Lição 10
- Dimensões da Fidelidade
08 de março de 2015
Texto
Áureo
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo;
e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” 1Ts 5.23
Verdade Aplicada
Como cidadão do céu, o cristão tem obrigações
para com Deus e os homens, que se evidenciam no viver fiel em todas as
dimensões.
Objetivos
da Lição
1. Explicar o que é fidelidade;
2. Estabelecer a diferença entre fidelidade
espiritual e social;
3. Mostrar os benefícios para quem vive uma
vida de fidelidade.
Glossário
Assentimento: Consentimento,
acordo;
Premissa: Conclusão, diretriz;
Ornar: Ornamentar, embelezar.
Textos de
referência
1Co 4.2; Ap 2.10; Mt 25.21
1Co 4.2 Além disso,
requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.
Ap 2.10 Nada temas das coisas
que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Mt 25.21 E o seu senhor lhe
disse: Bem está, servo bom e
fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu
senhor.
Leituras
Complementares
Segunda: 3Jo
5
Terça: 2Co
8.21
Quarta: Hb
11.3
Quinta: Jr
7.21-26
Sexta: Jo
21.15-17
Sábado: At
5.29
Esboço da
Lição
Introdução
1. Dimensão espiritual
2. Dimensão social
3. Resultados provenientes da fidelidade
Conclusão
Introdução
Fidelidade, do latim “fidelitate”, significa
qualidade ou atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso com aquilo que
assume. Nesta lição, estudaremos sobre as duas dimensões da fidelidade: a
espiritual e a social. Ambas são importantes e necessárias ao crente, pois a
Bíblia diz que o salvo deve viver de maneira fiel e digna diante de Deus e dos
homens (Rm 14.18).
1.
Dimensão espiritual
O homem foi criado um ser racional, moral e
espiritual, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26, 27). Ele
foi dotado de intelecto, emoções e vontades, para que pudesse conhecer, amar e obedecer
a Deus. A fidelidade, na dimensão espiritual, se evidencia em atitudes que
expressam nosso relacionamento e comunhão com o Senhor.
1.1 Crer
e obedecer a Deus
Crer não é um mero assentimento intelectual (Ef
2.8). É uma operação do Espírito Santo mediante a qual a pessoa tem certeza na
existência de Deus, o criador e sustentador do universo (Gn 1.1). Mas apenas
crer em Deus não é suficiente (Tg 2.19), é necessário responder a Êle em ação
de obediência e fidelidade, ou seja, a atitude de crer precisa acompanhada da
obediência. A nossa maior ação para com Deus é a obediência, um aspecto
fundamental da fé cristã (1Sm 15.22). Fé e obediência são inseparáveis entre si
(Rm 1.5; 16.26). Qualquer forma exterior de culto a Deus sem obediência não
passa de hipocrisia e de ritual religioso vazio (Is 1.11-17).
1.2 Amar
a Deus
A fidelidade de Deus é uma forma positiva de
demonstrarmos o nosso amor a Ele. O amor a Deus é a base do nosso
relacionamento com Ele. A verdadeira fidelidade a Deus somente é possível quando
brota de uma fé genuína em Deus e de um coração que O ama (Mt 10.37). Amar a
Deus implica em amar também ao próximo e guardar Seus mandamentos (Mt 22.39; Jo
14.15, 23, 24). Esse amor deve abranger a totalidade do nosso ser e tudo o que
possuímos e deve também nos capacitar a buscar a glorificação do seu nome e a
realização da Sua vontade aqui na terra (Jo 21.17).
1.3
Confiar nas promessas de Deus
A verdadeira fidelidade não se caracteriza
apenas pela fé na existência de Deus, mas também pela fé que Ele cumpre as Suas
promessas. Nestes tempos de tantas incertezas e instabilidade, nós temos uma
esperança que brota de uma fé vital no Cristo ressurreto (1Pe 1.3). O cristão
deve andar por fé e não pelo que vê (2Co 5.7; Hb 11.1). Deus, por Sua própria
natureza, é fiel às Suas promessas e tem poder para cumprir integralmente tudo
aquilo que prometeu.SE alguém crê na existência de Deus, mas ao mesmo tempo
duvida de Sua Palavra, O imputa como mentiroso (Nm 23.19; Tg 1.6, 7). Portanto
para alcançarmos as Bençãos de Deus é necessário crer queEle é fiel para
cumprir as suas promessas (Hb 10.23; 11.6: Jó 13.15).
