Lição 1
Mateus: o Evangelho do Reino
3 de junho de 2016
Texto
Áureo
Mateus 4.23
E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando
nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades
e moléstias entre o povo.
Verdade
Aplicada
O evangelho de Mateus demonstra que o Senhor
Jesus é o Rei prometido previsto no Antigo Testamento.
Objetivos
da Lição
Ensinar os elementos usados
por Mateus para a redação de seu evangelho;
Mostrar o que Mateus tinha em
mente quando reuniu todo o material que comporia o seu evangelho;
Apresentar características
peculiares ao evangelho de Mateus.
Glossário
Concatenado: Encadeado; ligado;
Deturpação: Desfigurar, estragar,
corromper, viciar;
Vassalo: Súdito; príncipe
tributário de outro subordinado.
Leituras
complementares
Segunda Is 53.5
Terça Mt 1.1
Quarta Lc 23.2
Quinta Jo 1.41
Sexta Jo 4.25
Sábado At 18.28
Textos
de Referência.
Mateus 4.23-25
23 E percorria Jesus toda a Galileia,
ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas
as enfermidades e moléstias entre o povo.
24 E a
sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe, todos os que padeciam,
acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos,
e os paralíticos e ele os curava.
25 E seguia-o uma grande multidão da Galileia,
de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e de além do Jordão.
Hinos
sugeridos.
121, 154, 200.
Motivo
de Oração
Ore para que a Igreja mostre ao mundo a
esperança que há em Cristo.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Quem foi Mateus?
2. As origens e o propósito do
evangelho
3. Características gerais do
evangelho
Conclusão
Introdução
Teremos ao longo desta primeira lição a
fascinante oportunidade de estudar e meditar no evangelho de Mateus, também
denominado: evangelho do Reino.
1. Quem
foi Mateus?
Tradicionalmente, Mateus é o autor do
primeiro evangelho do Novo Testamento, como se configura em nossas bíblias. Seu
nome significa “dom de Deus”. Ele foi cobrador de impostos antes de se
converter em discípulo do Senhor Jesus. Ele apresenta Jesus e Seus discursos da
maneira mais pedagógica possível. O seu evangelho é o do Reino dos Céus.
1.1.
Mateus, um coletor de impostos.
Mateus trabalhava na coletoria de impostos
para o governo romano (Mt 9.9), um cargo publico. Por esse motivo, ele era
chamado de “o publicano” (Mt 10.3). Devemos compreender que cobrar impostos
para um império pagão e opressor era considerado ato de traição. Daí o motivo
de os publicanos serem objetos de ódio dos judeus em geral. Mas, ao que parece,
Mateus não era um publicano comum, pois logo que passou a seguir a Jesus Cristo
muitos publicanos foram ouvi-lo com apreço (Mt 9.9-13).
Explique para os alunos que Mateus
não era um publicano comum. Muito provavelmente, ele foi um chefe de
recebedoria de impostos. Isso significa que ele tinha outros publicanos os
quais chefiava. Comente com os alunos que, porém, se isso não for verdade,
ficava claro que de qualquer maneira Mateus era um homem de grande influência
em seu setor de trabalho. Isto porque, ao seguir o Senhor Jesus, muitos se
dirigiam para ouvir o Mestre de Nazaré. Dessa maneira, Jesus teve que
defendê-los das críticas farisaicas que os taxavam como pecadores e traidores
da nação, ou seja, pessoas indignadas de se buscar convivência (Mt 18.17;
21.31).
1.2. Mateus,
um dos doze apóstolos.
Ao atender o chamado do Senhor Jesus, Mateus
veio a ser um dos doze apóstolos. Ele é citado em parceria com Tomé quando
enviado a evangelizar “as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.3: Mc
3.18; Lc 6.15). Os evangelhos não demonstram grande participação de Mateus no
dia a dia do ministério do Mestre. Isso, porém, não significa que ele não fosse
participativo. Pelo que foi visto acima, ele conduziu várias almas ao Senhor
Jesus, assim como Tomé, seu companheiro, que tinha vários condiscípulos (Jo
11.16). Originalmente, Mateus é chamado de Levi filho de Alfeu, no evangelho de
Marcos e Lucas (Mc 2.14-17; Lc 5.27-31).
Explique para os alunos que não se
sabe o porquê Mateus é chamado de Levi primeiramente. Os fatos narrados por
marcos e Lucas em relação à conversão de Levi são os mesmos contados no
primeiro evangelho. Tiago também era chamado de filho de Alfeu, mas isso não
significa que Levi e Tiago fossem irmãos. Caso fossem, isso seria apontado mais
claramente, assim como no caso de Tiago e João, filhos de Zebedeu. Peça para os
alunos notarem como uma pessoa odiada e desprezada pode se tornar-se tão útil
ao entregar-se ao Senhor Jesus Cristo. Essa discussão sobre o nome (Mateus ou Levi)
e sobre ser ou não irmão de Tiago é, portanto, uma discussão inócua, nada
acrescenta.
1.3. Mateus,
um evangelho precioso.
