segunda-feira, 27 de junho de 2016

Lição 1 Mateus: o Evangelho do Reino



Lição 1 Mateus: o Evangelho do Reino
3 de junho de 2016

Texto Áureo
Mateus 4.23
E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.

Verdade Aplicada
O evangelho de Mateus demonstra que o Senhor Jesus é o Rei prometido previsto no Antigo Testamento.

Objetivos da Lição
Ensinar os elementos usados por Mateus para a redação de seu evangelho;
Mostrar o que Mateus tinha em mente quando reuniu todo o material que comporia o seu evangelho;
Apresentar características peculiares ao evangelho de Mateus.

Glossário
Concatenado: Encadeado; ligado;
Deturpação: Desfigurar, estragar, corromper, viciar;
Vassalo: Súdito; príncipe tributário de outro subordinado.

Leituras complementares
Segunda Is 53.5
Terça Mt 1.1
Quarta Lc 23.2
Quinta Jo 1.41
Sexta Jo 4.25
Sábado At 18.28

Textos de Referência.
Mateus 4.23-25
23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
24  E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe, todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos e ele os curava.
25 E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e de além do Jordão.

Hinos sugeridos.
121, 154, 200.

Motivo de Oração
Ore para que a Igreja mostre ao mundo a esperança que há em Cristo.

Esboço da Lição
Introdução
1. Quem foi Mateus?
2. As origens e o propósito do evangelho
3. Características gerais do evangelho
Conclusão

Introdução
Teremos ao longo desta primeira lição a fascinante oportunidade de estudar e meditar no evangelho de Mateus, também denominado: evangelho do Reino.

1. Quem foi Mateus?
Tradicionalmente, Mateus é o autor do primeiro evangelho do Novo Testamento, como se configura em nossas bíblias. Seu nome significa “dom de Deus”. Ele foi cobrador de impostos antes de se converter em discípulo do Senhor Jesus. Ele apresenta Jesus e Seus discursos da maneira mais pedagógica possível. O seu evangelho é o do Reino dos Céus.

1.1. Mateus, um coletor de impostos.
Mateus trabalhava na coletoria de impostos para o governo romano (Mt 9.9), um cargo publico. Por esse motivo, ele era chamado de “o publicano” (Mt 10.3). Devemos compreender que cobrar impostos para um império pagão e opressor era considerado ato de traição. Daí o motivo de os publicanos serem objetos de ódio dos judeus em geral. Mas, ao que parece, Mateus não era um publicano comum, pois logo que passou a seguir a Jesus Cristo muitos publicanos foram ouvi-lo com apreço (Mt 9.9-13).

Explique para os alunos que Mateus não era um publicano comum. Muito provavelmente, ele foi um chefe de recebedoria de impostos. Isso significa que ele tinha outros publicanos os quais chefiava. Comente com os alunos que, porém, se isso não for verdade, ficava claro que de qualquer maneira Mateus era um homem de grande influência em seu setor de trabalho. Isto porque, ao seguir o Senhor Jesus, muitos se dirigiam para ouvir o Mestre de Nazaré. Dessa maneira, Jesus teve que defendê-los das críticas farisaicas que os taxavam como pecadores e traidores da nação, ou seja, pessoas indignadas de se buscar convivência (Mt 18.17; 21.31).

1.2. Mateus, um dos doze apóstolos.
Ao atender o chamado do Senhor Jesus, Mateus veio a ser um dos doze apóstolos. Ele é citado em parceria com Tomé quando enviado a evangelizar “as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.3: Mc 3.18; Lc 6.15). Os evangelhos não demonstram grande participação de Mateus no dia a dia do ministério do Mestre. Isso, porém, não significa que ele não fosse participativo. Pelo que foi visto acima, ele conduziu várias almas ao Senhor Jesus, assim como Tomé, seu companheiro, que tinha vários condiscípulos (Jo 11.16). Originalmente, Mateus é chamado de Levi filho de Alfeu, no evangelho de Marcos e Lucas (Mc 2.14-17; Lc 5.27-31).

