Lição 11
- Amor: fundamento da fidelidade
15 de março de 2015
Texto Áureo
“Sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de
passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo,
amou-os até o fim.” Jo 13.1
Verdade Aplicada
O crente desenvolve uma vida espiritual baseada
no amor. Isso implica em fidelidade duradoura como uma resposta à salvação
recebida de Cristo pela Sua maravilhosa graça.
Objetivos
da Lição
1. Colocar em prática os princípios do amor
como a base de uma fidelidade genuína;
2. Mostrar a superioridade do amor em relação a
todos os dons, talentos e serviços que podemos desenvolver no Reino de Deus;
3. Enfatizar o perigo de abandonar o amor e
realizar uma obra superficial sem profundidade, e de uma vida cristã egocêntrica,
imatura, que não agrada a Deus.
Glossário
Exasperar: irritar-se, enfurecer-se;
Embasado: Baseado,
fundamentado;
Milha: Medida de distância com valor
variável.
Textos de
referência
1Co 13.4-7
4 A caridade é sofredora,
é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não
se ensoberbece,
5 não se porta com
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
Leituras
complementares
Segunda Pv
10.12
Terça Jo
13.34; 35
Quarta Rm
12.9, 10
Quinta Rm
13.8-10
Sexta Cl
3.12-14
Sábado 1Jo
3.10-17
Esboço da
Lição
Introdução
1.
Vivenciando as qualidades do amor
2.
O comportamento do amor
3.
A supremacia e a permanência do amor
Conclusão
Introdução
Diferente da lógica do mundo (1Co 1.27, 28), o
amor, um dos princípios do Reino de Deus, norteou todas as decisões e atitudes
de Jesus. Sendo Ele nosso Mestre por excelência, aprendemos que esse preceito
deve fundamentar nossas ações e decisões em todos os aspectos da nossa vida (Mt
22.37). Sendo o amor a base, nossa fidelidade só terá valor se estiver embasada
nele. É o que estudaremos nessa lição.
1.
Vivenciando as qualidades do amor
O amor é uma virtude pura e inspirada por Deus,
de entrega, de dedicação, sem a obrigação da reciprocidade. O amor genuíno não
exige nada em troca. É dessa forma que somos amados por Deus. Avaliemos então
algumas das qualidades do amor:
1.1 A
paciência do amor
É a capacidade de suportar todas as pressões
que podem se abater sobre os fiéis, aceitando confiantemente as adversidades
sem ressentimentos. Paulo ensinou que aqueles que quiserem servir a Cristo com
fidelidade sofrerão tribulações na carne (2Tm 3.12). Esse amor nos ajuda a lançar
sobre Cristo todas as nossas ansiedades (1Pe 5.7). O amor capacita o crente a
suportar os danos causados por alguém, sem buscar a retaliação e não permitindo
que a amargura se aloje em seu coração. Essa virtude do amor gera no crente,
através do Espírito Santo, o domínio próprio patente em Jesus, o nosso Mestre,
que não abriu a Sua boca, mas caminhou resoluto e fiel até o fim (Is 53.7; Mt
26.62).
1.2 A
confiança do amor
É uma dependência plena de Deus, que gera no
crente uma capacidade de acreditar nos Seus propósitos, levando-o a buscar uma
vida de fidelidade. Significa ajustar nossa vida ao que cremos e defendemos, ou
seja, ao nosso Senhor Jesus e Sua missão para nós. O ponto mais profundo da
fidelidade é viver de acordo com o que cremos e confiar no chamado de deus. O
amor nos leva a confiar plenamente em Deus e não na capacidade humana (Jr 17.5,
7). Essa confiança é a concretização da fé genuína em Deus, essencial à vida
cristã. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). A confiança embasada no
amor é também manifesta nas nossas relações interpessoais. Paulo, quando envia
o escravo Onésimo ao seu senhor Filemom, apela para o amor que nutria o coração
de ambos (Fm 8.9).
1.3 A
tolerância do amor
O amor tudo espera e tudo suporta porque é
benigno. O agir do Espírito Santo na vida do cristão dignifica possuir atitudes
de bondade e misericórdia (Gl 5.22). Ao ensinar à igreja de Corinto sobre a
liberdade do amor, Paulo nos faz entender que o crente fiel é tolerante, no
sentido de ajudar seu irmão no convívio dentro da Igreja de deus (Rm 14.15). O
Evangelho nos ensina a ser tolerantes uns com os outros. O ambiente da Igreja
do Senhor deve propiciar a confiança de ouvir, ponderar, pensar e tolerar (Rm
15.1). Afinal, como o Senhor nos amou e nos aceitou em Sua casa, devemos fazer
o mesmo (1Jo 4.11).
