segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Lição 04 – A fidelidade às doutrinas cristãs

Lição 04 – A fidelidade às doutrinas cristãs
25 de Janeiro de 2015

TEXTO ÁUREO
“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido” 1Tm 4.6

VERDADE APLICADA
Precisamos estar atentos para não sermos levados por questões enganosas, por pessoas que se acham detentores de revelações especiais, disseminadoras de ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Identificar as causas do desvio doutrinário;
2. Apontar as consequências do desvio doutrinário;
3. Propor um retorno à fidelidade doutrinária.

Glossário
Doutrina: conjunto de princípios em que se baseia um sistema religioso, político ou filosófico, instrução;
Desvio: mudança de direção;
Antropocentrismo: Doutrina que considera ser o homem o centro do universo.

Textos de referência
1Tm 1.3-7
3  Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina,
4  nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora.
5  Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
6  Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas,
7  querendo ser mestres da lei e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.

Leituras complementares
Segunda Gl 1.8
Terça Mt 15.14
Quarta 1Tm 4.1
Quinta 2Co 2.17
Sexta At 4.32
Sábado 1Pe 2.2

Esboço da Lição
Introdução
1.    Desvio doutrinário da Igreja
2.    Consequências do desvio doutrinário da Igreja
3.    Retorno à fidelidade doutrinária
Conclusão

INTRODUÇÃO
A doutrina bíblica é a chave para sermos bem sucedidos na caminhada cristã. Infelizmente, por não ser valorizada, assistimos uma série de novas “doutrinas” surgindo, não para a glória de Deus e sim para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do Senhor Jesus experimente um desvio doutrinário e distancie-se do propósito para o qual Deus a designou.

1. Desvio doutrinário da Igreja
Paulo exorta Timóteo a admoestar quanto aos falsos ensinos que estavam entrando na Igreja (1Tm 1.3). Esse desvio doutrinário se caracteriza de várias formas, levando cristãos à distorção ou até mesmo ao abandono da fé. Notemos como esses desvios se caracterizam:

1.1 Abandono do ensino bíblico e entrega às fábulas
Na Igreja de Éfeso havia falsos mestres que enfatizavam extensas genealogias judaicas, crendo que a salvação se baseava em ter uma linhagem até Abraão. A palavra “fábula” é usada para descrever uma narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica que faz com que os homens se afastem da verdade. Paulo instrui Timóteo a não permitir a introdução desses novos métodos de ensino, incompatíveis com o legítimo e genuíno Evangelho, pois ele sabia que isso traria deformação e consequentemente vícios desnecessários à própria doutrina. A Bíblia ensina no Novo Testamento que precisamos ter a mesma fé de Abraão para sermos salvos (Rm 5.1, 2). Não fala de participar de sua genealogia. Nos dias atuais, precisamos estar atentos para não nos deixar levar por questões enganosas, produzidas por líderes pretenciosos, que se acham detentores de revelações especiais, disseminando ideias egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades, nos distanciando do verdadeiro Evangelho (Gl 1.8).

1.2 Não aplicação do estudo das Escrituras
Paulo declara abertamente que os falsos mestres são ignorantes quanto as verdades das Escrituras (1Tm 1.7). Eles queriam se tornar “famosos” como mestres da Lei de Deus, mas nem sequer entendiam o propósito da Lei. Eles eram rasos, insensatos, pobres no conhecimento de Deus. Eram cegos querendo guiar outros (Mt 15.14). Para quem deseja ensinar as Escrituras é preciso seguir o exemplo de Esdras (Ed 7.10). Ele propôs, em seu coração, buscar, cumprir e ensinar a Lei do Senhor. Infelizmente, essa sequência não está sendo observada por muitos que lidam como ensino das Escrituras. Eles não se aplicam ao estudo da mesma, como orienta o apóstolo Paulo (1Tim 5.17). A expressão trabalhar dá ideia de um esforço sincero na busca da compreensão do texto bíblico e do ensino.

