segunda-feira, 1 de junho de 2015

Lição 10 Os últimos conselhos de um grande líder.



Lição 10 Os últimos conselhos de um grande líder.
7 de junho de 2015

Texto Áureo
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2

Verdade aplicada
Não haverá nada que mude ao nosso redor, se antes não houver uma transformação em nosso interior.

Objetivos da lição
Conduzir os alunos a observar os erros e acertos de cada geração:
Ensinar que nada se altera `nossa volta se não houver dentro de nós uma mudança:
Deixar claro que o deserto é uma escola que todos nós precisamos passar por ela.

Glossário
Antepassado: Pessoa que viveu antes da outra;
Irrevogável: Que não pode ser anulado;
Ostentar: Exibir-se com orgulho.

Hinos Sugeridos
77, 96, 306.

Textos de Referência
Deuteronômio 8.1-4
1 Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o Senhor jurou a vossos pais.
2 E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.
3 E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.
4 Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.

Leitura complementares
Segunda Dt 8.5
Terça Dt 8.6
Quarta Pv 11.14
Quinta Pv 15.22
Sexta Pv 24.6
Sábado Sl 119.24

Esboço da Lição
Introdução
1. Quarenta anos de caminhada errante
2. Quarenta anos de humilhações
3. Quarenta anos de milagres incontestáveis
Conclusão.

Introdução
Moisés reúne o povo e relembra os fracassos da geração passada, ensina a nova geração a não cometer os erros de seus pais e revela-lhes os propósitos de Deus durante os longos quarenta anos de caminhada errante pelo deserto.
1. Quarenta anos de caminhada errante.
Moisés apresenta um cuidado muito especial em sua transição ministerial (Dt 8). Sua preocupação é que o povo não repita os erros do passado e, para isso, insere conselhos maravilhosos para suas vidas.

1.1. Observar o caminho.
 Moisés está passando o bastão da liderança, mas, como todo líder compromissado com deus, ele se preocupa em que aquela nova geração não repita a loucura vivida por seus antepassados. Ele pede que olhem para trás no sentido de refletirem, de observarem o que aconteceu a seus pais, amigos e parentes durante esses quarenta longos anos de provação. Moisés deseja que essa nova geração entenda que precisa mudar de mentalidade para que eles não tenham o mesmo final que seus pais tiveram. Essa geração teria não somente um novo foco, mas também um novo líder. Por isso, deveria pensar diferente, deveria compreender que a oportunidade negada aos seus antepassados agora lhes estava sendo oferecida. Era importante olhar para os prejuízos do passado e valorizar a conquista tão sonhada por uma geração que não morreu escrava no Egito, mas que fora escrava de sua própria mentalidade.
Observar o caminho é relembrar o local de onde saímos e a posição na qual Deus nos colocou. O maior desafio de uma vida não é alcançar o topo, mas é nele se manter. Um dia Deus fez questão de recordar ao rei Davi o local de onde ele havia saído: “Agora, pois, assim dirás a meu servo Daví: Assim diz o SENHOR dos exércitos: Eu te tirei do curral, de trás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel” (1Cr 17.7). O perigo de estar no palácio é esquecer que um dia estivemos do lado de fora.

1.2. Guardar o mandamento.
Moisés faz questão de lembrar ao povo que todo o fracasso, sofrimento, provações e problemas vividos por seus antepassados se originaram na desobediência. A Bíblia nos ensina que a fé vem pelo ouvir (Rm 10.17), ou seja, a fé é gerada pela verdade que ouvimos da parte de Deus. Logo a incredulidade é o oposto da fé, ou seja, a ausência da Palavra. Embora a geração passada ouvisse antes de acontecer e presenciasse o que lhes havia sido dito, isso só fazia diferença para eles no momento em que ocorria porque, logo em seguida, eles agiam como se Deus fosse apenas um pai bajulador que deveria somente satisfazer suas necessidades sem que tivessem a responsabilidade de respeitá-lo como Senhor e Salvador de suas vidas. Moisés está alertando essa nova geração a não apenas ouvir, mas a guardar e cumprir (Dt 8.1).