2.
Dimensão social
A Bíblia diz que tudo o que fizermos, devemos
fazê-lo para a glória de Deus (1Co 10.31). Partindo dessa premissa, entendemos
a dimensão social da fidelidade, caracterizada como fruto da obediência às leis
e normas humanas, como atitudes que qualquer pessoa pode realizar. Para o
cristão, entretanto, essa dimensão da fidelidade é também expressão de
espiritualidade, pois, se evidencia em práticas que têm fundamentação bíblica.
Existem muitas ações, contidas dentro dos princípios ético-cristãos, que devem
ser praticadas pelo crente, pois são compatíveis com a dignidade da vida
cristã: a obediência às autoridades constituídas, preocupação com o bem-estar
do próximo, cuidado com o meio ambiente, etc.
2.1 O
cristão e a obediência ao governo humano
A base de toda autoridade humana procede de
Deus, de modo que o cristão deve prestar obediência às autoridades constituídas
(Rm 13.1). Assim sendo, desobedecer às autoridades constitui-se desobediência
ao próprio Deus, visto que foi Ele quem as estabeleceu (Rm 13.2). O próprio
Senhor Jesus Cristo, como perfeito homem, submeteu-se ao poder do estado (Mt
17.24-27). As escrituras Sagradas nos levam a compreender que a presença da
autoridade secular é necessária e indispensável na ordem das coisas aqui na
Terra (Pv 8.15, 16). O único limite dessa obediência está na sujeição absoluta
que o cristão tem com Deus, pois a lealdade a Ele é sempre prioritária sobre qualquer
autoridade humana (At 5.29). A sujeição às autoridades legais faz parte de um
elenco de princípios que devem ornar o caráter do crente como reflexo de sua
obediência ao Senhor. Adoremos, pois, a Deus e sujeitemo-nos às autoridades
constituídas por Ele (1Pe 2.13-17).
2.2 O
cristão e a solidariedade
O cristão é também chamado a ter solicitude e
responsabilidade social. O descuido com as necessidades sociais representa o
abandono de inúmeras recomendações bíblicas dirigidas ao povo de Deus. A Bíblia
declara que a salvação do homem é dádiva de Deus mediante a fé, e não fruto de
obras meritórias (Ef 2.8, 9), mas as boas obras são uma consequência natural da
salvação (2Co 9.8; Ef 2.10). A dimensão da fidelidade do autêntico cristão não
se esgota na verticalidade espiritual, mas se estende na horizontalidade que
alcança seus semelhantes em atitudes que tenham como base o pulsar de um
coração transformado pela Palavra de Deus e enriquecido pela presença do
Espírito Santo. Quem usa a preocupação vertical como meio de esquivar de suas
responsabilidades está negando o amor de Deus pelo mundo. A solidariedade não é
outra coisa senão o cumprimento da lei do amor. Aliás, todas as obrigações morais
da Lei cumprem-se na lei do amor (Rm 13.10). O cristão, como ser social, deve
denunciar as injustiças sociais, bem como agir com sabedoria, buscando
cooperação e bom relacionamento com todos, sempre objetivando servir ao
próximo, usando inclusive dos seus próprios recursos, ajudando a minorar o
sofrimento das pessoas, principalmente os domésticos da fé (Gl 6.10; Tg 2.17).
“Cristo instrui a agir com
preocupação social. Aqui estão os princípios pelos quais os homens serão
julgados: como tratam os famintos, os sem lar, os pobres, os doentes e os
presos. A preocupação social não pode ser biblicamente separada da vida cristã.
Jesus iguala a forma como tratamos os desprovidos com a forma como tratamos a
Ele. O que fazemos por eles, fazemos por Ele. Não devemos permitir que a vida
cristã seja apenas um empreendimento espiritual, sem ligação com o serviço da
humanidade”. (Bíblia de Estudo Plenitude- Sociedade Bíblica do Brasil – 2001.
P. 986. Comentário de Mt 25.37. 40).
2.3 O
cristão e o meio ambiente
A primeira ordem de Deus ao homem foi para
cuidar da natureza (Gn 2.15). Essa incumbência retrata não só a necessidade do
homem preservar o objeto do seu usufruto próprio, mas também a criação de Deus.
