Lição 2 O
Processo de Globalização.
12 de julho de 2015.
Texto do dia.
"E disseram: Eia, edifiquemos nós uma
cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não
sejamos espalhados sobre a face de toda a terra." (Gn 11.4)
Síntese
A globalização política é contrária aos planos
de Deus, pois significa o domínio de poucos sobre muitos e a afirmação da
suficiência humana em detrimento da soberania divina.
Agenda de
leitura
Segunda - Gn 1.11, 20 Deus cria a diversidade
Terça - Gn 6.1-7, 11,12 A globalização da
violência
Quarta - Gn 7.6-24 A destruição global
Quinta - Gn 9.1-17 O pacto global entre Deus e
o homem
Sexta - Gn 11.1-9 A primeira tentativa de
globalização
Sábado - Fp 2.11; Ap 5.9; 7.9 A diversidade no
Reino de Cristo
Texto
bíblico
Gênesis 11.1-9
1. E era toda a terra de uma mesma língua e de
uma mesma fala.
2. E aconteceu que, partindo eles do Oriente,
acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.
3. E disseram uns aos outros: Eia, façamos
tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal.
4. E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade
e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos
espalhados sobre a face de toda a terra.
5. Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a
torre que os filhos dos homens edificavam;
6. e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e
todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não
haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
7. Eia, desçamos e confundamos ali a sua
língua, para que não entenda um a língua do outro.
8. Assim, o Senhor os espalhou dali sobre a
face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
9. Por isso, se chamou o seu nome Babel,
porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o
Senhor sobre a face de toda a terra.
Comentário
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos, à luz da Bíblia, um
assunto que ganhou notoriedade no início e final dos anos 90. Trata-se da
"globalização" - Nova Ordem Mundial - um processo antigo de tentativa
de integralizar os países, sobretudo a partir da economia.
Mesmo com a queda dos regimes comunistas na
Europa e a abertura econômica da China, a globalização continua a ser
criticada, pois a sua suposta integralização não inclui pessoas, mas apenas
sistemas financeiros que passam a ditar, inclusive culturalmente, as modas e o
consumismo nos países com menor poder aquisitivo e em desenvolvimento.
A globalização, na realidade, constitui-se numa
prova viva de que uma das principais características humanas ainda é a
necessidade de estar junto. Contudo, desde a Torre de Babel, lamentavelmente
tal "união" não tem significado solidariedade, mas altivez e orgulho
em relação a Deus e uma forma de expropriar ainda mais o semelhante.
I - DA
GLOBALIZAÇÃO DIVINA À GLOBALIZAÇÃO HUMANA
1. A
diversidade criada por Deus. Apesar de a Bíblia não afirmar, depreende-se
que a descendência de Adão e Eva tinha condições de povoar a terra,
proporcionando uma civilização que, embora diversa, fosse solidária e cumprisse
os propósitos divinos. Apesar de a Queda ter tornado a vida difícil (Gn 3.14-23),
os seus efeitos não anularam o projeto de Deus e, como pode ser visto, após o
dilúvio, os filhos de Noé - Sem, Cam e Jafé - voltaram a repovoar a terra
segundo os propósitos divinos (Gn 9.18,19).
2. A
globalização divina.
O desígnio divino objetivava, como se pode ver no início, uma integralização
cuja harmonia entre o Criador e os seres humanos, o meio ambiente, a fauna,
etc., proporcionasse uma vida sustentável (Gn 1.20-31; 2.4-17). Tal verdade
pode ser verificada nas leis dadas pelo Senhor a Israel, nas promessas do
futuro reino messiânico e até mesmo na Igreja do primeiro século (Dt 15.7-11;
Is 11.1-9; At 2.44-46; 4.34,35).
3. O
projeto frustrado da globalização humana. Logo após o dilúvio, segue-se o processo de
repovoamento da terra a partir dos filhos de Noé (Gn 9.18,19; 10.1,32). Não
obstante, 120 anos depois, verificamos que pelo fato de o mundo inteiro falar a
mesma língua, os homens estabeleceram-se em uma planície na antiga Suméria
(atual Iraque), e ali iniciaram a construção de uma torre ou zigurate (Gn
11.1-3), não como obra de engenharia ou arte arquitetônica, mas como uma forma
de afronta e demonstração de autossuficiência em relação a Deus (Gn 11.4-6).