1.3. Guiados por Deus através do deserto.
Durante quarenta anos, Deus não deixou que eles acertassem o caminho e andassem em círculos pelo deserto. Enquanto aquela geração não se consumiu um a um, Deus não revelou a entrada da Terra Prometida. Já se imaginou vivendo toda uma vida sem perspectiva? Sabe o que é viver debaixo de uma sentença irrevogável? O interessante é que mesmo sentenciados à morte, eles viram grandes milagres e incontáveis maravilhas. É pena que um milagre no corpo não ocasiona, necessariamente, a salvação de uma alma. DE toda aquela geração, apenas duas pessoas foram isentas da sentença: Josué e Calebe.
Os remanescentes da geração passada portavam consigo uma mensagem para a futura geração. Eles viam a promessa sob uma ótica diferente e esse é o objetivo de Moisés em suas últimas palavras: levar a nova geração a entender que o que Deus diz é real e não se deve colocar obstáculo no que Ele determina.

2. Quarenta anos de humilhações.  
Moisés inicia suas últimas palavras falando sobre a observação do caminho. Em seguida, começa a enfocar as lembranças que aquele caminho proporcionou. Ele lembra das provações, das necessidades e das humilhações que já viveram e faz essa dissertação na intenção de que todos tenham a leitura correta do que evitar.

2.1. Livres, vivendo como escravos.
Será que eles estavam certos em dizer que Deus os levou ao deserto para mata-los? (Nm 14.3). Ou eles fizeram tudo errado e extrapolaram os limites do absurdo e da incredulidade? Deus não desejava mata-los diante de todos os povos. O maior problema desse povo é que seus corpos saíram do Egito, mas suas mentes continuavam por lá. Ainda que tivessem saído, eles pensavam como escravos e se sentiam tentados a retornarem à vida anterior (Nm 14.4). Deus os levou pelo deserto e foi apresentado a cada situação, mas eles se acostumaram tanto com as trevas da escravidão que ignoraram a luz da liberdade. Eles jamais observaram que o Deus que estava com eles era o mesmo que havia destruído todos os opressores.
Tanto na Bíblia quanto em toda a história, homens e mulheres passaram pelo deserto como forma de serem capacitados por Deus para cumprir o Seu propósito. O deserto não significa rejeição, mas preparo divino.

2.2. A humilhação tinha um propósito.
O deserto não é o lugar onde somos derrotados, nem o estágio final de nossas vidas, é lugar de passagem. Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas nações ao redor. A ordem era: lutem! Os israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21.21-25), os midianitas (Nm 31.1-11) e o povo de Basã (Nm 21.33-35). Se Deus os desejasse exterminar jamais ordenaria que defendessem sua posição. Não era essa a intenção divina; eles pereceram porque não entenderam o que Deus estava realizando em suas vidas. Deus queria que eles conhecessem a si mesmos e lhes deixasse tratar (Dt 8.3).

2.3. Deixou ter fome, mas sustentou com maná.
Existe propósito para todo tempo de secura em nossas vidas. Deus quer nos humilhar e nos provar para ver se o nosso coração é perfeito diante dEle (Dt 8.3). Deus humilhou o povo e o deixou passar fome. Todavia, os sustentou com o maná. Afinal, o povo passou fome ou foi sustentado? Em todas as manhãs, chegava um carregamento direto da mesa de Deus, o pão dos anjos (Sl 78.23-25). Durante quarenta anos, eles jamais perderam a hora do almoço. Então qual é a fome que Moisés está relatando? A prova consistia em testá-los, para saber se amavam mais a Deus do que tudo que deixaram para trás; se o desejavam mais do que as coisas do mundo; se teriam fome e sede de Sua presença e não dos prazeres e conforto do mundo!
Eles estavam com Deus, mas seus corações ainda estavam presos à vida do Egito. Eles demonstraram preferir o Egito com todo o sofrimento do que a vida que levavam no deserto. Ao murmurar, pedindo a carne, Deus os ouviu (Sl 106.15). Não havia problema algum em pedir carne. O problema era a motivação do pedido, que revelava a insatisfação do povo para com Deus; seu pedido trazia à tona o intenso desejo pelas coisas antigas, pois sempre que se lembravam das comidas do Egito desprezavam a provisão divina e a presença de Deus.

3. Quarenta anos de milagres incontestáveis.
O deserto é um período que todo cristão deve passar. Não é um lugar onde devemos buscar sinais e maravilhas, e sim uma íntima comunhão com Deus, que produzirá em nós o caráter e a força do Senhor. Esse tempo de aprendizagem poderá trazer grande desconforto se não tivermos uma visão das promessas de Deus.