Explique para os alunos que não se sabe o porquê Mateus é chamado de Levi primeiramente. Os fatos narrados por marcos e Lucas em relação à conversão de Levi são os mesmos contados no primeiro evangelho. Tiago também era chamado de filho de Alfeu, mas isso não significa que Levi e Tiago fossem irmãos. Caso fossem, isso seria apontado mais claramente, assim como no caso de Tiago e João, filhos de Zebedeu. Peça para os alunos notarem como uma pessoa odiada e desprezada pode se tornar-se tão útil ao entregar-se ao Senhor Jesus Cristo. Essa discussão sobre o nome (Mateus ou Levi) e sobre ser ou não irmão de Tiago é, portanto, uma discussão inócua, nada acrescenta.

1.3. Mateus, um evangelho precioso.
Sem dúvida, o evangelho de Mateus é de inestimável valor. Não é à toa que o evangelho de Mateus foi aceito e popularizado pela Igreja Primitiva. O fato de o escritor ter pertencido ao grupo dos doze apóstolos, ser uma testemunha ocular de boa parte dos fatos e ter um  estilo didático de escrever contribuiu para que essa obra fosse tão amplamente lida, aceita e amada. Alguns atestam que este evangelho fora primeiramente escrito em aramaico e depois traduzido para o grego. Infelizmente, hoje não restam documentos que comprovem isso. Todavia, o certo é que desde bem cedo a Igreja identificava o escrito como o “Evangelho de Mateus”.

Esclareça para os alunos o que tornou o evangelho de Mateus tão precioso. Convença-os que o fato de Mateus ser uma testemunha ocular contribuiu para a aceitação e popularidade de sua obra entre as igrejas dos primeiros séculos. Comente com os alunos que o apóstolo Mateus se ocupou em escrever de modo didático, isto é, de maneira, que facilitasse a assimilação do seu conteúdo. Com essa didática, o livro favorece inclusive a memorização do seu conteúdo.

2. As origens e o propósito do evangelho.
As questões apresentadas a seguir quanto ao Evangelho são esclarecedoras para o importante estudo das Escrituras Sagradas. Veremos que, embora em nossas bíblias o evangelho de Mateus seja o primeiro do Novo Testamento, ele não foi de fato o primeiro evangelho a ser escrito.

2.1. Data.
O evangelho de Mateus foi escrito depois do de Marcos. A data provável para que o evangelho de Marcos tenha sido escrito foi 50 d.C. ou pelo menos uma data antes do ano 60. Enquanto que o de Mateus foi escrito por volta de 70 d.C., logo após a queda do templo de Jerusalém. É importante compreender que essas datas não são categóricas, mas apenas aproximadas. Porém é levado em consideração vários depoimentos dos escritores dos primeiros séculos chamados de “pais da Igreja”. Mesmo assim, não se tem a certeza de em qual ano foi escrito este maravilhoso evangelho.

Mostre para os alunos que o evangelho de Mateus tem credibilidade total por parte dos cristãos desde os primórdios da Igreja cristã. Diferente de outros que, por exemplo, não entraram para o Cânon (rol) dos livros considerados inspirados, tais como o evangelho de Pedro, o evangelho de Tomé, etc.

2.2. Destinatários.
O livro de Mateus foi escrito para a cristandade em geral, porém, quando o autor o escreveu, ele pensou primeiramente nos cristãos judeus, mas não deixou de fora os gentios, visto que a essa época o cristianismo já alcançara projeção no Império Romano a ponto de sofrer perseguição por parte de Nero. Se considerarmos o fato de que Mateus evangelizou prioritariamente os judeus após a ascensão do Senhor Jesus, o que, segundo alguns estudiosos, ele fez em um trabalho de quinze anos, não é de causar admiração que ele tenha escrito esse evangelho como um documento mostrando quem era Jesus de Nazaré.

Mostre para os alunos que, além de evangelizar os judeus por longos quinze anos, Mateus preocupou-se em deixar um legado escriturístico. Comente com eles que o fato dele ter já desempenhado a sua missão evangelizadora entre eles talvez fosse o suficiente. Todavia, o senso de responsabilidade para com aquelas almas o levou mais além, isto é, levou-o a escrever o evangelho.

2.3. O propósito.
O evangelho de Mateus cumpre vários propósitos simultaneamente, pois trata-se prioritariamente de um registro histórico do ministério do Senhor Jesus e em suas linhas o autor mostra que Jesus é o Rei e Messias prometido. Porém, a julgar o contexto em que foi escrito, pode-se concluir que este evangelho foi escrito para não ficar apenas na tradição oral, porque esta poderia sofrer alterações com o tempo e adquirir versões corrompidas da pessoa do Senhor Jesus, ou versões do propósito e de Seu trabalho profético e messiânico. Dessa maneira, o registro fiel e concatenado dessas coisas contribuiria no sentido de impedir tais deturpações até certo ponto, visto que não impediria o surgimento das versões irreais da pessoa de Jesus.

Explique para os alunos que vários anos se passaram até que Mateus resolveu escrever o seu evangelho. Mostre para eles que a preocupação do escritor era apresentar o Senhor Jesus de acordo com os fatos verdadeiros, pois com o tempo poderia surgir um fantástico e lendário Jesus nos contos populares que não correspondesse com a realidade do Mestre de Nazaré. Comente com os alunos que o apóstolo Mateus não poderia ignorar a capacidade da mente humana de deturpar os fatos e nem ignorar a capacidade de Satanás inspirar os corações a fazerem isso. Isso é ilustrado com as muitas discussões quanto à pessoa e natureza do Senhor Jesus Cristo na época dos pais da Igreja.

3. Características gerais do evangelho.
Vimos o cuidado de Mateus quanto a preservação dos fatos em torno da pessoa de Jesus. Mas, quem era Jesus e o que pretendeu? Outrossim, o que se destaca mais no evangelho de Mateus em relação a pessoa do Senhor Jesus? É o que veremos a seguir.

3.1. Contexto histórico inicial do evangelho.
O contexto histórico apresentado por Mateus para a pessoa do senhor Jesus situa-se no tempo de Herodes, o Grande (Mt 2.1). Nessa época, a política de Israel estava sob a sua responsabilidade, porém ele era rei vassalo de Roma, governada pelo imperador César Augusto, cujo nome verdadeiro era Gaio Júlio Cesar Otaviano. O Senhor Jesus nasceu num tempo chamado de pax romana (paz romana), porém Paulo trata essa época como “a plenitude dos tempos Deus” Gl 4.4).

Informe aos alunos que o rei Herodes, o Grande, era um homem cruel, bárbaro e sanguinário. Conduza os alunos ao entendimento de que Jesus nasceu num contexto histórico real. A partir da pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo, a história universal foi mudada e reescrita, tendo como pano de fundo o vasto Império Romano e um reino vassalo a Roma. Esclareça para os alunos que Jesus Cristo apareceu num tempo determinado por Deus, que é o ponto central de toda a história (Gl 4.4).

3.2. A apresentação de Jesus.
Nascido em Belém, mas morando em Nazaré, estava um jovem carpinteiro. Ele tinha vários irmãos e irmãs e vivia de maneira comum a seus compatriotas, até que, de repente, ele se destaca de todos. O moço da carpintaria desponta-se na região e em todo o Israel com uma sabedoria e milagres jamais vistos. Então, quem é Ele de fato? Enquanto Marcos procurou enfatizar o Jesus operador de milagres e Messias, Mateus em seu evangelho vai ressaltar os ensinos do Mestre Nazaré. Ele apresenta Jesus como o Messias da linhagem davídica que haveria de vir, o profeta maior do que Moisés.

Desperte a atenção dos alunos para o fato de que o evangelho de marcos já circulava em diversos lugares, inclusive Roma. Enquanto Marcos apresenta Jesus como o Messias e operador de milagres, Mateus apresenta-o ressaltando os Seus ensinos. É claro que há vários registros de milagres em Mateus, mas faça os alunos perceberem a genealogia de Jesus, as abundantes citações do Antigo Testamento e a maneira essencialmente pedagógica de Seus ensinos, a começar pelas bem-aventuranças. Enfim, nele Jesus é o Filho de Deus, o verdadeiro Rei prometido.

3.3. Questões escatológicas.
O reino dos céus apresentado por Mateus tem dois aspectos gerais: o presente e o futuro. No aspecto futuro, descrito em Mateus 24, o seu propósito em mente ao narrar acontecimentos futuros é falar sobre a segunda vinda de Jesus. No denominado “o sermão do templo”, Mateus narra situações que já sucederam, como a queda do templo de Jerusalém e outras que ainda sucederão. Porém, toda a mensagem é em si uma advertência para que os discípulos estejam atentos, sempre em oração e vivendo em constante cuidado. Cuidado esse para que não fossem enganados e também cuidado consigo mesmos para que não se entregassem a todo o tipo de dissoluções.

Mostre para os alunos os fatos que já se cumpriram, os que estão se cumprindo e outros que ainda se cumprirão dentro do sermão do templo, descrito em Mateus 24. Comente com os alunos, por exemplo, os fatos ligados aos falsos profetas e os falsos ensinos que se cumpriram, mas que continuam a se cumprir até atingir uma escalada universal, concluída somente na volta do Senhor Jesus Cristo. Merece ser especialmente esclarecido para os alunos que todos os sinais descritos no capítulo 24 de Mateus apenas criam o ambiente para a manifestação do grande sinal, isto é a pregação do Evangelho até os confins do mundo (Mt 24.14; 28.18-20). Então virá o fim.

Conclusão.
O Reino dos céus é apresentado por Mateus de forma surpreendentemente didática, convincente e com ampla aceitação. Sem dúvida, trouxe um grande legado não só para a cristandade, mas ao mundo inteiro onde o evangelho chegou.

Questionário.
1. De que maneira o Senhor Jesus é apresentado por Mateus?
R: Jesus é o Rei e Messias prometido (Mt 11.3).

2. O que fazia Mateus antes de seguir Jesus?
R: Era coletor de impostos (Mt 9.9).

3. O menino Jesus nasceu no tempo de que rei?
R: No tempo do rei Herodes, o Grande (Mt 2.1).

4. Qual era a profissão de Jesus?
R: Jesus era carpinteiro (Mc 6.3).

5. Como é chamado o sermão profético de Jesus em Mateus 24?
R: É chamado de “o sermão do templo” (Mt 24).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Edição Histórica, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de 2016, ano 26, Nº 100, Mateus uma visão panorâmica do Evangelho do Rei.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Lição 13 A Família no Século XXI.



Lição 13 A Família no Século XXI.
26 de junho de 2016

Texto do dia
(Mt 24.12).
"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará."

Síntese
A família do século XXI passa por uma séria crise, mas a Bíblia Sagrada tem a solução para a restauração de todas as coisas.

Agenda de leitura
SEGUNDA - Mt 24.7,8; 2 Ts 2.7 Uma família que vive em turbulência
TERÇA - 2 Tm 3.2 Uma família que desobedece aos pais
QUARTA - Mt 24.12 Uma família com pouco amor
QUINTA - Mt 10.21,36; 24.10 Uma família com problemas de relacionamento
SEXTA - Lc 17.26,27 Uma família materialista
SÁBADO - Lc 17.28-30 Uma família que não respeita o casamento

Objetivos
ELENCAR as crises que corroem a estrutura familiar na atualidade;
ENTENDER que a origem dos terríveis problemas enfrentados pela família no século XXI é espiritual: o distanciamento do homem de seu Criador;
PERCEBER os efeitos danosos da cosmovisão pós-modernista na sociedade atual.

Interação
Caríssimo professor, chegamos ao final do trimestre! A sensação é a de dever cumprido. Esperamos, sinceramente, que a interação da qual desfrutamos por meio desta seção tenha abençoado o seu ministério de alguma forma. Vem aí um novo desafio! Que Deus o fortaleça e que seu ministério seja coroado com muitos frutos! "Ensinar pode, às vezes, parecer a tarefa mais difícil do mundo. Há tanto para fazer e tão pouco tempo para realizar e antes que você perceba já é hora de se preparar para o próximo ano. Apoie-se no fato de que você tem o apoio de um Professor divino que lhe ensinará todas as coisas e lhe lembrará o quanto você é amado " (Graça Diária para Professores, CPAD, 2011, p. 83).

Orientação Pedagógica

Professor, reproduza no quadro a estatística sobre suicídio mencionada no terceiro ponto do tópico III desta lição (http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_suicidio_jovens_fd). Se for possível, aprofunde a pesquisa sobre o assunto, especialmente no que diz respeito ao contexto em que você está inserido, a fim de que possa contextualizar ainda mais a discussão. Para introduzir a aula, apresente os dados aos seus alunos, questione se eles conhecem algum caso, de alguém próximo ou conhecido, e chame a atenção deles para a gravidade do problema. Ressalte que a família, no século XXI, tem passado por sérias crises, o que se deve, em parte, à cosmovisão pós-modernista, a qual tem como um de seus efeitos mais danosos o aumento no número de suicídios.
Texto bíblico
Lucas 17.26-30
26. E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem.
27. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos.
28. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam.
29. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos.
30. Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

Nunca as pessoas se preocuparam tanto com o conceito de família como nos dias atuais,  muitos têm  investido fortemente   para mudar o padrão tradicional de família que biblicamente, é formada por pai, mãe e filhos. O Poder Judiciário chancelou tal mudança autorizando casamentos entre pessoas do mesmo sexo e até mesmo adoções por casais homossexuais.

I - A ERA DAS CRISES

1. Crise educacional. Hoje busca-se construir na sociedade um novo padrão educacional, em homenagem ao relativismo moral. Vários teóricos defendem que, caso as crianças sejam entregues a si mesmas, sem a imposição da educação tradicional com padrões objetivos, espontaneamente se inclinarão ao amor, à abnegação, ao trabalho competente e serão muito mais criativas. Com isso admitem que a natureza humana é essencialmente boa, em contraste com o que diz a Bíblia (Pv 22.15), não precisando, por isso, na visão deles, de ensinamento dos valores morais tradicionais. Nessa esteira, surgiu a teoria educacional do Construtivismo, que se coaduna perfeitamente com a famigerada e tão difundida ideologia de gênero, sendo que ambas são extremamente prejudiciais à família. Um abismo chama outro abismo (Sl 42.7).

2. Crise de autoridade. A crise de autoridade, observada como fenômeno no mundo moderno, tem-se apresentado como um problema cada vez mais grave, que tem atingido as instituições do Estado, escolas, famílias e igrejas, em todo o mundo. Mas qual a origem de tanta insubmissão em nossos dias? A resposta não é simples, mas há, pelo menos, dois aspectos importantes a serem abordados. A primeira motivação dessa crise é a sociológica, haja vista a forte disseminação do pensamento pós-moderno em nossos dias. Ora, quando não se acredita na existência de uma verdade absoluta, relativiza-se a moral, desconstruindo-se as diretrizes da cosmovisão judaico-cristã, abrindo, dessa maneira, as portas para todos os tipos de males. É nesse contexto que floresce, em solo fértil, a presente crise de autoridade. Entretanto há outro aspecto, e esse é o mais importante: a origem espiritual da crise de autoridade. A insubmissão, que é uma atitude contra a autoridade divina, apresenta-se como a causa primordial de todo e qualquer pecado. Ela nasceu, primeiramente, no coração de Satanás, e se propaga no entendimento daqueles que voltam suas costas para Deus. Sem dúvida, quando o homem se submete à autoridade de Cristo, cumprirá a sua palavra que determinou submissão às autoridades delegadas e aos pais. A origem da crise de autoridade que todas as instituições enfrentam, hoje, tem um forte componente da esfera espiritual - o princípio de rebelião de Satanás.

3. Crise de identidade familiar. Pais e professores reclamam da dificuldade de estabelecer limites e regras aos mais jovens, que querem impor seu desejo por mais liberdade e autonomia, e o fazem de forma a romper com todos os padrões pré-estabelecidos, comprometendo as regras mais básicas de convivência, a ponto de tornar insustentável o relacionamento familiar e em sala de aula (2 Tm 3.2). Muitos pais de meia-idade formam, com nostalgia, a última geração de filhos que respeitava seus genitores e, com tristeza, a primeira geração de pais que têm medo de seus filhos, os quais não podem ser contrariados, pois possuem, como dizem os psicólogos, baixa tolerância à frustração - são indivíduos que, se tiverem seus interesses não concedidos, ficarão ensandecidos e provocarão brigas, com consequências imprevisíveis.

Pense
Por que a sociedade atual não cria mecanismos para se ver livre de tantas crises que corroem a estrutura da família? Por que não há interesse nisso?

Ponto Importante
A maioria dos organismos internacionais, dentre os quais a ONU, tem adotado posicionamentos que corroboram com a desconstrução familiar, o que acentua ainda mais as crises.

II - UMA FAMÍLIA EM CRISE

1. Problemas de relacionamentos. A família hodierna passa por uma forte crise de relacionamentos. É comum observar na mídia pais que matam filhos pequenos, filhos que planejam a morte de pais e irmãos, pelos motivos mais variados. Há algo muito errado nas famílias dos dias atuais. A resposta, certamente, passa pelo aspecto espiritual: o homem tem-se distanciado do seu Criador. O Senhor Jesus falou que a desagregação familiar seria marcante, a tal ponto que os inimigos do homem seriam seus próprios familiares (Mt 10.21,36; 24.10). Isso é, sem dúvida, realidade em muitos lares. Entretanto o propósito de Deus, desde o princípio, é que as famílias sejam benditas (Gn 12.3), pois com isso a igreja será abençoada e também o mundo. Entretanto, vê-se que a sociedade está, cada vez mais, indo de mal a pior, enganando e sendo enganada.

2. Materialismo. O materialismo é um dos grandes inimigos das famílias. Ele incute a ideia de que os bens materiais são mais importantes que as riquezas espirituais, como aconteceu com Ló, que agiu por impulso ao ver as belas campinas perto das Cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 13.10,11). Ló só queria ser feliz, porém não previa que aquela escolha seria a razão da destruição de sua família. Enquanto a Palavra de Deus estabelece que Deus deve ter a primazia na vida, no materialismo as coisas desta vida ocupam o lugar mais importante. O materialista olha para a vida sem a dimensão da eternidade, obtendo, por isso, uma visão extremamente empobrecida da realidade. A Bíblia diz que o justo pode ver mais além, pois ele vive da fé. Uma sociedade criada sob a orientação materialista tem tudo para apresentar altos índices de criminalidade, corrupção, prostituição etc.

3. Não respeito ao casamento. A sociedade atualmente não mais valoriza o casamento, como foi no passado. Por isso, tantas mazelas nas famílias são vistas cada vez mais. É extremamente comum, por exemplo, que rapazes e moças saiam da casa de seus pais para morarem juntos antes do casamento.  Isso tudo é reflexo de uma profunda falta de temor a Deus. Mas também é cumprimento de uma profecia de Jesus, quando falou sobre os dias que antecederiam Sua vinda, os quais seriam como os dias de Ló, nos quais os homens comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam (Lc 17.28). Interessante que, no versículo anterior, o Senhor, ao mencionar os dias de Noé, falou sobre a prática do casamento, mas depois excluiu propositalmente o termo, para demonstrar o desprezo da geração dos últimos dias pelo matrimônio. A sacralidade do casamento vem sendo constantemente atacada, inclusive pela aceitação das denominadas uniões homoafetivas.

Pense
O que fazer para reverter as mazelas da sociedade pós-moderna, tais como a violência nos lares, o materialismo e a dessacralização do casamento?

Ponto Importante
O Cristianismo, como detentor da contracultura mais poderosa, não pode ficar calado. É preciso anunciar as verdades de Deus. O resultado? Só o tempo dirá.

