segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Lição 4 Não Farás Imagens de Esculturas

Lição 4 Não Farás Imagens de Esculturas
25 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO
"Portanto, meus amados, fugi da idolatria." (1 Co 10.14)

VERDADE PRÁTICA
O segundo mandamento proíbe a idolatria, adoração de ídolo, imagem de um deus ou de qualquer objeto de culto

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lv 19.4 Deus proíbe a fabricação de ídolos e deuses de fundição
Terça - Dt 4.12 A adoração a Deus deve ser sem imagens e sem figuras
Quarta - Mt 4.10 Somente Deus deve ser adorado e a Ele devemos servir
Quinta - Jo 4.24 Deus é Espírito e deve ser adorado em espírito e em verdade
Sexta - At 17.24,25 Deus não habita em templo feito por mãos humanas
Sábado - 1 Jo 5.21 O combate à idolatria é mantido pelo apóstolo João

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.4-6; Deuteronômio 4.15-19

OBJETIVO GERAL
Mostrar que Deus se revela ao homem sem a necessidade de meras reproduções.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao lado, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1 Explicar a proibição bíblica quanto à idolatria.
2 Apresentar a característica zelosa de Deus.
3 Conscientizar sobre o verdadeiro culto a Deus.
4 Esclarecer quanto à idolatria da teologia romana.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, a lição desta semana relembra-nos o caráter único de Deus. O nosso Pai não aceita dar a sua glória a outrem. O ser humano religioso é vulnerável quanto aos misticismos do mundo atual. Às vezes, uma coincidência na vida de uma pessoa é interpretada como uma dádiva de um "santo" ou o benefício de um "anjo". Entretanto, a Bíblia apresenta o único intermediário entre Deus e a humanidade: Jesus Cristo, o Homem (1 Tm 2.5,6). O Senhor Jesus foi crucificado, morto e ressuscitou ao terceiro dia, para nos dar vida suficiente. Ele rasgou o véu e, por isso, não podemos tornar a costurá-lo devido a cultura ou a tradição de um povo. Que o Senhor ilumine a nossa mente e resplandeça sobre nós o conhecimento da sua Palavra. Boa aula!

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

O primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. A ordem do segundo mandamento é para adorar a Deus diretamente, sem mediação de qualquer objeto. A idolatria é o primeiro dos três pecados capitais na tradição judaica, "a idolatria, a impureza e o derramamento de sangue". Os cristãos devem se abster da contaminação dos ídolos (At 15.20).

I. PROIBIÇÃO À IDOLATRIA

1. Ídolo e imagem. O termo hebraico empregado aqui para "imagem de escultura" (Êx 20.4; Dt 5.8) é péssel, usado no Antigo Testamento para designar os deuses (Is 42.17), como Aserá, a divindade dos cananeus (2 Rs 21.7, TB - Tradução Brasileira). Esses ídolos eram esculpidos em pedra, madeira ou metal (Lv 26.1; Is 45.20; Na 1.14). A Septuaginta traduz péssel pela palavra grega eidolon, "ídolo", a mesma usada no Novo Testamento (1 Co 10.14; 1 Jo 5.21). O ídolo é um objeto de culto visto pelos idólatras como tendo poderes sobrenaturais e a imagem é a representação do ídolo.

2. Idolatria. O termo "idolatria" vem de eidolon, "ídolo", e latreia, "serviço sagrado, culto, adoração". Idolatria é a forma pagã de adoração a ídolos, de adorar e servir a outros deuses ou a qualquer coisa que não seja o Deus verdadeiro. É prática incompatível com a fé judaico-cristã, pois nega o senhorio e a soberania de Deus. Moisés e os profetas viam na idolatria a destruição de toda a base religiosa e ética dos israelitas, além de negar a revelação (Dt 4.23-25).

3. Semelhança ou figura. A frase "Nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra" (Êx 20.4b; Dt 5.8b), à luz de Deuteronômio 4.12,15, proíbe adorar o próprio Deus verdadeiro por intermédio de qualquer objeto. A palavra hebraica para "semelhança" é temunah, "aparência, representação, manifestação, figura". Sua ideia básica é de aparência externa, ou seja, uma imagem vista numa visão (Nm 12.8; Dt 4.12,16-18; Jó 4.16; Sl 17.15). Essa proibição inclui a representação de coisas materiais como homens e mulheres, pássaros, animais terrestres, peixes e corpos celestes (Dt 4.16-19).

PONTO CENTRAL
Deus se revelou ao homem sem necessidade de mediações sob meras reproduções imagéticas e humanas.

CONHEÇA MAIS
*Abadia de  Westminster
Local onde foi instituída a Assembleia de Westminster, isto é, na cidade de Westminster, em Londres, na Inglaterra, em  1643. Em abril de 2011, o casal de príncipes britânicos casou nesta Abadia. Em 1648 foi sancionada a Confissão de Fé e aprovados os Catecismo Maior e o Breve Catecismo de orientação protestante.  
O Catecismo é um documento de orientação de fé de determinada tradição cristã.

SÍNTESE DO TÓPICO I
Reproduzir imagens humanas, de animais ou qualquer outra coisa, com a finalidade de adorar, foi proibido ao povo de Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, após expor esse primeiro tópico, ressalte ao aluno que, diferentemente do Antigo Testamento, a maioria dos ídolos do século XXI não é feita por mãos humanas, mas se alimenta dos pensamentos e dos desejos das mentes e dos corações de carne. Os ídolos atuais são invisíveis, pois na maioria das vezes não têm corpo e sangue, nem ferro ou madeira. Os ídolos do século XXI alimentam-se das ambições das pessoas, do desejo desenfreado e egoístico de ter mais e mais. Não há como servir ao Senhor, nosso Deus, e, ao mesmo tempo, a "Mamon".


