segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Lição 3 O Perigo das Obras da Carne



Lição 3 O Perigo das Obras da Carne
15 de Janeiro de 2017

TEXTO ÁUREO
(Mt 26.41)
"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;  na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca."

VERDADE PRÁTICA
Oremos e vigiemos para que não sejamos surpreendidos pelas obras da carne.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gl 5.19 O perigo da prostituição, da impureza e da lascívia
Terça - Gl 5.20a O perigo da idolatria, das feitiçarias e das inimizades
Quarta - Gl 5.20b O perigo das contendas, das disputas e das iras
Quinta - Gl 5.21 O perigo da inveja, dos homicídios, das bebedices e das glutonarias
Sexta - Gl 5.21b O perigo fatal das obras da carne
Sábado - Gl 5.16 Como vencer as obras da carne

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 6.39-49
39 - E disse-lhes uma parábola: Pode, porventura, um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova?
40 - O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre.
41 - E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
42 - Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
43 - Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.
44 - Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
45 - O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.
46 - E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47 - Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 - É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49 - Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.

OBJETIVO GERAL
Explicar o perigo das obras da carne.

HINOS SUGERIDOS: 419, 491, 530 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Identificar o que é concupiscência da carne;
Mostrar o que é um caráter moldado pelo Espírito;
Saber que uma vida que não agrada a Deus vive segundo a carne e é infrutífera.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, todo ensino deve provocar uma mudança. Se não há mudança, não há aprendizado. Seus alunos devem entender o perigo das obras da carne e repudiar isso de suas vidas. Todos estão sujeitos a caírem nesse mal, mas a partir do momento que o Espírito Santo tem o total controle sobre o crente, dificilmente as obras da carne terão chance de se sobressair. A oração e a vigilância são elementos fundamentais para a luta contra uma vida de pecado, considerando que para Deus não há tamanho de pecado. Pecado é pecado e ponto! O crente deve ouvir a Palavra e ser semelhante ao homem prudente: colocando em prática tudo o que ouvir. Fazendo assim, permaneceremos firmes quaisquer que sejam as tempestades que possam assolar a nossa vida.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A lição deste domingo é um alerta para os que querem agradar a Deus e ter uma vida frutífera. Estudaremos o perigo das obras da carne. Precisamos ter cuidado, pois dentro de todo crente habita duas naturezas: a natureza adâmica, a qual foi corrompida na Queda, e a nova natureza, que é resultado da regeneração, do novo nascimento (Jo 3.3). Veremos que a natureza adâmica, se não for controlada pelo Espírito, produz frutos que levam o crente à morte espiritual.

PONTO CENTRAL
A natureza adâmica deve ser controlada pelo Espírito.

I - A VIDA CONDUZIDA PELA CONCUPISCÊNCIA DA CARNE

1. A concupiscência da carne. Você sabe o significado da palavra concupiscência? Segundo o Dicionário Wycliffe, este é um "termo usado teologicamente para expressar os desejos malignos e lascivos que assediam os homens caídos" (Rm 7.8). A velha natureza, se não for controlada pelo Espírito, leva-nos a cometer as piores ações e abominações. Por isso, precisamos vigiar e viver constantemente cheios do Espírito Santo (Ef 5.18). Paulo advertiu a Igreja, explicando que, quem semeia na carne, ou seja, vive segundo a velha natureza, da carne ceifará corrupção (Gl 6.8). Nossos desejos e vontades devem ser controlados pelo Espírito Santo, pois os desejos da velha natureza são impuros e nos conduzem para a morte espiritual.

2. A vida guiada pela concupiscência da carne. Quem controla seus desejos? Temos anseios, mas estes precisam ser controlados por Deus. Devemos submeter nossos pensamentos e desejos ao controle divino. O crente que não tem uma mente conduzida pelo Espírito Santo torna-se uma pessoa sem controle, sem qualquer deferência. A Palavra de Deus nos ensina que precisamos mortificar nossa natureza (Cl 3.5). Mortificar é permitir que Deus controle nossos pensamentos, vontades e ações. Vivemos em uma sociedade hedonista, onde a busca pelo prazer tem feito com que muitos sejam dominados por desejos malignos, praticando, sem qualquer pudor, toda a sorte de impureza, e tudo em nome do prazer e da liberdade. Diante desse triste quadro, a Igreja não pode se calar, mas deve expressar suas virtudes anunciando a mensagem da salvação.

