Lição 4 Não Farás Imagens de Esculturas
25 de Janeiro de 2015
TEXTO
ÁUREO
"Portanto, meus amados, fugi da
idolatria." (1 Co 10.14)
VERDADE
PRÁTICA
O segundo mandamento proíbe a idolatria,
adoração de ídolo, imagem de um deus ou de qualquer objeto de culto
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Lv 19.4 Deus proíbe a fabricação de
ídolos e deuses de fundição
Terça - Dt 4.12 A adoração a Deus deve ser
sem imagens e sem figuras
Quarta - Mt 4.10 Somente Deus deve ser
adorado e a Ele devemos servir
Quinta - Jo 4.24 Deus é Espírito e deve ser
adorado em espírito e em verdade
Sexta - At 17.24,25 Deus não habita em templo
feito por mãos humanas
Sábado - 1 Jo 5.21 O combate à idolatria é
mantido pelo apóstolo João
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.4-6; Deuteronômio 4.15-19
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que Deus se revela ao homem sem a
necessidade de meras reproduções.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
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Ao lado, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. |
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1 Explicar a proibição bíblica
quanto à idolatria.
2 Apresentar a característica
zelosa de Deus.
3 Conscientizar sobre o verdadeiro
culto a Deus.
4 Esclarecer quanto à idolatria
da teologia romana.
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INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Caro professor, a lição desta semana
relembra-nos o caráter único de Deus. O nosso Pai não aceita dar a sua glória a
outrem. O ser humano religioso é vulnerável quanto aos misticismos do mundo
atual. Às vezes, uma coincidência na vida de uma pessoa é interpretada como uma
dádiva de um "santo" ou o benefício de um "anjo".
Entretanto, a Bíblia apresenta o único intermediário entre Deus e a humanidade:
Jesus Cristo, o Homem (1 Tm 2.5,6). O Senhor Jesus foi crucificado, morto e
ressuscitou ao terceiro dia, para nos dar vida suficiente. Ele rasgou o véu e,
por isso, não podemos tornar a costurá-lo devido a cultura ou a tradição de um
povo. Que o Senhor ilumine a nossa mente e resplandeça sobre nós o conhecimento
da sua Palavra. Boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O primeiro mandamento estabelece a adoração
somente a Deus e a mais ninguém. A ordem do segundo mandamento é para adorar a
Deus diretamente, sem mediação de qualquer objeto. A idolatria é o primeiro dos
três pecados capitais na tradição judaica, "a idolatria, a impureza e o
derramamento de sangue". Os cristãos devem se abster da contaminação dos
ídolos (At 15.20).
I. PROIBIÇÃO À IDOLATRIA
1.
Ídolo e imagem.
O termo hebraico empregado aqui para "imagem de escultura" (Êx 20.4;
Dt 5.8) é péssel, usado no Antigo Testamento para designar os deuses (Is
42.17), como Aserá, a divindade dos cananeus (2 Rs 21.7, TB - Tradução
Brasileira). Esses ídolos eram esculpidos em pedra, madeira ou metal (Lv 26.1;
Is 45.20; Na 1.14). A Septuaginta traduz péssel pela palavra grega eidolon,
"ídolo", a mesma usada no Novo Testamento (1 Co 10.14; 1 Jo 5.21). O
ídolo é um objeto de culto visto pelos idólatras como tendo poderes
sobrenaturais e a imagem é a representação do ídolo.
2.
Idolatria.
O termo "idolatria" vem de eidolon, "ídolo", e latreia,
"serviço sagrado, culto, adoração". Idolatria é a forma pagã de
adoração a ídolos, de adorar e servir a outros deuses ou a qualquer coisa que
não seja o Deus verdadeiro. É prática incompatível com a fé judaico-cristã, pois
nega o senhorio e a soberania de Deus. Moisés e os profetas viam na idolatria a
destruição de toda a base religiosa e ética dos israelitas, além de negar a
revelação (Dt 4.23-25).
3.
Semelhança ou figura.