II. AMEAÇAS E PROMESSAS
1. O Deus zeloso. O adjetivo hebraico qanna, "zeloso", aparece apenas cinco vezes no Antigo Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15) e está associado ao nome divino el, "Deus". O zelo de Jeová consiste no fato de ser Ele o único para Israel, e este não deveria partilhar o amor e a adoração com nenhuma divindade das nações. Esse direito de exclusividade era algo inusitado na época e único na história das religiões, pois os cultos pagãos antigos eram tolerantes em relação a outros deuses.
2. As ameaças. A expressão "terceira e quarta geração" (Êx 20.5; Dt 5.9) indica qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica (Am 1.3,6,11,13; 2.1,4,6; Pv 30.15,18,21,29). O objetivo aqui é contrastar o castigo para "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de abençoar a milhares de gerações.
3. As promessas. Salta à vista de qualquer leitor a diferença entre castigo e misericórdia. A ira divina vai até a quarta geração, no entanto, a misericórdia de Deus chega a mil gerações sobre os que guardam os mandamentos divinos (Êx 20.6; Dt 5.10). Muito cedo na história, o nosso Deus revela que seu amor ultrapassa infinitamente o juízo.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Deus é um Deus zeloso e não divide a sua glória com ninguém.


III. O CULTO VERDADEIRO
1. Adoração. O segundo mandamento proíbe fazer imagem de escultura e também de se prostrar diante dela para  adorá-la: "não te encurvarás a elas, nem as servirás" (Êx 20.5; Dt 5.9). Adoração é serviço sagrado, culto ou reverência a Deus por suas obras. É somente a Deus que se deve adorar (Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9).

2. Deus é espírito. O Catecismo Maior de Westminster (1648)* declara que "Deus é Espírito, em si e por si infinito em seu ser (Jo 4.24; Êx 3.14; Jó 11.7-9)". O espírito é substância imaterial e invisível, diferentemente da matéria. É também indestrutível, pois o "espírito não tem carne nem ossos" (Lc 24.39). Além de a Bíblia afirmar que Deus é espírito, declara também de maneira direta que Ele é invisível (Cl 1.15; 1 Tm 1.17). Assim, a espiritualidade que tem Deus como alvo é incompatível com as imagens dos ídolos.

3. Deus é imanente e transcendente. A imanência é a forma de relacionamento de Deus com o mundo criado e principalmente com os seres humanos e sua história. O Salmo 139 é um exemplo clássico. A transcendência significa que Deus é um ser que não pertence à criação, não faz parte dela, transcende a toda matéria e a tudo o que foi criado (Jo 17.5,24; Cl 1.17; 1 Tm 6.16). O exclusivismo da sua adoração é natural porque Deus é incomparável; ninguém há como Ele no universo (Rm 11.33-36).

SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus é Espírito e importa que o adoremos em espírito e em verdade


IV. AS IMAGENS E O CATOLICISMO ROMANO
1. O que dizem os teólogos católicos romanos? A edição brasileira do Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1993, no período do pontificado do papa João Paulo II, afirma que o culto de imagens não contradiz o mandamento que proíbe os ídolos. Os teólogos católicos romanos ensinam que a confecção da arca da aliança com os querubins e a serpente de metal no deserto (Êx 25.10-22; 1 Rs 6.23-28; 7.23-26; Nm 21.8) permitem o culto às imagens.

2. Uma interpretação forçada. O argumento da igreja católica é falacioso porque os antigos hebreus não cultuavam os querubins nem a arca, menos ainda a serpente de metal. O povo não dirigia orações a esses objetos. A arca e os querubins do propiciatório sequer eram vistos pelo povo, pois ficavam no lugar santíssimo (Êx 26.33; Lv 16.2; Hb 9.3-5). Quando o povo começou a cultuar a serpente  que foi construída no deserto, o rei Ezequias mandou destruí-la  (2 Rs 18.4). As peças religiosas a que os teólogos católicos romanos se referem serviam como figuras da redenção em Cristo (Hb 9.5-9; Jo 3.14,15).
3. O uso de figuras como símbolo de adoração. A adoração ao Deus verdadeiro por meio de figura, símbolo ou imagem é idolatria. Isso os israelitas fizeram no deserto (Êx 32.4-6). Mica e Jeroboão I, filho de Nebate, procederam da mesma maneira (Jz 17.2-5; 18.31; 1 Rs 12.28-33). Os ídolos que a Bíblia condena não se restringem a animais, corpos celestes ou forças da natureza, pois inclui também figuras humanas (Sl 115.4-8).

4. Mariolatria. É o culto de Maria, mãe de Jesus. Seus adeptos dirigem oração a ela, prostram-se diante de sua imagem e acreditam que sua escultura é milagrosa. Isso é idolatria! Os devotos, propagandeados pela mídia, atribuem a Maria uma posição que a Bíblia não lhe confere. Nós reconhecemos o papel honroso da mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, mas ela mesma jamais aceitaria ser cultuada (Lc 1.46, 47; 11.27, 28; 1 Tm 2.5).

