Lição 10
- Não Furtarás
8 de Março de 2015
Texto
Áureo
"Aquele que furtava não furte mais; antes,
trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o
que tiver necessidade." (Ef 4.28)
Verdade
Prática
O oitavo mandamento diz respeito à proteção da
propriedade e abrange grande número de modalidades de furto sobre os quais o
cristão precisa vigiar para não cair nas ciladas do Diabo.
Leitura Diária
Segunda - Êx 21.16
O oitavo mandamento diz respeito ao
sequestrador
Terça - Lv 19.11-13
O dever de não atrasar intencionalmente o
pagamento
Quarta - Dt 25.13-16
O dever de não usar de dois pesos e duas
medidas
Quinta - Pv 28.24
Apropriação indébita é roubo, ainda que as
coisas pertençam aos pais
Sexta - Mt 19.18
O Senhor Jesus reconheceu a autoridade do
oitavo mandamento
Sábado - 1 Co 6.10
Os roubadores não herdarão o Reino do Deus
Leitura Bíblica em Classe
Êxodo 20.15; 22.1-9
Êx
20.15 15 Não furtarás.
Êx 22.1-9
1 Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou
vender, por um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas.
2 Se o ladrão for achado a minar, e for ferido,
e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue.
3 Se o sol houver saído sobre ele, será culpado
do sangue. O ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar,
será vendido por seu furto.
4 Se o furto for achado vivo na sua mão, seja
boi, ou jumento, ou ovelha, pagará o dobro.
5 Se alguém fizer pastar o seu animal num campo
ou numa vinha e o largar para comer no campo de outro, o melhor do seu próprio
campo e o melhor da sua própria vinha restituirá.
6 Se rebentar um fogo, e pegar aos espinhos, e
abrasar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo
pagará totalmente o queimado.
7 Se alguém der prata ou objetos ao seu próximo
a guardar, e isso for furtado da casa daquele homem, se o ladrão se achar,
pagará o dobro.
8 Se o ladrão não se achar, então, o dono da
casa será levado diante dos juízes, a ver se não meteu a sua mão na
fazenda do seu próximo.
9 Sobre todo negócio de injustiça, sobre boi,
sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre veste, sobre toda coisa perdida, de que alguém
disser que é sua, a causa de ambos virá perante os juízes; aquele a quem
condenarem os juízes o pagará em dobro ao seu próximo.
Objetivo
Geral
Apresentar o oitavo mandamento, ressaltando que
o furto ou a aquisição ilegítima de propriedades são abominação ao Senhor e
prejudicam o próximo.
Objetivos
Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos
que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I
com os seus respectivos subtópicos.
I.
Tratar a abrangência e o
objetivo do oitavo mandamento.
II.
Mostrar o que a legislação
mosaica diz a respeito do furto.
III.
Relacionar alguns danos que
deveriam ser evitados, segundo a lei mosaica.
IV.
Apresentar o trabalho como uma
bênção de Deus.
Interagindo
com o Professor
Na lição de hoje estudaremos a respeito do
oitavo mandamento. Este mandamento é uma proibição formal contra toda e
qualquer forma de furto. Para que uma sociedade seja próspera, justa e tenha
paz, deve prezar pelo respeito à propriedade alheia. No Antigo Testamento, a
pena para o roubo era a devolução, restituição, em dobro de tudo que foi
indevidamente retirado de alguém: "Sobre todo negócio de injustiça, sobre
boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre veste, sobre toda coisa perdida, de
que alguém disser que é sua, a causa de ambos virá perante os juízes; aquele a
quem condenarem os juízes o pagará em dobro ao seu próximo" (Êx 22.9). O
objetivo não era somente punir o réu, mas restaurar a unidade com seu irmão. É
importante ressaltar que o princípio condenado por esse mandamento permanece em
o Novo Testamento (1 Ts 4.6).
