LIÇÃO 08 – Eliseu e o milagre da ressurreição.
23 de novembro de 2014
TEXTO ÁUREO
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque
é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é
galardoador dos que o buscam” Hb 11.6
VERDADE APLICADA
É muito importante saber honrar as pessoas,
principalmente, honrar aqueles que foram levantados por Deus para nos revelar
Seu intento, Seu caminho e Sua vontade.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Ensinar sobre a sunamita e como seus atos
de bondade redundou em bênçãos;
2. Falar sobre o encontro com o profeta e
como a sunamita agiu diante da morte de seu filho;
3. Descrever o livramento e a restituição
como frutos da bondade da sunamita.
Textos de referência
2Rs 4.16-21
16 E ele disse: A este tempo determinado,
segundo o tempo da vida, abraçarás um filho. E disse ela: Não, meu senhor,
homem de Deus, não mintas à tua serva.
17 E concebeu a mulher e deu à luz um filho, no
tal tempo determinado, segundo o tempo da vida que Eliseu lhe dissera.
18 E, crescendo o filho, sucedeu que, um dia,
saiu para seu pai, que estava com os segadores.
19 E disse a seu pai: Ai! A minha cabeça! Ai! A
minha cabeça! Então, disse a um moço: Leva-o a sua mãe.
20 E ele o tomou e o levou a sua mãe; e esteve
sobre os seus joelhos até ao meio-dia e morreu.
21 E subiu ela e o deitou sobre a cama do homem
de Deus; e fechou sobre ele a porta e saiu.
INTRODUÇÃO
A mulher de Suném que o texto se refere, era
descendente dos filhos de Issacar, que segundo o registro do primeiro livro das
Crônicas, eram aqueles que aconselhavam o reino e conheciam a ciência dos
tempos (Js 19.17-18; 1Cr 12.32). Ou seja, o rei só se movia debaixo de seus
conselhos.
1. A mulher de Suném
A versão espanhola (RV – Reina Valera)
apresenta a sunamita como uma “mulher importante”. O termo “importante”
significa: Pessoa com dignidade, que tem méritos; pessoa que tem uma formosa
maneira de ser. Ela era uma mulher rica em todos os sentidos da palavra.
1.1 Uma mulher sensível e
de fácil entendimento
Por dom natural, as mulheres são portadoras
de uma sensibilidade muito preciosa. Sem que Eliseu dissesse uma palavra acerca
de si, ela confidência com seu marido acerca do profeta dizendo: “Eis que tenho
observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus” (2Rs
4.9). De uma só vez ela identificou o homem de Deus que o profeta servia e a
qualidade de sua vida espiritual, Santo! Ela não discerne somente o ministério de
Eliseu, mas discerne também o caráter, a autenticidade, e a identidade desse
homem de Deus. Essa sábia mulher decide junto a seu esposo, construir um
aposento para o homem de Deus, atitude que vai desencadear poderosas bênçãos
sobre sua família, inclusive um filho que não podia ter (2Rs 4.10-14).
1.2 Um bom relacionamento
produz bênçãos poderosas
Algo moveu o coração daquela mulher em
relação ao profeta que passava a sua porta. Ela chama seu marido e diz:
façamos-lhe, pois, um pequeno quarto (2Rs 4.10). Seu desejo em abençoar era a
chave que abria a porta de seu futuro. Pois, o quarto que construiu para o
profeta foi o local em que seu filho veio a ressuscitar. Pelo desempenho dessa
mulher, seu marido certamente lhe confiava à administração das coisas do lar, e
sabemos que existem mulheres muito sábias na administração, mulheres que são
verdadeiras árvores frutíferas (Sl 128.3). Esse marido investia na esposa e lhe
deu meios para realização da obra, não foi machista. Foi tão sábio quanto ela.
Biblicamente, a mulher virtuosa, dada por Deus, é eficaz na administração do
lar (Pv 31.10-31). Pois a mulher tem o poder de edificar ou derrubar. Porém, a
sábia age como essa mulher, investe nas coisas santas e edifica seu lar (Pv
14.1).