A frase "Nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra" (Êx 20.4b; Dt 5.8b), à luz de
Deuteronômio 4.12,15, proíbe adorar o próprio Deus verdadeiro por intermédio de
qualquer objeto. A palavra hebraica para "semelhança" é temunah,
"aparência, representação, manifestação, figura". Sua ideia básica é
de aparência externa, ou seja, uma imagem vista numa visão (Nm 12.8; Dt
4.12,16-18; Jó 4.16; Sl 17.15). Essa proibição inclui a representação de coisas
materiais como homens e mulheres, pássaros, animais terrestres, peixes e corpos
celestes (Dt 4.16-19).
PONTO
CENTRAL
Deus se revelou ao homem sem necessidade de
mediações sob meras reproduções imagéticas e humanas.
CONHEÇA
MAIS
*Abadia de
Westminster
Local onde foi instituída a Assembleia de
Westminster, isto é, na cidade de Westminster, em Londres, na Inglaterra,
em 1643. Em abril de 2011, o casal de
príncipes britânicos casou nesta Abadia. Em 1648 foi sancionada a Confissão de
Fé e aprovados os Catecismo Maior e o Breve Catecismo de orientação
protestante.
O Catecismo é um documento de orientação de
fé de determinada tradição cristã.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Reproduzir imagens humanas, de animais ou
qualquer outra coisa, com a finalidade de adorar, foi proibido ao povo de Deus.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor, após expor esse primeiro tópico,
ressalte ao aluno que, diferentemente do Antigo Testamento, a maioria dos
ídolos do século XXI não é feita por mãos humanas, mas se alimenta dos
pensamentos e dos desejos das mentes e dos corações de carne. Os ídolos atuais
são invisíveis, pois na maioria das vezes não têm corpo e sangue, nem ferro ou
madeira. Os ídolos do século XXI alimentam-se das ambições das pessoas, do
desejo desenfreado e egoístico de ter mais e mais. Não há como servir ao
Senhor, nosso Deus, e, ao mesmo tempo, a "Mamon".
II. AMEAÇAS E PROMESSAS
1. O
Deus zeloso.
O adjetivo hebraico qanna, "zeloso", aparece apenas cinco vezes no
Antigo Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15) e está associado ao nome
divino el, "Deus". O zelo de Jeová consiste no fato de ser Ele o
único para Israel, e este não deveria partilhar o amor e a adoração com nenhuma
divindade das nações. Esse direito de exclusividade era algo inusitado na época
e único na história das religiões, pois os cultos pagãos antigos eram
tolerantes em relação a outros deuses.
2. As
ameaças.
A expressão "terceira e quarta geração" (Êx 20.5; Dt 5.9) indica
qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração
matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica (Am
1.3,6,11,13; 2.1,4,6; Pv 30.15,18,21,29). O objetivo aqui é contrastar o
castigo para "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de
abençoar a milhares de gerações.
3. As
promessas.
Salta à vista de qualquer leitor a diferença entre castigo e misericórdia. A
ira divina vai até a quarta geração, no entanto, a misericórdia de Deus chega a
mil gerações sobre os que guardam os mandamentos divinos (Êx 20.6; Dt 5.10).
Muito cedo na história, o nosso Deus revela que seu amor ultrapassa
infinitamente o juízo.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Deus é um Deus zeloso e não divide a sua
glória com ninguém.
III. O CULTO VERDADEIRO
1.
Adoração.
O segundo mandamento proíbe fazer imagem de escultura e também de se prostrar
diante dela para adorá-la: "não te
encurvarás a elas, nem as servirás" (Êx 20.5; Dt 5.9). Adoração é serviço
sagrado, culto ou reverência a Deus por suas obras. É somente a Deus que se
deve adorar (Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9).
2. Deus
é espírito.
O Catecismo Maior de Westminster (1648)* declara que "Deus é Espírito, em
si e por si infinito em seu ser (Jo 4.24; Êx 3.14; Jó 11.7-9)". O espírito
é substância imaterial e invisível, diferentemente da matéria. É também
indestrutível, pois o "espírito não tem carne nem ossos" (Lc 24.39).
Além de a Bíblia afirmar que Deus é espírito, declara também de maneira direta
que Ele é invisível (Cl 1.15; 1 Tm 1.17). Assim, a espiritualidade que tem Deus
como alvo é incompatível com as imagens dos ídolos.