1.3 Ensino das Escrituras com motivações impuras
Falsos ensinos, guiados por motivações impuras, são relatados em diversas partes do Novo Testamento e são um contraste do que Jesus ensinou (Mt 5.8). Há aqueles que ensinavam visando lucros (2Co 2.17), outros por inveja e porfia (Fp 1.15), e ainda aqueles que visavam o domínio do rebanho (1Pe 5.2-3; At 20.30). Esses falsos mestres, contagiados por interesses próprios, tinham a fé adulterada e suas almas distanciadas de Deus submergidas em meio a um labirinto de vaidades. À semelhança desses falsos ensinadores, ainda hoje existem pessoas que estão trilhando o mesmo caminho, às quais precisamos estar atentos, visto que seus ensinos não produzem verdadeira edificação.

Toda e qualquer infidelidade doutrinária é, aos olhos de Deus, prostituição ou adultério (Tg 4.4). Qualquer desvio ou afastamento doutrinário é causado por motivações humanas (2Tm 3.1-7). Nos dias atuais prega-se a ideia do sinergismo, tirando a centralidade de Cristo e colocando em Seu lugar o homem e suas convicções pessoais. Tais pessoas se tornam opositoras do Evangelho dando importância a questões supérfluas, que têm como base um egocentrismo desmedido e oportunista. Não resta dúvida que a cosmovisão atual de muitas igrejas e antropocêntrica ou humanista. No século 21, o desvio doutrinário está mais amalgamado, e de certa forma mais forte, pois no recheio se encontram ideias como o pragmatismo, conceitos neoliberalistas e o mundanismo, que está sendo assimilado em todos os seus tentáculos pós-modernistas.

2. Consequências do desvio doutrinário da Igreja
Os efeitos do desvio doutrinário são perceptíveis aos olhos de todos, pois aquele que se distancia do ensino salutar das Escrituras, passa a ter atitudes que o igualam às pessoas que não conhecem a Cristo. Essas atitudes afastam as pessoas da Igreja, e, quando não as afastam, faz com que se tornem instrumentos para a disseminação de contendas entre os irmãos.

2.1 Afasta as pessoas da Igreja
O abandono da doutrina cristã afasta as pessoas da Igreja não somente no âmbito físico, mas, acima de tudo, no âmbito espiritual. A falta de amor, de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera promove um afastamento do propósito verdadeiro que foi dado à Igreja desde sua fundação (At 4.32). O próprio Cristo nos ensinou que nos últimos dias, por se multiplicar a iniquidade, o amor, qualidade essencial à vida cristã, se esfriaria (Mt 24.12). Vemos assim que tanto hoje como na época do apóstolo Paulo algumas igrejas vêm sofrendo desvios doutrinários e, consequentemente, a perda de valores fundamentais da fé cristã (1Tm 1.5).

2.2 Produz contenda e não edificação
Os falsos mestres estavam causando divisão e contendas trazendo enormes prejuízos à obra de Deus. Havia o desejo de um se mostrar melhor que o outro, gerando assim uma disputa dentro da Igreja. Eles se tornaram verdadeiros agentes de Satanás, promovendo a desunião familiar, intrigas entre os irmãos e um mal-estar na Igreja. Os que semeiam contendas entre os irmãos e trazem confusões para o meio da Igreja são abominação para o Senhor (Pv 6.16-19). Esse desvio acarretava problemas e divergências de ordem doutrinária (1Tm 6.3-5; 2Tm 2.14), pessoal e espiritual (1Co 3.1-3; Tg 4.1).

2.3 Alvo fácil de manipulação
A Igreja deve viver afastada do pecado em todas as suas manifestações (Rm 6.1-2). O Diabo tem usado tudo o que está a seu alcance para embaraçar a vida de santidade da Igreja, e seu método mais poderoso para influenciar os crentes a usar e abusar das coisas deste mundo são os meios de comunicação de massa (televisão, internet, jornais, revistas, etc). O uso indevido desses meios, por cristãos que se encontram desapercebidos e insensíveis aos perigos que os rondam, tem feito com que os usos e costumes do mundo adentre em suas vidas e incorporem seu dia a dia sem nenhum temos, enfraquecendo suas vidas espirituais e tornando-os indiferentes ao propósito de Deus.

Essa manipulação ocorre por causa da falta de leitura e meditação nas e Escrituras e por não dar ouvido aos ensinos pastorais. A consequência disso é que se tornam preguiçosos e analfabetos espirituais, ignorantes, meninos inconstantes (Ef 4.11-14). É preciso que leiamos mais a Bíblia, que oremos mais, que frequentemos mais as reuniões de ensino da Igreja (1Jo 2.15-17).