O amor é o sistema circulatório
do corpo espiritual, permitindo que todos os membros funcionem de maneira
saudável e harmoniosa. É preciso amar honestamente e não de forma hipócrita:
buscando a humildade e não o orgulho (Rm 12.9, 10). Isso se refere a tratar os
outros como mais importantes do que nós. A vida de fidelidade e do servir a
Cristo normalmente traz a oposição do inimigo e muitas vezes o desânimo. O
conselho é para não permitir que o zelo e a fidelidade esfriem quando a vida
fica difícil. O apostolo orienta a dividir os fardos e as bênçãos para que
todos cresçam e glorifiquem a Deus juntos, e isso só é possível na base do
amor. (WIERSBE, Warren. Comentário Bíblico: Novo Testamento. Santo André, Geográfica,
2006)
2. O
comportamento do amor
A fidelidade de um crente tem a ver com sua
postura e seu procedimento em relação à Igreja, a Deus e às pessoas em geral. O
amor dirige o crente a um caminhar de equilíbrio em todas as áreas da vida.
Avaliemos o comportamento do amor:
2.1 A
conduta do amor
O amor não se porta com inconveniência. É
bondoso, cortês e busca o caminho da retidão e das boas maneiras. Essa
qualidade do amor deve ser o alvo do crente fiel diante da sublimidade do nome
que carrega, ou seja, o de cristão. Davi é um exemplo de vida conduzida pelo
amor de Deus (1Sm 18.5, 14). O amor dirige o crente a trilhar o caminho da
fidelidade em quaisquer circunstâncias, pois, o caminho do amor é sobremodo
excelente e também surpreendente (1Co 12.31b). A conduta do amor deve ser
notada no proceder do crente que anda em fidelidade, tanto na igreja como fora
dela (1Ts 2.10).
2.2 O
desprendimento do amor
O amor é altruísta, não busca seus próprios
interesses. Nossa vida de fidelidade precisa estar inserida em Romanos 12.10. A
palavra “preferir”, usada por Paulo, significa abrir caminho, mostrar respeito
para com os outros. Esse comportamento do amor leva o crente à alegria e à
benção de doar ao próximo sem querer nada em troca; foi o que Paulo ensinou aos
presbíteros da igreja em Éfeso (At 20.35). O amor leva o crente a um padrão
humilde de vida, sempre considerando os outros superiores a si mesmo (Fp 2.3).
Jesus mostrou grande desprendimento quando veio ao mundo para fazer a vontade
do Pai e não a Sua (Jo 6.38).
2.3 A
tranquilidade do amor
O amor não se irrita ou exaspera porque sempre
leva à paz e à serenidade. O crente dominado por essa virtude, perante as
ofensas sempre mostrará a presença do amor, que o leva a resolver criativamente
os conflitos. Os que andam pela trilha do amor gozam de uma paz diferenciada,
que os tornam vencedores e referências para outros (Sl 119.165). Jesus, no
momento da crucificação, mesmo diante da dor, estava tão sereno que orou por
Seus inimigos. Ele é o Mestre e nós, Seus discípulos, devemos seguir as Suas
pisadas (1Pe 2.21-23). José, outro exemplo de vida, não trilhou o caminho da
vingança, mas sim o da reconciliação (Gn 45.1-4). A vida de um crente fiel deve
ser norteada pelo princípio do amor, porque só assim agradaremos a Deus.
A conduta daquele que é dirigido
pelo Espírito Santo reflete nas suas boas maneiras e respeito aos outros. Não
busca vantagens, não é oportunista, não tem como preocupação primária o lucro
pessoal, mas preocupa-se com a vontade de Deus. Esse é um padrão
cristocêntrico. O servo entrega sua vida a Cristo para ser um servo, a fim de
que sua vida e seus talentos sejam usados para glória de Deus e para o bem
estar dos outros. Os olhos do cristão não podem estar voltados para si mesmo e
sim para os outros. (Donald Stamps).