1.3 É dando que se recebe
“Eis que tu nos tem tratado com todo o
desvelo; que se há de fazer por ti? Haverá alguma coisa de que se fale por ti
ao rei ou o capitão do exército? (2 Rs 4.13). A bondade feita sem interesse
sempre será recompensada pelo Senhor. Elizeu estava grato e desejou recompensar
de algum modo aquela família. Geazi lhe informou que aquela bondosa família não
possuía herdeiros (2 Rs 4.14). Ela era uma mulher habilidosa, rica, mas infeliz
por ter um lado vazio e um marido já de idade avançada, uma mulher sem
descendência, sem frutos, e sem sucessão. Mas sua bondade em trazer a presença
de Deus para sua casa honrando o profeta, lhe abriu as portas dos milagres, e
pôs para sempre um fim em sua esterilidade.
2. Eliseu e o filho da sunamita
A profecia de Eliseu se cumpriu no tempo
determinado, o “tempo da vida” corresponde a nove meses, o tempo de uma
gestação (2Rs 4.16a). Sua palavra foi tão poderosa que naquela mesma noite o
homem se tornou fértil, e a mulher foi curada de sua esterilidade.
2.1 O menino adoece e morre
Todas as vezes que uma benção grande nos
advém, podemos estar certos de que as forças opostas irão tentar nos
desestabilizar e até roubar nosso benefício se não estivermos atentos. De forma
repentina, o menino teve uma dor de cabeça e veio a falecer nos braços de sua
mãe, que de forma surpreendente, não desperdiçou uma lágrima, o levou ao quarto
que havia construído para o profeta, e foi até seu marido também sem esboçar
nada do acontecido, dizendo estar tudo bem, e informando que ia encontrar o
profeta (2 Rs 4.23). Devemos ressaltar a qualidade dessa mulher. Uma mulher
determinada e equilibrada, que sabia resolver as crises do lar, e que também
sabia como e a quem se dirigir nos momentos difíceis e trágicos da vida (Ef
6.10-13).
2.2 O encontro com o profeta
A sunamita sabia que o mesmo que se tornou
fonte para sua alegria portava consigo uma palavra acompanhada de milagres. Ao
chegar ao monte, ela não revelou o motivo de sua chegada Geazi e, cautelosa,
busca apenas a orientação do homem de Deus. Essa mulher nos chama a atenção
exatamente pela maneira como conduz as coisas (2 Rs 4.25-27). Ela é uma pessoa
que não fica sofrendo pelos cantos, pedindo orações desesperadas a um e outro,
mas usa o tempo e o modo de forma correta; buscando também as pessoas a quem
deve se dirigir para a solução de seus problemas. Ela não fez alarde ao marido,
não falou com a vizinhança, não andou chorando pelas ruas. Ela age
discretamente, parece estar muito convicta do que faz (Pv 24.10).
2.3 Eliseu ressuscita o menino
Elizeu envia Geazi, mas existem coisas que
somente nós mesmos podemos fazer. Enquanto Geazi sai para a frustrada missão, a
sunamita usa diante de Elizeu uma linguagem profética (2 Rs 4.30) A palavra
usada por ela é a mesma usada por Elizeu diante de Elias (2 Rs 2.4). Era como
se lhe dissesse: “Eu sei as palavras que você disse a Elias quando desejou
porção dobrada da unção. Se funcionou com você, vai funcionar comigo também. Eu
não te deixarei, e assim como a bênção dele passou para sua vida, a sua bênção
passará para mim. Sei que você é um portador de milagres e só saio daqui quando
o meu acontecer. Lembra! Foi você quem começou a boa obra, agora termine de
concluí-la. Após tal declaração Eliseu não teve outra alternativa, a não ser
tomar uma atitude em relação ao seu caso e resolvê-lo.
3. Os frutos colhidos pela atuação da bondade
Ao acolher o profeta em sua casa, a mulher
sunamita não somente teve o benefício de um filho e a experiência sobrenatural
de um milagre, ela viu seu lar totalmente transformado. Agora, uma fome se
estende pela terra, e ela é a única que é avisada. Vejamos mais esses frutos
por ela colhidos.
3.1 O aviso e o livramento
Pessoas que sabem honrar sempre são honradas
por Deus. Uma fome se estende por toda a cidade, mas só existe o registro de
uma pessoa que foi avisada, a mulher de Suném (2Rs 8.1-2). É muito importante
entender o que Elizeu diz. Ele está revelando a sunamita que Jeová era quem
estava enviando a fome sobre a terá, e que durou sete anos (um tempo
específico) aquela terra seria visitada pela escassez. No meio de toda aquela população
somente esta mulher foi avisada. Eis a recompensa pelo que fez ao profeta.
“...a terra passaria pela fome, mas ela e sua família não”. Pessoas conectadas
com Deus sabem perfeitamente a origem dos eventos ocorridos na terra, e são
preservadas pela retidão de seus corações (Ap 3.10).
3.2 Movendo-se no tempo certo
A sunamita saiu no tempo de Deus, e agora se
move no mesmo tempo profético para voltar às suas terras. Como Issacar, ela se
move com sabedoria, e a direção de Deus. O Senhor viu seu investimento na vida
do profeta, e o milagrosamente cuidou de tudo o que possuía enquanto esteve
ausente (Dt 6.25). Segundo a Lei judaica se uma pessoa se ausentasse de suas
terras por sete anos, o estado deveria confiscar seus bens. Legalmente, ela
havia perdido sua casa e suas terras. Porém, como ela siu no tempo e debaixo de
uma revelação Divina, Deus cuidou de tudo o que lhe pertencia. Enquanto Geazi
falava ao rei das proezas de Elizeu, a sunamita chega a sua presença e
exatamente nesse momento é restituída.
3.3 A restituição de todas as perdas
Então o rei lhe deu um oficial, dizendo:
“Faze-lhe restituir tudo quanto era seu, e todas as rendas das terras desde o
dia em que deixou a terra até agora” (2 Rs 8.3-6). O rei aqui é um tipo de
Cristo, aquele que nos restitui de todas asa coisas. Três coisas lhe foram
devolvidas. A casa, suas terras, e todos os valores desses sete anos ausente. O
Estado sabia tudo o que fora arrecadado durante esses sete anos de ausência,
toda a quantidade de frutos produzida pela suas terras, toda a quantidade de
azeite, de cereais, de vinho, e de tudo. Então o rei ordenou um oficial do
palácio dizendo: “faça com que se devolvam a essa mulher todas as coisas que
eram suas e todos os frutos de suas terras, desde o dia em que deixou o país
até agora” (2 Rs 8.3-6; Jó 33.26; Tg 5.16).
Conclusão
O Senhor recompensou a obediência com a
restituição de todos os bens. Seu único esforço foi sair e voltar no tempo
certo, foi mover-se no tempo de Deus. Como seria sábio para algumas pessoas
retornarem ao lugar da benção, da revelação, e do livramento!
Questionário
1 Quem
eram os descendentes de Suném?
2
O
que a mulher de Suném discerniu ao ver o profeta?
3
Quais
as duas dificuldades da Sunamita?
4
Onde
a sunamita pôs seu filho após morrer?
5
Cite
as três coisas que foram devolvidas a sunamita.
17 de Março de 2013
TEXTO ÁUREO
"Ora, o rei falava a Geazi, moço do
homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu
tem feito"
(2 Rs 8.4).
VERDADE PRÁTICA
Os milagres realizados por Eliseu não visaram à glorificação pessoal do
profeta, mas demonstraram o amor e a graça de Deus.
HINOS SUGERIDOS 7, 510, 517
LEITURA
DIÁRIA
|
|
Segunda - 2 Rs 4.43
A
multiplicação dos pães
|
S
|
Terça - 2 Rs 7.1
Abundância de
víveres
|
T
|
Quarta - 2 Rs 4.36,37
A ressurreição
do filho da sunamita
|
Q
|
Quinta - 2 Rs 6.6
O machado
flutuante
|
Q
|
Sexta - 2 Rs 2.21,22
As águas de
Jericó
|
S
|
Sábado - 2 Rs 5.14
A cura de
Naamã
|
S
|
2 Reis 2.9-14
INTERAÇÃO
Professor,
estudaremos nesta lição alguns dos milagres realizados pelo profeta Eliseu.
Este abnegado servo de Deus foi um dos sete mil que não se dobraram diante de
Baal. As intervenções sobrenaturais, realizadas por intermédio de Eliseu, são
muitas, o que torna impossível tratar
de todas em uma única lição. Por isso, as narrativas de seus milagres foram
divididas em quatro grupos, tornando o ensino mais didático: milagres de
provisão, restituição, restauração e julgamento. Todas essas intervenções
divinas operadas por Eliseu demonstram
o poder de Deus. Os milagres tinham como único propósito evidenciar a graça e
a glória do Todo-Poderoso. A intenção não era jamais exaltar as virtudes do
profeta.
|
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Elencar os milagres de Eliseu.
