Lição 5 O
milagre do perdão.
2 de agosto de 2015
Texto
Áureo.
João 20.23
“Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são
perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”.
Verdades
Aplicadas.
A pessoa incapaz de perdoar destrói a ponte
pela qual ele mesma deveria passar.
Objetivos
da Lição.
- Ensinar o conceito do perdão e
os malefícios causados por sua ausência;
- Mostrar a grandeza do perdão,
seu alcance e a responsabilidade que temos em conceder perdão a todos que dele
precisam;
- Apresentar o perdão como o maior
de todos os milagres, porque somente através dele a salvação pode ser
experimentada.
Glossário.
Irrisória: insignificante;
Utopia: Plano ou sonho irrealizável;
Precursor: Aquele que vem
adiante de alguém anunciar a sua chegada.
Leituras
Complementares.
Segunda Sl
130.4
Terça Mt
6.12
Quarta 2Co
2.10
Quinta 1Jo
1.9
Sexta Lc
5.21
Sábado Sl
86.5
Textos de
Referência.
Lucas 7.44-47
44 E, voltando-se para a mulher, disse a Simão:
Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas
esta regou-me os pés com lágrimas e os enxugou com os cabelos de sua cabeça.
45 Não me deste ósculo, mas esta, desde que
entrou, não tem cessado de me beijar os pés.
46 Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta
ungiu-me os pés com unguento.
47 Por isso, te digo que os seus muitos pecados
lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado
pouco ama.
Hinos Sugeridos.
46, 192, 292
Motivo de
Oração.
Ore para que o ato de perdoar seja uma
realidade na sua vida.
Esboço da
Lição.
Introdução.
1. Entendendo o conceito do perdão.
2. A importância do perdão.
3. O maior de todos os milagres.
Conclusão.
Introdução.
Perdoar é a decisão moral de remover o ódio
abrigado em nosso próprio coração. Jesus não disse que perdoar seria uma tarefa
fácil. Se aprendermos a orar pelos nossos inimigos, então poderemos fazer todo
o restante (Mt 5.44).
1.
Entendendo o conceito do perdão.
Todo ser humano é falho, imperfeito e sujeito a
erros. Mais cedo ou tarde isso acontecerá. E quando acontecer, o que faremos?
Como agiremos? Consertaremos ou deixaremos como está? Perdoar é possível e, se
aprendermos o que significa, tanto evitaremos quanto iremos reparar sérios
transtornos.
1.1. O
conceito de Amós.
Para os rabinos, uma pessoa deveria ser
perdoada no máximo até três vezes e, se houvesse transgressão na quarta, o tal
deveria ser castigado. Eles se agarravam ao conceito de Amós. “Por três
transgressões e por quatro” (Am 1.3, 6,9,11,13; 2.1,4,6). Não se podia imaginar
que um homem fosse mais piedoso do que Deus. Dessa maneira, se limitava o
perdão a três ofensas. O que Jesus ensinou a Pedro sobre perdoar setenta vezes
sete coloca um fim em regras humanas, demonstrando claramente que o perdão é
possível e que não existe limite para se perdoar toda e qualquer ofensa (Mt
18.22). A falta de perdão além de produzir danos irreparáveis à nossa alma,
ainda nos torna inimigos de Deus (Mt 6.15).
Explique para os alunos que o ato de
perdão da parte de Deus não consiste em negar pura e simplesmente a falta do
homem. É preciso entender que Ele não age como se ela não existisse. Todavia,
Ele põe fim em uma situação perfeitamente conhecida. Deus, o autor do perdão,
atua em pleno conhecimento de causa e em plena soberania. Em Sua misericórdia e
paciência, Ele se recusa a executar um julgamento merecido e concede um
adiamento da sentença do homem. Perdoar para Deus é simplesmente colocar um fim
em uma situação.
1.2. Quem
não perdoa não é perdoado.