SÍNTESE DO TÓPICO IV
Não há base bíblica para praticar o que a teologia romana ensina à igreja.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, a devoção às imagens e esculturas, no Brasil, é um fenômeno religioso poderoso. Milhares de pessoas, ano a ano, pagam as suas promessas, subindo às mais altas escadarias das catedrais para celebrar o santo. Mas é importante que expliquemos aos alunos que, por trás da idolatria, há interesses econômicos poderosos. O teólogo Lawrence Richards, comentando o capítulo 19 do livro de Atos, explica com clareza a razão econômica da idolatria praticada em Éfeso: "[...] Em Éfeso, Paulo arruína o negócio daqueles que fabricam e vendem imagens da deusa Ártemis. Demétrio, presidente de um dos sindicatos locais, inicia uma revolta entre os negociantes preocupados. 'Precisamos parar este movimento', clama Demétrio, 'ou todos ficaremos sem emprego'.
A preocupação expressa pelas vítimas desse missionário cristão [ ou seja, Paulo] é verdadeira. Diariamente, os cidadãos americanos gastam mais de 80 milhões de dólares com o ocultismo. Eles visitam cartomantes, com encantos e amuletos, contratam mágicos para curar doenças ou amaldiçoar inimigos. Ora, toda indústria turística americana está baseada nas pessoas visitando cidades como Éfeso, onde há famosos templos e santuários.
Simplesmente falando, o império não pode dar-se ao luxo de tolerar pessoas como Paulo, que pregam contra a feitiçaria e a idolatria. Toda a nossa economia desmoronará se estes fanáticos forem tolerados.
Alguns podem argumentar que a mensagem de Paulo é verdadeira, e que o poder de seu 'Espírito Santo' e de 'Jesus' é maior do que o poder dos espíritos dos quais eles dependem. Isso pode ser verdade. Mas, definitivamente, não ousamos nos converter, tornando-nos cristãos. Há muita gente que ganha a vida com o ocultismo. É uma indústria que o império simplesmente precisa apoiar" (RICHARD. Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de  Janeiro: CPAD, p.275).



CONCLUSÃO
Devemos ter discernimento para distinguir ídolos de objetos meramente decorativos. Tudo aquilo que a pessoa ama mais do que a Deus torna-se idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). A Bíblia não proíbe as artes, nem a escultura em si mesma e nem a pintura. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35). O rei Salomão mandou esculpir querubins na parede e touros e leões para decorar o templo (1 Rs 6.29; 7.29) e o palácio real (1 Rs 10.19, 20), mas nunca com objetivo de que tais objetos fossem adorados.

PARA REFLETIR
A respeito da Idolatria:

É correto afirmar que a idolatria se caracteriza apenas por imagens de esculturas?
Não. A idolatria se caracteriza por tudo aquilo que toma o lugar de Deus no coração da pessoa.

Com a máxima semítica "terceira e quarta geração", o autor bíblico quer se referir ao número exato de vezes que Deus castigará a geração? 
Não. O objetivo é contrastar o castigo para "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de abençoar a milhares de gerações.

Por que não podemos ter uma atitude de adoração ou devoção a Maria?
Em primeiro lugar, Maria, apesar de ser a mãe de Jesus, era uma mulher igual às outras, mas achada graciosa pelo Senhor. E ela jamais aceitaria ser cultuada, pois a glória deve ser dada somente a Deus.

Ter objetos decorativos em casa é idolatria?
Não. Não há nada na Bíblia que condene ter objetos decorativos em casa.

A Bíblia proíbe as artes?
Não. Temos de ter discernimento para não proibirmos o que a Bíblia não proíbe. Temos de distinguir os ídolos dos objetos meramente decorativos e das artes e esculturas artísticas. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35).

VOCABULÁRIO
Imagética: Que revela imaginação. Ocultismo: Crença na ação ou influência dos poderes sobrenaturais ou supranormais.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA
Estilos de Aprendizagem
O estilo de aprendizagem é a maneira pela qual a pessoa vê ou entende melhor o mundo que a cerca e, depois, utiliza seu conhecimento. Quando entendermos esses estilos de aprendizagem e ajustarmos a eles nossa maneira de educar, alcançaremos os que Deus nos confiou para ensinar.
Manual do Pentateuco
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Cristo entre outros Deuses

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Lição 3 – Homens fiéis na Bíblia

Lição 3 – Homens fiéis na Bíblia
18 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO
“E era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações” Lc 2.37

VERDADE APLICADA
Devemos viver uma vida de princípios éticos e morais que nos garanta uma vivência de fidelidade conforme os padrões exigidos por Deus no meio de uma sociedade pecadora.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Demonstrar que a obediência é fruto da fidelidade;
2. Ressaltar que sempre devemos permanecer fiéis;
3. Decidir pelo caminho de fidelidade para termos vitória em todas as situações da vida.

Glossário
Pregoeiro: Aquele que apregoa, anuncia;
Manjar: Iguaria delicada e apetitosa;
Cabalmente: Satisfatoriamente.

Textos de referência
Ez 14.14; Lc 2.36-38

Ez 14.14 ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ.
Lc 2.36-38
36  E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade,
37  e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.
38  E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.

Leituras Complementares.
Segunda 2Pe 2.5
Terça Gn 6.8
Quarta Lc 2.38
Quinta Dn 1.8
Sexta Dn 3.18
Sábado Dn 6.4

Esboço
Introdução
1.    Um homem escolhido: Noé
2.    Ana, uma mulher fiel
3.    Um jovem que decidiu ser fiel
Conclusão

INTRODUÇÃO
Para ser fiel é preciso fé. Fé resultante de ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Fé que é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22, 23). Os servos exemplares da Bíblia tinham dúvidas, inseguranças e fraquezas, mas o Espírito de Deus os capacitou para enfrentarem desafios e permanecerem fiéis até o fim (Hb 11.34; Tg 5.17). Nesta lição, estudaremos três deles: Noé, Ana e Daniel. Aprendamos muito com esses referenciais em fidelidade.

1.  Um homem escolhido: Noé
Ao lermos a história de Noé, aprendemos a importância da fidelidade, pois no meio de uma sociedade corrompida ele se colocou como um pregoeiro da justiça (2Pe 2.5) dando ouvidos à voz de Deus e executando minuciosamente as ordens que lhe foram confiadas. A fidelidade de Noé nos inspira a sermos cristãos exemplares que vivem uma vida de obediência a Deus, exercitando a fé em Suas promessas.

1.1 Pelo seu exemplo em uma sociedade corrompida
Na época de Noé a sociedade estava totalmente perdida (Gn 6.5), mas ele achou graça aos olhos do Senhor e foi considerado justo e reto no meio daquela geração (Gn6.8). O seu nascimento é acompanhado de uma expectativa quanto a ação de Deus em favor dos justos em uma terra totalmente depravada (Gn 5.29). À semelhança de Noé, vivemos em uma sociedade que perdeu o temor e a reverência a Deus. São homens preocupados em satisfazer as suas próprias vontades em detrimento à vontade de deus (Mt 24.38). No livro de Miquéias, Deus define como os homens devem andar em sua presença (Mq 6.8). Portanto, devemos viver uma vida de princípios éticos e morais que nos garanta uma vivência de fidelidade conforme os padrões exigidos por Deus no meio de uma sociedade pecadora.

1.2 Pela sua obediência à voz de Deus
A ideia de obedecer está ligada ao ato de se submeter à autoridade, em acatar ordens de alguém superior. Noé, com respeito e amor, atendeu a instrução de Deus e a cumpriu cabalmente (Gn 6.14-16). A voz de Deus ouvida por Noé provocou nele uma profunda atitude de reposta, que veio à tona na execução das ordens dadas pelo seu Senhor (Gn 6.22). O desejo de Deus é que nós venhamos a obedecê-lo assim como as ovelhas obedecem ao seu pastor (Jo 10.27; 8.47). Precisamos estar atentos ao que Deus está dizendo, pois os Seus mandamentos são inquestionáveis (Êx 15.26).


1.3 Pela sua fé em Deus
A construção da arca foi uma obra de fé e um milagre da engenharia para aquela época. Noé construiu uma arca com aproximadamente 133 metros de comprimento, 22 metros de largura e 13 metros de altura. A Bíblia afirma que Noé era um homem de fé (Hb 11.7), que foi fortalecida pela comunhão que ele tinha com Deus (Gn 6.9). Pela sua obediência construiu a arca, através da qual Deus condenou o mundo e salvou sua família (Gn 6.18). Noé era um homem que não andava por vista, mas por fé (2Co 5.7). Precisamos ser semelhantes a Noé, que mesmo enfrentando várias adversidades, se manteve firme, não olhando para as circunstâncias negativas, mas focando naquele que tem o poder e o controle sobre todas as coisas (Sl 24.1).

O homem verdadeiramente fiel ouve a voz de Deus e consequentemente é um vitorioso em todos os aspectos de sua vida (Dt 28.1). Infelizmente existem muitas pessoas que estão como surdas, pois não conseguem ouvir a voz de Deus. A consequência dessa surdez é um coração duro que dá lugar a rebelião e até à morte (Hb 3.15). Não importa o que venha acontecer, essa deve ser sempre a posição do servo do Senhor: manter-se fiel em todo o tempo.

2. Ana, uma mulher fiel
Sua vida nos é contada em apenas três versículos, mas que são suficientes para considerarmos o quanto ela era fiel a Deus.

2.1 Ana e seu histórico
Ana, que significa “cheia de graça”, era profetisa, da tribo de Aser e filha de Fanuel (Lc 2.36-37). Apesar de pertencer a uma tribo de pouco destaque, ela honra a sua linhagem, cumprindo com fidelidade e responsabilidade o ministério que lhe foi confiado. A Bíblia cita a sua idade (quase 84 anos) (Lc 2.37) e declara que ela exercia esse ofício desde quando perdeu o seu esposo, após sete anos de casada. A narrativa nos mostra que ela atendeu ao chamado de Deus e permaneceu fiel até a sua velhice, desempenhando o ministério profético.

2.2 Ana era dedicada
Embora pudesse contrair um novo matrimônio, Ana preferiu dedicar-se integralmente à obra do Senhor (Lc 2.37). Apesar de sua idade, ela demonstrava prazer em servir ao Senhor, usando duas ferramentas basilares para vencermos as dificuldades ao longo da caminhada: a oração e o jejum. Infelizmente muitos crentes estão se tornando infiéis e tombando ao longo do caminho porque não oram e nem jejuam; perderam a visão espiritual, não conseguindo enxergar o propósito de Deus. Precisamos aproveitar o nosso tempo na presença de Deus. Ter vida com Deus é perceber nossa necessidade dEle. É admitir que somos pecadores e pedir a Ele que entre em nossos corações para ser a autoridade em nossas vidas.