Entender o que motivou os milagres de Eliseu.
Compreender os propósitos dos milagres de Eliseu.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza o quadro abaixo de acordo com as suas possibilidades. Inicie a aula
com as seguintes indagações: "Você acredita em milagres?"
"Qual o verdadeiro objetivo de um milagre?" Ouça os alunos com
atenção e diga que Deus não mudou. Ele continua operando milagres e
maravilhas. Todavia, os milagres são para aqueles que creem. Quem tem um
coração duvidoso jamais poderá experimentar dos milagres divinos. Para
fortalecer a fé dos seus alunos conclua apresentando o quadro abaixo com os
vários milagres realizados por Eliseu.
|
MILAGRES
DE ELISEU
|
||
Milagres
|
Referência
|
Fatores
|
1. O rio
Jordão é dividido
|
2
Reis 2.13,14
|
Água
|
2. A fonte purificada em Jericó
|
2
Reis 2.19-22
|
Água
|
3. O azeite da
viúva é multiplicado
|
2
Reis 4.1-7
|
Azeite
|
4. Um menino
morto e ressuscitado
|
2
Reis 4.18-37
|
A vida de uma criança
|
5. Um guisado
envenenado é purificado
|
2
Reis 4.38-41
|
Farinha
|
6. A comida
dos profetas é multiplicada
|
2
Reis 4.42-44
|
Pão e grãos
|
7. Naamã é
curado da lepra
|
2
Reis 5.1-14
|
Água
|
8. Geazi
torna-se leproso
|
2
Reis 5.15-27
|
Somente palavras
|
9. O ferro de
um machado flutua
|
2
Reis 6.1-7
|
Água
|
10. O exército
sírio torna-se cego
|
2
Reis 6.8-23
|
Oração de Eliseu
|
Eliseu era um lavrador pertencente a uma família abastada de Israel,
quando foi chamado a exercer o ministério profético (1 Rs 19.19-21). Sem dúvida, era um dos sete mil que não
haviam se dobrado diante de Baal. E essa foi uma das razões pelas quais o
Senhor o escolhera. As intervenções sobrenaturais, através de Eliseu, são
impressionantes (1 Rs 19.16).
Dividimos aqui as narrativas de seus milagres em quatro grupos. Nem todos os
milagres operados por Eliseu serão estudados aqui, mas os que analisarmos
servirão para ilustrar os propósitos divinos na vida de seu povo. .
1. A multiplicação dos pães. Esse é um milagre de
provisão. Eram cem os discípulos dos profetas e só havia vinte pães para
alimentá-los (2 Rs 4.42-44). A lei da
procura era maior do que a da oferta! O que fazer diante da situação? O profeta
Eliseu não olha às evidencias naturais, mas seguindo a direção de Deus,
profetiza que todos comeriam e ainda sobrariam pães! Como? Não havia lógica
nenhuma nessa predição. Todavia,
milagres não se explicam, aceitam-se pela fé! Muito tempo depois encontramos o
Novo Testamento detalhando como Jesus Cristo operou um milagre com a mesma
dinâmica, mas em maior proporção (Jo 6.9).
Em ambas as histórias, a graça de Deus em prover o necessário para os carentes
fica em evidência.
2. Abundância de víveres. Jorão, filho de Acabe,
estava assentado no trono do reino do Norte e, a exemplo de Jeroboão, foi mau
governante (2 Rs 3.1-3). A
consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria
promovida por Ben-Hadade II. Com a cidade sitiada, a consequência natural foi a
escassez de alimentos. Vendia-se desde cabeça de jumento até mesmo esterco de
pombo na tentativa de amenizar a fome. Pressionado pela crise, o rei procurou o
profeta Eliseu e o responsabilizou pela tragédia. Sempre o Diabo querendo
culpar Deus! Todavia, o Senhor demonstra, mais uma vez, a sua graça, e orienta
Eliseu a profetizar o fim da fome! Como nos outros milagres, esse tem seu
cumprimento de forma inteiramente sobrenatural e inexplicável.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Milagres não se explicam, aceitam-se pela fé! Aqueles que duvidam não
recebem nada de Deus.
1. A ressurreição do filho da sunamita. Mesmo havendo deixado o
filho morto em casa, a rica mulher de Suném demonstra uma fé inabalável (2 Rs 4.18-37). Quando a caminho, e interrogada
por Geazi, servo de Eliseu, sobre como iam as coisas, ela respondeu: "Tudo
bem!" Nada está fora de controle quando Deus está no comando. A sequência
da história mostra o profeta Eliseu orando ao Senhor sobre o corpo inerte do
garoto (2 Rs 4.33,34). Os gestos do profeta parecem não ter
sentido, mas sem dúvida refletem a orientação divina (2 Rs 4.34,35).
O Senhor responde a oração do profeta e a vida volta novamente ao filho da
sunamita (2 Rs 4.35-37).
2. O machado que flutuou. Um dos discípulos dos
profetas perdera a ferramenta que tomara emprestada (2 Rs 6.1-7). Naqueles dias, os instrumentos de ferro eram
escassos e valiosos. Daí o seu desespero. Duas coisas observamos nesse texto:
primeiramente, a motivação do milagre que está bem expressa no lamento daquele
que perdera o machado. O que nos faz lamentar? A nossa motivação está correta?
Em segundo lugar, vemos o profeta procurando identificar o local onde a
ferramenta havia caído. O Senhor está pronto a restituir o que perdemos, mas
temos de ter consciência disso.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Nada está fora de controle quando Deus está no comando. Ele é soberano!
1. A cura de Naamã. Algumas coisas nos
chamam a atenção no relato desse milagre (2 Rs
5.1-19). Em primeiro lugar, observamos que o general sírio fica
indignado quando o profeta não age da forma que ele imaginou (2 Rs 5.11). Deus não faz shows, nem tampouco
opera para satisfazer nossa curiosidade. Em segundo lugar, vemos que Deus não
estava interessado na análise lógica de Naamã (2
Rs 5.11,12), mas apenas em
sua obediência. Em terceiro lugar, Naamã recebe a cura quando desce ao Jordão (2 Rs 5.14). Ninguém será restaurado se não
descer! Naamã desceu e foi curado. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes (Tg 4.6). Em quarto lugar,
Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2 Rs 5.15,16).
Eliseu recusou! A graça não aceita pagamento por aquilo que faz.
2. As águas de Jericó. O texto de 2 Reis 2.19-22 narra o episódio das águas
amargas de Jericó que se tornaram saudáveis através da ação de Eliseu. Aqui, o
profeta pede um prato novo e, que neste, se coloque sal. Feito isso, ele
profetiza que aquelas águas tornar-se-iam potáveis segundo a palavra do Senhor.
Tais exigências possuíam um valor simbólico, pois o sal representa um elemento
purificador (Lv 2.13; Mt 5.13). O prato novo simboliza um
instrumento de dedicação especial ou exclusiva a Deus para aquele momento. Em
todo caso, foi o poder de Deus que purificou as águas e não o poder desses
objetos e ingredientes.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Deus não faz shows e não se agrada daqueles
que se utilizam dos seus milagres para se promoverem. O Senhor não
opera para satisfazer nossa curiosidade.
1. Maldição dos rapazinhos. Certa vez, uns jovens
debocharam de Eliseu, dizendo-lhe: "Sobe, calvo, sobe, calvo"!
Reagindo à situação, o profeta invoca o julgamento divino sobre os zombadores,
amaldiçoando-os em nome do Senhor (2 Rs 2.23-25).
O efeito foi devastador. Apareceram duas
ursas selvagens, que se investiram contra os rapazes, matando quarenta e dois
deles. Não se pode brincar com as coisas sagradas e muito menos escarnecer dos
servos de Deus.
2. A doença de Geazi. No relato de 2 Reis 5.20-27, observamos as razões pelas
quais Geazi foi julgado. Ele supunha que a recusa de Eliseu em aceitar os
presentes de Naamã era apenas uma questão pessoal do profeta (2 Rs 5.20). Por isso, resolveu tirar partido
da situação. Usou o nome de Eliseu para validar sua cobiça, procurando tornar
aceitável o que Deus havia abominado (2 Rs 5.22).