3. A vida conduzida pela concupiscência dos olhos. Longe de Deus e sem o controle do Espírito Santo, o homem manifesta seus desejos mais perversos, trazendo sérios prejuízos para os relacionamentos na Igreja e fora dela. Quando o homem se torna insensível à voz de Deus e ao Espírito, sendo governado apenas por seus instintos, torna-se semelhante aos animais. Uma vida conduzida pela velha natureza leva as pessoas a olharem apenas para  os prazeres momentâneos que o mundo oferece, não atentando para o que é eterno. Davi viu e desejou a mulher de Urias, e o seu desejo descontrolado o levou a cometer um adultério e um homicídio (2 Sm 11.1-4). Ele não atentou para as consequências dos seus atos. O crente não pode se deixar seduzir pelos prazeres deste mundo (1 Jo 2.15-17). 

SÍNTESE DO TÓPICO I
A concupiscência da carne e a concupiscência dos olhos levam a pessoa a viver uma vida fora dos padrões divinos.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Algumas pessoas pensam que o mundanismo está limitado ao comportamento exterior - as pessoas com quem nos associamos, os lugares que frequentamos, as atividades que apreciamos. O mundanismo é também interior, porque começa no coração, e é caracterizado por três atitudes: (1) a cobiça pelo prazer físico - a preocupação com a satisfação dos desejos físicos; (2) a cobiça por tudo o que vemos - almejar e acumular coisas, curvando-se ao deus do materialismo; e (3) o orgulho das nossas posses - obsessão pela condição, posição ou por ser importante. Quando a serpente tentou Eva (Gn 3.6), tentou-a nestes aspectos. Semelhantemente, quando o Diabo tentou Jesus no deserto, estas foram as três áreas de ataque (ver Mt 4.1-11).
Em contraste, Deus estima o autocontrole, um espírito de generosidade, e o compromisso de servir com humildade. É possível dar a impressão de evitar os prazeres mundanos e ao mesmo tempo abrigar atitudes mundanas no coração. É também possível, como Jesus, amar os pecadores e dedicar-lhe tempo, enquanto mantemos um forte compromisso com os valores do Reino de Deus. Quais são os valores mais importantes para você? Suas ações refletem os valores de Deus ou os valores do mundo?" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1783-84).

CONHEÇA MAIS
*"Carnal
Esta palavra aparece somente no Novo Testamento, embora o termo 'carnalmente' seja encontrado três vezes no Antigo Testamento. 'Carnal' aparece no Novo Testamento onze vezes, e 'carnalmente' uma vez. 'Carnal' significa 'pertinente à carne'. O substantivo sarx significa basicamente o corpo de um animal ou de uma pessoa, ou a carne de um animal. No entanto, no Novo Testamento, o termo 'carnal' algumas vezes está literalmente relacionado à carne, e algumas vezes à antiga natureza humana corrompida por Adão, que é encontrada em todos os homens." Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 379.

II - A DEGRADAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO 

1. O caráter. No grego, caráter é charakter e significa "estampa", "impressão" e "marca". Contudo, é importante ressaltar que esta palavra tem diferentes significados em distintas ciências, como a sociologia e a psicologia. Segundo o Dicionário Houaiss é "um conjunto de traços psicológicos e, ou morais, que caracterizam um indivíduo". O caráter não é inato e pode ser mudado. 

2. O caráter moldado pelo Espírito. Quando aceitamos Jesus e experimentamos o novo nascimento, nosso caráter passa por uma transformação. O Espírito Santo trabalha em nós a fim de que sejamos semelhantes a Jesus.  Mas para que essa transformação  aconteça precisamos nos submeter inteiramente a Deus. Se quisermos uma vida espiritual frutífera,  precisamos dar oportunidade ao Espírito Santo para que Ele trabalhe em nossas vidas produzindo o fruto do Espírito (Gl 5. 22). Não adianta apenas dizer que é crente, é preciso evidenciar o nosso caráter cristão mediante as nossas ações (Mt 5.16). Muitos se dizem crentes, mas suas ações demonstram que nunca tiveram um encontro real com o Salvador.  Muitos estão na igreja, mas ainda não foram realmente transformados por Jesus, pois quem está em Cristo é uma nova criatura e como tal procura andar em novidade de vida, pois já se despiu do velho homem, da natureza adâmica (2 Co 5.17). Crentes que vivem causando escândalos, divisões, rebeldias, jamais experimentaram o novo nascimento.

3. Ataques ao seu caráter. Em sua vida cristã, você terá  que lutar com três inimigos que farão de tudo para macular o seu caráter: a carne, o Diabo e o mundo. Muitos acabam sendo vencidos por eles. Para enfrentar e vencer esses inimigos é preciso ter uma vida de comunhão com o Pai. É necessário orar, ler a Palavra de Deus e jejuar. Sem a leitura da Bíblia, a oração e o jejum não conseguiremos vencer e ter uma vida frutífera.

SÍNTESE DO TÓPICO II
O caráter moldado pelo Espírito Santo é semelhante ao caráter de Cristo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É o Espírito Santo que produz o fruto espiritual em nós quando nos rendemos sem reservas a Ele. Isso abrange nosso espírito, alma e corpo e todas as faculdades que os constitui. O crente que quiser mandar na sua vida e fazer a sua vontade para agradar a si próprio pode continuar como cristão, mas nunca será vitorioso no seu viver em geral, e nem terá jamais o testemunho do Espírito na sua consciência cristã de que está em tudo agradando a Cristo e fazendo o seu querer. O fruto do Espírito é o caráter de Cristo produzido em nós para que em nosso viver o demonstremos ao mundo. Caráter este sem jaça, como revelado nos tipos, símbolos, figuras e nas inúmeras profecias messiânicas do Antigo Testamento, e nas diversas passagens do Novo Testamento que tratam do assunto, a começar pelos Evangelhos" (GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente.2.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.15-16).

III - UMA VIDA QUE NÃO AGRADA A DEUS

1. Viver segundo a carne. Se o crente vive dominado pelos desejos carnais, ele não pode agradar a Deus (Rm 8.8). Fomos criados para glorificar a Deus e produzir o fruto do Espírito.  Viver segundo a carne causa males e danos à nossa vida e para o nosso próximo. Paulo exorta os crentes da igreja de Corinto para que vivam no Espírito, pois alguns estavam vivendo segundo a carne, de modo que suas ações eram evidentes: inveja, contendas e dissensões (1 Co 3.3). Paulo deixa claro que os que assim estavam vivendo não poderiam agradar a Deus e ter uma vida de comunhão no Espírito Santo.

2. Vivendo como espinheiro. Sabemos que a árvore é identificada não por suas flores ou folhas, mas por seus frutos. Jamais vamos colher laranja de uma macieira, pois cada árvore produz o seu fruto segundo sua espécie (Gn 1.11). Logo, é impossível um cristão dominado pelo Espírito Santo produzir as obras da carne. O homem bom tira de seu íntimo, do seu coração transformado, coisas boas, mas o homem mau tira do seu mau coração pelejas, dissensões, prostituição, iras, etc. (Mt 7.18-22).
Jotão apresenta algumas árvores em uma parábola para o seu povo (Jz 9.7-21). As árvores representam o povo de Siquém que desejavam um rei. Essas árvores eram boas: uma produzia azeite que era utilizado na unção dos sacerdotes e iluminação; outra produzia figos que alimentava o povo; a videira produzia vinho, que era usado nos sacrifícios de libações. Porém o espinheiro, arbusto inútil, representava Abimeleque. Muitos atualmente estão como Abimeleque, não produzem nada de útil para Deus ou para a próximo e ainda ferem as pessoas com seus espinhos. Quem vive segundo a carne se torna um espinheiro, inútil para Deus e para a Igreja.

3. Uma vida infrutífera. Certa vez, Jesus contou uma parábola a respeito de uma árvore estéril, uma figueira (Lc 13.6-9). A figueira sem frutos refere-se primeiramente a Israel, porém ela também pode ser aplicada aos crentes que professam a Jesus e, no entanto, insistem em viver uma vida carnal, pecaminosa. Na parábola, o agricultor investe na figueira, adubando, regando, podando, ou seja, dando todas as condições para que produza fruto. Mas caso ela não viesse a frutificar seria cortada. Deus está investindo em sua vida e dando todas as condições para que você produza bons frutos, aproveite a oportunidade.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O propósito do cristão deve ser viver uma vida que agrada a Deus, caso contrário, não tem valor algum professar a fé cristã.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
"Era um costume na Palestina antiga, assim como hoje, plantar figueiras e outras árvores nas vinhas. Era um meio de utilizar cada pedaço disponível de boa terra. A figueira aqui, como em todo o simbolismo bíblico, refere-se a Israel. [...]E foi procurar nela fruto, não o achando. Embora a figueira estivesse na vinha, ela não tinha outro propósito a não ser dar fruto. Da mesma forma, Israel só tinha uma razão para ocupar o primeiro ou qualquer outro lugar: cumprir a missão que lhe fora dada por Deus. Visto que a figueira era infrutífera, não teria o direito de existir; e visto que Israel se recusava a cumprir sua missão determinada por Deus, não tinha o direito de continuar" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 437-38).