Sem dúvida, o evangelho de Mateus é de
inestimável valor. Não é à toa que o evangelho de Mateus foi aceito e
popularizado pela Igreja Primitiva. O fato de o escritor ter pertencido ao
grupo dos doze apóstolos, ser uma testemunha ocular de boa parte dos fatos e
ter um estilo didático de escrever
contribuiu para que essa obra fosse tão amplamente lida, aceita e amada. Alguns
atestam que este evangelho fora primeiramente escrito em aramaico e depois
traduzido para o grego. Infelizmente, hoje não restam documentos que comprovem
isso. Todavia, o certo é que desde bem cedo a Igreja identificava o escrito
como o “Evangelho de Mateus”.
Esclareça para os alunos o que
tornou o evangelho de Mateus tão precioso. Convença-os que o fato de Mateus ser
uma testemunha ocular contribuiu para a aceitação e popularidade de sua obra
entre as igrejas dos primeiros séculos. Comente com os alunos que o apóstolo
Mateus se ocupou em escrever de modo didático, isto é, de maneira, que
facilitasse a assimilação do seu conteúdo. Com essa didática, o livro favorece
inclusive a memorização do seu conteúdo.
2. As
origens e o propósito do evangelho.
As questões apresentadas a seguir quanto ao
Evangelho são esclarecedoras para o importante estudo das Escrituras Sagradas.
Veremos que, embora em nossas bíblias o evangelho de Mateus seja o primeiro do
Novo Testamento, ele não foi de fato o primeiro evangelho a ser escrito.
2.1.
Data.
O evangelho de Mateus foi escrito depois do
de Marcos. A data provável para que o evangelho de Marcos tenha sido escrito
foi 50 d.C. ou pelo menos uma data antes do ano 60. Enquanto que o de Mateus
foi escrito por volta de 70 d.C., logo após a queda do templo de Jerusalém. É
importante compreender que essas datas não são categóricas, mas apenas
aproximadas. Porém é levado em consideração vários depoimentos dos escritores
dos primeiros séculos chamados de “pais da Igreja”. Mesmo assim, não se tem a
certeza de em qual ano foi escrito este maravilhoso evangelho.
Mostre para os alunos que o
evangelho de Mateus tem credibilidade total por parte dos cristãos desde os
primórdios da Igreja cristã. Diferente de outros que, por exemplo, não entraram
para o Cânon (rol) dos livros considerados inspirados, tais como o evangelho de
Pedro, o evangelho de Tomé, etc.
2.2. Destinatários.
O livro de Mateus foi escrito para a
cristandade em geral, porém, quando o autor o escreveu, ele pensou primeiramente
nos cristãos judeus, mas não deixou de fora os gentios, visto que a essa época
o cristianismo já alcançara projeção no Império Romano a ponto de sofrer
perseguição por parte de Nero. Se considerarmos o fato de que Mateus
evangelizou prioritariamente os judeus após a ascensão do Senhor Jesus, o que,
segundo alguns estudiosos, ele fez em um trabalho de quinze anos, não é de
causar admiração que ele tenha escrito esse evangelho como um documento
mostrando quem era Jesus de Nazaré.
Mostre para os alunos que, além de
evangelizar os judeus por longos quinze anos, Mateus preocupou-se em deixar um
legado escriturístico. Comente com eles que o fato dele ter já desempenhado a
sua missão evangelizadora entre eles talvez fosse o suficiente. Todavia, o
senso de responsabilidade para com aquelas almas o levou mais além, isto é,
levou-o a escrever o evangelho.
2.3. O
propósito.
O evangelho de Mateus cumpre vários
propósitos simultaneamente, pois trata-se prioritariamente de um registro
histórico do ministério do Senhor Jesus e em suas linhas o autor mostra que
Jesus é o Rei e Messias prometido. Porém, a julgar o contexto em que foi
escrito, pode-se concluir que este evangelho foi escrito para não ficar apenas
na tradição oral, porque esta poderia sofrer alterações com o tempo e adquirir
versões corrompidas da pessoa do Senhor Jesus, ou versões do propósito e de Seu
trabalho profético e messiânico. Dessa maneira, o registro fiel e concatenado
dessas coisas contribuiria no sentido de impedir tais deturpações até certo
ponto, visto que não impediria o surgimento das versões irreais da pessoa de
Jesus.
Explique para os alunos que vários
anos se passaram até que Mateus resolveu escrever o seu evangelho. Mostre para
eles que a preocupação do escritor era apresentar o Senhor Jesus de acordo com
os fatos verdadeiros, pois com o tempo poderia surgir um fantástico e lendário
Jesus nos contos populares que não correspondesse com a realidade do Mestre de
Nazaré. Comente com os alunos que o apóstolo Mateus não poderia ignorar a
capacidade da mente humana de deturpar os fatos e nem ignorar a capacidade de
Satanás inspirar os corações a fazerem isso. Isso é ilustrado com as muitas
discussões quanto à pessoa e natureza do Senhor Jesus Cristo na época dos pais
da Igreja.
3. Características
gerais do evangelho.