Ele deveria saber que Deus não vende suas bênçãos, mas as dá gratuitamente. E,
assim, o cobiçoso Geazi trocou o arrependimento pelo fingimento e ainda trocou
a bênção pela maldição (2 Rs 5.25,27). Em consequência, teve de conviver com a
lepra pelo resto da sua vida!
Não se pode brincar com as coisas sagradas e
muito menos escarnecer dos servos de Deus
Os milagres operados por Eliseu demonstram o poder divino. Todos
tiveram um propósito específico: evidenciar a graça e a glória de Deus nas mais
diferentes situações. Em nenhum momento, essas intervenções exaltam as virtudes
do profeta.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Bibliográfico
"Deus cura a lepra de Naamã
O poder divino, o qual se manifestou através da
cura da lepra de Naamã, tinha o propósito de demonstrar que o Deus de Israel
era maior que as divindades da Síria. O milagre aconteceu em benefício dos
israelitas e também dos sírios. Os israelitas entenderam que Deus desejava
fazer deles o seu instrumento para conquistar outros povos. Também está aqui
evidente o ponto de vista profético de que o reino do Norte, assim como o de
Judá, estava essencialmente relacionado com o cumprimento de Deus para seu
povo.
O desespero de Naamã, causado pela impureza do rio
Jordão, pode ter sido provocado em parte pela correta comparação que fez com
os rios Abana e Farpar. Entretanto, a questão verdadeira era a sua má vontade
em se humilhar adequadamente, e obedecer à ordem de Deus para obter a cura.
O registro da cura de Naamã representa um cativante
relato da 'cura de leproso'. Existe aqui um retrato notável sobre: (1) A
grandeza que não leva a coisa alguma - um grande homem... porém leproso; (2)
O testemunho da fé de uma escrava; (3) Um pedido inesperado e humilde; (4) A
obediência e a cura completa" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 2.
1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 349).
|
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio Bibliográfico
· "A fama de
Eliseu (2 Rs 6.12)- Vários eventos
claramente mostram que os milagres de Eliseu foram realizados com a intenção
de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. A cura de Naamã
(2 Rs 5), a reputação conseguida
expondo os planos dos sírios (2 Rs 6.12)
e o livramento da unidade militar que veio para capturá-los (2 Rs 6.12,13)
todos testemunham o poder de Deus. Sirvamos à igreja de Cristo. Porém, nunca
percamos a visão daqueles fora de seus limites" (RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo
por capítulo. 9. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 247).
· Geazi é atacado de
lepra (2 Rs 5.20-27) - Naamã
havia oferecido um presente a Eliseu; porém, o profeta o recusou. No entanto,
sua gratidão era tão grande que ele prontamente deu dois talentos de prata a
Geazi supostamente para dois jovens profetas necessitados. Eliseu transferiu
a lepra de Naamã para Geazi, não só porque ele havia mentido por razões
pessoais, mas o que é ainda pior, seu interesse egoísta por dinheiro havia
diminuído a eficiência do ministério de Eliseu para Deus. Esse incidente se
apresenta como uma impressionante advertência a todos os servos do Senhor que
colocam os interesses pessoais à frente da causa do Mestre" (Comentário
Bíblico Beacon. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 350).
|
VOCABULÁRIO
Víveres: Gênero alimentício;
comestíveis, mantimentos.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo
por capítulo. 9. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
ZUCK, Roy B. Teologia
do Antigo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador
Cristão
CPAD, nº 53, p.41.
EXERCÍCIOS
1. Quais
milagres de provisão são listados na lição?
R.
Multiplicação dos pães e abundância de víveres.
2. Que lição
podemos aprender com o machado que flutuou?
R. O Senhor está pronto a restituir ou
restaurar quem perdeu alguma coisa, desde que se tome consciência disso.
3. Cite pelo
menos duas lições extraídas da cura de Naamã.
R. Deus não
opera milagres para satisfazer nossa curiosidade. Ele também resiste aos
soberbos.
4. Como os
rapazes zombaram do profeta?
R. "Sobe,
calvo. Sobe, calvo".
5. Cite pelo
menos duas razões pelas quais Geazi experimentou o juízo divino.
R. Geazi viu
apenas uma ação humana quando deveria ver uma ação divina e também trocou a
verdade pela mentira.
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