3. Deus
é imanente e transcendente. A imanência é a forma de relacionamento de Deus com o
mundo criado e principalmente com os seres humanos e sua história. O Salmo 139
é um exemplo clássico. A transcendência significa que Deus é um ser que não
pertence à criação, não faz parte dela, transcende a toda matéria e a tudo o
que foi criado (Jo 17.5,24; Cl 1.17; 1 Tm 6.16). O exclusivismo da sua adoração
é natural porque Deus é incomparável; ninguém há como Ele no universo (Rm
11.33-36).
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Deus é Espírito e importa que o adoremos em
espírito e em verdade
IV. AS IMAGENS E O CATOLICISMO
ROMANO
1. O
que dizem os teólogos católicos romanos? A edição brasileira do Catecismo da Igreja
Católica, publicado em 1993, no período do pontificado do papa João Paulo II,
afirma que o culto de imagens não contradiz o mandamento que proíbe os ídolos.
Os teólogos católicos romanos ensinam que a confecção da arca da aliança com os
querubins e a serpente de metal no deserto (Êx 25.10-22; 1 Rs 6.23-28; 7.23-26;
Nm 21.8) permitem o culto às imagens.
2. Uma
interpretação forçada. O argumento da igreja católica é falacioso porque os
antigos hebreus não cultuavam os querubins nem a arca, menos ainda a serpente
de metal. O povo não dirigia orações a esses objetos. A arca e os querubins do
propiciatório sequer eram vistos pelo povo, pois ficavam no lugar santíssimo
(Êx 26.33; Lv 16.2; Hb 9.3-5). Quando o povo começou a cultuar a serpente que foi construída no deserto, o rei Ezequias
mandou destruí-la (2 Rs 18.4). As peças
religiosas a que os teólogos católicos romanos se referem serviam como figuras
da redenção em Cristo (Hb 9.5-9; Jo 3.14,15).
3. O
uso de figuras como símbolo de adoração. A adoração ao Deus verdadeiro por meio de
figura, símbolo ou imagem é idolatria. Isso os israelitas fizeram no deserto
(Êx 32.4-6). Mica e Jeroboão I, filho de Nebate, procederam da mesma maneira
(Jz 17.2-5; 18.31; 1 Rs 12.28-33). Os ídolos que a Bíblia condena não se
restringem a animais, corpos celestes ou forças da natureza, pois inclui também
figuras humanas (Sl 115.4-8).
4.
Mariolatria.
É o culto de Maria, mãe de Jesus. Seus adeptos dirigem oração a ela,
prostram-se diante de sua imagem e acreditam que sua escultura é milagrosa.
Isso é idolatria! Os devotos, propagandeados pela mídia, atribuem a Maria uma
posição que a Bíblia não lhe confere. Nós reconhecemos o papel honroso da mãe
de nosso Senhor Jesus Cristo, mas ela mesma jamais aceitaria ser cultuada (Lc
1.46, 47; 11.27, 28; 1 Tm 2.5).
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
Não há base bíblica para praticar o que a
teologia romana ensina à igreja.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor, a devoção às imagens e esculturas,
no Brasil, é um fenômeno religioso poderoso. Milhares de pessoas, ano a ano,
pagam as suas promessas, subindo às mais altas escadarias das catedrais para
celebrar o santo. Mas é importante que expliquemos aos alunos que, por trás da
idolatria, há interesses econômicos poderosos. O teólogo Lawrence Richards,
comentando o capítulo 19 do livro de Atos, explica com clareza a razão
econômica da idolatria praticada em Éfeso: "[...] Em Éfeso, Paulo arruína
o negócio daqueles que fabricam e vendem imagens da deusa Ártemis. Demétrio,
presidente de um dos sindicatos locais, inicia uma revolta entre os negociantes
preocupados. 'Precisamos parar este movimento', clama Demétrio, 'ou todos
ficaremos sem emprego'.