3.1. Uma comida desconhecida de todos.
Moisés afirma que o Maná, que descia do céu todos os dias, durante quarenta anos, foi ingerido, mas não foi conhecido nem por eles nem por seus antepassados (Dt 8.3). Isso prova que podemos viver longos anos sem ao menos saber o sentido real daquilo que vem da mesa de Deus. Diante deles, estava o que o salmista chama de: “o pão dos anjos, o pão dos poderosos” (Sl 78.25). Isso significa que era algo que somente havia na mesa de Deus, uma comida espiritual que desintoxicaria os tempos de comida egípcia. Porém eles chamaram aquele maná de comida vil (Nm 21.5). Eles realmente nunca entenderam. O maná é um privilégio de quem vence (Ap 2.17). Sua presença na mesa indicava que Deus os via como vencedores, mas eles sempre agiram como derrotados.
A tradição judaica afirma que o maná tinha sabores diferenciados, mesmo assim eles enjoaram de comer todos os dias. O maná é o cardápio divino até que alcance a Terra Prometida. A cada dia, ele terá um sabor diferenciado, a cada dia, uma revelação a cada dia algo novo será acrescentado e assim iremos amadurecendo e nos familiarizando com o que vem da mesa de Deus. A comida de amanhã será diferente da de hoje. Isso indica que sempre haverá algo novo da parte de Deus.

3.2. Um mesmo figurino durante quarenta anos.
Ao olhar para trás é lembrar os fatos ocorridos com a geração passada, a nova geração deveria entender o conteúdo daqueles milagres. A roupa nunca envelheceu, mas era a mesma, o pé nunca inchou, mas era o mesmo calçado (Dt 8.4), ou seja, Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que desejavam. O deserto é uma escola onde aprendemos a não viver de ostentações, a ser simples, a depender daquele que está nos guiando e a contentar-nos com o que temos. Havia pão, nunca faltou, mas não havia presunto, manteiga ou requeijão. O deserto é lugar de milagres necessários. Antes da riqueza da Terra Prometida é preciso passar pela escassez do deserto.

3.3. Aprendendo com os erros.
A tarefa de comunicar ao povo o caminho da verdade não era de Deus, mas do líder. Moisés conhecia muito bem aquele povo e entendia que seres humanos sempre erram repetidamente. Fazer o povo reviver as situações passadas lhes acrescentaria uma mescla de força e temor. Moisés deixou bem claro que seus pais comeram o maná da mesa de Deus e morreram. Porém, a vida estava em observar o que saía da boca de Deus (Dt 8.3). Aquela nação saiu milagrosamente do Egito, presenciou milagres como nenhuma outra. Agora o maior perigo não reside nos inimigos, mas em não tê-los. A terra da bênção pode ser tão perigosa quanto a terra da aflição. No deserto, tornamo-nos dependentes sensíveis, mas, na terra da promessa, podemos esquecer quem um dia já fomos.

Conclusão.
Tudo o que é novo pode surpreender e a nova terra estava cheia de perigos ao redor. As instruções conduziam a nova geração a aproximar-se de Deus, a temê-Lo e a obedecer-lhe. Chegou o dia do cumprimento da promessa; passou um ciclo, mas outro ciclo se iniciaria e uma nova história seria escrita por aquela geração.

Questionário
1. Qual foi a grande preocupação de Moisés?
R: Que a nova geração não repetisse as loucuras dos seus antepassados (Dt 8.1).

2. Por que Moisés instruiu a nova geração a lembrar do passado?
R: Para que valorizassem a conquista que a geração passada alcançou (Dt 8.1).

3. Qual era o pior desafio do povo de Israel no deserto?
R: Eles mesmos, pois eram livres por fora e escravos na mentalidade (Dt 8.4).

4. Qual a grande mensagem do maná?
R: O maná é um privilégio dos vencedores (Ap 2.17).

5. Como Deus lhes supriu no deserto?
R: Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que desejavam (Dt 8.4).


Fonte: Revista Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de Israel.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Lição 9 Construindo bezerros de ouro.



Lição 9 Construindo bezerros de ouro.
31 de maio de 2015

Texto Áureo
“E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos”. At 7.41

Verdade Aplicada
A penalidade para aquele que trai a confiança do Senhor é a dura realidade de ter que avançar sem a Sua presença e a Sua proteção.