2.3 Ana era uma mulher encorajadora
Mulher de fé, Ana observava tudo que estava acontecendo a sua volta. Enquanto Simeão previa o futuro do menino Jesus, ela se aproximou dando graças a Deus, por reconhecer que aquele era o Messias esperado para trazer redenção à humanidade (Lc 2.38). As suas palavras foram encorajadoras para todos que estavam próximo do templo, pois havia uma grande expectativa de mudança em toda a sociedade judaica naquela época. Precisamos ser como Ana. Há muitas pessoas em nossa volta que perderam a esperança. Estão desestimuladas, tristes, desistindo das promessas de Deus, acreditando que nada vai acontecer. Precisamos motivar as pessoas e insistentemente continuar dizendo que Jesus vive e que voltará para buscar um povo perseverante e de boas obras (Tt 2.14).

Por mais que as circunstâncias sejam contraditórias, precisamos cumprir com fidelidade o ministério que nos foi dado por Deus, sabendo que Ele tem o melhor para nós (Jr 29.11). Deus, nosso Pai Celestial, nunca nos abandona (Is 49.15). É o seu desejo estar sempre perto de nós e ter um relacionamento conosco. Por isso, à semelhança de Ana, precisamos falar com Ele por meio da oração, esclarecer o entendimento pela leitura da Palavra e amortizar a carne por meio do jejum. Que possamos ter Ana como exemplo em nossa vida, amando e agradando ao Senhor em nosso dia a dia em tudo o que temos e somos.

3. Um jovem que decidiu ser fiel
A vida de Daniel é uma história inspiradora para todas as idades, pois sua narrativa mostra que desde jovem ele decidiu ser fiel a Deus (Dn 1.8). Seu livro apresenta uma vida cercada de desafios e ameaças, sempre tendo sua fidelidade a Deus colocada à prova, mas em nada ele cedeu.

3.1 Abandonando o caminho da desobediência
Ao ler a história de Daniel, verifica-se que ele está na Babilônia por consequência do pecado de seu povo. Deus disse ao povo de Israel que, se permanecessem fiéis, alcançariam grandes bênçãos (Dt 28.1-7); se fossem infiéis, sofreriam o dano da perda (Dt 28.25-41). Daniel, instruído quanto à Lei, observou que o erro de sua nação foi não atentar às palavras de Deus. Quando deixamos de observar a vontade de Deus por meio de Sua Palavra, corremos sério risco de fracassar e perder tudo que já foi nos dado mediante a misericórdia e o amor de Deus. Daniel entendeu que sua estada naquele lugar era resultado do pecado de seu povo (2Rs 24.1,2, 8-14) e por isso tomou a decisão de não se contaminar com os manjares do rei (Dn 1.8). Á semelhança de Daniel, devemos também decidir a cada dia permanecer firmes na presença de deus (1Co 16.13), o único que pode nos livrar e nos abençoar com toda sorte de bênçãos (Jr 1.8; Dn 3.17; Ef 1.3, 4).

3.2 Aplicando à sua vida os princípios divinos
Ao não se contaminar com os manjares do rei, Daniel e seus três amigos propuseram um pacto de fidelidade para com o único deus. A aplicação desse princípio para a vida está inserida no primeiro preceito dado por deus ao povo de Israel e a todos que O servem (Dt 6.13, 14) e resumida com propriedade por Jesus ao responder a pergunta de um doutor da Lei (Mt 22.37). Assim como Daniel precisamos viver uma vida de princípios, uma vida de amor a Deus que se caracteriza pela renúncia da vontade própria, o abandono cotidiano do pecado e obediência irrestrita às leis de Deus.

3.3 Suportando todos os desafios
Independente de sua situação, Daniel sempre se mostrou firme em sua decisão de servir a Deus, vencendo todos os desafios. Ao propor não se contaminar com os manjares do rei e nem com o vinho que ele bebia (Dn 1.8), Daniel nos ensina que precisamos viver uma vida de propósito diante de Deus, entendendo que Deus vela pela vida dos fiéis. Quando todos os sábios sofreram ameaça de morte (Dn 2.5), Daniel convocou os seus companheiros para buscarem a revelação da parte de Deus, a fim de não perecerem com os mentirosos e perversos (Dn 2.17-18). Aprendemos aqui que não importa o tamanho da ameaça, nosso Deus é maior; nosso Deus vê todas as coisas e a Seus fiéis revela o que é necessário (Dn 2.16). Desde sua chegada à Babilônia, Daniel sempre procurou servir com sinceridade e dedicação aos reis tanto babilônicos quanto medo-persas. Isso porque Daniel nunca abandonou o propósito que ele fez com seu Deus (Dn 1.8), nem deixou de honrá-lo (Dn 2.20-21).

A fidelidade a Deus é uma escolha constante (1Co 1558), não pode ser mascarada ou praticada somente quando convém, pois Deus é eternamente fiel. Daniel tinha o coração totalmente voltado para Deus, por isso decidiu ser fiel, mesmo que isso lhe custasse a vida. É importante entendermos que fidelidade é fruto do espírito (Gl 5.22). Daniel optou por ser fiel ao único Deus verdadeiro. O apóstolo Paulo, assim como o profeta Daniel, nos deixa claro que quem é fiel a Deus assume os riscos do compromisso, não se esconde, nem se acovarda, declara publicamente sua fidelidade a Deus (At 21.10-13). Um homem cheio do Espírito Santo de Deus tem poder para testemunhar e despertar fé até nos incrédulos (Dn 2.46-47).

CONCLUSÃO
A Bíblia nos dá o exemplo de muitos homens e mulheres que foram fiéis. Que possamos buscar neles inspiração para vivermos uma vida de testemunho, plenitude e graça diante dos homens e de nosso Deus, até que Ele venha nos buscar.