Uma lição que percorre todo o Novo Testamento é
que o homem deve perdoar para ser perdoado (Jo 20.23). Quem não perdoa a seu
próximo, não pode pretender que Deus o perdoe. “Bem-aventurados os
misericordiosos”, disse Jesus, “porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7).
Depois de ensinar Sua oração aos homens, Jesus ampliou uma das petições nela
contida: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai
celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14, 15).
Merece ser especialmente ressaltado
para os alunos o ensinamento do apóstolo Tiago:”O juízo é sem misericórdia para
com aquele que não usa de misericórdia” (Tg 2.13). O perdão humano e o divino
devem andar lado a lado. Comente com eles que o religioso tem uma mente muito
aguçada para identificar pecados na vida do próximo e condená-lo pelos seus
atos. Porém, os pecados da religiosidade não estão na aparência, mas no fundo
do coração, no oculto das intenções. Ao contrário do que Simão julgara, os atos
daquela mulher não consistiam em carícias contagiosas de uma mente impura, mas
sim no derramamento de amor sincero de uma mulher arrependida. Emocionada, ela
reconheceu sua condição de pecadora, humilhou-se e demonstrou sua devoção
lavando, beijando e ungindo os pés do Senhor, dando a Ele toda a honra
merecida.
1.3. Os
malefícios da falta de perdão.
No ano de 1999, o Dr. Fred Luskin criou o
projeto da universidade de Stanford para o perdão. Ele visava o impacto das
emoções negativas, como raiva, mágoa e ressentimento no sistema cardíaco,
causados pela ausência do perdão. Luskin descreve o perdão como sendo uma forma
de se atingir a calma e a paz, tanto com o outro quanto consigo mesmo. Ele
afirma que o perdão reduz a agitação que leva a problemas físicos; reduz o
estresse que vem de pensar em algo doloroso e que não pode ser mudado; limita a
ruminação que leva o sentimento de impotência que reduz a capacidade de alguém
cuidar de si mesmo. A conclusão do seu projeto foi a seguinte: pedir perdão
produz cura (Sl 31.10; 32.1, 3; 38.3).
Segundo o Dr. Luskin, o perdão
reconhece o mal, mas permite que o prejudicado siga com a vida. Às vezes,
perdoar significa reconciliar, outras vezes, abrir mão de um relacionamento. Quando
duas pessoas entendem que criaram uma situação desconfortável, o perdão
encontra o lugar.
2. A
importância do perdão.
Jesus contou a história de um servo que devia
uma impagável soma em dinheiro a seu senhor, o qual havia sido perdoado.
Todavia, esse homem perdoado, não perdoou a dívida de outro que lhe devia uma
irrisória quantia, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida (Mt
18.30).
2.1. Sem
perdão, sem misericórdia.
A primeira dívida superava o valor do resgate
de um rei. O contraste entre as dívidas era esmagador. O que está em jogo aqui
não é o valor da dívida, mas o perdão. E o que se deve destacar é que nada do
que temos que perdoar se pode comparar em forma vaga ou remota com o que nos
perdoou. Fomos perdoados de uma dívida que está além de todo pagamento, porque
o pecado do mundo provocou a morte do próprio Filho de Deus e, Sendo assim,
devemos perdoar como Deus nos perdoou, caso contrário, não podemos esperar
encontrar misericórdia alguma. Jesus conectou a ação do rei com a ausência de
perdão e o resultado foi desastroso para aquele homem ganancioso (Mt 18.32-35).
Esclareça para os alunos que, por
reter o perdão, aquele homem foi entregue aos atormentadores, ou verdugos. O
termo utilizado é o mesmo para designar” demônios”. Ou seja, uma pessoa que
retém mágoas e não libera o perdão é uma pessoa que nunca terá paz, será sempre
atormentada.
2.2. O
perdão abre a porta para o reino de Deus.
