Lição 1 Um Faraó que
não conheceu José
5
de abril de 2015
Texto
áureo
Êx 1.7 “E os filhos
de Israel frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram
fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles”.
Verdade Aplicada
Mesmo que tudo seja obscuro e sem
sentido, não existe nada neste mundo que o Senhor não veja, não conheça ou não
controle.
Objetivos da lição
Ensinar como
principiou o cativeiro hebreu no Egito e suas implicações;
Revelar como o
Senhor administrou os eventos até o nascimento do libertador;
Mostrar aos alunos
que deus trabalha com propósitos específicos em tudo o que faz.
Glossário
Ralé:
camada inferior da sociedade;
Infanticídio:
Morte dada a uma criança, principalmente recém-nascida;
Conivente:
cúmplice.
Textos de referência
Êx
1.13-16
13
E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza;
14
assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e
com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com
dureza.
15
E o rei do Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era
Sifrá, e o nome da outra, Puá)
16
e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias, e as virdes sobre os assentos,
se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.
Leituras complementares
Segunda Gn 50.26
Terça
Êx 1.8
Quarta
Jó 42.2
Quinta
Jr 33.3
Sexta
At 7.22
Sábado
Hb 3.5
Esboço da Lição
Introdução
1.
O princípio do cativeiro hebreu
2.
Guardado de forma sobrenatural
3.
Lições práticas
Conclusão
Introdução
Neste
trimestre, abordaremos profundos assuntos concernentes à vida de Moisés, um dos
mais importantes personagens da Bíblia. Nesta lição, trataremos do princípio do
cativeiro hebreu no Egito, a poderosa forma divina de administrar os
acontecimentos e a maneira sobrenatural e profética do nascimento de Moisés.
1. O princípio do
cativeiro hebreu.
O principal personagem dos últimos capítulos de
Gênesis é José. Através dele, Jacó e toda sua família habitaram na magnífica
terra fértil de Gosén. Porém, com a mudança de governante, uma nova lei foi
estabelecida e o povo, que antes vivia em paz, agora enfrentaria o pior drama
de sua vida: a escravidão.
1.1 Um
povo pastoril.
José tinha provavelmente trinta e nove anos
quando sua família foi morar no Egito. Ele viveu setenta e um anos depois disso
e morreu (Gn 50.26). Quando José partiu, a vida cômoda dos hebreus no Egito
também findou. Uma vez que José não podia mais interceder por seu povo, a
população nativa passou a olhar Israel de modo intolerante e desconfiado. Os
egípcios eram muito avançados em cultura e sofisticação e viam os pastores como
parte da ralé da sociedade. Isso para eles, manchava a imagem imponente da
classe nobre (Gn 46.31, 33, 34). Nesse tempo, a população de Israel já havia
aumentado consideravelmente, tornando-se poderosa no Egito. Outro fato
importante é que tanto José quanto suas realizações foram totalmente ignorados
e o novo Faraó passou a desprezar aquela população crescente (Êx 1.8).
Explique aos seus alunos que a
sociedade egípcia era regida pelo sistema de castas. Assim como a pirâmide se
constitui de camadas, de igual modo funcionava aquela sociedade. Quem pertencia
a uma casta permaneceria nela até morrer, diferentemente do capitalismo, em que
há a chance de ascensão social. Naquela época, a sociedade se constituía
piramidalmente em: Faraó e sua família; a seguir, os sacerdotes e a nobreza;
depois os escribas constituíam uma única casta; em seguida, os coletores de
impostos e militares; por último, na base da pirâmide, ficavam os camponeses e
escravos vindos de outros povos.
1.2 Um
povo numeroso.
Com o novo Faraó nasce uma nova política e um
novo estilo de vida passa a vigorar para os hebreus no Egito (Êx 1.10, 11ª).
Uma nova lei foi determinada para um povo que vivia de forma regalada e
esplêndida, e, a partir dali, a vida para eles jamais seria como antes. É muito
claro o discurso feito por Faraó; ele se sentiu ameaçado com o crescimento do
povo e, como não era portador de nenhuma aliança com o falecido governador,
apossou-se da fértil e bem localizada Gosén, humilhando o povo através da
escravidão e da chibata. Porém, antes que fossem diluídos no pó do Egito, eles
clamaram e, após quatrocentos e trinta anos, suas orações foram enfim atendidas
(Êx 12.40).
1.3 Deus
controla os eventos.
É inevitável não nos fascinarmos pela maneira
como Deus, de forma majestosa e grande, domina todas as coisas. Embora saibamos
que o sofrimento do povo hebreu tenha sido cruel e brutal, vemos também a
poderosa mão de deus por trás de tudo, controlando os acontecimentos e usando
os eventos para formar a identidade cultural e o caráter de uma grande nação.
