Lição 11 O discípulo
de Jesus e o serviço cristão.
10 de Junho de 2018
Texto
Áureo
1Ts 1.9
“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a
entrada que tivermos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus,
para servir ao Deus vivo e verdadeiro.”
Verdade
Aplicada
Todo membro do Corpo de Cristo é responsável
pelo desenvolvimento das diversas atividades da igreja local, visando
edificação e a glória de Deus.
Objetivos
da Lição
Ressaltar que devemos honrar a
Deus por meio do trabalho;
Refletir sobre a importância
de cada membro do Corpo de Cristo na edificação da Igreja;
Mostrar os princípios
bíblicos do serviço cristão.
Glossário
Erudito: Que tem instrução
vasta e variada, que revela muito saber;
Secular: Próprio do século ou
do mundo profano;
Senso: Rumo, sentido;
cautela.
Leituras
complementares
Segunda Lc 1.74-75
Terça Lc 12.35-38
Quarta At 6.1-4
Quinta Rm 12.11
Sexta 1Co 13.1-3
Sábado Hb 6.10-11
Textos
de Referência.
Neemias 2.18; 4.6; 6.3
2.18 Então lhes declarei como a mão do meu
Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele tinha dito.
Então disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o
bem.
4.6 Assim, edificamos o muro, e todo o muro
se cerrou até a sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.
6.3 E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou
fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta
obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?
Hinos
sugeridos.
63, 93, 115
Motivo
de Oração
Ore pelos irmãos e irmãs que trabalham e
ensinam na Escola Dominical.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Honrar a Deus por meio do
trabalho.
2. Serviço visando a edificação
da Igreja.
3. Princípios bíblicos do
serviço cristão.
Conclusão
Introdução
Nesta lição, refletiremos sobre um dos
aspectos da vida do discípulo de Cristo que tem sido bastante afetado pela
geração “sem tempo”: o comprometimento no serviço cristão, inclusive na igreja
local.
1. Honrar
a Deus por meio do trabalho.
O trabalho está presente na realidade humana
antes mesmo do pecado. Quando Deus formou o homem, o abençoou com a capacidade
de se relacionar com Ele e o nomeou como mordomo e gerente de toda a criação
(Gn 1.28; Sl 8.5-8).
1.1. A
importância do trabalho.
Ao colocar o homem no jardim do Éden, o
Criador lhe designou um trabalho próprio, para o corpo e a mente, isto é,
lavrar e guardar o jardim que Deus havia preparado (Gn 2.15). Portanto, o
trabalho desenvolvido pelo ser humano era feito para Deus. Era um serviço
divino. Assim, já em Gênesis, o livro dos princípios, encontramos a semente do
ensino de Paulo em suas epístolas acerca de como o discípulo de Cristo deveria
encarar a atividade profissional e a relação entre patrão e empregado.
Estejamos cientes de que a vida do
discípulo de cristo deve ser de adoração a Deus em todo o tempo e aspecto (1Co
10.31). Também é bíblico que o serviço cristão não se restringe ao que é feito
no contexto de uma igreja local, mas alcança aquele que é desenvolvido por um
servo de Deus seja numa oficina mecânica, no ambiente industrial, no comércio,
no escritório, enfim em todos os ramos profissionais.
1.2. Trabalhar
com excelência.
Encontramos na Bíblia que, enquanto
estivermos trabalhando, devemos obedecer ao chefe ou supervisor como a Cristo,
trabalhar como servos de Cristo, prestando serviço como ao Senhor e sabendo que
seremos recompensados pelo Senhor (Ef 6.5-8). Note que nos quatro versículos há
menção a Cristo ou Senhor. Isso nos lembra que o trabalho feito sob a
orientação ou supervisão de alguém em posição hierárquica acima da nossa (num
contexto terreno) deve ser feito como sendo oferecido ao Senhor. O que quer que
o discípulo de Jesus faça, deve ser feito como ao Senhor (Rm 14.7-9).
William Barclay escreveu em seu
comentário bíblico: “a convicção do trabalhador cristão é de que cada uma das
peças de trabalho que produz deve ser bem executada, como para mostrar a Deus”.
1.3. Servindo
a Deus.
No período da Reforma Protestante (século
XVI), tanto Lutero como Calvino sustentaram que o ser humano também cumpria sua
vocação e chamado de Deus sendo útil à sociedade por meio de seu trabalho,
desfazendo, assim, a ideia em distinguir entre o sagrado e o secular. Em seu
comentário sobre a epístola de Efésios, John Stott escreveu: “É possível uma
dona de casa cozinhar uma refeição como se Jesus Cristo fosse comê-la, ou fazer
a limpeza geral da casa como se Jesus Cristo viesse a ser hospede de honra. É
possível para professores educar crianças, para médicos tratar pacientes, e
para enfermeiras cuidar deles, para advogados ajudar clientes, para balconistas
atender fregueses... como se em cada caso servissem a Jesus Cristo”.
A Bíblia menciona serviço feito
pelo homem antes do pecado e, também, na nova Jerusalém, sem maldição, diante
do trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22.3). Segundo Russel Shedd, este versículo
traduzido literalmente é: “escravos prestarão culto a Ele”. Portanto, é
importante não limitar o culto apenas ao momento de louvor ou oração quando
estamos num templo ou participando de uma reunião, mas todo o nosso ser deve
cultuar ao Senhor em todo o tempo.
2.
Serviço visando a edificação da Igreja.
Neste tópico refletiremos sobre a importância
da participação de cada membro do Corpo de Cristo na edificação da Igreja. Como
no tópico anterior, também encontramos fundamentação bíblica no Antigo
testamento para nos guiar neste estudo.
2.1. Ainda
há serviço a ser feito.
No tempo da reconstrução dos muros de
Jerusalém, após o retorno dos judeus do cativeiro, a partir do reinado de Ciro,
rei da Pérsia (Ed 1.1), foi fundamental a participação de todos os que estavam
em Jerusalém, na época de Neemias (Ne 2.11). O templo já havia sido reedificado
(Ed 6.14-16), porém os muros da cidade estavam derrubados e os portões
destruídos pelo fogo (Ne 2.13). Enquanto estivermos debaixo do sol sempre
haverá trabalho a ser feito. Os capítulos 3 a 6 de Neemias detalham a
reconstrução dos muros e das portas num contexto de: dedicação, participação,
oração, vigilância, palavras de encorajamento, união, ameaças, empenho,
liderança, entre outros aspectos.
Quando completaram a reconstrução,
o texto bíblico registra que os opositores reconheceram que o Deus de Israel
fizera aquela obra (Ne 6.15-16). Hoje, os membros de uma igreja local também
têm uma grande obra: “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12); “aumento do
corpo para sua edificação em amor” (Ef 4.16).
2.2. Aperfeiçoamento
para serviço.
Interessante relacionar o texto de Neemias
(citado anteriormente), que junta o trabalho dos homens com a constatação de
que Deus fez a obra e a edificação da Igreja, com o trabalho dos discípulos de
Cristo. Assim, vemos que há uma ação divina e humana. Jesus Cristo dá dons à
Igreja visando o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11-12). J. Armitage Roinson,
reitor de Westminster e erudito, escreveu que este texto dá a ideia de “levar
os santos a tornarem-se aptos para o desempenho de suas funções no Corpo”.
Desse modo, se verifica que o aperfeiçoamento não é um fim, mas tem o propósito
de habilitar cada um para o desempenho do seu serviço.
O que é feito para cada membro do
Corpo de Cristo e por cada membro visa a edificação da Igreja. No final do
sermão profético de Jesus Cristo, o evangelista Mateus registrou a parábola dos
talentos, contada pelo Senhor (Mt 25.14-30). Inicia dizendo que um homem chamou
os seus servos e entregou-lhes os seus bens. Não entregou a estranhos, mas aos
seus. Não concentrou todos os bens em alguns, mas “a cada um”. E depois voltou
“e fez contas com eles”. Nenhum discípulo de Cristo é desprovido de algum
talento. Somos servos? Jesus Cristo é o nosso Senhor? Então temos
responsabilidades na edificação do Seu Corpo. Como tem sido a minha
participação? Como estou usando os talentos, os dons, as aptidões e as
habilidades que o Senhor me entregou?