João Batista, o precursor de Jesus Cristo,
preparou o caminho do Senhor com a mensagem do arrependimento, ou seja, a
mensagem do perdão divino sobre todo aquele que desejasse viver uma nova vida
de paz (Mt 3.1, 2). A primeira mensagem de Jesus foi: “Arrependei-vos, e crede
no evangelho” (Mc 1.15). A dívida humana para com Deus era gigantesca e Jesus
veio a esse mundo para quitar essa dívida. Paulo nos afirma que “Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados...”
(2Co 5.19).
Informe para os alunos que Deus nos
deu o seu “shalom”, que em sua raiz etimológica significa: “pagar as dívidas”.
Alguns eruditos traduzem como “paz”. No entanto, paz é para quem não tem
dívidas e quem tem dívida não tem “shalom” (At 3.19).
2.3. O
perdão é a quitação completa da dívida.
A grandeza do perdão deve ser vista pela
grandeza do pecado que Deus perdoa num momento único. Paulo nos afirma que a
cédula de acusação contra nós foi cravada na cruz (Cl 2.14). Nossa sentença
estava escrita, mas por Seu infinito amor e graça, o Senhor levou para a cruz
essa sentença. À medida que Seu sangue ia escorrendo através do madeiro, todas
as acusações contrárias a nós foram sendo riscadas. Ali, naquela cruz, estava
em um só homem a sentença de todos os homens, até mesmo, os que ainda viriam a
existir. Agora não existe mais condenação, o sangue de Jesus apagou tudo.
Explique para os alunos que, quando o
inimigo olha para a cédula, ele vê o sangue. No entanto, quando nós olhamos
para o sangue, entendemos que temos paz e somos livres (Rm 8.1-3; Hb 10.14).
Ressalte para eles que muitos foram pegos pelo pecado e postos em desespero e
aflição. Se estes tivessem a segurança de que seria possível, de algum modo,
evitar as consequências de seu pecado, com certeza, voltariam atrás de suas
ações indevidas. Porém, o verdadeiro arrependimento significa não somente estar
aflito pelas consequências de seu pecado, mas também odiar o pecado em si.
3. O
maior de todos os milagres.
Consideravelmente, o perdão é o maior de todos
os milagres. Nele está contido o ingresso para a salvação e esta é precedida
quando operdão é estabelecido. Pois, sem ele não há reconciliação. Vejamos
alguns motivos dessa graça divina (Ef 2.8, 9).
3.1. O
milagre do perdão.
Por mais que venhamos interpretar um milagre
como estupendo ou glorioso, cada milagre realizado por Deus tende a nos atrair
para Sua presença, causando em nossas vidas outro ainda maior que é o da
salvação (Lc 10.20). Uma pessoa pode ser curada de câncer e morrer afastada da
presença de Deus. Mesmo que ressuscite, ira morrer outra vez. E se, após
ressuscitar, morrer desviado da presença de Deus? O maior milagre que as
pessoas receberam da parte de Jesus foi: “a tua fé te salvou”. Houve o perdão e
com ele a salvação (Mt 9.22; Mc 5.34; 10.52; Lc 7.50; 17.9).
Comunique aos alunos que o perdão é
um mandamento bíblico ordenado por Jesus Cristo. Os efeitos do perdão são
benéficos tanto para quem é perdoado. O objeto do perdão pode ser uma mágoa, um
pecado, um sentimento de culpa, um prejuízo sofrido, uma palavra maldosa, uma
atitude infeliz, uma omissão, uma traição – enfim, coisas que fazemos ou
deixamos de fazer no dia adia. Quando estas coisas são tratadas com o “detergente”
divino do perdão, milagres podem acontecer em nossa vida. Ressalte para eles
que Jesus Cristo tem competência. Autoridade e autonomia para perdoar (Lc
5.17-26). O perdão é uma ação que transcende à matéria e atua no campo
espiritual, onde nossos olhos físicos não conseguem perscrutar.
