segunda-feira, 4 de junho de 2018

Lição 11 O discípulo de Jesus e o serviço cristão.


Lição 11 O discípulo de Jesus e o serviço cristão.
10 de Junho de 2018

Texto Áureo
1Ts 1.9
“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivermos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro.”

Verdade Aplicada
Todo membro do Corpo de Cristo é responsável pelo desenvolvimento das diversas atividades da igreja local, visando edificação e a glória de Deus.

Objetivos da Lição
Ressaltar que devemos honrar a Deus por meio do trabalho;
Refletir sobre a importância de cada membro do Corpo de Cristo na edificação da Igreja;
Mostrar os princípios bíblicos do serviço cristão.

Glossário
Erudito: Que tem instrução vasta e variada, que revela muito saber;
Secular: Próprio do século ou do mundo profano;
Senso: Rumo, sentido; cautela.

Leituras complementares
Segunda Lc 1.74-75
Terça Lc 12.35-38
Quarta At 6.1-4
Quinta Rm 12.11
Sexta 1Co 13.1-3
Sábado Hb 6.10-11

Textos de Referência.
Neemias 2.18; 4.6; 6.3
2.18 Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele tinha dito. Então disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.

4.6 Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até a sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.

6.3 E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?

Hinos sugeridos.
63, 93, 115

Motivo de Oração
Ore pelos irmãos e irmãs que trabalham e ensinam na Escola Dominical.

Esboço da Lição
Introdução
1. Honrar a Deus por meio do trabalho.
2. Serviço visando a edificação da Igreja.
3. Princípios bíblicos do serviço cristão.
Conclusão

Introdução
Nesta lição, refletiremos sobre um dos aspectos da vida do discípulo de Cristo que tem sido bastante afetado pela geração “sem tempo”: o comprometimento no serviço cristão, inclusive na igreja local.

1. Honrar a Deus por meio do trabalho.
O trabalho está presente na realidade humana antes mesmo do pecado. Quando Deus formou o homem, o abençoou com a capacidade de se relacionar com Ele e o nomeou como mordomo e gerente de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.5-8).

1.1. A importância do trabalho.
Ao colocar o homem no jardim do Éden, o Criador lhe designou um trabalho próprio, para o corpo e a mente, isto é, lavrar e guardar o jardim que Deus havia preparado (Gn 2.15). Portanto, o trabalho desenvolvido pelo ser humano era feito para Deus. Era um serviço divino. Assim, já em Gênesis, o livro dos princípios, encontramos a semente do ensino de Paulo em suas epístolas acerca de como o discípulo de Cristo deveria encarar a atividade profissional e a relação entre patrão e empregado.

Estejamos cientes de que a vida do discípulo de cristo deve ser de adoração a Deus em todo o tempo e aspecto (1Co 10.31). Também é bíblico que o serviço cristão não se restringe ao que é feito no contexto de uma igreja local, mas alcança aquele que é desenvolvido por um servo de Deus seja numa oficina mecânica, no ambiente industrial, no comércio, no escritório, enfim em todos os ramos profissionais.

1.2. Trabalhar com excelência.
Encontramos na Bíblia que, enquanto estivermos trabalhando, devemos obedecer ao chefe ou supervisor como a Cristo, trabalhar como servos de Cristo, prestando serviço como ao Senhor e sabendo que seremos recompensados pelo Senhor (Ef 6.5-8). Note que nos quatro versículos há menção a Cristo ou Senhor. Isso nos lembra que o trabalho feito sob a orientação ou supervisão de alguém em posição hierárquica acima da nossa (num contexto terreno) deve ser feito como sendo oferecido ao Senhor. O que quer que o discípulo de Jesus faça, deve ser feito como ao Senhor (Rm 14.7-9).

William Barclay escreveu em seu comentário bíblico: “a convicção do trabalhador cristão é de que cada uma das peças de trabalho que produz deve ser bem executada, como para mostrar a Deus”.

1.3. Servindo a Deus.
No período da Reforma Protestante (século XVI), tanto Lutero como Calvino sustentaram que o ser humano também cumpria sua vocação e chamado de Deus sendo útil à sociedade por meio de seu trabalho, desfazendo, assim, a ideia em distinguir entre o sagrado e o secular. Em seu comentário sobre a epístola de Efésios, John Stott escreveu: “É possível uma dona de casa cozinhar uma refeição como se Jesus Cristo fosse comê-la, ou fazer a limpeza geral da casa como se Jesus Cristo viesse a ser hospede de honra. É possível para professores educar crianças, para médicos tratar pacientes, e para enfermeiras cuidar deles, para advogados ajudar clientes, para balconistas atender fregueses... como se em cada caso servissem a Jesus Cristo”.

A Bíblia menciona serviço feito pelo homem antes do pecado e, também, na nova Jerusalém, sem maldição, diante do trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22.3). Segundo Russel Shedd, este versículo traduzido literalmente é: “escravos prestarão culto a Ele”. Portanto, é importante não limitar o culto apenas ao momento de louvor ou oração quando estamos num templo ou participando de uma reunião, mas todo o nosso ser deve cultuar ao Senhor em todo o tempo.

2. Serviço visando a edificação da Igreja.
Neste tópico refletiremos sobre a importância da participação de cada membro do Corpo de Cristo na edificação da Igreja. Como no tópico anterior, também encontramos fundamentação bíblica no Antigo testamento para nos guiar neste estudo.

2.1. Ainda há serviço a ser feito.
No tempo da reconstrução dos muros de Jerusalém, após o retorno dos judeus do cativeiro, a partir do reinado de Ciro, rei da Pérsia (Ed 1.1), foi fundamental a participação de todos os que estavam em Jerusalém, na época de Neemias (Ne 2.11). O templo já havia sido reedificado (Ed 6.14-16), porém os muros da cidade estavam derrubados e os portões destruídos pelo fogo (Ne 2.13). Enquanto estivermos debaixo do sol sempre haverá trabalho a ser feito. Os capítulos 3 a 6 de Neemias detalham a reconstrução dos muros e das portas num contexto de: dedicação, participação, oração, vigilância, palavras de encorajamento, união, ameaças, empenho, liderança, entre outros aspectos.

Quando completaram a reconstrução, o texto bíblico registra que os opositores reconheceram que o Deus de Israel fizera aquela obra (Ne 6.15-16). Hoje, os membros de uma igreja local também têm uma grande obra: “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12); “aumento do corpo para sua edificação em amor” (Ef 4.16).

2.2. Aperfeiçoamento para serviço.
Interessante relacionar o texto de Neemias (citado anteriormente), que junta o trabalho dos homens com a constatação de que Deus fez a obra e a edificação da Igreja, com o trabalho dos discípulos de Cristo. Assim, vemos que há uma ação divina e humana. Jesus Cristo dá dons à Igreja visando o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11-12). J. Armitage Roinson, reitor de Westminster e erudito, escreveu que este texto dá a ideia de “levar os santos a tornarem-se aptos para o desempenho de suas funções no Corpo”. Desse modo, se verifica que o aperfeiçoamento não é um fim, mas tem o propósito de habilitar cada um para o desempenho do seu serviço.

O que é feito para cada membro do Corpo de Cristo e por cada membro visa a edificação da Igreja. No final do sermão profético de Jesus Cristo, o evangelista Mateus registrou a parábola dos talentos, contada pelo Senhor (Mt 25.14-30). Inicia dizendo que um homem chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. Não entregou a estranhos, mas aos seus. Não concentrou todos os bens em alguns, mas “a cada um”. E depois voltou “e fez contas com eles”. Nenhum discípulo de Cristo é desprovido de algum talento. Somos servos? Jesus Cristo é o nosso Senhor? Então temos responsabilidades na edificação do Seu Corpo. Como tem sido a minha participação? Como estou usando os talentos, os dons, as aptidões e as habilidades que o Senhor me entregou?

2.3. Todos devem participar.
Cada um de nós pode participar, pois a nossa capacidade vem de Deus (2Co 3.5). Deus opera (como constatado em Neemias 6.16), mas nós somos cooperadores de Deus (1Co 3.9). Interessante a postura exemplar dos membros das igrejas da Macedônia, pois, primeiro, se colocaram à disposição do Senhor e depois à disposição da liderança da igreja local (2Co 8.5). Na parábola dos talentos, assim que o Senhor partiu, logo alguns servos já começaram a agir. Indica prontidão e senso de urgência.

Há os que ficam esperando que lhe chamem pelo nome, quando, na verdade, já temos conhecimento de muitas atividades que são ou podem ser desenvolvidas na igreja local. Façamos como os discípulos da Macedônia: apresentemo-nos para o trabalho! Não sabemos quando virá o Senhor ou quando encerraremos nossa carreira na terra: “Não sejais vagarosos...” (Rm 12.11). Outra versão (NTLH) enfatiza que o trabalho deve ser feito sem preguiça e com entusiasmo. Assim, devemos fazer o que podemos ou devemos, sem esperar que todos tenham a mesma atitude. Façamos o que está ao nosso alcance. Nossa participação no serviço do Senhor não fica desapercebida, por mais que achemos insignificante (Ec 9.10; Mt 10.42).

3. Princípios bíblicos do serviço cristão.
Como em todo os aspectos da vida do discípulo de Cristo, também no serviço cristão precisamos agir de acordo com os princípios bíblicos. Não basta boa vontade ou recursos materiais e financeiros. São importantes, porém não subsistem os princípios da Palavra de Deus. Afinal, é necessário que seja feito com ordem e decência (1Co 14.40), com reverência e piedade (Hb 12.28).

3.1. Servir de acordo com a Palavra.
Neste tópico, destacaremos alguns princípios bíblicos: 1) Nossa atuação não deve ser um esforço para salvação (Ef 2.8-9); 2) O serviço cristão não deve ser isolado, independente ou incoerente com o meu relacionamento com Deus (Ap 3.1-2); 3) Não deve me impedir de desfrutar a melhor parte (Lc 10.41-42); 4) Deve ser um serviço como consequência de pertencer ao Senhor (At 27.23 – Não sirvo para pertencer. Sirvo porque pertenço – 1Co 6.19-20) e de seguir ao Senhor (Lc 8.1-3); 5) Precisa ser conforme a Palavra de Deus (1Cr 15.13-15). Nada substitui as orientações bíblicas, mesmo que se tenha em vista um fim proveitoso.

O serviço cristão não produz salvação, porém é um dos efeitos da obra regeneradora de Cristo na vida de uma pessoa. O salvo em Cristo deseja ver o crescimento da igreja e outros sendo alcançados pela mensagem da salvação.

3.2. Exemplo dos tessalonicenses.
O texto bíblico de 1 Tessalonicenses 1.9 diz que os discípulos da cidade de Tessalônica se converteram a Deus para servir a Deus. Eles serviram a Deus, mesmo num contexto de “muita tribulação” (1Ts 1.6). As circunstâncias ao nosso redor não nos impedem de realizar o serviço cristão. Atos 8.4 nos mostra a conduta dos que andavam dispersos por causa da perseguição: eles não deixavam de anunciar a Palavra. Assim, enquanto aguardo a segunda vinda de Jesus, devo servi-Lo (1Ts 1.10). A esperança do salvo na realidade da ressurreição e do arrebatamento deve motivá-lo a se dedicar ao serviço cristão. Estamos na expectativa da volta de Jesus? Então devemos aproveitar e nos envolvermos na obra do Senhor (1Co 15.58).

Não devemos ser negligentes ou indiferentes, mas firmes, constantes e abundantes (estabilidade, continuidade e produtividade). Muitos são os que iniciam cheios de entusiasmo e fazendo inúmeras promessas, porém não são estáveis. Lembremo-nos de que não é na nossa força, mas na força do Espírito Santo (Zc 4.6) e da ação da graça do Senhor necessita de discípulos de Cristo que atuem como Arão e Hur, sustentando as mãos de Moisés (Êx 17.11-13); Jônatas e seu pajem, que foram homens de iniciativa (1Sm 14.6-7); que animem com palavras de ânimo e se coloquem ao lado de seus líderes (Ed 10.4); como Priscila e Áquila, cooperadores de Paulo (Rm 16.3-4); como Barnabé, que esteve atento tanto a Paulo como a Marcos (At 9.26-27; 13.39). De acordo com a parábola dos talentos (Mt 25.14-30), o que determina a aprovação do servo não é o volume ou a quantidade do trabalho, mas a fidelidade ao Senhor, estando Ele ausente (Mt 25.21, 23). Notemos que o servo mau não foi desonesto e nem gastou mais do que devia, porem foi omisso (Mt 25.24-27).

3.3. Aproveitando as oportunidades.
Encontramos na Palavra de Deus exortações para não desprezarmos o dom e para despertarmos o dom de Deus em nós (1Tm 4.14; 2Tm 1.6). É como se Paulo estivesse dizendo para Timóteo manter viva a chama do dom de Deus. O Senhor concede o dom, porém nós precisamos usá-lo e desenvolvê-lo. Aproveitemos as oportunidades que Deus tem nos proporcionado enquanto há tempo (Ef 5.15-16). Quando a noite chegar, não será mais possível trabalhar (Jo 9.4). Há tantas atividades numa igreja local a serem executadas. Onde estão os trabalhadores?

Algumas tarefas a serem realizadas: comissão de visitas; cultos ao ar-livre; portaria; recepção; distribuição de folhetos; setor administrativo; limpeza; abrir e fechar o templo; entre outras. Procure o seu pastor local e coloque –se à disposição. Esteja atento e seja proativo (Hb 6.10-11). Não seja apenas um assistente, mas um ativo participante. Lembre-se que a oração intercessora é muito importante. Interceda diariamente, também, pela igreja local. Reavalie constantemente sua rotina e procure incluir dias e horários para se dedicar: também, à igreja local. Colocar os serviços profissionais à disposição da obra do Senhor é uma atitude abençoadora para o bom desenvolvimento das atividades da igreja local. Além de ser uma excelente oportunidade de aprendizado, desenvolvimento de habilidades pessoais, relacionamentos interpessoais, melhora da autoestima, entre outros benefícios.

Conclusão.
O serviço cristão é oportunidade para o discípulo de Cristo expressar gratidão a Deus por ter sido alcançado pela obra divina da redenção (Sl 116.12). Não é pagamento ou compensação, mas atitude de amor, reconhecimento, consagração e gratidão por tudo que Deus tem feito e concedido aos Seus.

Questionário.
1. O que Jesus Cristo visa ao dar dons à Igreja?
R: O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11-12).

2. O que os recursos materiais e financeiros não substituem?
R: Os princípios da Palavra de Deus (1Co 14.40; Hb 12.28).

3. O que 1 Tessalonicenses 1.9 diz?
R: Que os tessalonicenses se converteram a Deus para servir a Deus (1Ts 1.9).

4. O que as circunstâncias ao nosso redor não nos impedem?
R: De realizar o serviço cristão (1Ts 1.6).

5. O que devemos fazer enquanto há tempo?
R: Aproveitar as oportunidades que Deus tem nos proporcionado (Ef 5.15-16).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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