Embora o homem seja coroa da criação (Gn 1.26-28). Deus não lhe deu o direito
de abusar da natureza e nem dos animais. Pelo contrário, Ele atribuiu ao homem
a responsabilidade pela utilização adequada dos recursos naturais e pela
preservação das espécies. A Bíblia apresenta várias passagens nas quais vemos
Deus instruindo o homem a lidar adequadamente com a Sua criação (Êx 22.6; Lv
25.1-7; Dt 22.6; Is 45.18). Nessa perspectiva, o cuidado com o meio ambiente é
uma exigência divina, sendo responsabilidade de cada Cristão o cuidado com a
manutenção da vida na Terra (Gn 1.26). Para o crente, preservar a natureza não
é apenas uma questão de sobrevivência. É também reconhecer que Deus é o Senhor
da criação, pois, só Ele é soberano sobre todas as coisas (Sl 24.1). A visão
bíblica de como devemos nos relacionar com a natureza é uma visão equilibrada,
ou seja, não devemos deificá-la, como os panteístas o fazem (Rm 1.15), agentes
de destruição daquilo que Deus criou.
“Quando desrespeitamos a natureza
e não utilizamos de forma sustentável os rios, as florestas, o solo, o ar,
aquilo que é necessário para a vida do planeta, demonstramos a falta de
importância dada as gerações futuras. Essa é uma visão completamente fora do
propósito de Deus na relação do homem com a natureza”. (Marina Silva,
ex-ministra do Meio Ambiente).
3.
Resultados provenientes da fidelidade
Fidelidade é mais do que uma virtude humana, é
fruto do Espírito Santo. Mesmo em seu aspecto social, onde a fidelidade está
mais relacionada à observância de regras e preceitos humanos, para o cristão,
ser fiel é sempre uma questão de espiritualidade e motivo de recompensa da
parte de Deus (Sl 58.11).
3.1 Na
dimensão espiritual
A recompensa de Deus para os fiéis diz respeito
à vida neste tempo e à vida eterna (Mt 19.27-30; Mc 10.28-30). Aliás, a suprema
recompensa que o cristão receberá pela vida de fidelidade a Deus é a vida
eterna. Quem tiver deixado “tudo” por amor a Cristo, receberá já no presente
também tudo, mas com perseguições; e no futuro, a vida eterna (Mc 10.30). Na
expressão: “com perseguições” fica claro que a nossa fidelidade a Deus não nos
isenta das perseguições e aflições neste mundo, mas, sem dúvida alguma, nos dá
certeza de vitória (Jo 16.33).
3.2 Na
dimensão social
Demonstramos nossa espiritualidade ao sermos
fieis em todas as dimensões da nossa vida. Quando assim procedemos, estamos
obedecendo à Palavra de Deus, como resultado da nossa obediência, Deus nos
abençoa com paz e alegria no nosso homem interior (Sl 119.165; Rm 7.22).
3.3 Na
dimensão natural
As recompensas de uma vida de fidelidade a Deus
podem ser compreendidas no sentido de que colheremos, na dimensão social da
nossa vida, mais estabilidade e justiça social, minimização dos sofrimentos
humanos e vida mais saudável, dentre muitos outros benefícios. Servir a Deus e
ao próximo com amor é certeza de que seremos galardoados aqui e no porvir.
Conclusão
As leis universais da colheita e da semeadura
valem para todas as situações e aspectos da vida humana (Gl 6.7b). Ninguém deve
brincar com as leis de Deus; pois Ele não as alterará em nosso benefício. O que
um homem colhe é o resultado inevitável do que ele semeia. Assim sendo, devemos
ser fiéis em toda a nossa maneira de viver para que possamos colher os bons
frutos dessa semeadura aqui na Terra e na eternidade.
Questionário
1.
Quais
são as dimensões da fidelidade estudadas nesta lição?
R.
Espiritual e Social (Rm 14.18).
2.
O
que é a dimensão espiritual?
R. Crer
em Deus e obedecer Sua Palavra (1Sm 15.22).
3.
O
que é a dimensão social?
R. São
práticas que têm fundamentação bíblica (1Co 10.31).
4.
Que
atitudes demonstram a nossa espiritualidade?
R.
Obedecer a s autoridades constituídas, preservar o meio ambiente e ser
solidário com os necessitados (Rm 13.1).
5.
Para
o cristão, o que é ser fiel?
R. É uma
questão de espiritualidade é motivo de recompensa da parte de deus (Sl 58.11).
Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e
Harpa – Editora Betel.
Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º
Trimestre de 2015
Escola Bíblica
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