Lição 6
O amor que adora a Deus.
6 de novembro de 2016.
Texto
Áureo
1 Coríntios 13.3
“E ainda que distribuísse toda a minha
fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.”
Verdade
Aplicada
O amor que adora a Deus vai além do discurso
e se configura em atitudes cotidianas.
Objetivos
da Lição
Aprofundar o entendimento das dimensões do genuíno amor;
Despertar o entendimento sobre
a inversão do amor na atualidade;
Evidenciar o verdadeiro amor que adora a Deus.
Glossário
Cisões: Divergência de opiniões, separação de
interesses; dissensões, dissidências;
Gongos: Instrumentos de percussão;
Passional: Motivado pela paixão.
Leituras
complementares
Segunda Pv 10.12
Terça Mt 22.37-39
Quarta Jo 21.15-17
Quinta Rm 12.9-10
Sexta Cl 3.14
Sábado 1Jo 4.19-20
Textos
de Referência.
1 Coríntios 13.1-2; 4-5
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens
e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino
que tine.
2 E
ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse caridade, nada seria.
4 A caridade é sofredora, é benigna; a
caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se
ensoberbece.
5 Não
se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal.
Hinos
sugeridos.
35, 156, 315
Motivo
de Oração
Ore para que o amor triunfe sobre o ódio.
Esboço
da Lição
Introdução
1. O que é o amor?
2. Declarações sobre a ausência
do amor.
3. Evidências do amor que adora
a Deus.
Conclusão
Introdução
Nesta lição, descreveremos sobre a distância
entre o amor teórico e o prático. Estamos inseridos num contexto de grandes
discursos, grandes tratados sobre o amor, mas, ao mesmo tempo, a grande maioria
está em sequidão de amor.
1. O
que é o amor?
Alguns o consideram uma emoção. Outros dizem
que é um sentimento romântico, platônico, poético. Para outros, é uma atração
ou um impulso passional. Hoje, com o degaste da palavra amor, essa passou a
significar uma atividade sexual antes, durante e fora do casamento. Esse amor
tem trazido ódio, desgraças, divisões, lares arruinados e enfermidades. O amor
ágape é muito mais do que emoção. É atitude. É ação. É amaro indigno. É amar
até as últimas consequências. Jesus Cristo nos amou e a Si mesmo se deu por
nós. Esse é o tipo de amor que adora a Deus (Rm 12.9-10).
1.1.
Características do amor que não adora a Deus.
Amor sectarista, que se configura em amor
faccionado. Amor formalista, o congelamento do amor. Amor ativista, o
verdadeiro desvio do amor. Amor ideologizado, uma farsa do amor. Amor
secularista, a perversão do amor. Amor legalista, a antítese do amor. Essas são
apenas algumas atitudes de movimentos ou indivíduos que não adoram a Deus,
embora nenhum deles negue que O adore. Porém, são as atitudes que falam mais
alto (1Jo 4.20).
O céu é a celebração suprema do
amor. No céu, o amor será a realidade mais forte. Lá não haverá profecia, pois
tudo já é real. Não vai haver esperança, pois tudo no céu já é. No céu, não vai
haver ciência, pois do átomo a Deus tudo estará revelado. A dimensão do
mistério estará às claras, todo o encanto e toda a beleza reinarão nessa
celebração esplêndida do amor.
1.2. O
amor que adora a Deus
O amor é superior a todos os dons
extraordinários (1Co 13). O amor é melhor do que o dom de línguas (1Co 13.1). É
melhor do que o dom de profecia e conhecimento (1Co 13.2). É melhor do que o
dom de milagres (1Co 13.2). As maiores de caridade são de nenhum valor sem amor
(1Co 13.3). O amor é melhor por causa da sua excelência intrínseca e também por
causa da sua perpetuidade. Tosos os dons mais dramáticos e mais maravilhosos que
podemos imaginar são inúteis, se não há amor. O exercício mais generoso dos
dons espirituais não pode compensar a falta de amor. O apóstolo Paulo menciona
cinco dons espirituais: línguas, profecia, conhecimento, fé e contribuição
sacrificial (dinheiro e vida). Mas ele diz que o exercício desses dons, sem o
amor, não tem nenhum valor.
O amor não é simplesmente um
conceito neotestamentário. Antes, é um conceito eterno, relacionado com a
própria existência de Deus. Quando o apóstolo João procurou uma expressão para
descrever Deus, disse duas vezes: “Deus é amor” (1Jo 4.8, 16). O apóstolo não
quis dizer com isto que Deus seja uma força imaterial chamada “amor”, algum
princípio eterno que esteja operando em nosso universo, como alguns querem
fazer-nos crer. Antes, João quis dizer que a natureza essencial de Deus, o Deus
vivo e pessoal, é o amor. Assim como Ele é “luz” (1Jo 2.9). Isto, naturalmente,
não foi apenas um ato de amor. O próprio Deus tornou-se homem para que
pudéssemos ter vida eterna (2Co 5.18-19).
1.3. A
ausência do amor distancia a Igreja da verdadeira adoração.
A igreja de Corinto estava cheia de
rachaduras, cisões e divisões por causa dos dons (1Co 1.12; 3.3-5; 12.12-31). O
apóstolo Paulo, porém, disse que aos dons não eram para a divisão do Corpo de
Cristo (1Co 12.25). Ali estava a igreja mais cheia de dons do Novo Testamento,
mas também a igreja mais imatura e mais carnal, porque lhe faltava amor. A
igreja de Corinto buscava os dons do Espírito, mas não o fruto do Espírito
Santo.
Vale a pena ressaltar que a igreja
de Corinto claramente se esqueceu de imitar Jesus, o Filho de Deus, conforme
reforça o apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”.
(1Co 11.1). Todas as atitudes de Jesus Cristo eram atitudes de amor. Seu
ministério evidenciou o amor prático. Desde o início de Sua jornada ministerial
até o último momento, enquanto estava na cruz prestes a dar o último suspiro,
Jesus Cristo, o Verbo de Deus, exerceu o Seu amor, inclusive consolando e
resgatando um perdido que estava também morrendo ao Seu lado: “E disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23.43).
2. Declarações
sobre a ausência do amor.
A palavra “amor” em 1 Coríntios 13 é a
tradução da palavra grega “ágape”. Este é o amor que flui diretamente de Deus
(Rm 5.5). É um amor de tamanha profundidade que levou Deus a dar Seu único
Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo 3.16). É o amor de Jesus por
nós. Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a Sua vida por nós e nós devemos dar
a nossa pelos irmãos (Jo 3,16; 15.2-14).
2.1. Sem
amor, eu ofendo os outros.
Em 1 Coríntios 8.1 Paulo já havia ensinado
que o amor edifica. Quando os dons são exercidos em amor, eles edificam a
igreja. Mas quando não são usados com amor. Magoamos as pessoas (1Co 13.1).
Paulo expõe esse assunto por meio de uma referência indireta aos devotos dos
cultos de mistérios gregos em Corinto, que adoravam Dionísio (deus do vinho) e
Cibele (deusa dos animais selvagens). Nas ruas de Corinto, ecoavam o toque dos
gongos barulhentos e dos címbalos estridentes, instrumentos que caracterizavam
estes adoradores. Esse som monótono e pesado incomodava as pessoas como o
latido constante de um cão. Apenas um metal que tine nas ruas, nada mais.
Infelizmente, estamos, nos dias de
hoje, literalmente ouvindo o barulho de muitos “metais que soam”, conforme
escreveu o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 13.1, e nada mais: “Ainda que eu
falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse a caridade, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine.” Contudo, apesar desse aparente amor,
podemos visualizar os focos do verdadeiro amor, isto é, do amor que adora a
Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23-24).
2.2. Sem
amor, eu nada sou.
Os coríntios pensavam que os possuidores de
certos dons eram pessoas extremamente importantes. Mas sem amor essas pessoas
eram totalmente insignificantes (1Co 13,2). A ausência de amor faz com que o
cristão perca o seu significado diante de Deus. Ele se transforma em uma
nulidade, num zero. Deus não pode usar, para a Sua glória, um cristão sem amor.
Igualmente desagradáveis são aqueles que usam o dom de falar em línguas, mas
sem a motivação controlada pelo amor. Não importa se as línguas são humanas ou
angelicais. Sem amor, tornamo-nos desagradáveis e rudes. O homem que se deixa
levar pelo falar, antes que pelo fazer, vem a ser nada mais do que mero som.
Sem amor, até a melhor linguagem do céu ou da terra se torna apenas barulho.
Evidentemente que é muito fácil
amar os nossos entes queridos, como os pais, filhos, cônjuge, parentes, amigos,
companheiros de trabalho, etc., mas, somente pela ação portentosa do Espírito
Santo de Deus, somos capazes de dedicar o amor aos nossos inimigos, de tal
forma que lhes desejemos o bem e perdoemos as suas ofensas, de todo o coração,
para jamais nos lembrarmos delas.
2.3. Sem
amor, eu não ganho nada.
Do conhecimento e dos feitos poderosos, o
apóstolo Paulo se volta para os atos de misericórdia e dedicação. Paulo agora
menciona dois atos de sacrifício pessoal (contribuição sacrificial e martírio).
Será que tais atos não são inerentes valiosos aos olhos de Deus? Não são
meritórios. Tais atos podem ser motivados por uma teologia errada e por um
propósito errado. Sem amor, todo o sacrifício se perde e nada se ganha (1Co
13.3).
O amor não é inconveniente. Ele tem
simplesmente a consciência de evitar o que é vergonhoso. Essa é uma das razões
pela qual o pai do filho pródigo, ao vê-lo em estado lastimável quando retorna,
primeiro lhe veste com roupas novas e lhe põe o anel no dedo, para depois
leva-lo à festa: “Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa o melhor
vestido, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e alparcas nos pés, e trazei o
bezerro cevado e matai-o; e comamos e alegremo-nos.” (Lc 15.22-23). Ele é um
pai que não expõe o filho à vergonha. Ele não mostra o filho na festa da forma
como ele chegou (transtornado), mas sim do mesmo modo como ele saiu (belo e bem
vestido).
3. Evidências
do amor que adora a Deus.
O maior e incomparável amor é o amor de Deus
(Jo 3.16). O amor que veio até nós, resgatando-nos de nossa prisão e condenação
eterna. Em Jesus Cristo temos a perfeita e completa ação do amor.
3.1.
Exemplos práticos do amor que adora.
Na parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37),
os religiosos passam de largo e não dão a mínima atenção ao ferido do caminho,
mas aquele que respira o amor desiste de suas urgências e reserva toda a
atenção a esse desconhecido que ali desfalecia. Além disso, coloca toda sua
estrutura a serviço deste necessitado e encerra com recomendações e pagamento
adiantado pelo tratamento. Esse “amor” adora a Deus, porque é o “amor prático”.
Muitas vezes pensamos que o próximo
só é aquele que é mendigo, ou aquele que foi acidentado, ou assaltado. No
entanto, perto de nós, pode existir um próximo com depressão profunda; alguém
necessitando urgentemente de Jesus Cristo; de salvação; alguém muito
angustiado; alguém extremamente perturbado; alguém que esteja acabando na
bebida, no cigarro, nas drogas; alguém totalmente entregue aos vícios. O
próximo não é só aquele que nos pede socorro ou aquele que vem pedir a nossa
ajuda. O próximo é alguém muito carente de uma palavra de conforto, de esperança,
de alívio, de salvação, de restauração, de uma mão acolhedora, de uma mão
amiga.
3.2. O
amor de Jesus pela mulher pecadora.
Segundo a Lei, a mulher apanhada em adultério
deveria ser apedrejada (Jo 8.1-11). Era natural o apedrejamento nessas circunstâncias
e ainda com um tom de “suposta adoração”. Jesus Cristo igualou esse pecado com
os pecados dos seus acusadores. Se esta deveria ser apedrejada, todos deveriam
ser apedrejados. O amor de Jesus não condenou, não acusou. Ao contrário,
libertou essa pobre mulher. Ela, juntamente com os acusadores, representa o
mundo em que vivemos. Somente o amor prático evidencia a verdadeira libertação
e consequentemente adora a Deus.
Citemos como exemplo o amor e
perdão de José por seus irmãos, que é algo realmente fantástico. A história de
José só é superada pela história de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Seu amor,
dedicação espiritualidade, ética e perdão são exemplos para todas as épocas (Gn
45.4-14; 50.20-21). Que saibamos exercer esse amor que glorifica a Deus e deixa
incríveis marcas para as futuras gerações.
3.3.
Davi e o seu amor prático por Mefibosete.
O Rei mandou trazer Mefibosete, filho de
Jônatas e neto do rei Saul, de Lo-Debar (2Sm 9.1-8). Ele estava esquecido na
história e sem perspectivas, mas o amor prático foi em sua busca. Davi pode
dizer a Mefibosete: “Lo-Debar nunca mais!”. Mefibosete pôde confirmar isso
através do tempo, mesmo tendo que suportar as mentiras de Ziba (2Sm 9.1-13);
16.1-4). Logicamente, houve diversas atitudes semelhantes a essa na vida de
Davi, a tal ponto de ser conhecido como um homem segundo o coração de Deus (At
13.22).
Praticamos esse amor quando
honramos o nosso próximo. Pode ser um parente dentro de casa, ou mais distante,
um irmão da igreja com o qual nós convivemos, um vizinho de nossa casa, um
colega de trabalho ou de escola. Pode ser qualquer pessoa que encontremos em
nosso caminho. É extremamente importante que o cristão entenda o seu papel como
servo de Deus e como representante de Deus neste mundo. Todo cristão se depara
com o próximo no seu dia a dia. Mesmo que no nosso dia a dia não pareça existir
um próximo, ele existe e muitas vezes nem o enxergamos.
Conclusão.
Todas as vezes que encontrarmos alguém que
amou verdadeiramente com atitudes fica um legado, uma história de bênçãos e de
honra ao nosso Deus. Jamais podemos abandonar esta prática, pois ela nos torna
conhecidos como discípulos de Jesus Cristo (Jo 13.34-35).
Questionário.
1. A quem o amor é superior?
R: A todos os dons
extraordinários (1Co 13).
2. Do que a igreja de Corinto estava cheia
por causa dos dons?
R: DE rachaduras, cisões e
divisões (1Co 1.12; 3.3-5; 12.12-31).
3. O que Paulo ensina em 1 Coríntios 8.1?
R: Que o amor edifica (1Co 8.1).
4. Qual é o maior e incomparável amor?
R: O amor de Deus (Jo 3.16).
5. Como Davi era conhecido?
R: Como um homem segundo o
coração de Deus (At 13.22).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma
vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º
trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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