Questionário
1.    Por que Noé nos serve como exemplo de homem fiel?
R: Porque foi um homem que ouviu a voz de Deus e executou minuciosamente as ordens que lhe foram confiadas (Gn 6.22).
2.    À semelhança de Noé, como deve ser a nossa vida no meio desta sociedade pecadora?
R: Devemos viver uma vida de princípios éticos e morais que nos garantam uma vivência de fidelidade conforme os padrões exigidos por Deus (Dt 28.1).
3.    O que aprendemos com a profetisa Ana?
R: Que devemos ser dedicados, exercitando a fé e encorajando os outros a crer nas promessas de Deus (Lc 2.37).
4.    Qual foi o referencial que Daniel nos deixou para sermos bem sucedidos na vida com Deus?
R: Abandonar o caminho da desobediência, aplicar a nossa vida aos princípios divinos e suportar todos os desafios e provas (Dn 1.8).
5.    Qual deve ser a atitude do cristão em meio aos desafios e provações?
R: Permanecer fiel a Deus em todas as circunstâncias e exercitar a fé (1Co 16.13).



Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa – Editora Betel.
Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º Trimestre de 2015


Lição 3 Não terás outros deuses

Lição 3 Não terás outros deuses
11 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO
"Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR."  (Dt 6.4)

VERDADE PRÁTICA
O primeiro mandamento do Decálogo é muito mais que uma apologia ao monoteísmo; trata-se da soberania de um Deus que libertou? Israel da escravidão do Egito.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Rs 19.15        O rei Ezequias introduz a sua oração com uma expressão monoteísta
Terça - Ne 9.6                      Neemias ressalta o monoteísmo na sua oração retrospectiva
Quarta - Mc 12.28-30          O Senhor Jesus ensina que Deus é único, o Criador dos céus e da terra
Quinta - Jo 17.3                   A unidade de Deus não contradiz a divindade de Jesus
Sexta - Ef 4.4-6                    O monoteísmo judaico-cristão não contradiz a doutrina da Trindade
Sábado - 1 Co 8.6               O cristianismo é uma religião monoteísta

Leitura Bíblica em classe
(Deuteronômio 5.6,7;6.1-6)
6  Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
7  Não terás outros deuses diante de mim.
6.1-6
1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir;
2  para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.
3  Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.
4  Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
5  Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder.
6  E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração;



OBJETIVO GERAL
Amar a Deus, temê-lo e adorá-lo de todo o coração e sinceridade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Explicar a autoridade da Lei.
Informar que o primeiro mandamento explicitava o anúncio de que havia um único Deus.
Mostrar a exegese do primeiro mandamento.
Apresentar a relação entre monoteísmo e

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, a aula desta semana traz um assunto da mais suprema importância: Deus é um Ser único, invisível, mas real. Deus é Espírito! Numa cultura marcada pelo imediatismo, superficialismo e o consumismo, a imagem de Deus, revelada na Bíblia Sagrada, expõe o caminho tortuoso que a humanidade continua a trilhar no mundo contemporâneo: a "idolatria do supérfluo". Jesus Cristo revelou a plenitude da divindade através do evento humilde do seu nascimento. Deus quis ser reconhecido por meio da humildade, da mansidão e do amor manifestado por seu Filho, apesar de Criador dos céus e da terra, o Todo-Poderoso. O primeiro mandamento ensina que o Deus de Israel, o Deus revelado por Jesus Cristo, deve ser o único assentado em nosso coração, isto é, na sede dos nossos pensamentos, desejos e vontades. Os seres humanos precisam ouvir o chamado de Deus quanto à verdadeira adoração: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR" (Dt 6.4).

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento vai além da proibição à idolatria; é contra o politeísmo, seja em pensamento, seja em palavras. O propósito é levar Israel a amar e a temer a Deus, e a adorar somente a Ele com sinceridade. Deus libertou os israelitas da escravidão do Egito e por essa razão tem o direito ao senhorio sobre eles, da mesma maneira que Cristo nos redimiu e se tornou Senhor absoluto da nossa vida.

I. A AUTORIDADE DA LEI
1. A fórmula introdutória do Decálogo. Os Dez Mandamentos estão registrados em dois lugares na Bíblia (Êx 20.1-17; Dt 5.6-21). A fórmula introdutória: "Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo [...]" (Êx 20.1), é característica única, como disse o rabino e erudito bíblico Benno Jacob: "Nós não temos um segundo exemplo de tal sentença introdutória". Nem mesmo na passagem paralela em Deuteronômio é repetida, mas aparece de maneira reduzida ao mínimo absoluto.

2. As partes do concerto. O prólogo dos Dez Mandamentos identifica as partes do concerto do Sinai: "Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" (Dt 5.6; Êx 20.2). Estas palavras são a fonte da autoridade divina da lei e o prefácio de todo o Decálogo. É o termo legal de um pacto. De um lado, o próprio Deus, o autor do concerto, e de outro, Israel, o povo a quem Deus escolheu dentre todas as nações (Dt 4.37; 10.15). O nome de Israel não aparece aqui, pois não é necessário. Deus se dirige ao seu povo na segunda pessoa do singular porque a responsabilidade de servi-lo é pessoal, é para cada israelita, mas está claro que o texto se refere a Israel-nação.