COMENTÁRIO
Introdução
O oitavo mandamento é o terceiro da série de
proibição absoluta expresso com duas palavras e fala basicamente sobre dinheiro
e bens, trabalho e negócios. Não pode haver paz numa sociedade se não houver
respeito mútuo pela propriedade. Todo ser humano tem o direito de possuir bens
e propriedades e, tendo conseguido as coisas de maneira lícita, ninguém tem o
direito de privá-lo de suas conquistas.
I. O Oitavo
Mandamento
1.
Abrangência.
Numa leitura superficial, parece tratar-se apenas da proibição de simples furto
ou mesmo da aquisição ilegítima de propriedades ou possessões de outras pessoas
ou grupos. Mas o mandamento vai muito além disso. Diz respeito a qualquer
negócio com vantagem ilícita e que deixe o outro no prejuízo (Lv 6.2;
19.11,13). Estende-se ainda à provisão de emprego para que todos possam ganhar
seu sustento de maneira digna e honrada, e isso envolve justiça social (Pv
14.34). Este é o grande desafio dos governantes no mundo inteiro.
2.
Objetivo.
O propósito do mandamento "não furtarás" (Êx 20.15; Dt 5.19) é a
proteção e o respeito pelos bens alheios e pelo próximo. Vinculado a este
mandamento está o trabalho como recurso para que cada um possa obter o sustento
de sua família de maneira digna (Ef 4.28). A legislação é dada a Israel numa
estrutura hipotética utilizando-se de suposições, um estilo de fácil
compreensão (Êx 22.1-15). A desonestidade em todas as suas modalidades é um
câncer na sociedade, um mal que precisa ser erradicado.
3.
Contexto.
Segundo a tradição rabínica, o sentido primário deste mandamento era a
proibição de rapto de pessoas para serem vendidas como escravos. O mesmo verbo
hebraico ganav, "furtar", é usado para tráfico de pessoas (Êx 21.16;
Dt 24.7). Esse tipo de crime era comum naquela época; o rapto de José do Egito
é uma amostra daquele contexto social (Gn 37.22-28). O Novo Testamento menciona
essa prática perversa (1 Tm 1.10). A interpretação rabínica é aceitável e tem
apoio da maioria dos expositores do Antigo Testamento, mas o oitavo mandamento
não se restringe a isso.
Ponto
Central
O furto prejudica o próximo e envergonha o nome
do Senhor.
Síntese
do Tópico I
O oitavo mandamento diz respeito não apenas ao roubo
ou furto, mas a qualquer negócio ilícito que venha prejudicar o próximo.
Subsídio
Teológico
"Furto - A palavra grega nosphizomai foi
assim traduzida em Tito 2.10. Paulo insiste na necessidade de o servo cristão
(doulos) evitar responder e 'furtar'. Essa palavra significa 'roubar' ou se
apropriar ilegalmente de alguma coisa, como Acã fez em Jericó (Js 7.1). O mesmo
verbo grego é usado em Atos 5.2,3, onde Ananias apropriou-se ou conservou para
si mesmo uma parte da venda de uma propriedade" (PFEIFFER, Charles F.
(Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 827).
II. Legislação
Mosaica sobre o Furto
1. A pena
por furto de bois e ovelhas. A estrutura do sistema mosaico, aqui, pertence ao campo
jurídico. Na nova aliança, ao campo espiritual (1 Co 6.10). A pena para quem
furtasse animais em Israel era a restituição de cinco para cada boi e de quatro
para cada ovelha (Êx 22.1 ou 21.37 na Bíblia Hebraica). Era uma pena mais leve
que a do Código de Hamurabi, cuja restituição era de trinta vezes para cada
animal. Mas, se o animal estivesse vivo, a punição era restituir o dobro (Êx
22.4). A pena era atenuada ainda mais se o ladrão confessasse voluntariamente o
furto: seria então de vinte por cento (Lv 6.4,5).