3. A
supremacia e a permanência do amor
A supremacia e a permanência do amor são
destacadas por Paulo quando conclui o capítulo treze de 1Coríntios. Vejamos
essas qualidades do amor:
3.1 Em
amor, as obras e os serviços são válidos e se aproveitam
Segundo o apóstolo Paulo, o amor nunca acaba,
pois permanece para dar consistência a todas as obras e serviços praticados
pelos homens. Tudo que realizamos no Reino de Deus deve estar embasado no
princípio do amor. Ele também ensina que todas as nossas ações devem ser sem
fingimento e fundamentadas na verdade plena do amor para serem validadas por
Deus (Rm 12.9a). O amor conduz o cristão a praticar o bem como um estilo de
vida. A expressão “apegando-se ao bem” (Rm 12.9b) pode ser entendida pela vitória
de toda maldade com o bem (Rm 12.21). Jesus disse que as práticas da oração, do
jejum e das esmolas não seriam aceitas quando praticadas por qualquer outro
motivo que não fosse o amor (Mt 6.1-4). Que Deus nos dê graça de caminharmos
nesse caminho excelente.
3.2 O
amor supre as limitações humanas e temporais
O amor é indispensável na prática da nossa vida
crista porque somos limitados. Por isso, o conselho de Paulo é estarmos sob a
força do amor (1Co 14.1b). Em função das nossas limitações, todas as nossas
ações, quer por palavras ou obras, precisam passar pelo crivo do amor (1Co
16.14). A igreja da Macedônia, vivenciando o amor de Deus, superou todos os
seus limites na intenção de ajudar outros, mesmo vivendo em profunda pobreza
financeira (1Co 8.1-8). Outro exemplo foi Abraão, que arriscou a vida superando
seus limites, ao enfrentar um grande exército com 318 servos da sua casa para
libertar seu sobrinho Ló, levado cativo junto com os moradores de Sodoma (Gn
14). Quando permitimos ser dirigidos pelo amor, a nossa capacidade de superação
se torna extraordinária, porque nada pode resistir ao amor, ele é forte como a
morte (Ct 6.8).
3.3 Em
amor desenvolvemos nossa maturidade até a plenitude de Cristo
Paulo descreve duas fases na nossa vida (1Co
13.11): a de criança, o tempo da imaturidade, e a de adulto, a fase da
maturidade. O apóstolo faz uma analogia: a primeira fase representa a nossa
imperfeição, o período em que vivemos aqui na terra, e a segunda representa a
perfeição, quando seremos transformados e conheceremos a plenitude de Cristo,
pois o veremos face a face (v 12; 1Jo 3.2). É o amor que nos dá a capacidade de
crescer em todas as áreas da vida cristã, até alcançarmos a maturidade
espiritual. Enquanto a Igreja espera a vinda do Senhor, o amor nos conduzirá em
crescimento e maturidade espiritual até o dia da nossa reunião com Ele, quando
alcançaremos a plenitude.
O amor é superior e permanente,
os outros dons são temporais. Paulo deixa claro que todos findarão, porém, o
amor é eterno, proveniente de Deus e “Deus é amor” (1Jo 4.8). Em função dessa
verdade, Paulo queria ensinar aos coríntios e a nós que todos os dons, serviços
e habilidades devem ser exercidos na base do amor, porque só assim serão
aproveitados e terão utilidades no Reino de Deus.
Conclusão
O amor com suas qualidades, seu comportamento e
a sua permanência é a condição para uma vida de fidelidade. Esse amor
extraordinário foi ensinado e demonstrado por Jesus Cristo, nosso Senhor e
Mestre, o amor de Deus entre os homens. Ele nos instruiu a caminhar mais uma
milha (Mt 5.41), a abençoar quem nos amaldiçoa (Mt 5.44) e perdoar quando somos
traídos (Lc 23.34, At 7.60). O maior desafio do verdadeiro cristão não é só
agir como Jesus agia, mas também reagir como Ele reagia.
Questionário
1.
De
acordo com a lição, como se pode definir o amor?
R. O amor
é uma virtude pura e inspirada por Deus, de entrega e dedicação, sem obrigação
da reciprocidade (1Co 13.4-7).
2.
Quais
são as três qualidades do amor em uma vida de fidelidade?
R. A
paciência (1Pe 5.7), a confiança (Jr 17.5, 7) e a tolerância (1Jo 4.11).
3.
Quais
são as características do comportamento do amor?
R. A
conduta do amor (1Ts2.10), o desprendimento do amor (Jo 6.38) e a tranquilidade
do amor (1Pe 2.21-23).
4.
Por
que as obras realizadas na base do amor são sobremodo excelentes?
R. Por
causa da supremacia do amor e sua permanência, pois o amor jamais acaba (Mt
6.1-4).
5.
Com
relação ao nosso estudo sobre fidelidade em amor, qual é o nosso maior desafio?
R. Agir e
reagir como Jesus, o nosso modelo por excelência (Mt 5.41).
Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e
Harpa – Editora Betel.
Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º
Trimestre de 2015
Amei
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