segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Lição 6 O amor que adora a Deus.



Lição 6 O amor que adora a Deus.
6 de novembro de 2016.

Texto Áureo
1 Coríntios 13.3
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.”

Verdade Aplicada
O amor que adora a Deus vai além do discurso e se configura em atitudes cotidianas.

Objetivos da Lição
Aprofundar o entendimento das dimensões do genuíno amor;
Despertar o entendimento sobre a inversão do amor na atualidade;
Evidenciar o verdadeiro amor que adora a Deus.

Glossário
Cisões: Divergência de opiniões, separação de interesses; dissensões, dissidências;
Gongos: Instrumentos de percussão;
Passional: Motivado pela paixão.

Leituras complementares
Segunda Pv 10.12
Terça Mt 22.37-39
Quarta Jo 21.15-17
Quinta Rm 12.9-10
Sexta Cl 3.14
Sábado 1Jo 4.19-20

Textos de Referência.
1 Coríntios 13.1-2; 4-5
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2  E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.

4 A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5  Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal.

Hinos sugeridos.
35, 156, 315

Motivo de Oração
Ore para que o amor triunfe sobre o ódio.

Esboço da Lição
Introdução
1. O que é o amor?
2. Declarações sobre a ausência do amor.
3. Evidências do amor que adora a Deus.
Conclusão

Introdução
Nesta lição, descreveremos sobre a distância entre o amor teórico e o prático. Estamos inseridos num contexto de grandes discursos, grandes tratados sobre o amor, mas, ao mesmo tempo, a grande maioria está em sequidão de amor.

1. O que é o amor?
Alguns o consideram uma emoção. Outros dizem que é um sentimento romântico, platônico, poético. Para outros, é uma atração ou um impulso passional. Hoje, com o degaste da palavra amor, essa passou a significar uma atividade sexual antes, durante e fora do casamento. Esse amor tem trazido ódio, desgraças, divisões, lares arruinados e enfermidades. O amor ágape é muito mais do que emoção. É atitude. É ação. É amaro indigno. É amar até as últimas consequências. Jesus Cristo nos amou e a Si mesmo se deu por nós. Esse é o tipo de amor que adora a Deus (Rm 12.9-10).

1.1. Características do amor que não adora a Deus.  
Amor sectarista, que se configura em amor faccionado. Amor formalista, o congelamento do amor. Amor ativista, o verdadeiro desvio do amor. Amor ideologizado, uma farsa do amor. Amor secularista, a perversão do amor. Amor legalista, a antítese do amor. Essas são apenas algumas atitudes de movimentos ou indivíduos que não adoram a Deus, embora nenhum deles negue que O adore. Porém, são as atitudes que falam mais alto (1Jo 4.20).

O céu é a celebração suprema do amor. No céu, o amor será a realidade mais forte. Lá não haverá profecia, pois tudo já é real. Não vai haver esperança, pois tudo no céu já é. No céu, não vai haver ciência, pois do átomo a Deus tudo estará revelado. A dimensão do mistério estará às claras, todo o encanto e toda a beleza reinarão nessa celebração esplêndida do amor.

1.2. O amor que adora a Deus
O amor é superior a todos os dons extraordinários (1Co 13). O amor é melhor do que o dom de línguas (1Co 13.1). É melhor do que o dom de profecia e conhecimento (1Co 13.2). É melhor do que o dom de milagres (1Co 13.2). As maiores de caridade são de nenhum valor sem amor (1Co 13.3). O amor é melhor por causa da sua excelência intrínseca e também por causa da sua perpetuidade. Tosos os dons mais dramáticos e mais maravilhosos que podemos imaginar são inúteis, se não há amor. O exercício mais generoso dos dons espirituais não pode compensar a falta de amor. O apóstolo Paulo menciona cinco dons espirituais: línguas, profecia, conhecimento, fé e contribuição sacrificial (dinheiro e vida). Mas ele diz que o exercício desses dons, sem o amor, não tem nenhum valor.

O amor não é simplesmente um conceito neotestamentário. Antes, é um conceito eterno, relacionado com a própria existência de Deus. Quando o apóstolo João procurou uma expressão para descrever Deus, disse duas vezes: “Deus é amor” (1Jo 4.8, 16). O apóstolo não quis dizer com isto que Deus seja uma força imaterial chamada “amor”, algum princípio eterno que esteja operando em nosso universo, como alguns querem fazer-nos crer. Antes, João quis dizer que a natureza essencial de Deus, o Deus vivo e pessoal, é o amor. Assim como Ele é “luz” (1Jo 2.9). Isto, naturalmente, não foi apenas um ato de amor. O próprio Deus tornou-se homem para que pudéssemos ter vida eterna (2Co 5.18-19).

1.3. A ausência do amor distancia a Igreja da verdadeira adoração.
A igreja de Corinto estava cheia de rachaduras, cisões e divisões por causa dos dons (1Co 1.12; 3.3-5; 12.12-31). O apóstolo Paulo, porém, disse que aos dons não eram para a divisão do Corpo de Cristo (1Co 12.25). Ali estava a igreja mais cheia de dons do Novo Testamento, mas também a igreja mais imatura e mais carnal, porque lhe faltava amor. A igreja de Corinto buscava os dons do Espírito, mas não o fruto do Espírito Santo.

Vale a pena ressaltar que a igreja de Corinto claramente se esqueceu de imitar Jesus, o Filho de Deus, conforme reforça o apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”. (1Co 11.1). Todas as atitudes de Jesus Cristo eram atitudes de amor. Seu ministério evidenciou o amor prático. Desde o início de Sua jornada ministerial até o último momento, enquanto estava na cruz prestes a dar o último suspiro, Jesus Cristo, o Verbo de Deus, exerceu o Seu amor, inclusive consolando e resgatando um perdido que estava também morrendo ao Seu lado: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23.43).

2. Declarações sobre a ausência do amor.
A palavra “amor” em 1 Coríntios 13 é a tradução da palavra grega “ágape”. Este é o amor que flui diretamente de Deus (Rm 5.5). É um amor de tamanha profundidade que levou Deus a dar Seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo 3.16). É o amor de Jesus por nós. Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a Sua vida por nós e nós devemos dar a nossa pelos irmãos (Jo 3,16; 15.2-14).

2.1. Sem amor, eu ofendo os outros.
Em 1 Coríntios 8.1 Paulo já havia ensinado que o amor edifica. Quando os dons são exercidos em amor, eles edificam a igreja. Mas quando não são usados com amor. Magoamos as pessoas (1Co 13.1). Paulo expõe esse assunto por meio de uma referência indireta aos devotos dos cultos de mistérios gregos em Corinto, que adoravam Dionísio (deus do vinho) e Cibele (deusa dos animais selvagens). Nas ruas de Corinto, ecoavam o toque dos gongos barulhentos e dos címbalos estridentes, instrumentos que caracterizavam estes adoradores. Esse som monótono e pesado incomodava as pessoas como o latido constante de um cão. Apenas um metal que tine nas ruas, nada mais.

Infelizmente, estamos, nos dias de hoje, literalmente ouvindo o barulho de muitos “metais que soam”, conforme escreveu o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 13.1, e nada mais: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse a caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” Contudo, apesar desse aparente amor, podemos visualizar os focos do verdadeiro amor, isto é, do amor que adora a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23-24).

2.2. Sem amor, eu nada sou.
Os coríntios pensavam que os possuidores de certos dons eram pessoas extremamente importantes. Mas sem amor essas pessoas eram totalmente insignificantes (1Co 13,2). A ausência de amor faz com que o cristão perca o seu significado diante de Deus. Ele se transforma em uma nulidade, num zero. Deus não pode usar, para a Sua glória, um cristão sem amor. Igualmente desagradáveis são aqueles que usam o dom de falar em línguas, mas sem a motivação controlada pelo amor. Não importa se as línguas são humanas ou angelicais. Sem amor, tornamo-nos desagradáveis e rudes. O homem que se deixa levar pelo falar, antes que pelo fazer, vem a ser nada mais do que mero som. Sem amor, até a melhor linguagem do céu ou da terra se torna apenas barulho.

Evidentemente que é muito fácil amar os nossos entes queridos, como os pais, filhos, cônjuge, parentes, amigos, companheiros de trabalho, etc., mas, somente pela ação portentosa do Espírito Santo de Deus, somos capazes de dedicar o amor aos nossos inimigos, de tal forma que lhes desejemos o bem e perdoemos as suas ofensas, de todo o coração, para jamais nos lembrarmos delas.

2.3. Sem amor, eu não ganho nada.
Do conhecimento e dos feitos poderosos, o apóstolo Paulo se volta para os atos de misericórdia e dedicação. Paulo agora menciona dois atos de sacrifício pessoal (contribuição sacrificial e martírio). Será que tais atos não são inerentes valiosos aos olhos de Deus? Não são meritórios. Tais atos podem ser motivados por uma teologia errada e por um propósito errado. Sem amor, todo o sacrifício se perde e nada se ganha (1Co 13.3).

O amor não é inconveniente. Ele tem simplesmente a consciência de evitar o que é vergonhoso. Essa é uma das razões pela qual o pai do filho pródigo, ao vê-lo em estado lastimável quando retorna, primeiro lhe veste com roupas novas e lhe põe o anel no dedo, para depois leva-lo à festa: “Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa o melhor vestido, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e alparcas nos pés, e trazei o bezerro cevado e matai-o; e comamos e alegremo-nos.” (Lc 15.22-23). Ele é um pai que não expõe o filho à vergonha. Ele não mostra o filho na festa da forma como ele chegou (transtornado), mas sim do mesmo modo como ele saiu (belo e bem vestido).

3. Evidências do amor que adora a Deus.
O maior e incomparável amor é o amor de Deus (Jo 3.16). O amor que veio até nós, resgatando-nos de nossa prisão e condenação eterna. Em Jesus Cristo temos a perfeita e completa ação do amor.

3.1. Exemplos práticos do amor que adora.
Na parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37), os religiosos passam de largo e não dão a mínima atenção ao ferido do caminho, mas aquele que respira o amor desiste de suas urgências e reserva toda a atenção a esse desconhecido que ali desfalecia. Além disso, coloca toda sua estrutura a serviço deste necessitado e encerra com recomendações e pagamento adiantado pelo tratamento. Esse “amor” adora a Deus, porque é o “amor prático”.

Muitas vezes pensamos que o próximo só é aquele que é mendigo, ou aquele que foi acidentado, ou assaltado. No entanto, perto de nós, pode existir um próximo com depressão profunda; alguém necessitando urgentemente de Jesus Cristo; de salvação; alguém muito angustiado; alguém extremamente perturbado; alguém que esteja acabando na bebida, no cigarro, nas drogas; alguém totalmente entregue aos vícios. O próximo não é só aquele que nos pede socorro ou aquele que vem pedir a nossa ajuda. O próximo é alguém muito carente de uma palavra de conforto, de esperança, de alívio, de salvação, de restauração, de uma mão acolhedora, de uma mão amiga.

3.2. O amor de Jesus pela mulher pecadora.
Segundo a Lei, a mulher apanhada em adultério deveria ser apedrejada (Jo 8.1-11). Era natural o apedrejamento nessas circunstâncias e ainda com um tom de “suposta adoração”. Jesus Cristo igualou esse pecado com os pecados dos seus acusadores. Se esta deveria ser apedrejada, todos deveriam ser apedrejados. O amor de Jesus não condenou, não acusou. Ao contrário, libertou essa pobre mulher. Ela, juntamente com os acusadores, representa o mundo em que vivemos. Somente o amor prático evidencia a verdadeira libertação e consequentemente adora a Deus.

Citemos como exemplo o amor e perdão de José por seus irmãos, que é algo realmente fantástico. A história de José só é superada pela história de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Seu amor, dedicação espiritualidade, ética e perdão são exemplos para todas as épocas (Gn 45.4-14; 50.20-21). Que saibamos exercer esse amor que glorifica a Deus e deixa incríveis marcas para as futuras gerações.

3.3. Davi e o seu amor prático por Mefibosete.
O Rei mandou trazer Mefibosete, filho de Jônatas e neto do rei Saul, de Lo-Debar (2Sm 9.1-8). Ele estava esquecido na história e sem perspectivas, mas o amor prático foi em sua busca. Davi pode dizer a Mefibosete: “Lo-Debar nunca mais!”. Mefibosete pôde confirmar isso através do tempo, mesmo tendo que suportar as mentiras de Ziba (2Sm 9.1-13); 16.1-4). Logicamente, houve diversas atitudes semelhantes a essa na vida de Davi, a tal ponto de ser conhecido como um homem segundo o coração de Deus (At 13.22).

Praticamos esse amor quando honramos o nosso próximo. Pode ser um parente dentro de casa, ou mais distante, um irmão da igreja com o qual nós convivemos, um vizinho de nossa casa, um colega de trabalho ou de escola. Pode ser qualquer pessoa que encontremos em nosso caminho. É extremamente importante que o cristão entenda o seu papel como servo de Deus e como representante de Deus neste mundo. Todo cristão se depara com o próximo no seu dia a dia. Mesmo que no nosso dia a dia não pareça existir um próximo, ele existe e muitas vezes nem o enxergamos.
Conclusão.
Todas as vezes que encontrarmos alguém que amou verdadeiramente com atitudes fica um legado, uma história de bênçãos e de honra ao nosso Deus. Jamais podemos abandonar esta prática, pois ela nos torna conhecidos como discípulos de Jesus Cristo (Jo 13.34-35).

Questionário.
1. A quem o amor é superior?
R: A todos os dons extraordinários (1Co 13).

2. Do que a igreja de Corinto estava cheia por causa dos dons?
R: DE rachaduras, cisões e divisões (1Co 1.12; 3.3-5; 12.12-31).

3. O que Paulo ensina em 1 Coríntios 8.1?
R: Que o amor edifica (1Co 8.1).

4. Qual é o maior e incomparável amor?
R: O amor de Deus (Jo 3.16).

5. Como Davi era conhecido?
R: Como um homem segundo o coração de Deus (At 13.22).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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