Vimos o cuidado de Mateus quanto a
preservação dos fatos em torno da pessoa de Jesus. Mas, quem era Jesus e o que
pretendeu? Outrossim, o que se destaca mais no evangelho de Mateus em relação a
pessoa do Senhor Jesus? É o que veremos a seguir.
3.1. Contexto
histórico inicial do evangelho.
O contexto histórico apresentado por Mateus
para a pessoa do senhor Jesus situa-se no tempo de Herodes, o Grande (Mt 2.1).
Nessa época, a política de Israel estava sob a sua responsabilidade, porém ele
era rei vassalo de Roma, governada pelo imperador César Augusto, cujo nome
verdadeiro era Gaio Júlio Cesar Otaviano. O Senhor Jesus nasceu num tempo
chamado de pax romana (paz romana), porém Paulo trata essa época como “a
plenitude dos tempos Deus” Gl 4.4).
Informe aos alunos que o rei
Herodes, o Grande, era um homem cruel, bárbaro e sanguinário. Conduza os alunos
ao entendimento de que Jesus nasceu num contexto histórico real. A partir da
pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo, a história universal foi mudada e
reescrita, tendo como pano de fundo o vasto Império Romano e um reino vassalo a
Roma. Esclareça para os alunos que Jesus Cristo apareceu num tempo determinado
por Deus, que é o ponto central de toda a história (Gl 4.4).
3.2. A
apresentação de Jesus.
Nascido em Belém, mas morando em Nazaré,
estava um jovem carpinteiro. Ele tinha vários irmãos e irmãs e vivia de maneira
comum a seus compatriotas, até que, de repente, ele se destaca de todos. O moço
da carpintaria desponta-se na região e em todo o Israel com uma sabedoria e
milagres jamais vistos. Então, quem é Ele de fato? Enquanto Marcos procurou
enfatizar o Jesus operador de milagres e Messias, Mateus em seu evangelho vai
ressaltar os ensinos do Mestre Nazaré. Ele apresenta Jesus como o Messias da
linhagem davídica que haveria de vir, o profeta maior do que Moisés.
Desperte a atenção dos alunos para
o fato de que o evangelho de marcos já circulava em diversos lugares, inclusive
Roma. Enquanto Marcos apresenta Jesus como o Messias e operador de milagres,
Mateus apresenta-o ressaltando os Seus ensinos. É claro que há vários registros
de milagres em Mateus, mas faça os alunos perceberem a genealogia de Jesus, as
abundantes citações do Antigo Testamento e a maneira essencialmente pedagógica
de Seus ensinos, a começar pelas bem-aventuranças. Enfim, nele Jesus é o Filho
de Deus, o verdadeiro Rei prometido.
3.3.
Questões escatológicas.
O reino dos céus apresentado por Mateus tem
dois aspectos gerais: o presente e o futuro. No aspecto futuro, descrito em
Mateus 24, o seu propósito em mente ao narrar acontecimentos futuros é falar
sobre a segunda vinda de Jesus. No denominado “o sermão do templo”, Mateus
narra situações que já sucederam, como a queda do templo de Jerusalém e outras
que ainda sucederão. Porém, toda a mensagem é em si uma advertência para que os
discípulos estejam atentos, sempre em oração e vivendo em constante cuidado. Cuidado
esse para que não fossem enganados e também cuidado consigo mesmos para que não
se entregassem a todo o tipo de dissoluções.
Mostre para os alunos os fatos que
já se cumpriram, os que estão se cumprindo e outros que ainda se cumprirão
dentro do sermão do templo, descrito em Mateus 24. Comente com os alunos, por
exemplo, os fatos ligados aos falsos profetas e os falsos ensinos que se
cumpriram, mas que continuam a se cumprir até atingir uma escalada universal,
concluída somente na volta do Senhor Jesus Cristo. Merece ser especialmente
esclarecido para os alunos que todos os sinais descritos no capítulo 24 de
Mateus apenas criam o ambiente para a manifestação do grande sinal, isto é a
pregação do Evangelho até os confins do mundo (Mt 24.14; 28.18-20). Então virá
o fim.
Conclusão.
O Reino dos céus é apresentado por Mateus de
forma surpreendentemente didática, convincente e com ampla aceitação. Sem
dúvida, trouxe um grande legado não só para a cristandade, mas ao mundo inteiro
onde o evangelho chegou.
Questionário.
1. De que maneira o Senhor Jesus é
apresentado por Mateus?
R: Jesus é o Rei e Messias
prometido (Mt 11.3).
2. O que fazia Mateus antes de seguir Jesus?
R: Era coletor de impostos (Mt
9.9).
3. O menino Jesus nasceu no tempo de que rei?
R: No tempo do rei Herodes, o
Grande (Mt 2.1).
4. Qual era a profissão de Jesus?
R: Jesus era carpinteiro (Mc
6.3).
5. Como é chamado o sermão profético de Jesus
em Mateus 24?
R: É chamado de “o sermão do
templo” (Mt 24).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Edição Histórica, Jovens e Adultos, edição do
professor, 3º trimestre de 2016, ano 26, Nº 100, Mateus uma visão panorâmica do
Evangelho do Rei.
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