Objetivos da Lição
- Analisar os motivos que levaram Israel a pecar e por que Arão confeccionou o bezerro de ouro;
- Explicar porque Moisés quebrou as tábuas da Lei e a maneira como se arriscou e intercedeu para que Deus perdoasse ao povo;
- Entender o que significa um bezerro de ouro em nossas vidas.

Glossário
Interpor: intervir como mediador;
Abrandar: Acalmar;
Implementar: colocar em prática.

Hinos sugeridos
141, 292, 406

Textos de Referência
Êxodo 32.1-4
1 Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.
2 E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas e trazei-mos.
3 Então, todo o povo arrancou os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão,
4 E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.

Leituras complementares.
Segunda Êx 32.5
Terça Êx 32.6
Quarta Êx 32.24
Quinta Sl 106.19
Sexta 106.20
Sábado At 7.41

Esboço da Lição
Introdução
1. Arão e o bezerro de ouro.
2. Moisés e as tábuas da lei.
3. O bezerro de ouro no coração humano.
Conclusão.

Introdução
O pedido dos israelitas não significava necessariamente que esses indivíduos estivessem rejeitando ao Senhor, eles queriam Deus, mas um Deus de acordo com o que suas mentes imaginavam (Êx 32.1).
1. Arão e o bezerro de ouro.
A demora de Moisés foi o perfeito álibi para que o povo retrocedesse seu coração de volta ao Egito. Inquietos pela ausência do líder visível, que há quarenta dias estivera no monte, eles se uniram para fazer um pedido especial a Arão, o responsável na ausência de Moisés. Vejamos:

1.1. O pecado da leitura errada.
O que você faria se seu pastor sumisse sem dar notícias durante quarenta dias? O povo esperou e ao fim de quarenta dias se desesperançou. Ao verem o monte a fumegar, o ruído dos trovões e os relâmpagos sob a montanha, concluíram que Moisés havia morrido (Êx 20.18; 32.1). Na verdade, eles não podiam ficar para sempre parados no deserto. O povo queria saber a quem seguir e em que acreditar. Sem respostas, eles pedem a Arão que confeccione um deus para que adorem. Eles tinham um pensamento coreto, mas com a leitura errada. Seus corações nunca compreenderam quem era realmente o Deus a quem estavam servindo. É possível criar uma imagem de deus segundo nossa própria imaginação. Para Moisés, o Senhor era um amigo íntimo que falava face a face. Para eles, o Senhor era apenas um deus que poderia ser trocado por qualquer outro caso não atendesse seus desejos.
Como é fácil o coração carnal se afastar da verdadeira adoração a Deus! Quando Arão notou a que ponto as pessoas estavam indo, tentou dar um jeitinho de controla-las erigindo um altar diante da imagem e proclamando uma festa ao Senhor. Talvez quisesse conservar alguma semelhança com a adoração ao Senhor. Esse ato lembra os esforços de conservar uma forma de piedade sem ter seu poder e o sincretismo que há em grande parte do cristianismo nominal (2Tm 3.5).

1.2. O pedido do povo e a fraqueza de Arão.
Muitos eruditos tentam defender Arão, afirmando que ele cedeu porque temeu o povo ou porque não acreditava que eles se desfariam de seus pendentes de ouro. Arão era influente, mas não teve personalidade para liderar o povo. Fez tudo errado e foi dele a ideia de confeccionar um bezerro. (Êx 32.2, 4). De onde terá vindo sua inspiração? É provável que Arão tenha tentado copiar o Touro Ápis, símbolo da força e da fecundidade, que era cultuado no Egito. Será que poderíamos imaginar como seria o destino de Israel se Moisés não voltasse e Arão assumisse? Misericórdia!

1.3. O encontro de Moisés com Arão.
Ao descer do monte e ver toda aquela adoração, Moisés confronta Arão, que rapidamente coloca a culpa no povo (Êx 32.22). Logo em seguida Arão mente de forma descarada, pois afirma que colocou o ouro no fogo e saiu o bezerro (Êx 32.24). Será que ele estava querendo dizer que aconteceu um milagre? Como é fácil para alguns líderes procederem como Arão. Antes de agirem, sondam meticulosamente opinião pública. Pensam que é imprudente ser muito rígidos. Julgam necessário tolerar as fraquezas carnais e concordar com as tendências atuais. Acreditam que não se pode ter sucesso a menos que acompanhem a multidão; para eles é melhor abrir mão da verdade do que perder a influência sobre as pessoas. O problema deles é o que dirão no dia do acerto de contas.