CONCLUSÃO
Quem vive segundo a carne não pode agradar a Deus. E a vida sem Deus torna-se infrutífera. Longe do Senhor nos tornamos espinheiros, nos ferimos e ferimos ao próximo. Busque a Deus e seja uma árvore frutífera.

PARA REFLETIR
A respeito do perigo das obras da carne, responda:

Qual o significado da palavra concupiscência?
É um "termo usado teologicamente para expressar os desejos malignos e lascivos que assediam os homens caídos."

Para onde nossos desejos impuros nos conduzem?
Nos conduzem para a morte espiritual.

O que acontece quando o homem deixa de ouvir a voz de Deus e passa a ser guiado pelos seus desejos?
O crente que não tem uma mente conduzida pelo Espírito Santo torna-se uma pessoa sem controle, sem qualquer deferência.

O que significa caráter no grego?
No grego,  caráter é charakter e significa "estampa", "impressão" e "marca".

O que é caráter?
Segundo o Dicionário Houaiss é "um conjunto de traços psicológicos e, ou morais, que caracterizam um indivíduo".


CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 69, p. 37.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Dicionário Vine
Um estudo profundo dos principais termos bíblicos de cunho teológico.

Heróis da Fé
As verdadeiras histórias de alguns dos maiores vultos da Igreja de Cristo.

Teologia Sistemática de Finney
As convicções teológicas do maior evangelista desde os tempos apostólicos.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, As Obras da Carne e o Fruto do Espírito – Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente, Comentarista Osiel Gomes, 1º trimestre 2017.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Lição 2 O Real Propósito da Igreja.



Lição 2 O Real Propósito da Igreja.
08 de janeiro de 2017

Texto do dia.
(1 Pedro 2.9)
"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."

Síntese.
A Igreja de Jesus Cristo tem por objetivo mostrar ao mundo como Deus age na história da salvação.

Agenda de leitura

SEGUNDA - Rm 12.1 A busca pelo culto e adoração racionais
TERÇA - Hb 10.25 Não deixe de congregar
QUARTA - Ef 4.29 Edificando por meio de palavras
QUINTA - Cl 4.3,4 Falemos de Cristo
SEXTA - 1 Co 12.13 Formamos um só corpo
SÁBADO - Jo 4.24 Adorar em espírito e em verdade

Objetivos
EXPLICAR que a adoração abrange as diversas formas de expressão de louvor;
CONSCIENTIZAR de que a edificação da Igreja ocorre através da disponibilidade de seus membros em servir uns aos outros;
MOSTRAR que a missão da igreja é transmitir o evangelho aos perdidos.

Interação
Caro docente, conhecer o real propósito da Igreja é fundamental para a realização das atividades que cumprimos em nossas igrejas. Somos chamados para adorar ao nosso Criador, assim como trabalhar para a edificação dos nossos irmãos em Cristo e também alcançar aqueles que estão distantes do caminho da salvação. Para que seus alunos conheçam e sintam-se motivados a participarem desse propósito como Igreja é necessário que haja estímulos. Pessoas motivadas trabalham com afinco em uma mesma direção. Nesse caso, professor, a cada ponto discursado ao longo da lição você poderá trazer exemplos de situações que fazem parte do contexto em que seus alunos estão inseridos. Em geral, nos sentimos à vontade em conversar a respeito de assuntos que possuímos mais domínio de conteúdo. Procure ouvir a opinião de seus alunos a respeito de cada tópico. Abra espaço para expressarem o que pensam. Isso tornará a aula mais dinâmica.