2. Furto
à noite com o arrombamento da casa. Segundo a lei, se o dono da casa se deparar
com o ladrão dentro de casa à noite e o matar, ele "não será culpado de
sangue" (Êx 22.2). Não se trata, pois, de um assassinato premeditado (Êx
21.12,13); além disso, a escuridão nem sempre permite identificar o ladrão, e o
tal arrombador também pode estar armado. O dono da casa pode ainda alegar
legítima defesa.
3. O
ladrão do dia.
A lei protege a vida do ladrão. Se ele for apanhado em flagrante durante o dia,
o dono da casa "será culpado de sangue" se o matar (Êx 22.3a). Nesse
caso, a pena aplicada ao ladrão é a restituição: "O ladrão fará
restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu
furto" (22.3b). Esse trecho parece ter sido deslocado do versículo 1. Se o
ladrão capturado não tiver como restituir o roubo, como manda a lei, ele será
vendido como escravo; dentro do regime mosaico, espera-se com isso que ele
aprenda a lição (Êx 21.2).
Síntese
do Tópico II
A legislação mosaica não somente punia alguém
que furtou, mas protegia a vida do ladrão e fazia com que ele restituísse suas
vítimas, prezando pela paz.
Subsídio
Teológico
"Também passa a ser roubo o ato de tirar
vantagens de outrem na venda de propriedades ou produtos, ou na administração
de transações comerciais. É impróprio pagar salários mais baixos do que devem
receber por direito. O amor ao dinheiro é o pecado básico condenado por este
mandamento. A obediência é perfeita somente com um coração puro"
(Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 191).
III. Sobre
os danos materiais
1. Animal
solto.
Aqui a lei fala sobre responsabilidade de cada um pelo bem-estar da sociedade.
Quem possui animais deve ter o cuidado para não perturbar o vizinho. O texto se
refere à destruição no campo, na lavoura ou nas demais plantações. O dono do
animal é condenado pela lei a indenizar o proprietário prejudicado com o melhor
de seu campo, visto que o estrago no campo, ou na vinha do outro, não foi
voluntário, ele apenas largou o animal deixando-o solto (Êx 22.5).
2. A
queimada involuntária.
A lei responsabiliza o culpado pela destruição da propriedade, ou lavoura de
outrem por descuido que tenha levado o fogo a queimá-la (Êx 22.6). O
responsável pelo estrago tem de reparar os prejuízos indenizando o proprietário
prejudicado. Havia na Palestina cerca de setenta espécies de espinhos que
serviam de muros divisórios de propriedades e rodeavam plantações de trigo (Is
5.5). Isso gerava também conflitos na demarcação de terras (Dt 19.14; 27.17; Pv
22.28).
3. O
furto e o ladrão.
A lei aqui trata da guarda de dinheiro e bens. O termo usado para
"prata", em hebraico, é kessef, "dinheiro" e
"objetos", e kelim, "artigos, utensílios, vasos", traduzido
também por "traje, roupa, veste" (Dt 22.5). Se alguma dessas coisas
estiver sob a proteção de alguém e for roubada, o ladrão retribuirá em dobro
caso seja descoberto (Êx 22.7). Mas, se o autor do furto não for encontrado, o
responsável pela custódia terá de provar sua inocência diante dos juízes (Êx
22.8).
Síntese
do tópico III
A lei procura reparar os danos materiais,
contribuindo para o bem-estar da sociedade.
Subsídio
Teológico
"Minar era a ação de cavar uma parede de
barro em propriedade alheia. Se o intruso fosse pego no ato e morto, não
haveria de culpar a quem o matasse. Tratava-se de homicídio justificável. Se
houvesse decorrido tempo, como dão a entender as palavras 'se o sol houver
saído sobre ele", então matar o ladrão não seria justificável e tal
assassinato estaria sujeito à pena. É possível que o significado desta cláusula
seja que não havia culpa matar o ladrão à noite, mas que constituía delito
fazê-lo durante o dia. Em todo caso, se o ladrão vivesse, teria de fazer
restituição total ou, se não pudesse pagar, seria vendido como escravo.
Se o ladrão não tinha matado ou vendido o animal
que roubara, ele poderia fazer restituição pagando em dobro em vez de quatro ou
cinco vezes mais. Neste caso, ele devolveria o animal roubado e acrescentaria
mais um" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p.197).
IV. O trabalho
1. Uma
bênção.
No Jardim do Edén, Deus pôs o homem para trabalhar, mesmo antes da queda (Gn
1.26-28; 2.15). A Bíblia está cheia de ensinamentos sobre o trabalho (Êx 34.21;
2 Ts 3.10). O trabalho realiza o ser o humano. O que pode, às vezes, fazer
disso um tédio são os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e a
opressão dos maus patrões (Tg 5.4-6), mas o trabalho em si é gratificante (Ec
3.22). O patrão deve ter o cuidado para não atrasar o pagamento de seus
empregados (Lv 19.13) e estes devem ser honestos naquilo que fazem e dizem (Cl
3.22-25).
2. Os
bens.
Jesus renunciou à riqueza (2 Co 8.9; Fp 2.6,7) e, pelo que parece, esperava o
mesmo dos discípulos (Lc 9.3; 10.4; 14.33). Além disso, Jesus mandou que o moço
rico desse seus bens aos pobres (Mt 19.21), mas não exigiu isso de Zaqueu, que
se prontificou livremente em doar metade de seus bens aos pobres (Lc 19.8). Não
é requerido voto de pobreza para ser cristão, mas a riqueza pode ser um tropeço
na vida cristã (Mt 13.22). A fé cristã não condena os bens materiais, desde que
adquiridos com honestidade. É o amor ao dinheiro, e não o dinheiro em si, a
raiz de toda a espécie de males (1 Tm 6.9,10).
3. O Novo
Testamento.
O oitavo mandamento é reafirmado diversas vezes no NT (Mt 15.19; Rm 2.21; 13.9;
1 Pe 4.15), mas adaptado à graça, pois as sanções previstas no sistema mosaico
não aparecem na Nova Aliança. O Senhor Jesus disse: "Meu Pai trabalha até
agora, e eu trabalho também" (Jo 5.17). O apóstolo Paulo encoraja o
trabalho não somente para o sustento da família (1 Tm 5.8), mas também para que
cada um contribua para suprir a necessidade do próximo (Veja 2 Coríntios nos
capítulos 8 e 9).
Síntese do tópico IV
O
trabalho é uma dádiva divina. Ele foi dado ao homem antes da Queda.
Conclusão
O cristão deve ter bom testemunho (1 Co 10.32)
e exalar o bom perfume de Cristo (2 Co 2.15) onde viver e por onde passar, e
dessa maneira Deus será glorificado (Mt 5.16).
Para
Refletir
Sobre o
oitavo mandamento:
A propriedade é um direito do ser humano?
Sim. Deus deu lei a Moisés para
proteger os bens do seu povo.
Por que a pessoa não deve furtar o que pertence
ao outro?
Porque tal ato, além de ser
pecado contra Deus, prejudica o próximo.
Para você, quais outras modalidades podem ser
consideradas furtos?
Oriente os alunos quanto à compra
de produtos piratas. Tal atitude é ilegal e macula a Igreja de Cristo.
Se uma pessoa rouba a outra, mas se arrepende,
o que ela deve fazer?
Em primeiro lugar, pedir o perdão
de Deus, pedir perdão à vítima e restituí-la.
Consulte
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.41.
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Sugestão
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Comentário
Beacon Antigo Testamento
Um Comentário de profundidade teológica,
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Dicionário
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Amor e
Disciplina para Criar Filhos Felizes
Pais e filhos ensinam uns aos outros sobre si
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