3.2. O
perdão nos coloca no âmbito da felicidade.
Qual é o motivo de nossa alegria como cristãos?
Qual de nós não se alegraria ao realizar milagres extraordinários em nome de
Jesus? Os discípulos, assim como cada um de nós, também foram tentados a
colocar o motivo de suas alegrias no sucesso ministerial (Lc 10.19, 20). Mas
Jesus lhes disse que maior que tudo isso era ter o nome escrito no livro da
vida, e por quê? Porque se fizermos tudo e não estivermos reconciliados com
Deus, de nada adiantou tanto esforço (Mt 16.26; Lc 9.25).
Esclareça para os alunos que quando
lemos Mateus 7.22, 23, ficamos perplexos com a declaração feita por Jesus,
porque o que adiantou tantos sinais se o maior deles seria estar em paz com Deus?
A âncora da nossa alegria deve descansar não no que adquirimos aqui, mas no que
nos foi reservado na eternidade (Mt 5.12).
3.3. O
propósito do poder sobrenatural de Deus.
Vivemos em um mundo abarrotado de novidades e
informações, onde a ciência predomina e a tecnologia produz coisas que até
duvidamos ser possíveis. Em meio a toda essa gama de informações e novidades
que nos envolvem, muitas vezes nos esquecemos de nós mesmos. De como seria tão
maravilhoso se pudéssemos viver sem amarguras, ressentimentos, culpas, temores
e sem estar constantemente cometendo mesmos erros. Mas isso não é uma utopia, é
uma realidade. Pedir perdão para muitos é sinal de fraqueza, para nós é a prova
da quantidade de amor que recebemos de Deus (Lc 7.47). Perdoar é libertar e ser
livre. Quem não sabe perdoar é porque não entende a verdade da cruz, ou nunca
realmente experimentou o gozo de ser perdoado (Mt 18.32-35).
Mostre para os alunos que os sentimentos
de tristeza, de culpa, de vergonha, de rejeição e de humilhação escravizam
alguns ao passado e obstruem o futuro. Até mesmo depois de as lembranças
desaparecerem ou serem reprimidas, muitos descobrem dentro de si reações
negativas e prejudiciais que inexplicavelmente os impulsionam a não avançar.
Assim, permitem que Satanás utilize o passado, impedindo-os de usufruir no
presente a presença de Deus e de um serviço eficaz. Ressalte para os alunos que
a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa que não tem paz com outra é
deparar-se com a mesma. O lugar fica pequeno, o dia praticamente termina e a
alegria se vai tão repentinamente que tudo o que parecia estar bem termina em
ira e tristeza. O perdão nos ajuda não somente a nos livrarmos disto, mas a ser
livres, e seguir em frente. Nunca é tarde para dizer: “eu errei, me perdoe,
vamos tentar outra vez”.
Conclusão.
O perdão é a ajuda do Espírito Santo para nos
livrarmos de todo sentimento ruim, seja ele qual for. Através do perdão, somos
libertos, livres e com condições de seguir em frente. Nunca é tarde para
reconhecer os erros, pedir perdão é recomeçar. O perdão é remissão de uma
dívida. É paz e alegria no coração.
Questionário.
1. O que é perdoar?
R: É uma decisão moral de remover
o ódio que está abrigado em nosso coração (Lc 7.47).
2. Para os rabinos o perdão deveria ser dado
quantas vezes?
R: três vezes (Am 1.3).
3. Por que devemos perdoar como Deus nos
perdoou?
R: Porque nossa dívida era
impagável (Mt 18.25, 27).
4. Qual o motivo de nossa alegria?
R: Ter o nome escrito no livro da
vida (Lc 10.20).
5. Qual é a maior de todos os milagres?
R: O perdão (Mt 16.26).
Fonte: Revista Jovens e
Adultos, professor, 3º trimestre de 2015, ano 25, Nº 96, Sinais, Milagres e
Livramentos do Novo Testamento.
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