Orientação Pedagógica
É comum encontrarmos na igreja pessoas que alegam não terem o dom de evangelizar. Isso é mais comum do que podemos imaginar. Entretanto, não podemos nos esquivar da responsabilidade que nos foi outorgada pelo nosso Senhor, de levar a mensagem do evangelho a todas as pessoas. Converse com os jovens e explique que expressar o amor de Deus às pessoas não se resume em tentar convencê-las a respeito do que é teologicamente correto, mas também na forma como nos relacionamos e transmitimos a imagem de Cristo para os descrentes através do nosso testemunho. Reflita com os alunos, por alguns instantes, que tipo de comportamento tem distanciado as pessoas do vínculo com a igreja, em especial, da juventude cristã. Reflita com eles sobre que medidas podem ser tomadas para que, ao invés, de distanciarmos, atrairmos os jovens para Cristo.     

Texto bíblico
Romanos 12.1-8
1 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3 Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5 assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
8 ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Toda instituição precisa ter propósitos bem definidos. Uma empresa deve oferecer emprego e dar lucro a seus acionistas ou proprietários. Uma escola tem como objetivos principais educar e formar cidadãos. As forças armadas e policiais têm como alvos zelar pela segurança nacional e pública. A Igreja, como instituição fundada por Deus, tem dentre outros desígnios a adoração, a edificação dos crentes e a evangelização. Trataremos desses três objetivos nesta lição.

I - COM RELAÇÃO A DEUS - ADORAR

1. O que é adorar. A adoração sem dúvida tem sido um dos assuntos mais comentados de nossos dias. De forma positiva, tem se buscado um modelo de culto que respeite a santidade e a presença de Deus entre aqueles que se dizem seus filhos, e, ao mesmo tempo, permita que esses filhos de Deus participem do culto com ordem e decência. Por outro lado, têm sido abundantes os cultos marcados por excessos de manifestações artísticas, músicas cujo conteúdo mexe mais com o corpo do que falam ao coração, e pouca primazia se dá à pregação bíblica e ao ensino. Adorar envolve mais do que cânticos e louvores. Envolve ter uma vida que agrade a Deus e que seja um exemplo de serviço a Ele e aos membros do Corpo de Cristo. Quando entendemos que servir faz parte do ministério de Cristo (Mc 10.45), entendemos também que nossa adoração a Deus, no "aspecto vertical", deve ser desenvolvida igualmente no "aspecto horizontal", quando nos dispomos a ser servos uns dos outros.

2. A diversidade da adoração. O culto ao Senhor pode variar de acordo com o lugar e a época. Quem trabalha no campo missionário tem muitas histórias sobre a diversidade cultural e a adoração a Deus. Há diversos modelos de cultos em nossos dias, e esses estão mais afeitos a lugares, com regionalismos próprios. Nem sempre um modelo adotado em um país será necessariamente aceito em outra cultura. O que não se pode esquecer é que o nosso culto deve ser racional, e feito com ordem e decência: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Rm 12.1). A adoração ao Senhor não pode ser transformada em um espetáculo, onde as pessoas se dirigem ao santuário para serem entretidas, para passar tempo, esquecendo-se de que estão ali para adorar, orar e ouvir a Palavra de Deus.

3. A adoração que Deus recebe. Ter uma liturgia adequada para nos portarmos no culto ao Senhor é correto, pois isso nos ajuda a lembrar de que estamos na presença do Senhor, e o nosso culto deve ser racional (Rm 12.1). Entretanto, ainda mais importante é lembrar que "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.24). Deus não recebe uma adoração forçada, falsificada, mas uma adoração que brota verdadeiramente de uma pessoa com um espírito agradecido, e que reconhece a grandiosidade de Deus não apenas no momento do culto, mas igualmente fora do ambiente do santuário, pois somos adoradores em tempo integral, dentro da igreja e fora dela.

Pense
A adoração faz parte do culto, tanto quanto o faz a contribuição e o ouvir a Palavra de Deus, que também são adoração.

Ponto Importante
Adorar a Deus é uma das maiores oportunidades que o ser humano tem de reconhecer o senhorio do seu Criador e Senhor. 

II - COM RELAÇÃO AOS CRENTES - EDIFICAR

1. Edificando por meio da comunhão. Um dos fatores mais importantes na edificação do Corpo de Cristo é a comunhão. Ela não nos permite ficar isolados uns dos outros, mas nos incentiva à interação e ao fortalecimento por meio da oração, ações de graças, atos de generosidade e socorros. Pela comunhão, crescemos juntos, exercemos misericórdia e podemos, como corpo de Cristo, apresentar "todo homem perfeito em Jesus Cristo" (Cl 1.28).

2. Edificando por meio dos dons. Os dons dados por Deus são meios pelos quais a Igreja é edificada. Os dons espirituais são dados de forma individual, mas sua utilização é manifesta na coletividade, na igreja local. Os dons de Deus não são um atestado de superioridade espiritual, mas instrumentos pelos quais Deus usa homens e mulheres com poder, apesar de suas limitações pessoais, em prol do crescimento e aperfeiçoamento dos santos.
Lembremo-nos de que os dons são concedidos pelo Espírito Santo. Não são aprendidos academicamente ou por técnica alguma. Com o passar do tempo, aqueles que os recebem devem primar em fazer com que os dons sejam exercidos com ordem no culto, e isso pode e deve ser ensinado. Esse aspectos, sim, podem ser aprendidos, de tal forma que possamos ver os dons do Espírito sendo usados de forma edificante e ordeira no santuário. 

3. Edificando por meio do ensino. Por meio do ensino bíblico, apresentamos assuntos teológicos e outros relacionados à vida cristã de forma sistematizada ao Corpo de Cristo, e todas as faixas etárias da igreja podem ser contempladas, cada uma com suas características e necessidades. É um momento em que há uma interação entre professor e aluno, o que não ocorre por ocasião da pregação expositiva da Palavra de Deus. E quando aprendemos realmente a Palavra de Deus, podemos usá-la de forma adequada tanto na Igreja quanto fora dela. Jesus dedicou grande parte de seu ministério ao ensino. Ele sabia que para dar prosseguimento à divulgação do Evangelho, seus sucessores deveriam ser ensinados sobre os princípios e verdades do Reino de Deus, e que pelo poder do Espírito, seriam lembrados dos ensinos de Jesus e os fariam conhecidos: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26). O Espírito de Deus nos lembra o que aprendemos, ou seja, Ele se utiliza do que já recebemos para nos relembrar do que precisamos fazer.

Pense
De que forma você tem sido um instrumento de Deus para edificar as pessoas que o cercam?

Ponto Importante
Adorar a Deus é uma das maiores oportunidades que o ser humano tem de reconhecer o senhorio do seu Criador e Senhor.

III - COM RELAÇÃO AO MUNDO - EVANGELIZAR

1. A necessidade de se falar de Jesus às pessoas. Uma das missões mais importantes da Igreja é falar de Jesus às pessoas que ainda não o conhecem. A essência de se evangelizar é fazer com que Jesus esteja vivo em cada pessoa, e o ato de falar de Jesus a uma pessoa é o evangelismo. A Igreja Primitiva não cessava de anunciar a Jesus, mesmo sob perseguição. Eles sabiam que Jesus fazia tanta diferença em suas vidas que não poderiam privar outras pessoas de poderem experimentar uma relação sólida com Deus por meio do perdão dos pecados e da comunhão com Deus. Sigamos o exemplo dos crentes do primeiro século, que testemunhavam de Jesus sempre, mesmo sob perseguição, perda de bens e familiares. Todos temos a oportunidade de tornar Jesus conhecido de nossos parentes, familiares, amigos e mesmo daqueles com quem não temos qualquer tipo de relacionamento. Conhecer Jesus faz a diferença em nossas vidas, e o mesmo fará na vida de outras pessoas. Há pessoas que "conhecem" Jesus como um grande profeta, sacerdote ou pessoa que lutou por uma boa causa. Mas essas pessoas precisam saber que Jesus é o Filho de Deus, que está vivo, que veio para salvar os pecadores. Sem isso, Jesus permanecerá para tais pessoas uma figura histórica. 

2. A salvação é oferecida a todos. Deus, em Cristo, oferece gratuitamente a salvação dos pecados e da morte eterna por intermédio do sacrifício de seu Filho, Jesus Cristo. Devemos, conforme Cristo ordenou, fazer discípulos em todas as nações, sem distinção (Mt 28.19), pois a salvação não é privilégio de alguns poucos escolhidos aleatoriamente, mas de todo aquele que crê em Jesus Cristo, como falou o próprio Jesus: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Jesus deve ser anunciado por todos os meios lícitos e para todas as pessoas. Quando dizemos que a salvação é para todos, entendemos que o ato de Jesus, de morrer por nossos pecados, abrange todos aqueles que creem na mensagem do Evangelho. Isso não significa que mesmo aqueles que rejeitaram a Jesus, no final das contas, terão uma oportunidade de se arrepender e ser salvos, pois a hora de decidir aceitar a Jesus é agora, e não depois da morte. Portanto, faça o nome de Jesus ser conhecido do maior número de pessoas que você conhece.  