3. Retorno à fidelidade doutrinária
Ao lermos os escritos de Paulo a Timóteo entendemos que a possibilidade de retorno não foi apenas para os insubordinados de sua época, mas também para os de hoje. Portanto esse retorno ocorrerá:

3.1 Quando anunciamos a Palavra com intenção pura
Preservar a Palavra de Deus em nosso coração é o único meio de nutrir intenções puras, a fim de reter o amor de Deus em nós (Sl 119.11). A Palavra tem em si a condição de promover a purificação do nosso homem interior discernindo pensamentos e intenções, possibilitando que o Espírito Santo trate conosco, produzindo assim uma fé sincera (Hb 4.12). Isso produz no cristão uma mente que está em constante transformação, dando a este o entendimento necessário para que viva uma vida de fidelidade, não se conformando com o mundo a sua volta (Rm 12.2). Somente cientes da vontade de Deus poderemos compreender Seu amor, santificando cada vez mais nossas vidas em Sua presença, vivendo com um coração puro e uma fé não fingida.

3.2 Quando produz transformação
Em sua ignorância e incredulidade, Paulo, por seu zelo pelo judaísmo e motivação errada, ridicularizou os ensinos de Jesus e perseguiu o povo de Deus. Porém, ao ter um encontro com Cristo, sua vida foi completamente transformada (At 9.1-9). Quando entendemos o verdadeiro objetivo da doutrina não apenas somos transformados em uma nova criatura (2Co 5.17), como também recebemos condições para o crescimento espiritual, (1Pe 2.2) até chegarmos à estatura de varão perfeito (Ef 4.13).

3.3 Quando a doutrina é transmitida com graça
Consciente de que o que faz um homem andar firme na presença de Deus é o reconhecimento de Sua graça (1Co 1.4-9). Paulo ensina que nada que façamos por meio de nossos esforços redundará em merecimento diante de Deus (Ef 2.8-9). O que está em evidência é o seu favor e o exercício contínuo da fé, promovida através do conhecimento da Palavra de Deus, transmitida a nós por meio da vida, ensino e morte de Jesus Cristo.

Ser fiel a doutrina Bíblica é uma necessidade urgente a todo cristão! Devemos estudar e meditar intensamente na Bíblia e nas doutrinas cristãs para que sejamos defensores da fé (1Tm 1.18). Ser um cidadão do Reino é ser poderoso na Palavra e na doutrina (Tt 1.9), batalhando pela fé (Jd 3) para ter o discernimento bíblico e ético que gera respostas mansas e cheias de temos de Deus (1Pe 3.15). É possível caminhar nesta vereda conhecendo a Escritura Santa e manejando bem esta espada (2Tm 2.15-16). Lembre-se, a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), logo não existe fé sem compromisso com a Palavra. Compromissados com a vontade de Deus, estaremos inabaláveis, exortados na doutrina, firmes, sem desviar da verdade (2Tm 4.1-4).

CONCLUSÃO
Paulo instrui a Timóteo e a nós que nunca devemos nos apegar às doutrinas cristãs apenas na teoria, mas sim na prática diária, com a intenção de resgatar aqueles que estão se distanciando. Esse trabalho feito com amor não fingido, tendo a fidelidade como bandeira, nos fará firmes até a volta de Cristo.

Questionário
1.    Oque significa a palavra “fábula”?
R: Essa palavra é usada para descrever uma narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica (1Tm 1.4).
2.    Qual era o objetivo da instrução do apóstolo Paulo?
R: Não permitir a introdução desses novos métodos de ensino, incompatíveis com o legítimo e genuíno Evangelho (1Tm 1.3).
3.    Qual deve ser a nossa posição contra os falsos ensinos?
R: Não nos deixar ser levados por questões enganosas, produzidas por líderes pretensiosos (Gl 1.8).
4.    Quais são as consequências do desvio doutrinário?
R: O afastamento das pessoas da Igreja e a produção de contendas entre os irmãos (Pv 6.16-19).
5.    O que devemos fazer para retornar a fidelidade doutrinária?
R: Anunciar a Palavra com intenção pura, ter a vida transformada pelos ensinos das Escrituras e transmitir o ensino com graça (1Tm 1.18).


Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa – Editora Betel.

Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º Trimestre de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário