Lição 11 A Tolerância
Cristã.
12 de Junho de 2016
TEXTO ÁUREO
(Rm 14.17)
"Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e
paz, e alegria no Espírito Santo."
VERDADE PRÁTICA
Os crentes mais maduros não devem agir egoisticamente, mas precisam
atuar como modelo para os mais fracos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mc 12.33 Amar o
próximo é melhor que qualquer sacrifício
Terça - 1 Co 13.7 O amor tudo
sofre, tudo crê e tudo suporta
Quarta - Rm 14.4 Aquele que
ama não julga o seu irmão
Quinta - Rm 14.10 Não
desprezemos os nossos irmãos
Sexta - Rm 14.12 Cada um dará
conta de si mesmo perante Deus, o Criador
Sábado - Rm 14.13 Deixemos de
lado todo julgamento alheio
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 14.1-6
1 - Ora, quanto ao que está enfermo
na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
2 - Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come
legumes.
3 - O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come;
porque Deus o recebeu por seu.
4 - Quem és tu que julgas o
servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme,
porque poderoso é Deus para o firmar.
5 - Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os
dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo.
6 - Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o
Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e
dá graças a Deus.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o crente maduro precisa atuar como modelo para os mais
fracos.
HINOS SUGERIDOS: 79,315,464 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
Saber que a igreja em Roma era uma igreja heterogênea;
Explicar que a igreja em Roma era
tolerante com os mais fracos;
Compreender que assim como a igreja em
Roma, a igreja atual precisa ser acolhedora.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, não se esqueça de incentivar os alunos a lerem toda a
Epístola de Romanos para que tenham uma compreensão melhor do texto. Na lição
de hoje estudaremos os capítulos 14 e 15 da Epístola aos Romanos. Nestes
capítulos vemos que Paulo volta a tratar de questões práticas da fé. O apóstolo
mostra que a igreja em Roma era bem heterogênea, por isso, os crentes não
deviam entrar em discussões a respeito de convicções religiosas. Ele também
mostra que era necessário tratar uns aos outros com respeito e amor. Paulo
mostra que não temos o direito de julgar ninguém. Ele pergunta: "Quem és
tu que julgas o servo alheio?" (v. 4). Somente Deus conhece as verdadeiras
intenções do coração. Como crentes, alcançados pela graça, precisamos amar,
respeitar e tolerar os fracos na fé. A Igreja precisa ser um local de
acolhimento, amor e paz, e não um tribunal.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo foi informado de que havia alguns conflitos na igreja
de Roma, os quais giravam em torno da liberdade cristã. Alguns crentes, ainda
imaturos, se escandalizavam com determinadas atitudes dos crentes, cuja a fé
achava-se amadurecida. Esses conflitos, como acredita a maioria dos
comentaristas, surgiram com o retorno de alguns judeus cristãos que haviam sido
expulsos pelo imperador Cláudio. Estes, ao se juntarem à igreja formada em sua
maioria por gentios, se escandalizaram com determinadas práticas. Paulo busca
um ponto de equilíbrio a fim de que a obra de Cristo não sofresse nenhum dano.
Este é o tema que vamos estudar.
PONTO CENTRAL
O crente precisa tolerar e amar os mais fracos na fé.
I - UMA IGREJA HETEROGÊNEA (Rm 14.1-12)
1. A natureza da Igreja. É possível
percebermos, nesta seção da Epístola aos Romanos, que Paulo apela para a
natureza da Igreja a fim de corrigir o problema que nela surgiu. A Igreja é
una, isto é, embora formada por pessoas de grupos diferentes, ela forma o corpo
de Cristo. Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da unidade. Não há
judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus. Ela é, portanto, indivisível. Esse é
o primeiro aspecto que podemos perceber na linha argumentativa de Paulo. Nisto
vemos a natureza heterogênea da Igreja. Essa Igreja una e indivisível é de
natureza local e universal. Os crentes judeus e gentios deveriam, portanto, se
conscientizar de que problemas de natureza local não poderiam sobrepor-se à
universalidade da Igreja. A liberdade deveria ser respeitada, isto é, regulada
pela lei do amor.
2.Os fracos na fé. Quem seriam os
fracos na fé? Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se
abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão
de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14). Muitos judeus que haviam
se convertido não conseguiam se libertar totalmente dos preceitos do judaísmo.
Além de observar determinados rituais relacionados ao culto, eles queriam que
os gentios fizessem o mesmo. Paulo teve que resolver problemas semelhantes na
igreja de Corinto (1 Co 8.1-13), Gálacia e Colossos. Esses cristãos - podemos
chamá-los de imaturos - não conseguiram entender por completo a natureza da
Nova Aliança em Cristo Jesus. Eram crentes nascidos de novo, mas ainda não
haviam conseguido se libertar do legalismo.
