primeiro o sangue de Cristo derramado, depois o fogo do Espírito Santo (At
2.3).
Conclusão.
Temos em Cristo um Sumo Sacerdote perfeito,
que entrou uma vez no santuário celeste com o Seu próprio sacrifício,
realizando uma perfeita redenção e outorgando a todos os que creem a ousadia
para entrar e permanecer na presença de Deus.
Questionário.
1. Quem Deus escolheu para exercer o
ministério sacerdotal?
R: Arão e seus filhos (Lv 8.2).
2. Quem tem autoridade para exercer o
ministério sacerdotal em favor de todos os crentes?
R: Jesus (Hb 7.21).
3. O que toda pessoa que queira servir a Deus
tem que ter?
R: A experiência da regeneração
(Tt 3.5).
4. Como devem se portar todos os que servem
ao Senhor?
R: Adequadamente, Isto é, com
moral e ética ilibada e sem se descuidar da vida espiritual (Lv 8.13).
5. Qual foi a promessa que Deus fez através
de Moisés?
R: “porquanto hoje o Senhor vos
aparecerá” (Lv 9.4).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua
relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018,
ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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