Lição 3 O Perigo das Obras da Carne
15 de Janeiro de 2017
TEXTO ÁUREO
(Mt 26.41)
"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a
carne é fraca."
VERDADE PRÁTICA
Oremos e vigiemos para que não sejamos surpreendidos pelas obras da
carne.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gl 5.19 O perigo da
prostituição, da impureza e da lascívia
Terça - Gl 5.20a O perigo da idolatria, das feitiçarias e das
inimizades
Quarta - Gl 5.20b O perigo das
contendas, das disputas e das iras
Quinta - Gl 5.21 O perigo da
inveja, dos homicídios, das bebedices e das glutonarias
Sexta - Gl 5.21b O perigo
fatal das obras da carne
Sábado - Gl 5.16 Como vencer
as obras da carne
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 6.39-49
39 - E disse-lhes uma parábola: Pode, porventura, um cego guiar outro
cego? Não cairão ambos na cova?
40 - O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for
perfeito será como o seu mestre.
41 - E por que atentas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e
não reparas na trave que está no teu próprio olho?
42 - Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro
que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o
argueiro que está no olho de teu irmão.
43 - Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê
bom fruto.
44 - Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se
colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
45 - O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem, e o homem
mau, do mau tesouro do seu coração, tira o mal, porque da abundância do seu
coração fala a boca.
46 - E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
47 - Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa,
eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48 - É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem
fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a
corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49 - Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou
uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e
logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.
OBJETIVO GERAL
Explicar o perigo das obras da carne.
HINOS SUGERIDOS: 419, 491, 530 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
Identificar o que é concupiscência da carne;
Mostrar o que é um
caráter moldado pelo Espírito;
Saber que uma vida que
não agrada a Deus vive segundo a carne e é infrutífera.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, todo ensino deve provocar uma mudança. Se não há mudança,
não há aprendizado. Seus alunos devem entender o perigo das obras da carne e
repudiar isso de suas vidas. Todos estão sujeitos a caírem nesse mal, mas a
partir do momento que o Espírito Santo tem o total controle sobre o crente,
dificilmente as obras da carne terão chance de se sobressair. A oração e a
vigilância são elementos fundamentais para a luta contra uma vida de pecado,
considerando que para Deus não há tamanho de pecado. Pecado é pecado e ponto! O
crente deve ouvir a Palavra e ser semelhante ao homem prudente: colocando em
prática tudo o que ouvir. Fazendo assim, permaneceremos firmes quaisquer que
sejam as tempestades que possam assolar a nossa vida.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A lição deste domingo é um alerta para os que querem agradar a Deus e
ter uma vida frutífera. Estudaremos o perigo das obras da carne. Precisamos ter
cuidado, pois dentro de todo crente habita duas naturezas: a natureza adâmica,
a qual foi corrompida na Queda, e a nova natureza, que é resultado da
regeneração, do novo nascimento (Jo 3.3). Veremos que a natureza adâmica, se
não for controlada pelo Espírito, produz frutos que levam o crente à morte
espiritual.
PONTO CENTRAL
A natureza adâmica deve ser controlada pelo Espírito.
I - A VIDA CONDUZIDA PELA CONCUPISCÊNCIA DA CARNE
1. A concupiscência da carne. Você sabe o significado da palavra concupiscência? Segundo o Dicionário
Wycliffe, este é um "termo usado teologicamente para expressar os desejos
malignos e lascivos que assediam os homens caídos" (Rm 7.8). A velha
natureza, se não for controlada pelo Espírito, leva-nos a cometer as piores
ações e abominações. Por isso, precisamos vigiar e viver constantemente cheios
do Espírito Santo (Ef 5.18). Paulo advertiu a Igreja, explicando que, quem
semeia na carne, ou seja, vive segundo a velha natureza, da carne ceifará
corrupção (Gl 6.8). Nossos desejos e vontades devem ser controlados pelo
Espírito Santo, pois os desejos da velha natureza são impuros e nos conduzem
para a morte espiritual.
2. A vida guiada pela concupiscência da carne. Quem controla seus desejos? Temos anseios, mas estes
precisam ser controlados por Deus. Devemos submeter nossos pensamentos e
desejos ao controle divino. O crente que não tem uma mente conduzida pelo
Espírito Santo torna-se uma pessoa sem controle, sem qualquer deferência. A
Palavra de Deus nos ensina que precisamos mortificar nossa natureza (Cl 3.5).
Mortificar é permitir que Deus controle nossos pensamentos, vontades e ações.
Vivemos em uma sociedade hedonista, onde a busca pelo prazer tem feito com que
muitos sejam dominados por desejos malignos, praticando, sem qualquer pudor,
toda a sorte de impureza, e tudo em nome do prazer e da liberdade. Diante desse
triste quadro, a Igreja não pode se calar, mas deve expressar suas virtudes
anunciando a mensagem da salvação.
3. A vida conduzida pela concupiscência dos olhos. Longe de Deus e sem o controle do Espírito Santo, o
homem manifesta seus desejos mais perversos, trazendo sérios prejuízos para os
relacionamentos na Igreja e fora dela. Quando o homem se torna insensível à voz
de Deus e ao Espírito, sendo governado apenas por seus instintos, torna-se
semelhante aos animais. Uma vida conduzida pela velha natureza leva as pessoas
a olharem apenas para os prazeres
momentâneos que o mundo oferece, não atentando para o que é eterno. Davi viu e
desejou a mulher de Urias, e o seu desejo descontrolado o levou a cometer um
adultério e um homicídio (2 Sm 11.1-4). Ele não atentou para as consequências
dos seus atos. O crente não pode se deixar seduzir pelos prazeres deste mundo
(1 Jo 2.15-17).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A concupiscência da carne e a concupiscência dos olhos levam a pessoa a
viver uma vida fora dos padrões divinos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Algumas pessoas pensam que o mundanismo está limitado ao
comportamento exterior - as pessoas com quem nos associamos, os lugares que
frequentamos, as atividades que apreciamos. O mundanismo é também interior,
porque começa no coração, e é caracterizado por três atitudes: (1) a cobiça
pelo prazer físico - a preocupação com a satisfação dos desejos físicos; (2) a
cobiça por tudo o que vemos - almejar e acumular coisas, curvando-se ao deus do
materialismo; e (3) o orgulho das nossas posses - obsessão pela condição,
posição ou por ser importante. Quando a serpente tentou Eva (Gn 3.6), tentou-a
nestes aspectos. Semelhantemente, quando o Diabo tentou Jesus no deserto, estas
foram as três áreas de ataque (ver Mt 4.1-11).
Em contraste, Deus estima o autocontrole, um espírito de generosidade,
e o compromisso de servir com humildade. É possível dar a impressão de evitar
os prazeres mundanos e ao mesmo tempo abrigar atitudes mundanas no coração. É
também possível, como Jesus, amar os pecadores e dedicar-lhe tempo, enquanto
mantemos um forte compromisso com os valores do Reino de Deus. Quais são os
valores mais importantes para você? Suas ações refletem os valores de Deus ou
os valores do mundo?" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003, p. 1783-84).
CONHEÇA MAIS
*"Carnal
Esta palavra aparece somente no Novo Testamento, embora o termo
'carnalmente' seja encontrado três vezes no Antigo Testamento. 'Carnal' aparece
no Novo Testamento onze vezes, e 'carnalmente' uma vez. 'Carnal' significa
'pertinente à carne'. O substantivo sarx significa basicamente o corpo de um
animal ou de uma pessoa, ou a carne de um animal. No entanto, no Novo
Testamento, o termo 'carnal' algumas vezes está literalmente relacionado à
carne, e algumas vezes à antiga natureza humana corrompida por Adão, que é
encontrada em todos os homens." Para conhecer mais, leia Dicionário
Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 379.