3. Os fortes na fé. Se os crentes fracos
eram formados por judeus crentes, mas que viviam ainda debaixo da velha
aliança, os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam
alcançado um entendimento correto das implicações da Nova Aliança. Esse fato é
confirmado pela afirmação do apóstolo Paulo que se enfileira com os fortes na
fé (Rm 15.1). Portanto, os fortes sabiam que não estavam mais debaixo da Lei,
mas da graça.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A Igreja é una, porém é formada por pessoas diferentes.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Juízo de valor (14.1)
Significa determinar, com base em nossas próprias crenças e convicções,
que certa pessoa está em pecado. Quando uma pessoa se envolve num ato que a
Bíblia tipifica como pecaminoso, não estamos fazendo juízo de valor ao
classificar esse ato de pecado, mas, sim, estamos em concordância com Deus. É
importante ter clara, na mente, essa distinção. A igreja deve disciplinar os
crentes que pecam, mas ninguém, nem
mesmo a congregação, tem o direito de emitir juízo de valor.
Forte e fraco (14.2). Para surpresa de muitos, é o fraco na fé
(aetheneia: fraco, incapacitado) que tem problemas com a liberdade de outros,
que desfrutam de uma fé mais forte! O forte na fé leva em conta que a
espiritualidade não é uma questão de fazer ou não fazer, mas de amar e servir a
Deus enquanto usufrui suas boas dádivas.
Desprezar (14.3). O problema de julgar os outros é que isso distorce
relacionamentos, nos impede o entendimento e de compartilharmos a ajuda uns dos
outros. Deus se agrada de nós, pelos nossos relacionamentos, não se comemos
carne ou somos vegetariano" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012, p.750).
CONHEÇA MAIS
*Juízo de Valor (Rm 14.1)
Significa determinar, com base em nossas próprias crenças e convicções,
que certa pessoa está em pecado. Quando uma pessoa se envolve num ato que a
Bíblia tipifica como pecaminoso, não estamos fazendo juízo de valor ao
classificar esse ato de pecado, mas, sim, estamos em concordância com Deus. É importante ter clara, na mente, essa
distinção. A igreja deve disciplinar os crentes que pecam, mas ninguém, nem
mesmo a congregação, tem o direito de emitir juízo de valor."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 750.
II - UMA IGREJA TOLERANTE (Rm 14.13-23)
1. A lei da liberdade. Um tema que Paulo
trata com bastante ênfase na Epístola aos Romanos é o da liberdade em Cristo.
Em Romanos 7.24 e 25, o apóstolo tinha consciência da incapacidade de o crente
se autolibertar. Por isso, ele glorifica a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por
prover a libertação das garras do pecado. Em sua espístola endereçada à igreja
da Galácia, ele escreveu que foi para a liberdade que Cristo nos chamou (Gl
5.1). A liberdade cristã lhe dava certeza de uma coisa: "Eu sei e estou
certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para
aquele que a tem por imunda; para esse é imunda" (Rm 14.14). Essa é a lei
da liberdade. A palavra grega koinos, traduzida aqui como imunda, se refere às
coisas que a Lei Mosaica considerava comuns ou impuras. A lei da liberdade
mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de
Moisés.
2. A lei do amor. O versículo 15 do
capítulo 14 de Romanos diz: "Mas, se por causa da comida se contrista teu
irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida
aquele por quem Cristo morreu". Tendo chamado a atenção para a lei da
liberdade, agora o apóstolo passa a falar de outra lei - a lei do amor. É o
amor ágape de Deus. A lei da liberdade, exercitada por cristãos mais maduros,
mostrou-lhes Paulo, permitia quebrar certas regras ritualísticas. Todavia se
isso causasse algum escândalo nos crentes imaturos, então essa liberdade
deveria ser restringida.
3. A lei da espiritualidade. Paulo passa a
mostrar então o modelo de espiritualidade que deve conduzir tanto os crentes
fortes como os fracos (Rm 14.22,23). O crente deve possuir convicção bem
definida no exercício da sua fé. Ele deve ter critérios para que não se torne
um antinomista ou legalista. A lei que deve regê-lo é a "lei de
Cristo"
SÍNTESE DO TÓPICO II
O crente, alcançado pela graça, precisa ser tolerante com os fracos na fé.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Romanos 14.13
Alguns cristãos usam um invisível irmão mais fraco, para apoiar suas
opiniões, seus preconceitos e padrões de comportamento. Dizem: 'Você deve viver
de acordo com esses padrões ou ofenderá um irmão mais fraco'. Na verdade,
muitas vezes a pessoa ofenderia somente a quem lhe fez a recomendação. Embora
Paulo estivesse nos conclamando a sermos sensíveis com aqueles cuja fé poderia
ser prejudicada por nossos atos, não devemos sacrificar nossa liberdade em
Cristo apenas para satisfazer as razões egoístas daqueles que tentam impor-nos
suas opiniões. Não tema nem os critique, apenas siga a Cristo o mais próximo
que puder.