Séculos antes, o Senhor já havia falado a Abraão sobre o que aconteceria aos
seus descendentes e como eles seriam libertos com mão poderosa (Gn 15.13, 14).
O Senhor afirma para Seu servo o que ocorreria e também como julgaria seus
opressores. Não existe nada debaixo do sol que o senhor não veja, não conheça
ou não controle (Jó 28.24).
Destaque para seus alunos que
Deus ouviu esse clamor anos após anos. Mas, atuou no tempo certo em que o fruto
estava maduro pronto para colher. Às vezes, esquecemos –nos que Deus tem o
controle de todas as coisas. Porém uma coisa é certa: “quando chega o tempo
dEle agir, ninguém poderá impedir que o faça” (Is 43.13b).
2.
Guardado de forma sobrenatural.
O tempo da liberdade chegou; um libertador
viria, um homem escolhido pela mão de deus, um líder preparado especialmente
para lidar com os israelitas e confrontar o Faraó. Embora houvesse planos
terrestres para impedir a ação divina, o nosso Deus começou a agir da forma
como Ele é: Grande.
2.1 Quem
poderia impedir o futuro?
Com o passar dos tempos, os hebreus se tornaram
tão numerosos que passaram a assustar tremendamente os egípcios. E, por medo de
perder a terra, os egípcios foram impelidos a agir de forma brutal e selvagem
contra os hebreus. A insegurança e ódio dos egípcios tinham uma explicação; o
medo (Êx 1.13, 14). Felizmente, o plano de Faraó não obteve resultado, pois
quanto mais o povo de Deus era afligido, mais cresciam e aumentavam. Ao
perceber que seus fins não eram alcançados, Faraó aumentou a dose de sofrimento
e partiu para o infanticídio (Êx 1.15, 16). Uma inspiração maligna que daria
fim ao nascimento do libertador. No entanto, o que está determinado nos céus
jamais poderá ser sequer abalado por nada terreno.
Explique aos seus alunos que tal
como aconteceu com Israel no Egito, quanto mais a Igreja é perseguida neste
mundo, mais ela cresce e avança. Embora vejamos maldade e perversidade de forma
descontrolada, injustiça social e opressão agindo em lugar da paz, deveríamos
pensar no que Deus está fazendo ao preparar Sua Igreja para um grande
livramento.
2.2 Sifrá e Puá
Sifrá e Puá são duas mulheres extremamente
importantes no plano divino para o nascimento do libertador Moisés. O nome
Sifrá significa “beleza” e Puá “esplêndida”. Elas, com certeza deixaram um
lindo e esplêndido exemplo para nossos dias; temer a Deus acima de qualquer
circunstância. Elas eram as parteiras das hebreias, uma tarefa melindrosa,
porém gratificante. Essas duas mulheres receberam um edito muito cruel da parte
de Faraó. A ordem era matar os meninos e deixar viver as meninas. Não cumprir a
ordem de Faraó era arriscar a própria vida. Mas elas decidiram temer somente a
Deus e não ser coniventes com o erro, evitando derramar sangue inocente. A
bravura dessas duas mulheres teve influência direta no nascimento de Moisés.
2.3 A morte deu lugar à vida.
A maldade e a crueldade de Faraó não terminaram
quando as parteiras recusaram lhe atender. Ele não conhecia limites para o
terror e, assim, expediu outro decreto ordenando a morte de todos os meninos
(Êx 1.22). No mesmo tempo de Moisés, era impossível não identificar uma casa
onde houvesse um recém-nascido. A sabedoria de Joquebede durou três meses e o
Nilo, que deveria ser o lugar da morte dos machos, tornou-se o lugar da
Salvação de Moisés. Naquele cesto, estava a esperança de uma nação e o próprio
Egito, que tentara matar o libertador, foi o lugar onde ele foi cuidado,
instruído e qualificado. Não devemos pensar que Deus está dormindo ou que o inimigo
anda vagando pelo mundo a fazer o que bem entende. Lembremos que o Senhor está
acima de todas as coisas, até mesmo de nossos pensamentos (Is 55.8, 9).
As parteiras obedeceram a Deus e
não a Faraó. Por sua coragem e por optarem pela justiça, o Senhor resolveu
recompensá-las. Nem sempre o que é certo é o mais fácil. Como elas não foram
coniventes com o erro, veio sobre elas a benção de Deus (Êx 1.20, 21).
3. Lições
práticas.