2.3. Todos
devem participar.
Cada um de nós pode participar, pois a nossa
capacidade vem de Deus (2Co 3.5). Deus opera (como constatado em Neemias 6.16),
mas nós somos cooperadores de Deus (1Co 3.9). Interessante a postura exemplar
dos membros das igrejas da Macedônia, pois, primeiro, se colocaram à disposição
do Senhor e depois à disposição da liderança da igreja local (2Co 8.5). Na
parábola dos talentos, assim que o Senhor partiu, logo alguns servos já
começaram a agir. Indica prontidão e senso de urgência.
Há os que ficam esperando que lhe
chamem pelo nome, quando, na verdade, já temos conhecimento de muitas
atividades que são ou podem ser desenvolvidas na igreja local. Façamos como os
discípulos da Macedônia: apresentemo-nos para o trabalho! Não sabemos quando
virá o Senhor ou quando encerraremos nossa carreira na terra: “Não sejais
vagarosos...” (Rm 12.11). Outra versão (NTLH) enfatiza que o trabalho deve ser
feito sem preguiça e com entusiasmo. Assim, devemos fazer o que podemos ou
devemos, sem esperar que todos tenham a mesma atitude. Façamos o que está ao
nosso alcance. Nossa participação no serviço do Senhor não fica desapercebida,
por mais que achemos insignificante (Ec 9.10; Mt 10.42).
3. Princípios
bíblicos do serviço cristão.
Como em todo os aspectos da vida do discípulo
de Cristo, também no serviço cristão precisamos agir de acordo com os
princípios bíblicos. Não basta boa vontade ou recursos materiais e financeiros.
São importantes, porém não subsistem os princípios da Palavra de Deus. Afinal,
é necessário que seja feito com ordem e decência (1Co 14.40), com reverência e
piedade (Hb 12.28).
3.1. Servir
de acordo com a Palavra.
Neste tópico, destacaremos alguns princípios
bíblicos: 1) Nossa atuação não deve ser um esforço para salvação (Ef 2.8-9); 2)
O serviço cristão não deve ser isolado, independente ou incoerente com o meu
relacionamento com Deus (Ap 3.1-2); 3) Não deve me impedir de desfrutar a
melhor parte (Lc 10.41-42); 4) Deve ser um serviço como consequência de
pertencer ao Senhor (At 27.23 – Não sirvo para pertencer. Sirvo porque pertenço
– 1Co 6.19-20) e de seguir ao Senhor (Lc 8.1-3); 5) Precisa ser conforme a
Palavra de Deus (1Cr 15.13-15). Nada substitui as orientações bíblicas, mesmo
que se tenha em vista um fim proveitoso.
O serviço cristão não produz
salvação, porém é um dos efeitos da obra regeneradora de Cristo na vida de uma
pessoa. O salvo em Cristo deseja ver o crescimento da igreja e outros sendo
alcançados pela mensagem da salvação.
3.2.
Exemplo dos tessalonicenses.
O texto bíblico de 1 Tessalonicenses 1.9 diz
que os discípulos da cidade de Tessalônica se converteram a Deus para servir a
Deus. Eles serviram a Deus, mesmo num contexto de “muita tribulação” (1Ts 1.6).
As circunstâncias ao nosso redor não nos impedem de realizar o serviço cristão.
Atos 8.4 nos mostra a conduta dos que andavam dispersos por causa da
perseguição: eles não deixavam de anunciar a Palavra. Assim, enquanto aguardo a
segunda vinda de Jesus, devo servi-Lo (1Ts 1.10). A esperança do salvo na
realidade da ressurreição e do arrebatamento deve motivá-lo a se dedicar ao
serviço cristão. Estamos na expectativa da volta de Jesus? Então devemos
aproveitar e nos envolvermos na obra do Senhor (1Co 15.58).
Não devemos ser negligentes ou
indiferentes, mas firmes, constantes e abundantes (estabilidade, continuidade e
produtividade). Muitos são os que iniciam cheios de entusiasmo e fazendo
inúmeras promessas, porém não são estáveis. Lembremo-nos de que não é na nossa
força, mas na força do Espírito Santo (Zc 4.6) e da ação da graça do Senhor
necessita de discípulos de Cristo que atuem como Arão e Hur, sustentando as
mãos de Moisés (Êx 17.11-13); Jônatas e seu pajem, que foram homens de
iniciativa (1Sm 14.6-7); que animem com palavras de ânimo e se coloquem ao lado
de seus líderes (Ed 10.4); como Priscila e Áquila, cooperadores de Paulo (Rm
16.3-4); como Barnabé, que esteve atento tanto a Paulo como a Marcos (At
9.26-27; 13.39). De acordo com a parábola dos talentos (Mt 25.14-30), o que
determina a aprovação do servo não é o volume ou a quantidade do trabalho, mas
a fidelidade ao Senhor, estando Ele ausente (Mt 25.21, 23). Notemos que o servo
mau não foi desonesto e nem gastou mais do que devia, porem foi omisso (Mt
25.24-27).
3.3.
Aproveitando as oportunidades.
Encontramos na Palavra de Deus exortações
para não desprezarmos o dom e para despertarmos o dom de Deus em nós (1Tm 4.14;
2Tm 1.6). É como se Paulo estivesse dizendo para Timóteo manter viva a chama do
dom de Deus. O Senhor concede o dom, porém nós precisamos usá-lo e
desenvolvê-lo. Aproveitemos as oportunidades que Deus tem nos proporcionado
enquanto há tempo (Ef 5.15-16). Quando a noite chegar, não será mais possível
trabalhar (Jo 9.4). Há tantas atividades numa igreja local a serem executadas.
Onde estão os trabalhadores?
Algumas tarefas a serem realizadas:
comissão de visitas; cultos ao ar-livre; portaria; recepção; distribuição de
folhetos; setor administrativo; limpeza; abrir e fechar o templo; entre outras.
Procure o seu pastor local e coloque –se à disposição. Esteja atento e seja
proativo (Hb 6.10-11). Não seja apenas um assistente, mas um ativo
participante. Lembre-se que a oração intercessora é muito importante. Interceda
diariamente, também, pela igreja local. Reavalie constantemente sua rotina e
procure incluir dias e horários para se dedicar: também, à igreja local.
Colocar os serviços profissionais à disposição da obra do Senhor é uma atitude
abençoadora para o bom desenvolvimento das atividades da igreja local. Além de
ser uma excelente oportunidade de aprendizado, desenvolvimento de habilidades
pessoais, relacionamentos interpessoais, melhora da autoestima, entre outros
benefícios.
Conclusão.
O serviço cristão é oportunidade para o
discípulo de Cristo expressar gratidão a Deus por ter sido alcançado pela obra
divina da redenção (Sl 116.12). Não é pagamento ou compensação, mas atitude de
amor, reconhecimento, consagração e gratidão por tudo que Deus tem feito e
concedido aos Seus.
Questionário.
1. O que Jesus Cristo visa ao dar dons à
Igreja?
R: O aperfeiçoamento dos santos
(Ef 4.11-12).
2. O que os recursos materiais e financeiros
não substituem?
R: Os princípios da Palavra de
Deus (1Co 14.40; Hb 12.28).
3. O que 1 Tessalonicenses 1.9 diz?
R: Que os tessalonicenses se
converteram a Deus para servir a Deus (1Ts 1.9).
4. O que as circunstâncias ao nosso redor não
nos impedem?
R: De realizar o serviço
cristão (1Ts 1.6).
5. O que devemos fazer enquanto há tempo?
R: Aproveitar as oportunidades
que Deus tem nos proporcionado (Ef 5.15-16).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o
discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos
Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral,
ISSN 2448-184X.
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