3. O Senhor do universo. Alguns críticos liberais, com base numa premissa falsa sobre a composição dos diversos códigos do sistema mosaico, querem sustentar a ideia de um Deus tribal ou nacional na presente declaração. São teorias subjetivas que eles procuram submeter a métodos sistemáticos para dar forma acadêmica ao seu pressuposto. Mas o relato da criação em Gênesis e do dilúvio, por exemplo, fala por si só da soberania de Jeová em todo o universo como Senhor do céu e da terra, reduzindo as ideias liberais a cinzas.

4. A libertação do Egito. A segunda cláusula - "que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" - é uma explicação de como se estabeleceu o concerto. Estava cumprida a promessa de redenção feita a Abraão (Gn 15.13,14). A libertação de Israel do Egito prefigura a nossa redenção, pois éramos prisioneiros do pecado e Cristo nos libertou (Jo 8.32, 36; Cl 1.13, 14). É legítimo o senhorio de Deus sobre Israel da mesma maneira que o Senhor Jesus Cristo tem o direito de reinar em nossa vida (Gl 2.20).

PONTO CENTRAL
Deus é um Ser singular. Por isso, a nossa adoração e devoção devem ser exclusivas.

CONHEÇA MAIS
Cultura Pagã Egípcia
O deus egípcio Amon-Rá é um dos principais símbolos da cultura paganizada egípcia. Um deus adorado e venerado na cidade de Tebas. Talvez, a divindade mais popular do Egito. De uma aparência pouco religiosa como outros deuses do panteão egípcio, foi honrado como uma divindade política. Leia mais em Tempos do Antigo Testamento, CPAD, pp.104-107.



SÍNTESE DO TÓPICO I
A autoridade da lei está manifesta na fórmula: "Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo [...]".

SUBSÍDIO DIDÁTICO
O primeiro tópico deseja mostrar a autoridade da Lei, como advinda de Deus, por meio da fórmula apresentada no primeiro versículo de Êxodo 20: "Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo [...]" (v.1). Tal característica no texto antigo é única e absoluta. Não é Moisés falando por si mesmo, mas o texto revelando que foi o próprio Deus quem descreveu, por intermédio de Moisés, a introdução ao Decálogo. Posteriormente, o versículo 2 acrescenta: "Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão". O Deus de Israel identifica-se como o Libertador do cativeiro que assolava a nação


II. O PRIMEIRO MANDAMENTO
1. Um código monoteísta. O pensamento principal do primeiro mandamento abrange a singularidade e a exclusividade de Deus. Esse mandamento é o fundamento da vida em Israel, a base de toda a lei e de toda a Bíblia. Jeová é o único e verdadeiro Deus e somente Ele deve ser adorado (Mt 4.10). É a primeira vez que um código de lei apresenta a existência de um só Deus: "Não terás outros deuses" (Dt 5.7; Êx 20.3). Os povos da antiguidade eram politeístas, pois adoravam a vários deuses.

2. Idolatria do Egito. Os antigos egípcios empregavam o termo TaNeteru, "terra dos deuses" para o seu país. Havia no Egito uma proliferação de deuses como as tríades Osíris, Ísis e Hórus, divindades padroeiras da cidade de Ábidos; Ptah, Sekhmet e Nefertum, de  Mênfis; AmonRá, Mut e Khonsu, de Tebas. Os israelitas viviam em meio a essa cultura pagã.

3. Como Israel preservou o monoteísmo de Abraão? Os egípcios abominavam os pastores de ovelhas, principal atividade dos filhos de Israel. Por essa razão os hebreus foram viver em Gósen, separados da idolatria (Gn 46.34).  Agora, o próprio Deus comunicava por meio de Moisés sua singularidade e exclusividade. Era a revelação da doutrina monoteísta.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A ideia principal do primeiro mandamento exprime a singularidade e a exclusividade de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Este primeiro mandamento trata diretamente do cerne da relação pressuposta pelo tratado entre soberano e vassalo. O Senhor, em virtude de eleger e libertar salvadoramente o povo tirando-o de outro senhor (o Egito), ordena aos israelitas a empreender e manter uma atitude de lealdade indivisa a Ele. 'Não terás outros deuses diante de mim' (v.3) é uma afirmação categórica das reivindicações exclusivas do Senhor de domínio e adoração. Violar este mandamento é repudiar a totalidade de relação do concerto, pois se trata nada mais nada menos, de alta traição" (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.51).