3. A presciência divina. Deus evidentemente sabe, pela sua presciência, quem vai ou não rejeitar a mensagem da salvação, mas isso não significa que Ele predeterminou quem será salvo e quem não vai, e não podemos confundir a presciência divina com determinismo. O importante é anunciar a Cristo em todos os momentos e fazer o seu nome conhecido em todos os lugares.

Pense
Até que ponto você tem feito do ato de evangelizar uma constante em sua vida?

Ponto Importante
Nossa missão é tornar Jesus conhecido não apenas com nossas palavras, mas principalmente com a nossa vida.

Quando dizemos que a salvação é para todos, entendemos que o ato de Jesus,  de morrer por nossos pecados, abrange  todos aqueles que creem na  mensagem do Evangelho.

SUBSÍDIO 1
"É a igreja de Jesus Cristo (histórica). Só a igreja, ao longo dos séculos, experimenta a presença de Jesus Cristo em sua membresia. Isso acontece porque é a igreja de Cristo comprada por Ele mesmo com seu sangue e é cuidada como o marido cuida da esposa. Jesus declarou que onde dois ou três indivíduos se reúnem sua presença prometida é vivenciada. Independentemente de o grupo ser pequeno - ali está uma igreja.
É a congregação de todos os crentes (universal). Essa é uma igreja de períodos distintos: passado, presente e futuro - juntas elas formam a igreja. É uma igreja de diferentes culturas encontrada nos países espalhados pela terra, mas unida em seu Senhor em comum. É uma igreja de características, temperamentos e habilidades distintos, além de ser uma igreja apresentando diferentes planos de experiência, dos cristãos mais antigos aos discípulos mais novos - contudo, uma igreja.
É a unidade do Espírito (espiritual). A unidade do Espírito, a respeito da qual o apóstolo Paulo escreve, é mais importante que as diferenças entre os grupos e as denominações. A igreja só é realmente uma por causa do único Espírito que a une. Embora todos os cristãos tenham de trabalhar pela unidade e devam consertar as divisões, eles não têm de buscar a uniformidade. Antes, ela é o reconhecimento de todos que apresentam semelhança com a família" (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 506).

SUBSÍDIO 2
"O que significa ser um crentre-sacerdote? Antes de mais nada, significa que nós servimos a Deus pessoalmente. E o louvamos por meio de palavras e obras. Significa que nós temos acesso direto a Deus. Significa que ministramos aos outros, levando a eles a Palavra de Deus e ao Senhor as suas necessidades. Significa que cada um de nós somos chamados para servir, para ser servido, da mesma maneira com que Cristo se deu por nós. Uma das maiores tragédias da história da igreja é que a doutrina do sacerdócio de todos os crentes, redescoberta durante a Reforma, nunca foi plenamente interpretada. Pois o 'mistério' abrange muito mais do que pregar e ensinar. Ele deve inspirar os nossos relacionamentos com o outros, e também o nosso relacionamento com o Senhor" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 522).

ESTANTE DO PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

CONCLUSÃO
Somos chamados a servir na igreja local com propósitos bem definidos. Portanto, não podemos enterrar nossas vocações e talentos, e sim observar esses três propósitos - adoração, edificação e evangelização - de forma equilibrada, como também deve ser equilibrada a nossa vida cristã.

Hora da revisão.

Segundo a lição, o que é adorar?
Adorar envolve mais do que cânticos e louvores. Envolve ter uma vida que agrade a Deus e que seja um exemplo de serviço a Ele e aos membros do Corpo de Cristo.

Qual é a adoração que Deus recebe?
É aquela que reconhece a grandiosidade de Deus não apenas no momento do culto, mas igualmente fora do ambiente do santuário, pois somos adoradores em tempo integral.

Qual dos fatos é um dos mais importantes na edificação do Corpo de Cristo?
A comunhão.

Qual o objetivo dos dons espirituais?
São instrumentos pelos quais Deus usa homens e mulheres com poder, apesar de suas limitações pessoais, em prol do crescimento e aperfeiçoamento dos santos.

Qual é a missão mais importante da Igreja?
É anunciar Jesus às pessoas que ainda não o conhecem.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, professor, A Igreja de Jesus Cristo – Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno, Comentarista Alexandre Coelho, 1º trimestre 2017.