2. Moisés e as tábuas da Lei.
Deus, por misericórdia, revelou a Moisés a idolatria de Israel. Sua palavra soava como uma rejeição (Êx 32.7). Ciente, Moisés intercede, mas, ao descer do monte, quebra a Lei e pune os culpados. Três coisas iremos destacar neste ponto: a intercessão de Moisés; o porquê de quebrar as tábuas e a maneira como se interpôs diante de Deus pelo povo.

2.1. A intercessão de Moisés.
A avaliação que Deus fez dessa multidão perversa era muito clara: “De dura cerviz”. Essa expressão é aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera. Deus quer destruir o povo, mas, com uma coragem que só poderia vir de uma fé robusta, Moisés rogou: “Toma-te da ira do teu furor e arrepende-te deste mal contra o teu povo”. Pediu, também, que deus se lembrasse das promessas feitas aos patriarcas, a quem, pelo Seu nome, jurara dar a terra da promessa eternamente. Na defesa perante Deus, há três argumentos para o Senhor não exterminar o povo. Primeiro, este procedimento anularia as vitórias anteriores. Segundo, daria ocasião aos egípcios para se gloriarem. E, por último, quebraria a promessa feita a Abraão. Todos esses argumentos foram apelos fundamentados na glória de Deus e, com certeza, um verdadeiro exemplo de oração intercessora (Êx 32.7-15).
Esse, provavelmente, foi maior teste que Moisés teve de suportar. O Senhor queria destruir o povo. Não há como negar que seria justo deus tomar tal providência; é óbvio que Ele teria cumprido a ameaça se Moisés não tivesse intercedido. Deus conhecia Seu servo, sabia que ele passaria no teste e se tornaria mediador. Moisés viu a realidade da ira de Deus, rejeitou a oportunidade de glória egoísta e suplicou pelo povo e pela glória de Deus.

2.2. Moisés quebra as tábuas da Lei.
Moisés teve compaixão e suplicou pela moderação da ira de Deus, mas, quando viu pessoalmente o mal do povo, sentiu a mesma ira que Deus expressara. No entanto, a ira santa tinha de ser abrandada com compaixão amorosa. Moisés tinha em mãos a própria Lei, que condenava à morte o povo rebelde. Se a punição da Lei fosse implementada imediatamente, Israel teria que morrer. O povo quebrara a Lei. Enquanto estava diante dos israelitas e observara a lascívia que faziam, Moisés ergueu a Lei acima da cabeça e, provavelmente à vista de todos, lançou as tábuas ao chão com força e ímpeto. Ele lhes trouxera algo de que eram indignos. Estavam totalmente desqualificados para receber aquele dom de Deus. Ou as tábuas tinham que ser quebradas ou o povo tinha que ser destruído. Moisés quebrou as tábuas. Ele desfez o trabalho de Deus para poupar a vida do povo.

2.3. Moisés, o mediador.
Ao organizar o arraial, os rebeldes foram punidos, mas a Lei estava quebrada e Moisés deveria retornar a presença do Senhor tanto para reconciliar Israel quanto para reparar os danos causados ao trabalho divino. Moisés tinha de achar um meio de voltar a uma relação de concerto com Deus. Na presença de deus, Moisés confessou o pecado de Israel e com uma santa ousadia disse: “perdoa o seu pecado, se não, risca-me peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êx 32.32). “Riscar” significa: “cortar” da comunhão com o Deus vivo, ou entregar a morte”. O amor de Moisés pelos israelitas era tão grande que ele não se importava em viver, a menos que Deus lhe perdoasse. Ele só desceria do Sinai com o perdão e a paz estabelecida entre Deus e todo o povo. Que exemplo de líder foi Moisés. As paixões carnais vividas pelo povo de Israel trouxeram sérios apuros para Moisés. Colocar sua própria vida à prova é um ato que vai além do amor, que poucos homens ousariam tentar.