Tudo o que é grandioso passa por sérios
tratamentos antes de existir. Não foi fácil para os hebreus ver a liberdade
sucumbir e, do dia para a noite, tornar-se escravo. Seu clamor durou
quatrocentos anos, mas, quando chegou o tempo de ser livre outra vez. Deus agiu
com mão forte e não houve quem pudesse impedir o que por Ele mesmo foi
determinado.
3.1 Deus
está no controle.
Nos momentos de grandes provações, é comum esquecermos
do que o nosso Deus é capaz. Ele sempre sabe tudo o que acontece conosco (Êx
3.7, 8ª). Seu livramento pode não chegar de acordo com o nosso horário ou no
momento em que pensamos, mas chegará na hora certa. Por mais severa e dura que
seja a provação que estivermos enfrentando, elas não diminuirão o interesse de
deus. O futuro pode parecer sombrio e podemos nos perguntar: onde Deus está? Se
bem O conhecermos, entenderemos que Ele está a caminho e, quando chegar, tudo o
que parecia ser absurdo se tornará real e palpável para cada um de nós.
Explique aos seus alunos que o
agir de Deus em favor daqueles que nEle esperam é sempre poderoso e
gratificante. Os capítulos sete e oito de Êxodo, revelam como Ele já poderia
ter liquidado a fatura. Mas Ele é tão poderoso que se revela passo a passo para
que, a cada dia, venhamos descobrir como é belo e maravilhoso.
3.2 Todos
nós nascemos com uma finalidade.
Moisés passou por tantos preparos, expectativas
e desilusões que, ao deparar-se com Deus, já não acreditava que poderia ser o
homem para o objetivo pelo qual nasceu (Êx 3.10, 11). Ele sempre soube desde o
pequeno que sua missão era libertar seu povo. É muito importante quando sabemos
para qual finalidade vivemos neste mundo. Não foi por acidente que nascemos
nesta era específica, na atual conjuntura da história, em determinado país e
neste mundo. Sabia que Deus está buscando homens e mulheres que obedeçam a Seu
propósito. Podemos até nos sentir incultos, incapazes e até mesmo
desqualificados, talvez cheguemos até a usar as mesmas desculpas de Moisés
diante de deus. Mas Deus chamou as coisas loucas, vis e desprezíveis; o que não
é para confundir o que é (1Co 1.28).
3.3
Operando Deus quem impedirá?
Mais que libertar os hebreus ou punir os
egípcios, Deus queria tornar aquele momento inesquecível em toda a história da
humanidade. De uma só vez, o Senhor riscou para sempre a memória daquela
geração de egípcios. Retirando os hebreus do Egito, o Senhor sabiamente estava
pondo um fim na economia daquela nação. É por isso que Faraó não os queria
libertar, pois eles eram os responsáveis por toda a mão de obra do Egito. Deus,
em um só golpe, exterminou os primogênitos do Egito, que simbolizavam o futuro
da nação e, em seguida, libertou Seu povo, deixando de uma só vez o Egito, sem
futuro e sem presente. O último golpe foi a destruição de todo o exército no
Mar Vermelho, mostrando que quando Ele opera não há quem possa impedir o Seu
agir (Is 43.13).
Devemos pensar muito bem sobre
nossas vocações. Deus, quando nos chama, não está vendo o que vemos hoje, Ele
já sabe o que vai acontecer. Abrace seu chamado, alegre-se, você pode ser a
esperança de salvação de uma nação.
Conclusão
A aflição pode durar um tempo, mas ela possui
prazo de validade. Embora a situação dos hebreus fosse de total calamidade,
Deus estava acompanhando tudo de perto sem perder um detalhe sequer. Por fim,
Moisés nasceu, o povo foi liberto e Faraó morreu. Nada pôde impedir o agir de
Deus. Em tempos difíceis, coloquemos nossa confiança no Senhor.
Questionário
1. Qual o principal personagem dos últimos
capítulos de Gênesis?
R: José (Gn 39 a 50).
2. Quando teve início o cativeiro dos hebreus
no Egito?
R: A partir da morte de José e da
chegada do novo Faraó (Êx 1.6-11).
3. Quais os principais motivos que originaram a
escravidão dos hebreus?
R: A revelação dada a Abraão e o fato
de serem pastores e numerosos (Gn 15.13; 46.34; Êx 1.7).
4. O que podemos aprender acerca de Deus nesta
lição?
R: Que Ele tem um propósito em tudo e
que ninguém poderá impedir o Seu agir (Is 43.13).
5. Qual o ensinamento mais importante dessa
lição?
R: Que Deus sabe tudo, vê tudo e não
perde o controle de nada (Jó 28.24).
Fonte: Revista
Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de
Israel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário