Lição 12 Nossas
atitudes diante da Palavra de Deus.
17 de junho de 2018
Texto
Áureo
Tiago 1.22
"E sede cumpridores da palavra, e não
somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos”.
Verdade
Aplicada
Não é suficiente ouvir e conhecer a Palavra
de Deus, é preciso praticá-la em todas as áreas da vida.
Objetivos
da Lição
Enfatizar que Deus se comunica
com o homem através da Sua Palavra;
Ressaltar nossa relação com a
Palavra de Deus como medida da nossa relação com Deus;
Mostrar que devemos ter disposição
em praticar a Palavra de Deus.
Glossário
Infalível: Impecável, perfeito;
Interpolações: Introduzir palavras
ou frases em texto, a fim de alterar, completar ou esclarecer seu sentido;
Relevância: De grande importância
e interesse num contexto; pertinente; que se destaca ou se sobressai.
Leituras
complementares
Segunda Ez 33.30-33
Terça Mt 7.24-27
Quarta Mt 12.46-50
Quinta Mt 22.23-29
Sexta Lc 11.27-28
Sábado Jo 8.30-37
Textos
de Referência.
Tiago 1.21-25
21 Pelo que, rejeitando toda imundícia e superfluidade
de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar
as vossas almas.
22 E sede cumpridores da palavra e não
somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e
não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto
natural;
24 Porque se contempla a si mesmo, e se foi,
e logo se esqueceu de como era.
25 Aquele, porém, que atenta bem para a lei
perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas
fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
Hinos
sugeridos.
306, 322, 505
Motivo
de Oração
Ore ao Senhor para que dê sabedoria aos
cristãos para discernir e praticar as Escrituras.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Deus se comunica com a
humanidade.
2. A medida da nossa relação
com Deus.
3. Atitudes para com a Palavra
de Deus.
Conclusão
Introdução
A Bíblia é a Palavra de Deus, única regra de
fé para a vida e o caráter do discípulo de Cristo. Como temos nos relacionado
com a Palavra de Deus? Somos ouvintes e leitores esquecidos ou praticantes?
1. Deus
se comunica com a humanidade.
Desde o princípio, o Senhor Deus decidiu
falar com o ser humano, instruindo-o sobre como deveria viver no mundo criado
por Ele e estabelecendo limites (Gn 1.26, 28; 2.16-17). É nítido na Bíblia que
o Deus que criou continuou se comunicando com as pessoas, mesmo depois do
pecado (Gn 3.8-9; 4.5-7).
1.1. O
Deus criador se revelou.
Nesta lição nos deteremos na comunicação de
Deus por intermédio de palavras, sejam orais ou escritas, considerando que, ao
longo da história da humanidade, o Criador tem falado em várias ocasiões e de
muitas maneiras (Hb 1.1). As obras da criação revelam a existência, a glória e
o poder de Deus (Sl 19.1-40). A importância de refletirmos na comunicação de
Deus conosco fica clara quando meditamos em alguns textos bíblicos acerca de
Deus: Ele é Espírito (Jo 4.24); ninguém jamais viu a Deus (Jo 1.18); Ele é
totalmente distinto de Sua criação (Is 40.18-23, 25-26) e diferente do homem
(Sl 50.21).
Se Deus não se revelasse, o homem
não poderia conhece-Lo por seu próprios meios (Rm 1.19-20). Diante da
transcendência, grandeza e eternidade de Deus, precisamos da Sua revelação para
conhece-Lo e nos relacionarmos com Ele (Jr 9.23-24).
1.2. A
necessidade da revelação.
Por causa da realidade da natureza humana
pecaminosa, todo o nosso ser é afetado (inclusive mente e coração), porém Deus,
por Seu grande amor, age para que sejamos restaurados e possamos conhecer o que
Ele tem revelado (Jr 24.7; 1Co 2.10-16). No entanto, há mistérios de Deus que
estão além da capacidade humana de entender (Rm 11.33-36). Contudo, o que nos
foi revelado, podemos e devemos ter interesse em conhecer e atentar (Dt 29.29).
Interessante notar que este texto enfatiza a revelação e o propósito: “para
cumprirmos”.
