Lição 3 O
Terrorismo marca o novo século.
19 de julho de 2015
Texto do
dia.
(Lc 21.9)
"E, quando ouvirdes de guerras e sedições,
não vos assusteis. Porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas o fim
não será logo."
Síntese.
O terrorismo, como qualquer outro mal, revela o
que há no coração da humanidade, que não conhece a paz que a Igreja já desfruta
em Cristo Jesus.
Agenda de
leitura
Segunda - Gn 4.8 O primeiro homicídio
Terça - Gn 6.11 A terra cheia de violência
Quarta - Gn 14.1-11 Guerra de quatro reis
contra cinco
Quinta - Dt 20.10; LC 14.32 O acordo de paz
evita a guerra
Sexta - 1 Cr 22.7-10 Por causa das guerras,
Davi não pôde construir o Templo
Sábado - Mt 15.19; Tg 4.1 As guerras nascem no
coração
Texto
bíblico
Lucas 21.9,10
9. E, quando ouvirdes de guerras e sedições,
não vos assusteis. Porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas o fim
não será logo.
10. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação
contra nação, e reino, contra reino;
Gênesis 6.5-7,11,12
5. E viu o SENHOR que a maldade do homem se
multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração
era só má continuamente.
6. Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito
o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.
7. E disse o SENHOR: Destruirei, de sobre a
face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e
até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
11. A terra, porém, estava corrompida diante da
face de Deus; e encheu-se a terra de violência.
12. E viu Deus a terra, e eis que estava
corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, vamos nos debruçar sobre um
assunto que, antes dos atentados ocorridos no início deste século, quase não
era falado. Após os ataques ao World Trade Center, em Nova York, na manhã de 11
de setembro de 2001, o terrorismo saiu do "anonimato" do Oriente
Médio, revelando-se um dos grandes males do recém-iniciado século 21. Quase
três mil pessoas perderam a vida, e o mundo despertou para o que se avizinhava
no novo século e milênio.
Desde os ataques suicidas do 11 de setembro, o
mundo nunca mais foi o mesmo. Pelo fato de a globalização, através de sua
ideologia, ter "transformado" o mundo na chamada "aldeia
global", foi possível assistir ao impacto aéreo à torre sul (a segunda a
ser atingida), deixando claro que não se tratava de um acidente, mas de um
atentado. O mundo inteiro viu as torres desmoronarem diante das câmeras, e,
impotentes, vimos o quão frágeis somos. Cumpre-se uma vez mais a Palavra de
Deus: "Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela"
(Sl 127.1).
I - A
SÍNDROME DA ONIPOTÊNCIA HUMANA
1.
"A terra está cheia de violência". Os problemas globais enfrentados
atualmente não podem jamais ser entendidos de forma apenas circunstancial. Eles
são fruto da rebelião da criatura contra o Criador, fazendo com que vivamos
tomados por uma sensação de onipotência - atributo este exclusivamente divino
(Gn 17.1). Tal ambição nos foi apresentada desde o início da existência humana,
quando a serpente disse a Eva: "Vocês não morrerão, antes serão como
Deus" (Gn 3.4,5). Desde esse tempo, a humanidade, distanciada do Criador,
não melhorou (Rm 3.23). Como se pode verificar, a civilização antediluviana
corrompeu-se de tal forma, que a terra encheu-se de violência (Gn 6.11). Que
contraste com o Reino do Messias, que será caracterizado pelo fato de a terra
encher-se do "conhecimento do Senhor" (Hc 2.14).
2. A
antiga insanidade humana de guerrear. Do homicídio de Abel até a primeira guerra
relatada na Bíblia (Gn 4.8; 14.1-11), vemos que a tendência humana não é
produzir paz, mas promover a violência (Gn 6.5). O quanto depender de cada um
de nós, devemos envidar todos os esforços para que a paz seja real (Rm 12.18).
Porém, a paz tão almejada pela humanidade só será possível quando as armas
forem transformadas em enxadas (Mq 4.3).