14.14. No Concílio de Jerusalém (At 15), a igreja local, formada por
judeus, pediu à igreja gentílica de Antioquia que recomendasse aos cristãos que
não comessem carne sacrificada aos ídolos. Paulo estava no Concílio de
Jerusalém e aceitou essa solicitação, não por pensar que comer essa carne seria
um pecado, mas porque essa prática ofenderia profundamente muitos judeus. Paulo
não considerava a questão tão séria, a ponto de dividir a Igreja: o desejo ao
aceitar a recomendação da Igreja em Jerusalém foi promover a unidade entre os
cristãos" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005,
p.1576).
III - UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)
1. O exemplo dos cristãos maduros. Como então deveriam agir os crentes fortes em relação aos fracos? Paulo
respondeu: "Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos
fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu
próximo no que é bom para edificação" (Rm 15.1,2). Os crentes maduros
deveriam dar graças a Deus por entender o real propósito da Nova Aliança. Eles
sabiam que "[...] o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e
paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17). Exatamente por possuírem uma
fé mais substancial, eles deveriam servir de modelo para aqueles que ainda não
haviam alcançado esse nível de maturidade. O crente maduro, portanto, deve
evitar as coisas que fazem aos mais fracos tropeçar. Isso, no entanto, não quer
dizer que o crente forte ficará prisioneiro da consciência do crente fraco.
Quer dizer que o crente forte é responsável também pelo crescimento e amadurecimento
do fraco, mostrando-lhe com amor o que significa ser livre em Cristo.
2. O exemplo de Cristo. O exemplo para essa
limitação da liberdade foi dada por Cristo, nosso Senhor (Rm 15.3). O argumento
de Paulo é que, se o próprio Salvador não agradou a si mesmo, então por que os
crentes que se consideravam mais espirituais não poderiam agir da mesma forma?
Em Cristo, Deus mostrou tolerância para com os pecadores. Paulo já havia falado
em Romanos 5.8, que o amor de Deus pelos homens foi mostrado de forma graciosa
quando Cristo morreu por eles, sendo ainda pecadores.
3. O exemplo das Escrituras. Paulo apela
então às Escrituras como instrumento aferidor da espiritualidade (Rm 15.4). Ele
chama atenção dos crentes, tanto fortes como fracos, exortando e dizendo que o
ensino das Escrituras deve ter um efeito prático em nossa vida. Ela não foi
escrita apenas como um livro de valor histórico, mas é a
inspirada Palavra de Deus e, portanto, deve ser normatizadora da vida do
crente. Ela foi escrita não para ser um instrumento de discórdia ou
aprisionamento, mas para alimentar a nossa esperança.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A igreja precisa ser um lugar de acolhimento e não um tribunal.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"No exemplo de Cristo 15.1-13
De certo modo, Paulo dá continuidade ao assunto do capítulo 14, porém,
com uma visão especial.
vv. 1,2 - Nestes dois versículos a exortação continua quanto às
relações entre os crentes denominados 'fortes' e os 'fracos'. Os fortes devem
suportar os 'fracos' nas suas fraquezas. Não apenas suportá-los, mas ajudá-los.
O propósito do crente forte não deve ser o de agradar a si mesmo, mas o de
ajudar os que necessitam do seu auxílio (15.2). Paulo exemplifica com Jesus,
dizendo: 'Porque também Cristo não agradou a si mesmo' (15.3).
[...] O grande problema estava
no fato das diferenças de costumes entre
os judeus e os gentios. Paulo não desmerece a importância dos pertencentes à
'circuncisão', mas reafirma que Cristo é Senhor e Salvador, tanto dos judeus como
dos gentios. Para que os crentes gentios não se orgulhassem sobre os crentes
vindos do judaísmo, Paulo mostra que o Evangelho é superior aos sistemas de
vida. Gentios e judeus, fortes e fracos, todos são um só povo em Cristo, pois
este foi feito ministro para confirmar as promessas (15.8)" (CABRAL,
Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p.144).
CONCLUSÃO
Aprendemos como o apóstolo Paulo procurou pacificar a tensão entre os
crentes forte e fracos na igreja de Roma. Esse conflito estava gerando um ponto
de tensão que poderia, a curto prazo, pôr em risco a obra de Cristo ali.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
O que significa ser uma Igreja una?
Significa que embora seja formada por pessoas de raças diferentes, ela
constitui o Corpo de Cristo. Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da
unidade. Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de Deus. Ela é, portanto,
indivisível.
Segundo a lição, quem são os fracos na fé?
Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se abstinham
de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua
contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14).
Segundo a lição, quem são os fortes na fé?
Os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado
um entendimento correto das implicações da Nova Aliança.
O que a lei da liberdade mostrava aos crentes?
A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres
dos rudimentos da Lei de Moisés.
Como deveriam agir os crentes fortes em relação aos fracos?
Paulo respondeu esta questão em Romanos 15.1,2: "Mas nós que somos
fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos.
Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para
edificação."
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Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p41.
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Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, 2º trimestre 2016.
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