Lição 4
O culto cristão: um ato sagrado.
23 de outubro 2016
Texto
Áureo
Salmos 89.7
“Deus deve ser em extremo tremendo na assembleia
dos santos e grandemente reverenciado por todos os que o cercam”.
Verdade
Aplicada
O culto é uma das mais belas e antigas formas
do homem expressar sua devoção, gratidão e adoração a Deus. É o ato central de
identidade cristã através da história.
Objetivos
da Lição
Descobrir a importância do
culto a Deus;
Salientar a necessidade da
reverência no culto;
Envolver o cristão no processo
da adoração.
Glossário
Consentânea: Adequada, apropriada,
conforme, congruente, de acordo;
Dádiva: Dom, presente,
donativo;
Mister: Urgente, necessário.
Leituras
complementares
Segunda 1Co 14.30
Terça 1Co 14.31
Quarta 1Co 14.32
Quinta 1Co 14.33
Sexta 1Co 14.37
Sábado 1Co 14.39
Textos
de Referência.
1Coríntios 14.26-29; 40
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos
ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
27 E,
se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três,
e por sua vez, e haja intérprete.
28
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo
mesmo e com Deus.
29 E
falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
40 Mas
faça-se tudo decentemente e com ordem.
Hinos
sugeridos.
5, 156, 440.
Motivo
de Oração
Ore para que os cultos sejam marcados pelo
agir do Espírito Santo de Deus.
Esboço
da Lição
Introdução
1. As bases bíblicas do culto
cristão.
2. A necessidade e essência do
culto.
3. A reverência no culto.
Conclusão
Introdução
O culto é como uma gota de orvalho em busca
do oceano do amor divino. É uma alma faminta diante do celeiro espiritual. É
uma terra sedenta clamando por chuva. É uma ovelha no deserto, balindo em busca
do Bom Pastor.
1. As
Bases bíblicas do culto cristão.
A confissão da Igreja tem por objetivo
principal a glorificação a Deus e alegrar-se nEle (Sl 122.1). Isto faz do culto
o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do homem (Sl
84.1-4).
1.1.
Vocabulário bíblico para adoração.
Para alcançarmos uma visão correta sobre o
culto cristão, é mister examinarmos alguns termos: “Latreia”, cujo significado
principal é “serviço” ou “culto”. Denota o serviço prestado a Deus pelo povo
inteiro ou pelo indivíduo. Em outras palavras, é o serviço que se oferece à
divindade através do culto formal, ritualístico e através do oferecimento
integral da vida (Êx 3.12; Dt 6.13; Mt 4.10; Lc 1.74; 2.37; Rm 12.1).
“Leitourgia”, palavra composta por outras duas de origem grega, que são: “povo”
(laós) e “trabalho” (érgon). O termo significa “serviço do povo”. No Antigo
Testamento, referia-se ao serviço oferecido a Deus pelo sacerdote, quando esse
apresentava o holocausto sobre o altar de sacrifícios (Js 22.27; 1Cr 23.24,
28).
O termo “proskynein”, originalmente
significava “beijar”. No Antigo Testamento, significava “”curvar-se”, tanto
para homenagear homens importantes e autoridades, como para “adorar” a Deus (Gn
24.52; 2Cr 7.3; 29.29; Sl 95.6). No Novo Testamento, denota adoração exclusiva
a Deus (At 10.25-26; Ap 19.10; 22.8-9).
1.2.
Bases Teológicas do culto.
A adoração cristã se fundamenta na nova
aliança (Hb 8). Está franqueada ao cristão a comunhão com Deus pelo novo e vivo
caminho aberto por Jesus Cristo (Hb 10.19-22). Portanto, ofereçamos sempre por
Ele sacrifício de louvor (Hb 13.15ª). Temos importantíssimas informações sobre
o culto em todo o Novo Testamento. O culto é mediado por Jesus Cristo, um sumo
sacerdote que se identifica com os adoradores (Hb 2.12-13,16,-18; Jo17.24; MT
18.20). Cristo fez de Seus seguidores sacerdotes de Deus, isto é, pessoas cujo
culto Deus aceita (Ap 1.5-6; 5.8-10; 1Pe 2.9). É necessário que o adorador
saiba qual é o seu dever em uma reunião cristã e conheça bem as suas bases para
que se comporte eticamente durante o culto.
Quantos cristãos realmente
conseguem distinguir entre a verdadeira e a falsa adoração? (Jo 4.23-24). Será
que nós temos cultuado de um modo que agrade a Deus? (Hb 11.5). A base da nossa
adoração é o ensino bíblico ou a experiência humana? A Palavra de Deus delineia
as bases de uma adoração segura e definitiva. A maneira como estudamos as
Sagradas Escrituras e assuntos como esse já demonstra se somos ou não
adoradores. O Eterno Senhor Deus nos chamou para adorá-Lo!
1.3. Os
pré-requisitos do culto.
O cumprimento de um ritual não basta para que
haja culto. É indispensável à aceitação por Deus do culto oferecido. Deus
estabelece condições para aceitar a adoração de homens. A ignorância dessas
condições ou mesmo sua violação transforma o ritual em exercício unilateral
enervante e com sérias consequências para os participantes e com sérias
consequências para os participantes. Vejamos esses pré-requisitos para que
alcancemos a plena comunhão com Deus: fé (Hb 10.38; m11.6); envolvimento total
da vida (Rm 12.1-2; Lo 10.27); deve ser dirigido a Deus (Mt 4.10; 6.6; Hb
13.15); modelado o pelo ensino bíblico (Mt 15.9; Hb 12.28) e mediado por Cristo
(Hb 9.12, 24-28; 10.19).
É sempre importante lembrar que o
culto é um coração faminto em busca do amor. É uma alma buscando sua
contraparte. É o filho pródigo correndo para a casa de seu pai. Enfim, é o
homem subindo as escadas do altar do Maravilhoso Deus. Dada essa preciosidade
que é o culto, precisamos observar sempre a necessidade da reverência, tendo em
vista o exercício do verdadeiro culto a Deus. O pecado da irreverência é muito
sutil e, portanto, muito fácil de ser cometido, especialmente no aspecto
subjetivo. Qualquer um de nós pode falhar nessa parte, se não vigiar atentamente
durante o culto no espírito de oração e dependência do Espírito Santo de Deus.
Somente o Espírito da Verdade nos pode livrar de cair nesse pecado, que tão
grandes prejuízos pode acarretar à nossa vida espiritual.
2. A
necessidade e essência do culto.
O tédio é um estado mental resultante do
esforço para manter interesse por uma coisa pela qual não temos o mínimo
interesse. Este fato tem levado a Igreja, em nossos dias, a oferecer certos
atrativos ao povo no que tange ao culto.
2.1. A
necessidade do culto.
O culto é necessário pelas seguintes razões.
Primeiro, finalidade do homem. NO culto, o homem acha a razão da sua
existência. Ele foi criado para sua adoração. Fora da posição de adorador de
Deus, o homem não encontra o sentido para a vida (1Co 10.31; Rm 11.36).
Segundo, obediência. O culto foi instituído e ordenado por Jesus Cristo. Quando
a Igreja se reúne para louvar, orar e pregara a Palavra, ela simplesmente
obedece (Mc 16.15-16; At 1.8; 20.7; 1Co 11.24-25). Terceiro, utilidade. O culto
é suscitado e expresso pelo Espírito Santo. A salvação provoca adoração (At
10.46). O perdão restaura a capacidade de adorar, que foi anteriormente perdida
por causa do pecado.
Infelizmente, em muitos lugares,
raramente é possível ir a uma reunião cuja atração seja somente Deus. Sendo
assim, só se pode concluir que os filhos de Deus estão entediados dEle, pois é
preciso mimá-los com pirulitos e balinhas na forma de filmes religiosos, jogos
e refrescos. Vejamos e aprendamos com os exemplos de Lucas 5.25; 13.13; 17.15;
18.43; 1 Coríntios 12.3 e 2 Coríntios 1.22. O culto é útil. Ele tem utilidade
didática, sociológica e psicológica. No ato do culto, aprendemos a ser
cristãos, integração e comunhão pessoal (1Co 10.17; At 2.42-47). Por fim o
culto traz paz, descanso e cura a alma dos fiéis.
2.2. A
essência do culto.
Em meio às múltiplas maneiras de cultuar, há
um elemento imprescindível à adoração: o amor. A essência da adoração: o amor.
A essência da adoração é o amor. É totalmente impossível adorar a Deus sem
amá-Lo. O Eterno Senhor Deus nunca se satisfaz com menos que “tudo” (Dt 6.5; Mt
22.37).
Vale a pena ressaltar que o culto
verdadeiro requer amor de todo o coração, amor integral da mente e todo o nosso
esforço. Para os hebreus, o “coração” é considerado a sede da mente e da
vontade, bem como as emoções. O termo “alma” refere-se a fonte da vida e
vitalidade (Gn 2.7, 19), ou mesmo o próprio “ser”. Esses dois termos indicam
que o homem deve amar a Deus sem qualquer reserva em sua devoção. É no coração
humano que Deus revela (At 16.14; 2Co 4.4-6). Portanto, é com o coração que
devemos expressar nosso amor por Ele.
2.3. Amor
integralmente da mente.
A adoração também envolve o exercício da
mente. “Dianóia”, em grego, significa a capacidade de pensar e refletir
religiosamente (1Jo 5.1; 2.10; Ef 4.18). Este entendimento é dádiva divina
(Lc24.25; Rf 1.17-18). Portanto, a adoração deve ocupar a mente de maneira a
envolver a meditação e a consciência do homem. Em Romanos 12.2, Paulo
estabelece que o culto deve ser racional: “Logiken latreia”. Amar a Deus com
entendimento é um desafio para o cristão (Mc 12.30), pois esse amor exige todo
o nosso esforço e, nesta adoração cristã. Deus exige ser amado com toda força
do adorador (Mc 12.30; Lc 10.27; Dt 6.5). O termo “força” (Ischyos), refere-se
a força e poder de criaturas vivas (Hb 11.34). Exige-se que o cristão gaste
todas as suas energias físicas em atos de amor a Deus (Rm 12.1). O amor a Deus
expressa-se no serviço prestado por meio do coração (1Co 13.3). Portanto, amar
a Deus com “toda a força” representa gastar a vida e energia unicamente com
expressões de lealdade e afeição a Deus.
No ato do culto, devemos aprofundar
a nossa comunhão com Deus, num intercâmbio de ações e sentimentos. Devemos
senti-Lo, devemos dialogar com Ele e devemos nos render a Ele.
3. A
reverência no culto.
São muitas as bênçãos que podemos receber de
Deus durante o culto, mas a apropriação de tais bênçãos deveria ser o objetivo
de todos quantos participam do culto. Mas qual a maneira correta de
participarmos do culto? Participar com espírito de reverência (Hb 12.28).
3.1. Razões
para a reverência.
O Reino de Des é impossível de ser abalado
(Hb 12.28). Não existem sistemas, ordens ou poderes que superem esse Reino,
pois o Senhor dos senhores é o comandante. Essa é uma das razões pelo qual
devemos prestar uma reverência crescente diante de Sua presença. Às vezes, não
prestamos a devida atenção a esses fatos e reverenciamos mais os homens com os
seus supostos poderes do que nosso próprio Deus, que se manifesta
constantemente no culto que Lhe é devido.