3. O bezerro de ouro no coração humano.
O grande problema de Israel não estava no pensamento da morte de Moisés ou porque a paciência esgotou. Isso não justifica a confecção de um ídolo e uma adoração tão fervorosa. O bezerro vai muito além de uma estátua, ele representa um problema do íntimo do coração humano. Vejamos algumas lições importantes:

3.1. A dificuldade humana de ter uma verdadeira fé.
Embora o coração do povo pudesse necessitar de uma prova visível, Deus já lhes havia dado manifestações do Seu poder e amor, mas seus corações insensatos não puderam discernir. Por um momento, eles se esqueceram de tudo o que Deus realizou e como os livrou do Egito. Eles ignoraram o sobrenatural e, sem paciência, fizeram o incompreensível. Na verdade, usando o artifício de que queriam agradar a Deus, eles buscavam agradar a si mesmos. Qual a diferença do povo que adorou o bezerro e o povo dos dias atuais? Atualmente temos motivos para ir ao templo, mas, lamentavelmente, muitos deles não são o Evangelho. Temos uma geração indiferente, com cultos de satisfações humanas que nada produzem a não ser muito barulho e pouco caráter cristão. A quem buscamos agradar afinal? A Deus ou a nós mesmos?
A atitude de idolatria não foi por ignorância espiritual, foi um ato de rebeldia com todo o conhecimento. A idolatria é um problema para os filhos de Deus e hoje ela aparece sob diversos aspectos: o amor ao dinheiro, o materialismo, a cobiça pelo poder, o desejo desenfreado pelo sexo e todas outras sortes de males.

3.2. Adorando ao Bezerro.
O que é a religiosidade senão um bezerro? Mesmo não fazendo ídolos, podemos ser culpados de procurar moldar nosso Deus à nossa imagem para justá-lo às nossas expectativas, desejos e circunstâncias. Quando fugimos da Palavra, fugimos da leitura perfeita de quem Deus realmente é, qual é a Sua vontade, como devemos nos aproximar dEle, com que espécie de sacrifícios Ele se agrada e de que forma Ele deve ser adorado. O bezerro de ouro é o símbolo de uma indefinição religiosa, de querer controlar aquilo que é incontrolável. A ideia de um deus feito ao nosso desejo com a de um Deus Senhor da história é aceitar a vontade de Deus sem renunciar a vontade própria. Em definitivo, é chamar de Deus ao que nada mais é que um ídolo.

3.3. O bezerro da aparência.
A tentação mais forte que Israel sofreu ao longo da história foi a idolatria. Rodeado de povos que davam culto aos ídolos, sentiam o desejo de se unirem aos ritos que com frequência eram mais vistosos e atrativos que os seus. Porém, mais perigosa que a tentação, era a idolatria da própria ideia de Deus. Eles não aceitavam a ideia de um Deus vivo que não podiam manipular. Queriam um Deus concreto que pudessem apalpar. É a tentação da aparência, do imediato; um intento de materializar o sagrado. Sua declaração comprovava que não compreenderam o êxodo. Eles não diziam que havia sido Deus e sim Moisés quem os havia tirado da terrado Egito. Eles não entenderam que Moisés era somente um intermediário (Êx 32.1).
Eles construíram um bezerro com ouro trazido do Egito. De algum modo, esse ouro representava o passado, vinculava à situação anterior, que em várias ocasiões haviam ansiado.

Conclusão
O bezerro de ouro pode ser qualquer coisa que ainda está abrigada em nossos corações e nos encaminha a identificar ao Senhor não de modo sobrenatural, mas humano. Resultando numa fé que não foi construída naquilo que Deus disse, a qual nos leva a satisfação e nunca à transformação.

Questionário
1. Qual foi o álibi para o povo retroceder seu coração ao Egito?
R: A desculpa foi a demora de Moisés (Êx 32.1).

2. Por que Moisés quebrou as tábuas da Lei?
R: Porque o povo era indigno e para poupar suas vidas (Êx 32.19).

3. Quem foi o responsável pela confecção do bezerro?
R: Arão (Êx 32.4).

4. O que representa o bezerro de ouro em nossos dias?
R: Representa um problema do íntimo do coração humano (Êx 32.9).

5. Qual foi a tentação mais perigosa que a idolatria para Israel?
R: A ideia de um Deus vivo que não podiam manipular (Êx 32.1).



Fonte: Revista Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o legislador de Israel.