Tal "globalização" não visava ao bem comum, mas à supremacia e ao
domínio de alguns sobre todos. Foi justamente para preservar a diversidade e
garantir a ocupação populacional em outros pontos do mundo, que Deus os
espalhou (Gn 11.5-9).
Pense
Deus se opõe à globalização solidária ou à
globalização econômica que expropria ainda mais os menos favorecidos?
Ponto
Importante
Deus criou-nos como seres sociáveis, portanto,
o afastamento social com finalidades exclusivistas e egoístas, é uma postura
reprovável.
II - OS
ANTIGOS IMPÉRIOS E SUAS GLOBALIZAÇÕES
1. A
Bíblia e a história.
A Palavra de Deus não foi produzida à parte da história, mas desta é testemunha
e coautora. Em suas páginas encontramos a menção (direta ou indireta) a, pelo
menos, seis grandes impérios do mundo antigo (Gn 15.13-16; At 7.9-14,17-37; Is
19.23-25; 20.4; 44.21-28; Gn 10.11; 2 Rs 15.19; Et 1.1-4; Na 3.1-19; Dn 1.1-3;
7.7; Mt 2.14,16; Jo 11.48; 19.12,15). Se pudéssemos estudá-los, veríamos que
todos eles, apesar de existirem por permissão divina, intentaram as suas
"globalizações" à parte de Deus.
2. Os
Impérios Egípcio, Assírio e Babilônio. A história de Israel está entrelaçada à dois
grandes impérios do mundo antigo. Sob o Império Egípcio, por exemplo, os
hebreus viveram 430 anos (Êx 12.40). Após o êxodo, depois de 40 anos de
peregrinação no deserto (Êx 16.35; Nm 14.33,34; Js 5.6), Israel passou à
ocupação da terra (Js 1.1-9). O período que se segue, conhecido como dos
juízes, é cercado por especulações cronológicas. O tempo da monarquia divide-se
em duas fases, sendo estas denominadas de "reino unido" e "reino
dividido". A do reino unido, que teve a duração de 120 anos, divididos por
três reinados de 40 anos cada, teve como reis a Saul, Davi e Salomão,
respectivamente.
Em 931 a.C., inicia-se uma época difícil para o
povo de Deus com a divisão do reino de Israel, formando os Reinos do Sul (Judá
e Benjamin) e do Norte (também conhecido como Israel, composto por dez tribos).
Este último existiu até 722 a.C., quando então foi invadido pelas tropas
assírias, império que dominava à época. Já o Reino do Sul ainda existiu até 606
a.C., sendo então capturado pelo Império Babilônio que era a potência mundial
no período.
3. Os
Impérios Persa, Grego e Romano. Israel permaneceu no exílio babilônico
durante 70 anos. Somente no período do Império Persa foi que os judeus puderam
voltar à sua terra e assim "desfrutar" um pouco do que um dia haviam
sido (Ed 1.2-4; Ne 2.1-8). Em 333 a.C., Alexandre Magno derrotou o exército
medo-persa e tornou a Macedônia a maior potência da época.
Apesar de o Império Grego não constar
explicitamente nas páginas da Bíblia, pelo simples fato de sua ascensão ter-se
dado no período intertestamentário, é possível vê-lo na profecia de Daniel
11.4. Sua importância para o cristianismo decorre do fato de que a língua grega
em sua forma popular (koiné) tornou-se o idioma do mundo conhecido na época e,
posteriormente, foi utilizado por Paulo e os demais apóstolos na propagação da
mensagem do Evangelho. Assim como os persas, os gregos também foram tolerantes
com os judeus.
Com a ascensão do Império Romano em 63 a.C.,
inicia-se uma nova fase para os judeus. Os descendentes de Abraão perdem
qualquer resquício de soberania nacional, restando apenas a expectativa na
instauração do reinado messiânico. Foi sob o longo domínio desse império (63
a.C.-476 d.C.) que a Igreja foi fundada e o cristianismo propagou-se.