3. A
falência do projeto de paz à parte de Deus. A ambição humana de existir à parte de
Deus é antiga (Gn 11.1-9). Sem reconhecer que os nossos melhores esforços não
podem gerar a tão sonhada paz, a humanidade já atravessou séculos perseguindo -
sem sucesso - o mundo idílico. Infelizmente, o paraíso idealizado pelo homem
não pode ser construído e muito menos reconquistado sem que este confesse e
reconheça o seu Criador (Gn 3.23,24).
Na Idade Média, por distorcer a mensagem do
Evangelho, o homem não alcançou a paz e muito envergonhou o nome de Cristo. Com
a chegada da Idade Moderna, o homem, achando-se autossuficiente, acreditou que
a razão, divorciada de Deus, proporcionaria um mundo perfeitamente pacífico.
Porém, o projeto da modernidade faliu com a ocorrência das duas grandes guerras
do século passado.
Neste tempo - equivocadamente chamado de
pós-moderno - já não há mais esperança de um mundo melhor, pois tudo é incerto.
Diante dessa constatação, é preciso reconhecer que Jesus Cristo não prometeu um
"mar de rosas"; ao contrário, Ele disse que enquanto aqui estivermos
teremos "aflições" (Jo 16.33). Além disso, a paz oferecida por Cristo
é diferente da do "mundo", pois está fundamentada nEle e em seu
Evangelho, e não em circunstâncias (Jo 14.27; 16.33).
Pense
É possível, à parte de Deus, construir um mundo
melhor e sem guerras pelo poder?
Ponto
Importante
Apesar de sabermos que o mundo perfeito só será
possível com a intervenção do Criador, isso não significa que nao devemos atuar
em todas as áreas da forma mais competente possível.).
II - O
TERRORISMO "INAUGURA" O SÉCULO 21
1.
Definindo o terrorismo. É considerado terrorismo toda e qualquer forma de
infundir terror a um povo, por meio da violência física ou simbólica, visando
exprimir uma represália ao seu sistema de governo, ideologia ou credo
religioso.
A expressão, que parece ter surgido no século
18, tornou-se conhecida a partir da década de 80 do século passado. Apesar de
todo esse tempo, após o 11 de setembro a expressão foi popularizada e até mesmo
as crianças já a ouviram.
2. O
terrorismo sai do anonimato. O terrorismo visto como ação isolada e excêntrica, de uma
hora para outra, mostrou-se como algo meticuloso, planejado e extremamente
ameaçador. Os jovens que protagonizaram os ataques ao World Trade Center não
estavam fortemente armados; como que por ironia, levavam apenas alguns canivetes
e punhais. O que os motivou e deu-lhes coragem foi uma ideologia intolerante e
belicosa, aliada a estratégias diabolicamente pensadas. De notícias periféricas
que falavam sobre ataques a embaixadas, o terrorismo assumiu a atenção
midiática, configurando-se como um dos temas mais explorados em todo o mundo
desde então.
3. O
mundo em alerta.
Com métodos cada vez mais sofisticados, os ataques terroristas estão cada vez
mais presentes e ousados. Se a nação mais poderosa do planeta não ficou imune a
ataques suicidas, que se dirá das demais? Há uma tensão generalizada, sobretudo
em aeroportos, pois o que restava da utopia de um mundo mais racional e seguro
foi definitivamente sepultado no início do presente século. A sonhada
"aldeia global" só pode ser considerada uma realidade em termos de
interesses econômicos e de informações (ideologizadas, é claro), mas não em
solidariedade e compreensão. O ódio, a mágoa e a intolerância são as principais
marcas deixadas pelo terrorismo que, na realidade, é o grande evento histórico
que demarca a inauguração deste novo século (1 Ts 5.3).
Pense
O que leva pessoas, muitas até jovens e
estudadas, a se oferecerem como voluntárias por uma causa suicida?
Ponto
Importante
Apesar de apenas o terrorismo físico ser
enfatizado, o terrorismo psicológico é algo extremamente nocivo e danoso à vida
em sociedade.
III - O
FUNDAMENTALISMO E A INTOLERÂNCIA PROPAGADOS PELO TERRORISMO
1. O
terrorismo popularizou o fundamentalismo. Um dos diferenciais do terrorismo deste
início de século é que a ampla divulgação pela mídia torna qualquer ataque
passível de múltiplas interpretações, dependendo do veículo que transmite a
notícia. Assim, alguns passam a ideia de que os terroristas do Oriente Médio
não estão de todo certos, mas também não estão de todo errados, pois eles
apenas revidam os ataques que sofrem das nações do Primeiro Mundo. Outras
agências de informações enfatizam o fundamentalismo religioso como forma de
explicação para os constantes ataques e, especialmente, os ocorridos em 11 de
setembro de 2001. Quais as implicações do terrorismo para a Igreja? Além da
constatação das palavras de Jesus em Lucas 21.9,10, o terrorismo motivado por
questões religiosas seria então fundamentalista, ou seja, irredutível e
literalista na interpretação dos textos de seu livro sagrado - o Corão.
2. A
religião cristã acusada de fundamentalista. O monoteísmo islâmico professado pelos
palestinos é malvisto no mundo todo. A nova mentalidade criada a partir dos
ataques terroristas em Nova York produziu uma ojeriza global a qualquer forma
de crença que se veja exclusiva, única e verdadeira. E esta talvez seja uma das
maiores mudanças deste novo século e a que mais trouxe implicações à Igreja,
pois, aproveitando o clima histórico, o monoteísmo cristão também foi incluído
como um dos alvos das críticas dos diversos setores pensantes. Para estes, os
valores judaico-cristãos, vistos por nós como absolutos, representam um
"perigo" para essa sociedade plural. Na realidade, a religião e Deus
são o alvo dos críticos. Em seus discursos, procuram responsabilizar a ambos
pelos atos insanos do terrorismo. Todavia, não vamos nos intimidar; preguemos
ousadamente o Evangelho de Cristo (Mc 16.15-20).
3. O
conservadorismo cristão confundido com intolerância. A convivência
pacífica, ainda que não condescendente, dos cristãos com as demais crenças e
ideias diferentes já não é o bastante. O amor e até mesmo o respeito aos que
decidiram viver de forma irresponsável e deliberadamente contrária à moral, à
ética e à normalidade também não. Em outras palavras, amar o pecador e condenar
o pecado já não é mais aceitável, pois não existe certo ou errado. Insistirmos
em tal postura é algo visto como intolerante e, por conseguinte,
fundamentalista e discriminatório. Estejamos preparados, pois chegamos ao tempo
em que, à semelhança dos apóstolos, podemos ser mortos não como forma de
"serviço para Deus" (Jo 16.2), mas à própria sociedade.
Isso, contudo, não deve servir para o desânimo
e, muito menos, ao incentivo de um revide. O que se espera de todos os que
acolheram a palavra do Evangelho, é que sejam compreensivos, sem
necessariamente tornarem-se permissivistas; contrários ao pecado, sem ser
odiosos com aqueles que vivem na transgressão. O que se requer de cada um é que
sejam como Jesus, que viveu em um mundo decadente sem se contaminar (Mt
11.16-19; Lc 7.31-34).
Pense
É possível ser crente sem ser fundamentalista?
Ponto
Importante
Nesse tempo difícil, ser como Cristo é algo
inadiável.
CONCLUSÃO
É possível concluir que, se a preservação dos valores
judaico-cristãos e a defesa da ética, na mentalidade liberal de hoje,
confunde-se com fundamentalismo e intolerância, inúmeras barreiras serão
impostas à pregação do Evangelho. Longe de fazer-nos parar, tal constatação
deve levar-nos a estar preparados para atuar neste tempo, pois ainda há muito
por fazer (Lc 21.9).
Hora da
revisão.
1 - Quando será possível existir a paz tão
almejada pela humanidade?
2 - Quais são as principais marcas deixadas
pelo terrorismo?
3 - Por que o cristianismo também é considerado
uma religião fundamentalista?
4 - Qual é mesmo o alvo dos críticos?
5 - Por que os cristãos somos vistos como
intolerantes?
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 3º trimestre 2015.
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