Interpretar
corretamente o mandamento "Não tomarás o nome do Senhor em vão".
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Ao lado, os
objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada
tópico.
Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
1.
Mostrar como eram usados os nomes no Antigo Testamento.
2.
Apontar o problema da pronúncia do nome de Deus.
3.
Elencar as modalidades dos juramentos no Antigo
Testamento.
4.
Apresentar a perspectiva de Jesus sobre o juramento
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Houve um tempo em
que bastava a palavra de uma pessoa e o compromisso estava firmado. Hoje, as
pessoas dizem que as palavras "o vento as leva". Vivemos numa
sociedade em que seus membros banalizaram o compromisso verbal. É comum
muitos mudarem de posição, não que isso seja errado, pois não há nada mais
digno do que reconhecermos quando estávamos equivocados, mas recuar em sua
palavra pelo bel-prazer não é correto. O Senhor Jesus ensinou aos discípulos
que a nossa linguagem tem de ser sim, sim ou não, não. Não pode haver
meio-termo quanto às nossas decisões. Não podemos usar "os céus" ou
"a terra" para encobrir as nossas decisões.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A dificuldade
humana para dizer a verdade e cumprir com os seus compromissos na antiguidade
eram motivos de juramentos triviais em coisas efêmeras da vida. Deus é santo
e exige santidade de seu povo. Assim, o relacionamento de todas as pessoas
deve ser honesto e cada um deve falar a verdade. A lei estabelece limites,
pois Deus está presente nos relacionamentos pessoais de seu povo.
I. O
NOME DIVINO
1. O
nome.
Nos tempos do Antigo Testamento, o nome era empregado não simplesmente para
distinguir uma pessoa das outras, mas também para mostrar o caráter e a
índole do indivíduo. Houve caso de mudança de nomes em consequência de uma
experiência com Deus como Abraão (Gn 17.5), Sara (Gn 17.15) e Jacó (Gn
32.28). O nome de Deus representa o próprio Deus, é inerente à sua natureza e
revela suas obras e atributos. Não é um apelativo, nem simplesmente uma
identificação pessoal ou uma distinção dos deuses das nações pagãs. A Bíblia
revela vários nomes divinos que podemos classificar em dois grupos: genéricos
e específicos.
2.
Nomes genéricos.
São três os nomes genéricos que o Antigo Testamento aplica além do "Deus
de Israel". Na sua tradução do hebraico para a nossa língua só aparecem
dois nomes, "Deus" e "Altíssimo". O nome "Deus"
em nossas bíblias é tradução do hebraico El (Nm 23.8) ou Eloah (Dt 32.15), ou
seu plural, Elohim (Gn 1.1). O outro nome genérico é Elyon,
"Altíssimo" (Dt 32.8), às vezes acompanhado de "El", como
em El-Elyon, "Deus Altíssimo" (Gn 14.19,20).
3.
Nomes específicos.
São três os nomes específicos que o Antigo Testamento aplica somente para o
Deus verdadeiro: Shadday, Adonay e YHWH. El-Shadday, "Deus
Todo-poderoso", é o nome que Deus usou ao revelar-se a Abraão (Gn 17.1;
Êx 6.3). Adonay, "Senhor", é um nome próprio e não um pronome de
tratamento (Is 6.1). O outro nome é o tetragrama (as quatro consoantes do
nome divino, YHWH, Yahweh, Javé ou Jeová). A versão Almeida Corrigida, nas
edições de 1995 e 2009, emprega "SENHOR", com todas as letras
maiúsculas, onde consta o tetragrama no Antigo Testamento hebraico para
distinguir de Adonay (Jz 6.22).
PONTO
CENTRAL
O cristão não deve
jurar nem pelo céu, nem pela terra. A sua linguagem deve ser sim,sim ou não,
não; e o que passa disso vem do Maligno.
CONHEÇA
MAIS
*Sinais Diacríticos
A palavra
"diacrítico" vem do grego diakretikos, que significa
"distinção ou o que distingue". Na língua portuguesa, os sinais
diacríticos são os acentos gráficos usados para distinguir as pronúncias das
vogais: o acento agudo, o circunflexo, o til, a cedilha, etc. Enquanto que na
língua portuguesa esses sinais distinguem-se das letras ou das vogais, no
hebraico eles são as próprias vogais unidas às consoantes
SÍNTESE
DO TÓPICO I
No Antigo
Testamento, o nome de uma pessoa tinha a função de mostrar o caráter ou a
índole de um indivíduo.
II. O
NOME QUE SE TORNOU INEFÁVEL
1. A
pronúncia do nome divino. O tetragrama é inefável no judaísmo desde o período
interbíblico e permanece impronunciável pelos judeus ainda hoje. Isso para
evitar a vulgarização do nome e assim não violar o terceiro mandamento. A
escrita hebraica é consonantal; as vogais são sinais diacríticos* que os
judeus criaram somente a partir do ano 500 d.C. Assim, a pronúncia exata das
consoantes YHWH se perdeu no tempo. Os judeus religiosos pronunciam por
reverência Adonay cada vez que encontram o tetragrama no texto sagrado na
leitura da sinagoga.
2.
Jeová ou Javé?
Na Idade Média, especificamente no século XIV, foram inseridas no tetragrama
as vogais de Adonay (o "y" é semiconsoante no alfabeto hebraico). O
resultado é a pronúncia "YeHoWaH". Isso para lembrar, na leitura,
que esse nome é inefável e, dessa forma, pronunciar "Adonai". Esse
enxerto no tetragrama resultou na forma "Jeová", que não aparece no
Antigo Testamento hebraico. Estudos acadêmicos confirmam o que a maioria dos
expositores do Antigo Testamento vinham ensinando, que a pronúncia antiga do
nome é Yahweh, e na forma aportuguesada é Iavé ou Javé.
3. O
significado.
Esse nome vem do verbo hebraico hayah, "ser, estar". O significado
desse verbo em Êxodo 3.14, "EU SOU O QUE SOU", indica que Deus é
imutável e existe por si mesmo; é autoexistente, autossuficiente e que causa
todas as coisas. Deus se revela pelo seu nome. O terceiro mandamento é um
resumo e ao mesmo tempo uma recapitulação daquilo que Deus havia dito antes a
Moisés (Êx 3.14; 6.3).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
A pronúncia do
tetragrama, YHWH, o que seria o nome exato de Deus, perdeu-se no tempo.
III.
TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO
1. O
terceiro mandamento
(Êx 20.7; Dt 5.11). O termo hebraico lashaw, "em vão, inutilmente, à
toa", indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. A
Septuaginta emprega a expressão grega epimataio, "impensadamente".
O substantivo shaw (pronuncia-se "chav") significa "vaidade,
vacuidade". Corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em
conversas triviais, e faltar com a verdade em seu nome, como ao pronunciar um
juramento falso (Lv 19.12) ou fazer um voto e não o cumprir (Ec 5.4).
2.
Juramento e perjúrio. O juramento é o ato de fazer uma afirmação ou
promessa solene tomando por testemunha algum objeto tido por sagrado; o
perjúrio é o falso juramento. As palavras do Senhor Jesus, "ouvistes que
foi dito aos antigos" (Mt 5.33), não se referem ao Antigo Testamento,
mas aos antigos ensinos dos rabinos, às suas interpretações peculiares das
passagens da lei que falam sobre o tema (Êx 20.7; Lv 19.12; Dt 6.13). Isso
fica claro, pois as palavras seguintes, "Não perjurarás, mas cumprirás
teus juramentos ao Senhor", não aparecem em nenhum lugar no Antigo
Testamento.
3.
Modalidades de juramentos. As autoridades israelitas escalonavam o juramento em
diversas modalidades: pelo céu, pela terra, por Jerusalém (Mt 5.34-36), pelo
Templo e pelo ouro do Templo; pelo altar e pela oferta que está sobre o altar
e assim por diante (Mt 23.16-22). Segundo essa linha de pensamento, os
juramentos se classificavam em obrigatórios e não obrigatórios. Jurar pelo
Templo não seria válido; mas, se alguém jurasse pelo ouro do Templo, estava
obrigado a cumpri-lo. Tais crenças e práticas eram condenadas nas Escrituras
Sagradas. Tudo isso era uma forma de ocultar o pecado.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
O terceiro
mandamento corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em
conversas triviais, fúteis e insignificantes
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
"Ao que tudo
indica, a proibição aqui não se limita a blasfêmias e vulgaridades no sentido
moderno. Ademais, o senso comum de que o mandamento proíbe jurar falsamente
em um tribunal é válido, mas não encerra o caso.
A palavra hebraica
para 'vão', aqui utilizada, deriva de uma raiz que significa 'estar vazio',
no sentido de 'não ter substância, não ter valor'. Qualquer invocação do nome
de Deus ou menção de seu nome, que seja simplesmente perfunctória, equivale a
tomar o nome de Deus em vão. Em outras palavras, tomar o nome de Deus em vão
é usar seu divino nome em relação a coisas desimportantes, fúteis e
insignificantes. Por isso, Elton Trueblood afirma: 'A pior blasfêmia não é o
sacrilégio, mas as palavras falsas'" (HAMILTON, Victor. Manual do
Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.221).
IV. O
SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?
1.
Objetivo do terceiro mandamento. A finalidade é pôr um freio na mentira,
restringir os juramentos e assim evitar a profanação do nome divino (Lv
19.12). O Senhor Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso a santificar o nome
divino (Mt 6.9). Ninguém deve usar o nome de Deus nas conversas triviais do
dia a dia, pois isso é misturar o sagrado com o comum (Lv 10.10). O Senhor
Jesus condenou duramente essas perversões farisaicas, práticas que precisavam
ser corrigidas ou mesmo substituídas. Este mandamento foi restaurado sob a
graça e adaptado a ela na nova dispensação, manifesto na linguagem do
cristão: "sim, sim; não, não" ( Mt 5.37).
2. A
proibição absoluta.
Há os que entendem que a expressão "de maneira nenhuma" (Mt 5.34) é
uma proibição de toda e qualquer forma de juramento. Entre os que defendem
essa interpretação estão os amish e os quakers, que nos Estados Unidos se
recusam a jurar nos tribunais de justiça. Eles acreditam que o Senhor Jesus
não fez declaração sob juramento diante do Sinédrio (Mt 26.63,64). De igual
modo, o apóstolo Paulo evitava fazer juramentos em afirmações solenes (Rm
9.1; 1 Co 1.23).
3. A
proibição relativa.
Outros afirmam que a proibição de Jesus se restringe aos juramentos triviais,
e por essa razão o Senhor Jesus foi específico: "de maneira nenhuma,
jureis nem pelo céu, [...] nem pela terra, [...] nem por Jerusalém, [...] nem
jurarás pela tua cabeça (Mt 5.34-36). Outro argumento é que homens de Deus no
Antigo Testamento faziam juramentos em situação solene e o próprio Deus jurou
por si mesmo (Gn 24.3; 50.6,25; Hb 6.13,16). Consideram, ainda, como juramento
a resposta de Jesus e as declarações solenes de Paulo (Mt 26.63,64; Rm 9.1; 1
Co 1.23). Essas últimas passagens bíblicas não parecem conclusivas em si
mesmas; entretanto, a proibição relativa nos parece mais coerente. Mesmo
assim, devemos evitar o juramento e substituir o termo por voto solene em
cerimônias de casamento.
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
A linguagem do
cristão deve ser usada na perspectiva de Jesus: sim, sim ou não, não.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Os Juramentos
(5.33-37). Mateus apresenta pela quarta vez a fórmula 'Foi dito... Eu, porém,
vos digo'. No comentário sobre a antiga lei, Jesus faz um ajuste importante.
Os juramentos eram permitidos e, em alguns casos, exigidos (e.g., Nm 5.19),
mas Jesus proibiu o uso de juramentos. O emprego do advérbio holos ('de
maneira nenhuma', Mt 5.34) indica que Jesus esperava que esta atividade
cessasse completamente. Os juramentos que aludem indiretamente a Deus, pela
referência a céu, terra e até a própria pessoa, eram proibidos, postura que
respeita a transcendência e imanência de Deus ainda mais. A moratória de
Jesus sobre juramentos e votos também elimina o cumprimento de votos tolos
feitos imprudentemente. Ele atinge o cerne da questão: A pessoa honesta não
tem necessidade de fazer juramento; um simples sim ou não é suficiente (veja
também Tg 5.12)" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French. Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.47).
CONCLUSÃO
A linguagem do
cristão deve ser sim, sim ou não, não. Não há necessidade de jurar, pois o testemunho,
como crente em Jesus, fala por si mesmo. Se alguém precisa jurar para que se
acredite em suas palavras, tal pessoa precisa fazer uma revisão de sua vida
espiritual. Por essa razão, devemos viver o que pregamos e pregar o que
vivemos.
PARA
REFLETIR
Sobre "Não
tomarás o nome de Deus em vão"
Qual é o valor do
nome na identidade de alguém?
Na
cultura bíblica, o nome revelava o caráter e a índole de uma pessoa.
Que significado tem
"EU SOU O QUE SOU" para você?
Reposta
Livre. A ideia é que o aluno revele o que aprendeu sobre a expressão que
mostra o verdadeiro nome de Deus: "EU SOU O QUE SOU".
É correto falarmos
em nome de Deus em conversas triviais?
Não.
Isto seria misturar o nome sagrado de Deus com as coisas comuns e profanas.
Em nossos compromissos,
há a necessidade de fazermos juramentos?
Não.
A palavra do cristão deve ser "sim, sim ou não, não".
Por que a nossa
palavra deve ser sim, sim e não, não?
Os
testemunho do cristão deve falar por si mesmo, sem a necessidade de qualquer
juramento para convencer alguém sobre a "verdade".
VOCABULÁRIO
Perfunctória:
Que
se faz de modo rotineiro, em cumprimento de uma obrigação.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61,
p.39.
Você
encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam
expandir certos assuntos.
SUGESTÃO
DE LEITURA
Dinâmicas
Criativas para o Ensino Bíblico
O livro propõe ao
leitor um instrumento para compreender, analisar e relacionar os múltiplos
conceitos bíblicos. As dinâmicas apresentadas são atividades sugestivas, que
levam a pensar; rever ideias; estimular o pensamento criador dos líderes
enquanto orientam e discipulam.
Assim
Diz o Senhor?
Se você deseja
conhecer mais a Deus, se já recebeu uma profecia ou se foi usado no
ministério profético, então este livro é para você! Aprenda a identificar a voz do Senhor e
escapar dos ministérios proféticos falsos que provocam enganos e frustrações
a muitos crentes.
Quando
Deus Sussurra o seu Nome
Esperança é o que
muitos corações amargurados procuram com ansiedade. Se a dor e a solidão
batem à sua porta, mais do que nunca, é momento de confiar em Deus e
preparar-se para ouvi-lo sussurrar seu nome, trazendo palavras de alívio à
sua vida.
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