III. EXEGESE DO PRIMEIRO MANDAMENTO
1. Outros deuses. As palavras hebraicas aherim e elohim, "outros deuses", referem-se aos falsos deuses. O substantivo elohim se aplica tanto ao Deus verdadeiro como aos deuses das nações. No primeiro caso, é usado para expressar o conceito universal da deidade, como encontramos no capítulo inteiro de Gênesis 1, pois expressa a plenitude das excelências divinas.
2. O ponto de discussão. A expressão "diante de mim" (Dt 5.7b), em hebraico, al-panay, é termo de significado amplo: "além de mim, acima de mim, ao meu lado, oposto a mim, etc." Essa variedade de sentido pode levar alguém a pensar que o primeiro mandamento não proíbe o culto dos deuses, mas a adoração aos deuses diante de Deus. Há quem defenda tal interpretação, mas é engano, pois o propósito de al-panay aqui é mostrar que só Jeová é Deus. Não existe nenhum deus além do Deus de Israel (Is 45.6,14,21; Jo 17.3; 1 Co 8.6). Os deuses só existem na mente dos gentios (1 Co 8.5) e não sãos reais (Gl 4.8). Os ídolos que os pagãos adoram são os próprios demônios (1 Co 10.19-21).
3. O politeísmo. É a prática de adoração a mais de uma divindade. Esta era a prática dos cananeus e de todos os povos da antiguidade, e continua ainda hoje em muitas culturas. O termo vem da língua grega, reunindo polys, "muito", e theos, "deus". Isso significa que o politeísta serve e adora a vários deuses, e não o simples fato de reconhecer a existência deles. Trata-se de um sistema oposto ao monoteísmo (monos, "único"), a crença em um só Deus, revelado nas Escrituras Sagradas (Dt 6.4).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O politeísmo é a prática da adoração a mais de uma divindade. Esta fazia parte da cultura dos cananeus e dos povos da antiguidade.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A Religião dos Cananeus
Como mostram os mitos da Ugarite, a religião dos povos cananeus adotava uma forma grosseira e aviltante de ritual politeísta. Estava associada a uma sensual adoração da fertilidade, além de uma particular espécie de orgia e lascívia, tendo se mostrado mais influente que qualquer outra religião natural do Oriente Próximo. A principal divindade reconhecida pelos cananeus tinha o nome de El, a quem creditavam a liderança do panteão. Era uma figura um pouco obscura, adorada como 'pai do homem' e 'pai dos anos'. Uma estela desenterrada em Ras Shamra mostra-o sentado num trono, com uma mão levantada em sinal de bênção, enquanto o governante de Ugarite lhe oferecia um presente. Sua consorte era Aserate, conselheira dos deuses e conhecida pelos israelitas como Aserá" (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, p.162 ).

 “Os deuses só existem na mente dos gentios e não são reais. Os ídolos são os próprios demônios”.

IV. O MONOTEÍSMO
1. Os mandamentos, os estatutos e os juízos. Essas palavras denotam toda a lei do concerto (Dt 6.1, 2). A pedido do próprio povo, Moisés passa a relatar, a partir daqui, as palavras que Deus lhe disse no monte (Dt 5.27-31). A ordem aqui tem por objetivo estreitar a relação de Deus com os filhos de Israel quando entrarem na Terra Prometida. O povo precisava ser instruído para viver em obediência e no temor de Jeová, e assim possuir a terra dos cananeus por herança (Dt 4.1).
2. O maior de todos os mandamentos. Note que a frase "o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR" (Dt 6.4) é citada por Jesus Cristo como parte do primeiro e grande mandamento da lei (Mc 12.29, 30). Essa é a confissão de fé do judaísmo e, ainda hoje, os judeus religiosos recitam-na três vezes ao dia.
3. A Trindade na unidade. A palavra hebraica usada aqui indica uma unidade composta por isso o monoteísmo judaico-cristão não contradiz a doutrina da Trindade. A mesma palavra é usada para afirmar que marido e mulher são "uma só carne" (Gn 2.24). A expressão "o único SENHOR" se traduz também por "o SENHOR é um" (Zc 14.9). A Bíblia Hebraica, tradução judaica do Antigo Testamento para o português, traduz o termo como "o Eterno é um só". Além disso, vemos a Trindade indiretamente em todo o Antigo Testamento. O Novo Testamento tornou explícito o que dantes estava implícito com a manifestação do Filho de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO IV

O monoteísmo é explicitado na frase "o Senhor nosso Deus, é o único Senhor". Mais tarde foi citada por Jesus como parte do primeiro grande mandamento (Mc 12.30,31).

Subsídio Teológico
“Nossa maneira de compreender a Deus não deve basear-se em pressuposições a respeito dEle, ou em como gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e que optou por revelar a nós através das Escrituras. O ser humano tende a criar falsos deuses, nos quais é fácil crer; deuses que se conformam com o modo de viver e com a natureza pecaminosa do homem (Rm 1.21-25). Essa é uma das características das falsas religiões. Alguns cristãos até mesmo caem na armadilha de desconsiderar a auto revelação divina para desenvolver um conceito de deus que está mais de acordo com as suas fantasias pessoais do que com a Bíblia, que é a nossa fonte única de pesquisa, que nos permite saber que Deus existe e como Ele é”  (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996,p.125).

CONCLUSÃO
Aprendemos na presente lição que Deus revela a si mesmo no seu grande nome e que a adoração deve ser exclusiva, pois Ele é singular. O Espírito Santo mostra que o primeiro mandamento é muito mais que uma simples apologia ao monoteísmo, mas diz essencialmente o que Jesus nos ensinou: ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24).

PARA REFLETIR
Sobre o primeiro mandamento:

O que implica para a vida o mandamento "Não terás outros deuses"?
Exclusividade e entrega inteira para Deus. Não permitir que nenhuma outra coisa tome o lugar de Deus no coração.

Que mal a idolatria pode trazer para a vida de uma pessoa?
Um comprometimento com princípios pagãos de vida, que nada têm a ver com a vontade de Deus.

Qual é a importância do maior de todos os mandamentos?
Este mandamento era o fundamento da vida em Israel. Os israelitas deviam anunciar Jeová como o único e verdadeiro Deus em meio a uma cultura politeísta.

Por que a nossa adoração deve ser exclusiva a Deus? 
Porque Deus é o fundamento da nossa vida.

"O Senhor nosso Deus é o único Senhor." Que significado este mandamento tem para você?
Procure fazer com que o aluno expresse da maneira mais natural possível o que ele sente ao ouvir essa expressão

VOCABULÁRIO
Exegese: Comentário ou dissertação que tem como objetivo esclarecer ou interpretar um texto ou uma palavra.
Estela: Coluna ou placa de pedra em que os antigos faziam inscrições.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.38.
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SUGESTÃO DE LEITURA
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