Pense
Além do relato bíblico, a história geral também
pode ser uma fonte de confirmação para a contrariedade divina da globalização à
parte de Deus?
Ponto
Importante
Os sucessivos reinos do mundo antigo, mostram
com sua queda que qualquer projeto de globalização, à parte de Deus, sucumbirá.
III - A
MODERNA GLOBALIZAÇÃO
1.
Escatologia e globalização. Muito se escreveu nas décadas de 70 e 80 acerca do cenário
político que estava sendo preparado para o Anticristo. Porém, com o surgimento
da geopolítica, não mais se fala em ascensão de um país, mas de vários países
que, conflagrados, formam blocos e se fortalecem perante a economia mundial. A
criação de uma moeda única é uma das prerrogativas para o surgimento de um
governo mundial (Ap 13.16,17). Evidentemente que não se deve fazer nenhuma
afirmação conclusiva quando o assunto é escatologia, pois estamos em pleno
desenvolvimento da história (Dt 29.29; At 1.6,7).
2.
Globalização e tecnologia. Não há como negar que o estreitamento do processo de
globalização ganhou novo impulso neste século por conta da expansão dos
sistemas de comunicação, incluindo-se a internet.
3.
Globalização e cristianismo. A globalização, conforme projetada pelos seus
proponentes, não visa integralizar os mais fracos para que estes sejam
beneficiados, antes o contrário. A questão mais séria para a fé cristã é que a
globalização econômica não dita apenas as modas, mas também os valores do bloco
predominante, fazendo com que a moral e o pudor sejam extintos.
Pense
Você acha que a moderna globalização tem
produzido um mundo melhor?
Ponto
Importante
A moderna globalização dita não apenas as modas
e tendências, mas também os valores da sociedade.
IV - A
MODERNA GLOBALIZAÇÃO EXCLUI
1.
Disseminando um padrão. Sem que se perceba, a globalização visa padronizar as
ideias e, sobretudo, os valores, para que as pessoas tenham desejos e
aspirações parecidos ou, em alguns casos, iguais. Se tal projeto visasse
diminuir as diferenças com o objetivo de disseminar o valor inerente dos seres
humanos e, com isso, provocasse um constrangimento para que as pessoas se
respeitassem, tudo bem. Não obstante, verifica-se justamente o contrário.
2.
Padronizando para dominar. Uma vez padronizada, as pessoas tornam-se desprovidas de
vontade própria, passando a ter uma vontade condicionada pelos canais
responsáveis pelo controle social. Nesse estágio perde-se uma das principais
características humanas: o livre arbítrio. Assim, domina-se mais facilmente
levando as pessoas a pensar que são "livres".
3.
Padronizando para excluir. Impossibilitadas de uma condição igual aos que ditam as
modas e os valores, as pessoas sentem-se excluídas e lutam, de todas as formas,
para se adequar a um padrão que, talvez, jamais alcançarão. Isso não é
globalizar, e sim excluir!
Pense
Temos uma globalização ou um sistema de
exclusão em massa?
Ponto
Importante
A melhor forma de globalização ainda é a
intentada pelo Criador.
CONCLUSÃO
Ainda que de maneira sucinta, os acontecimentos
estudados nesta lição apontam para a veracidade da mensagem das Escrituras. À
parte dos aspectos desumanos da globalização pensada somente do ponto de vista
econômico do mais forte, verificamos também que esta traz desafios para a
Igreja. Como os venceremos se não nos prepararmos para atuar como cidadãos do
Reino de Deus na "Nova Ordem Mundial"?
Hora da
revisão.
1 - A globalização é um reflexo de quê?
2 - Como seria a globalização divina?
3 - O que significa a globalização humana?
4 - O povo de Israel viveu sob quais impérios?
5 - Relacione escatologia com a globalização
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 3º trimestre 2015.
Glória a Deus, bênção pura.
ResponderExcluirAmém Querido, Deus te abençoe.
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