A preocupação expressa pelas vítimas desse
missionário cristão [ ou seja, Paulo] é verdadeira. Diariamente, os cidadãos
americanos gastam mais de 80 milhões de dólares com o ocultismo. Eles visitam
cartomantes, com encantos e amuletos, contratam mágicos para curar doenças ou
amaldiçoar inimigos. Ora, toda indústria turística americana está baseada nas
pessoas visitando cidades como Éfeso, onde há famosos templos e santuários.
Simplesmente falando, o império não pode
dar-se ao luxo de tolerar pessoas como Paulo, que pregam contra a feitiçaria e
a idolatria. Toda a nossa economia desmoronará se estes fanáticos forem
tolerados.
Alguns podem argumentar que a mensagem de
Paulo é verdadeira, e que o poder de seu 'Espírito Santo' e de 'Jesus' é maior
do que o poder dos espíritos dos quais eles dependem. Isso pode ser verdade.
Mas, definitivamente, não ousamos nos converter, tornando-nos cristãos. Há
muita gente que ganha a vida com o ocultismo. É uma indústria que o império
simplesmente precisa apoiar" (RICHARD. Lawrence. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, p.275).
CONCLUSÃO
Devemos ter discernimento para distinguir
ídolos de objetos meramente decorativos. Tudo aquilo que a pessoa ama mais do
que a Deus torna-se idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). A Bíblia não proíbe as artes,
nem a escultura em si mesma e nem a pintura. Deus mesmo inspirou artistas entre
os israelitas no deserto (Êx 35.30-35). O rei Salomão mandou esculpir querubins
na parede e touros e leões para decorar o templo (1 Rs 6.29; 7.29) e o palácio
real (1 Rs 10.19, 20), mas nunca com objetivo de que tais objetos fossem adorados.
PARA REFLETIR
A
respeito da Idolatria:
É correto afirmar que a idolatria se
caracteriza apenas por imagens de esculturas?
Não. A idolatria se caracteriza
por tudo aquilo que toma o lugar de Deus no coração da pessoa.
Com a máxima semítica "terceira e quarta
geração", o autor bíblico quer se referir ao número exato de vezes que
Deus castigará a geração?
Não. O objetivo é contrastar o
castigo para "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de
abençoar a milhares de gerações.
Por que não podemos ter uma atitude de
adoração ou devoção a Maria?
Em primeiro lugar, Maria,
apesar de ser a mãe de Jesus, era uma mulher igual às outras, mas achada
graciosa pelo Senhor. E ela jamais aceitaria ser cultuada, pois a glória deve
ser dada somente a Deus.
Ter objetos decorativos em casa é idolatria?
Não. Não há nada na Bíblia que
condene ter objetos decorativos em casa.
A Bíblia proíbe as artes?
Não. Temos de ter discernimento
para não proibirmos o que a Bíblia não proíbe. Temos de distinguir os ídolos
dos objetos meramente decorativos e das artes e esculturas artísticas. Deus
mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35).
VOCABULÁRIO
Imagética: Que revela imaginação. Ocultismo:
Crença na ação ou influência dos poderes sobrenaturais ou supranormais.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61,
p.39.
Você encontrará mais subsídios para
enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO
DE LEITURA
Estilos de Aprendizagem
O estilo de aprendizagem é a maneira pela
qual a pessoa vê ou entende melhor o mundo que a cerca e, depois, utiliza seu
conhecimento. Quando entendermos esses estilos de aprendizagem e ajustarmos a
eles nossa maneira de educar, alcançaremos os que Deus nos confiou para ensinar.
Manual do Pentateuco
Neste livro, o autor faz um exame preciso e
aprofundado dos cinco primeiros livros da Palavra de Deus, relacionando suas
informações com o contexto sociocultural da época. Excelente para pesquisas,
cada capítulo possui bibliografia para enriquecer ainda mais seus estudos.
Cristo entre outros Deuses
Todas as religiões são iguais? Deus é o mesmo
em todos os cultos? Como Jesus é visto em outras religiões? Todos os caminhos
levam a Deus? Essas e outras questões são abordadas neste livro. Com argumentos
irrefutáveis, o autor leva-nos a refletir acerca dos principais temas
religiosos.
Deus abençoe !!!!!!!
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