Enquanto a Palavra de Deus estabelece que Deus deve ter a primazia na vida, no materialismo as coisas desta vida ocupam o lugar mais importante.

SUBSÍDIO 1
"Poucos obreiros se equipam para colocar freio nas tendências destrutivas que desfizeram os casamentos com regularidade sempre crescente, até dentro de suas próprias congregações.
Como um modelo histórico estimulante, considere Jonathan Edward, pastor congregacional, acadêmico e líder do Primeiro Grande Reavivamento nos Estados Unidos. Ele e sua mulher, Sarah, criaram 11 crianças; e até 1900, a família tinha 1400 descendentes, entre eles 13 reitores, 65 professores, 100 advogados, 30 juízes, 66 médicos e 80 funcionários públicos proeminentes, incluindo três governadores, três senadores e um vice-presidente dos Estados Unidos. Se os evangélicos contemporâneos esperam deixar o mesmo poderoso legado, precisamos perceber que a tarefa de construir uma cultura exige compromisso de longo prazo, e devemos enfocar nosso alvo em nutrir famílias piedosas para influenciar gerações futuras.
Seja sua família pequena ou grande, sejam seus recursos escassos ou extensos, todo pai e mãe cristãos são chamados para tornar o lar um ministério. Isto significa educar as nossas crianças numa cosmovisão bíblica e equipá-las para terem impacto no mundo. Ao final das contas, é a melhor maneira pela qual os cristãos podem restaurar e redimir a cultura ao redor" (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora, Como Viveremos? 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp. 385,386).

SUBSÍDIO 2
"No século XXI, a família está sob ataque das forças do inferno de maneira sistemática e insidiosa. Em todos os tempos, esse ataque tem sido real. Mas nunca como nos dias presentes. Satanás tem conseguido mobilizar governos, sistemas judiciário, escolas e faculdades, para minar as bases da instituição familiar. Só em Cristo a família pode resistir às investidas satânicas.
Formadores de opinião trabalham para a destruição da entidade familiar, tal como Deus a criou, pela união de um homem e de uma mulher através do casamento. A sociedade sem Deus admite outros 'arranjos' de família.
Hoje, porém, com a influência dos meios de comunicação, os costumes têm mudado drasticamente, alcançando todos os rincões do país. Seja nas grandes capitais, seja nos menores distritos, vilas e povoados, a influência nefanda desse falso 'progresso' tem chegado, dominando as mentes e as consciências.
Infelizmente, os governos estão alinhados com o espírito do Anticristo. Quase sem exceção, todos estão de acordo com as mudanças perniciosas que se voltam contra a família. Até porque, com a 'nova visão de mundo', a família tradicional é considerada ultrapassada. O casamento monogâmico e heterossexual é retrógrado e precisa dar lugar a 'novas configurações de família'" (RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.40-42).

ESTANTE DO PROFESSOR
PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.

CONCLUSÃO
A bem-aventurada esperança da família cristã é o retorno do Rei ainda nesta geração (Tt 2.13). Não há motivos para crer que a volta de Jesus vai demorar.  Preparemo-nos para o grandioso encontro com Ele, o qual nos avisou que, quando essas coisas começassem a acontecer, nossa redenção estaria próxima (Lc 21.28). Está escrito: "Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará" (Hb 10.37). Maranata!

Hora da revisão.
Segundo a lição, a teoria educacional do Construtivismo se coaduna com qual ideologia, que igualmente faz mal às famílias?
Ideologia de gênero.

Defina materialismo, segundo a lição:
É a cosmovisão que ensina que os bens materiais são mais importantes que as riquezas espirituais.

Quais são os dois aspectos principais da presente crise da autoridade?
O primeiro é sociológico, decorrente da disseminação do pensamento pós-moderno e o segundo é espiritual, em face as impregnação do princípio da rebelião de Satanás, - a insubmissão.

A sociedade  atualmente valoriza o casamento?
Infelizmente não.

Qual o seu conceito de família?
Resposta pessoal.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, Eu e Minha Casa, professor, 2º trimestre 2016.