De acordo com o dicionário, podemos
definir reverência como: “Ação de reverenciar; respeito às coisas sagradas;
movimento do corpo para saudar especialmente aos santos, o qual consiste em
inclinar a cabeça e o corpo ou dobrar um pouco um ou ambos os joelhos;
acatamento, respeito, veneração, atenção e consideração”. O termo “eulábeia”,
do grego, é traduzido como “temor, estar temeroso; preocupado, tomar cuidado,
respeito, inclinar-se, etc.” Na passagem bíblica de Hebreus 11.7, veremos que
Noé temeu. O Eterno Deus quer que tenhamos espírito reverente.
3.2.
Atitudes reverentes.
É necessário que durante o culto mantenhamos
uma atitude consentânea com o local de adoração, uma vez que Deus está no
templo (Mt 18.20). Temos a garantia da presença do Senhor em qualquer reunião
em que o Seu nome seja cultuado. Uma vez que Ele se faz presente em nossas
reuniões, necessários se torna que O reverenciemos. A movimentação
desnecessária, o entra e sai a todo momento, a distração ou desatenção, as
leituras desnecessárias e outras modalidades de irreverências devem ser
proscritas do ambiente do culto. É de suma importância que saibamos e estejamos
conscientes de que o local de culto é somente para adorar a Deus. Deus valoriza
o adorador sincero e reverente (Ec 5.1).
Devemos entrar no templo com
profunda reverência, iniciando com a oração de joelhos e permanecer
reverentemente do início até o final do culto. O pecado da irreverência é o
responsável pela debilidade espiritual de grande número de membros de igrejas.
Aquele que não mantém uma atitude correta perante Deus durante o culto não
cresce espiritualmente, além do que prejudica sensivelmente o trabalho, com sua
frieza e indiferença.
3.3. Um
culto reverente.
Sem a verdadeira adoração a Deus não há
verdadeiro culto. Se, na presença do Altíssimo, não demonstrarmos, com toda
sinceridade de alma, a nossa profunda humildade e reverência em sua face da Sua
santidade absoluta (Ec 5.1); se não evidenciarmos nosso amor e dedicação a Ele;
se não demonstrarmos confiança no cuidado que Ele tem para conosco; se o nosso
coração não estiver transbordando desses profundos sentimentos em Sua presença,
não estaremos cultuando verdadeiramente ao nosso Deus.
A Palavra de Deus nos adverte: “
Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do
que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” (Ec 5.1).
Parafraseando: “Guarda teus ouvidos; teus olhos; tuas mãos; tua mente; e teu
coração”; para que sejas agradável a Deus (Hb 12.28). Jesus expulsou os
mercadores do templo (Jo 2.16). Deus disse a Moisés: “Não te chegues para cá;
tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra
santa.” (Êx 3.5). Respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: “Descalça
os sapatos dos teus pés, porque o lugar em que estás é santo.” (Js 5.15). Etã,
o ezraíta, declarou: “Deus deve ser em extremo tremendo na assembleia dos
santos e grandemente reverenciado por todos os que o cercam.” (Sl 89.7).
Conclusão.
O culto é acompanhado de uma ética cultual,
isto é, exige-se que se saiba o que significa cultuar a Deus. A conscientização
desse fato é primordial. Isso gera a exigência da reverência peculiar do
verdadeiro adorador e, por conseguinte, descortina e rechaça a irreverência,
repugnada pelo próprio Deus.
Questionário.
1. Em que se fundamenta a adoração cristã?
R: a nova aliança (Hb 8).
2. Como expressamos o amor a Deus?
R: No serviço prestado por meio
do coração (1Co 13.3).
3. Qual a maneira correta de participarmos do
culto?
R: Com espírito de reverência
(Hb 12.28).
4. O que é impossível para o Reino de Deus?
R: Ele ser abalado (Hb 12.28).
5. O que Deus valoriza?
R: O adorador sincero e
reverente (Ec 5.1).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma
vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º
trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
Excelente
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