Desde Gênesis, aprendemos que não
devemos nos deter nos mistérios divinos ainda não revelados a tal ponto que
deixemos de cumprir e seguir o que já sabemos (Gn 3.5). Deus providenciou para
que o revelado a nós fosse preservado escrevendo e ordenando o registro, a fim
de contribuir para lembrança, transmissão e ensino às futuras gerações (Êx
17.14; 24.4, 12; 32.15-16; 34.2, 27-28). Ficando assim demonstrado que Deus
espera do Seu povo a devida atenção quanto ao que foi revelado.
1.3. A
relevância da revelação.
Os professores e escritores Gordon D. Fee e
Douglas Stuart assim escreveram sobre a natureza da Escritura: “Porque a Bíblia
é a Palavra de Deus, tem relevância eterna; fala para toda a humanidade em
todas as eras e em todas as culturas. Porque é a Palavra de Deus, devemos
escutar – e obedecer”. O próprio Senhor Jesus autenticou a revelação escrita de
Deus, constante no Antigo Testamento, como Palavra de Deus (Mt 22.31-32; Mc
10.6; Lc21.22; 24-27, 32), indicando, assim, que era referencial para o Seu
ministério e em assuntos de fé e conduta de Seus discípulos.
Sem a fundamentação na comunicação
de Deus pela Sua palavra ficamos à mercê de modismos, percepções humanas,
correndo o risco de sermos levados pelos ventos das invenções da
intelectualidade decaída do homem. Como bem disse o Dr. Martyn Lloyde-Jones:
“Ou eu me submeto à autoridade das Escrituras, ou então estou num Pântano onde
não há pé”.
2. A
medida da nossa relação com Deus.
A relevância da Palavra de Deus como medida
da nossa comunhão com Deus pode ser atestada em dois textos da Bíblia bastante
significativos, por encontrarem-se nos extremos do Livro Sagrado: Gênesis e
Apocalipse.
2.1. A
Palavra de Deus é completa.
Em Gênesis 3 encontramos a investida do
inimigo para levar o primeiro casal a pecar. Ele iniciou justamente com um
comentário, tentando distorcer e levantar dúvidas na mente da mulher quanto ao
que Deus disse (Gn 3.1). O tentador, assim, procurou semear a falsa ideia de
que a Palavra de Deus está sujeita ao julgamento humano. Interessante, agora,
notarmos que a última exortação bíblica se refere à nossa relação com a Palavra
de Deus (Ap 22.18-19). Em nossa relação com a Palavra de Deus não há espaço
para produzirmos alterações ou edições, para inserirmos interpolações das
nossas próprias ideias (Dt 4.2; 12.32). Em Gênesis, Eva acrescentou (3.3) e a
serpente removeu (3.4).
Evidente que nossa relação com as
Escrituras deve ir além do conhecimento meramente intelectual. É preciso
acrescentar fé e um coração humilde e sincero. Um exemplo desta situação
encontramos no diálogo dos saduceus (um dos partidos no tempo de Jesus que
dominava a vida política dos judeus) com Jesus, acerca da ressurreição. Eles
imaginavam que a crença na ressurreição se limitava à vida terrena. Eles tinham
o Pentateuco, criam que era inspirado por Deus e até citaram a Escritura para
Jesus (Dt 25.5-6). Porém, ao iniciar Sua resposta, Jesus diz que o erro deles
era resultado de não conhecerem as Escrituras e nem o poder de Deus (Mt 22.29).
Howard Hendricks, professor de Bíblia e Hermenêutica, escritor e pastor,
escreveu: “Muitos de nós queremos uma palavra de Deus, mas não queremos a
Palavra de Deus. Sabemos o bastante para possuirmos uma Bíblia, mas não o
bastante para deixarmos que ela nos possua”.
2.2.
Jesus Cristo é a Palavra.
A Palavra de Deus precisa fazer parte da
nossa relação com Deus. Certa ocasião muitos judeus creram em Jesus. Então,
quando manifestaram esta crença, o Senhor Jesus falou sobre a necessidade de
eles permanecerem na Palavra de Jesus e de serem libertos (Jo 8.30-32). Porém,
apesar de anteriormente terem crido nEle, não aceitaram a Palavra dEle. Jesus
disse que a Palavra tinha que entrar neles (Jo 8.37). O Senhor Jesus falou que
eles examinavam as Escrituras porque criam que nelas teriam a vida eterna, no
entanto continuavam sem vida por terem rejeitado Aquele do qual as Escrituras
testificavam (Jo 5.38-40).
Em um caso os judeus creram em
Jesus, mas não creram nas Palavras de Jesus. Em outra situação os judeus creram
nas Escrituras, mas não creram em Jesus. Dependemos da Palavra de Deus e do
Espírito Santo para nos guiar em nossa comunhão com Deus. É preocupante quando
uma pessoa diz ser discípulo de Jesus e não se interessa em ler, ouvir, meditar
e aprender a Palavra de Deus. O que está guiando essa pessoa em sua relação com
Deus? Seus pensamentos, intuições ou sentimentos?
2.3. A
ação da Palavra no discípulo.
Jesus Cristo afirmou que aquele que tem
comunhão com Deus escuta (ouve com atenção; valoriza; procura obedecer) as
palavras de Deus (Jo 8.47). O apóstolo Paulo atestou que os efésios estavam em
Cristo, pois antes eles tinham conhecido a palavra da verdade, ou seja, o
Evangelho da salvação que lhes foi anunciado (Ef 1.13). A própria fé em Cristo
para salvação é produzida a partir da Palavra de Deus (Rm 10.14-17).
Interessante que Paulo cita uma profecia de Isaías para argumentar que alguns
não são salvos não por desconhecerem a Palavra de Deus, mas por não acolherem a
Palavra (Rm 10.16-19).
A reação às boas novas determina
como será a comunhão com Deus. Assim escreveu John Stott acerca da importância
da Bíblia: “Deus não nos deixou tateando às cegas na escuridão, mas deu-nos uma
luz para indicar o caminho. Ele não nos abandonou debatendo-nos em mares
revoltos; a Escritura é uma rocha na qual encontramos chão e firmeza. Nossa
resolução deveria ser estuda-la, crer nela e obedecê-la”.
3.
Atitudes para com a Palavra de Deus.
Jesus Cristo, em seus últimos momentos com
Seus discípulos, antes da crucificação, já preparando os Seus discípulos quanto
ao Seu retorno ao céu, admoesta-os quanto à necessidade de integrar
conhecimento e prática (Jo 13.17). Não é apenas conhecimento. Não é apenas
ouvir (Tg 1.22). Interessante neste texto da epístola de Tiago que o praticante
e o não praticante ouviram a Palavra de Deus. No entanto, o que ouve e não
pratica está enganando e iludindo a si próprio.
3.1.
Conhecer e praticar.
Jesus relatou acerca de dois homens que
ouviram as Suas palavras. Cada um construiu uma casa, sendo que um edificou
sobre a rocha e outro edificou sobre a areia. Vindo a chuva, os ventos e o
combate das águas contra as casas, a que estava sobre a rocha permaneceu e a
que estava sobre a areia caiu. O Senhor fez então a comparação: quem ouve e
pratica, edifica sobre a rocha; aquele que ouve e não pratica, edifica sobre a
areia (Mt 7.24-25). O Pr Emerson da Silva, comentando acerca da obediência
proposital à Palavra de Deus, escreveu: “Todo obediente ouve a Palavra, mas nem
todo ouvinte obedece”.
Notemos a sequência registrada por
Tiago: rejeitando – recebei – cumpridores (Tg 1.21-22). É necessário deixar
tudo que possa sufocar a Palavra de Deus e recebe-la. Interessante que a
palavra “mansidão”, transmite a ideia de “não resistência”; “submissão a Deus”,
como resultado de uma firme confiança em Deus. Tal atitude deve conduzir-nos à
prática da Palavra recebida. Atitudes e comportamentos coerentes com a Palavra
de Deus resultando em bem-aventurança do discípulo de Cristo em todas as áreas
de sua vida (Tg 1.25-27).
3.2.
Disposição em praticar.
Se declaramos e cremos que a Palavra de Deus
é a verdade e a revelação da vontade de Deus para nós, então a disposição em
praticá-la deve preceder o conhecimento da mesma. Ou seja, o discípulo de
Cristo precisa ir à Palavra com fé e disposição de obedecê-la. Encontramos esse
princípio no Antigo Testamento, quando Deus falou por intermédio do profeta
Isaías que o povo se aproximava dEle apenas com palavras, mas sem atitude e com
o coração distante (Is 29.10-13). No Novo Testamento, quando estava falando com
os judeus que questionavam a validade de Seus ensinamentos, Jesus respondeu
dizendo que aquele que estivesse disposto a cumprir a vontade de Deus, iria
saber ou conhecer acerca da doutrina de Deus (Jo 7.17).
É preciso “desejar fazer”. É um
verbo que no grego indica “ação continuada ou repetida”. Há pessoas que decidem
não cumprir a Palavra, mas, sim, o que imaginam ser melhor para elas. Ou seja,
não estão dispostas a submeter seus planos e projetos ao crivo da Palavra.
Procuram a Palavra apenas para buscar respaldo para suas atitudes
independentes. Porém, há um alerta bíblico de que nenhuma profecia da Escritura
provém de interpretação pessoal (2Pe 1.20). Um exemplo de decidir antes de
conhecer o que diz a Palavra de Deus é Ismael e o povo que estava com ele no
tempo de Jeremias, após a invasão e destruição de Jerusalém pela Babilônia (Jr
41.17; 42.1-6; 43.2-4). Eles foram ao profeta Jeremias para conhecer a Palavra
de Deus acerca do caminho que deveriam seguir. Porém, quando a mensagem de Deus
foi contrário à decisão que já haviam tomado (Jr 41.17), rejeitaram a Palavra
de Deus.
3.3.
Conhecimento, decisão e atitude.
O apóstolo Paulo afirma que “vira tempo” em
que as pessoas não valorizar o verdadeiro ensinamento da Palavra de Deus, mas
procurarão ouvir aquilo que está de acordo com seus pensamentos, suas vontades
e conclusões pessoais (2Tm 4.3-4). Será que estamos vivendo este tempo? O
discípulo de Cristo não deve buscar nas Escrituras apoio para sua decisão, mas
busca-la para decidir e agir a partir do que Deus revelou em Sua Palavra (Sl
119.9, 11, 105). Também é possível decidir e agir, e, somente depois, procurar
conhecer a vontade de Deus (1Cr 13.12).
Certa ocasião, o rei Davi perguntou
como ele deveria conduzir a arca de Deus até Jerusalém (1Cr 13.12). Porém, ele
somente buscou conhecer a maneira correta, após tentar agir fora das
orientações de Deus e ter como resultado o fracasso, como registrado no mesmo
capítulo. Mas, também, é um exemplo de arrependimento e humildade. Pois, tendo
fracassado, não se afastou do Senhor, mas procurou, na palavra de Deus, as
diretrizes para conduzir a arca. Ele reconheceu que é preciso decidir e agir a
partir da Palavra de Deus para ser bem-sucedido.
Conclusão.
Que Deus nos conceda a bênção de sermos
cheios do conhecimento da Sua vontade, com sabedoria e inteligência espiritual,
a fim de que tenhamos um viver digno, agradando ao Senhor, sendo frutíferos e
crescendo no conhecimento do Senhor, conforme exposto em Jeremias 9.24.
Questionário.
1. O que as obras da criação revelam?
R: A existência, a glória e o
poder de Deus (Sl 19.1-4).
2. O que encontramos em Gênesis 3?
R: A investida do inimigo para
levar o primeiro casal a pecar (Gn3).
3. O que precisa fazer parte da nossa relação
com Deus?
R: A Palavra de Deus (Jo
8.30-32).
4. O que faz aquele que tem comunhão com Deus?
R: Escuta as palavras de Deus
(Jo 8.47).
5. O que está fazendo aquele que ouve e não
pratica a Palavra de Deus?
R: Está enganando e iludindo a
si próprio (Tg 1.22).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o
discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos
Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral,
ISSN 2448-184X.
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