II - A DEGRADAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO
1. O caráter. No grego, caráter é
charakter e significa "estampa", "impressão" e
"marca". Contudo, é importante ressaltar que esta palavra tem
diferentes significados em distintas ciências, como a sociologia e a
psicologia. Segundo o Dicionário Houaiss é "um conjunto de traços
psicológicos e, ou morais, que caracterizam um indivíduo". O caráter não é
inato e pode ser mudado.
2. O caráter moldado pelo Espírito. Quando aceitamos Jesus e experimentamos o novo nascimento, nosso
caráter passa por uma transformação. O Espírito Santo trabalha em nós a fim de
que sejamos semelhantes a Jesus. Mas
para que essa transformação aconteça
precisamos nos submeter inteiramente a Deus. Se quisermos uma vida espiritual
frutífera, precisamos dar oportunidade
ao Espírito Santo para que Ele trabalhe em nossas vidas produzindo o fruto do
Espírito (Gl 5. 22). Não adianta apenas dizer que é crente, é preciso
evidenciar o nosso caráter cristão mediante as nossas ações (Mt 5.16). Muitos
se dizem crentes, mas suas ações demonstram que nunca tiveram um encontro real
com o Salvador. Muitos estão na igreja,
mas ainda não foram realmente transformados por Jesus, pois quem está em Cristo
é uma nova criatura e como tal procura andar em novidade de vida, pois já se
despiu do velho homem, da natureza adâmica (2 Co 5.17). Crentes que vivem
causando escândalos, divisões, rebeldias, jamais experimentaram o novo
nascimento.
3. Ataques ao seu caráter. Em sua vida
cristã, você terá que lutar com três
inimigos que farão de tudo para macular o seu caráter: a carne, o Diabo e o
mundo. Muitos acabam sendo vencidos por eles. Para enfrentar e vencer esses inimigos
é preciso ter uma vida de comunhão com o Pai. É necessário orar, ler a Palavra
de Deus e jejuar. Sem a leitura da Bíblia, a oração e o jejum não conseguiremos
vencer e ter uma vida frutífera.
SÍNTESE DO TÓPICO II
O caráter moldado pelo Espírito Santo é semelhante ao caráter de
Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É o Espírito Santo que produz o fruto espiritual em nós quando
nos rendemos sem reservas a Ele. Isso abrange nosso espírito, alma e corpo e
todas as faculdades que os constitui. O crente que quiser mandar na sua vida e
fazer a sua vontade para agradar a si próprio pode continuar como cristão, mas
nunca será vitorioso no seu viver em geral, e nem terá jamais o testemunho do
Espírito na sua consciência cristã de que está em tudo agradando a Cristo e
fazendo o seu querer. O fruto do Espírito é o caráter de Cristo produzido em
nós para que em nosso viver o demonstremos ao mundo. Caráter este sem jaça,
como revelado nos tipos, símbolos, figuras e nas inúmeras profecias messiânicas
do Antigo Testamento, e nas diversas passagens do Novo Testamento que tratam do
assunto, a começar pelos Evangelhos" (GILBERTO, Antonio. O Fruto do
Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente.2.ed.Rio de Janeiro: CPAD,
2004, p.15-16).
III - UMA VIDA QUE NÃO AGRADA A DEUS
1. Viver segundo a carne. Se o crente
vive dominado pelos desejos carnais, ele não pode agradar a Deus (Rm 8.8).
Fomos criados para glorificar a Deus e produzir o fruto do Espírito. Viver segundo a carne causa males e danos à
nossa vida e para o nosso próximo. Paulo exorta os crentes da igreja de Corinto
para que vivam no Espírito, pois alguns estavam vivendo segundo a carne, de
modo que suas ações eram evidentes: inveja, contendas e dissensões (1 Co 3.3).
Paulo deixa claro que os que assim estavam vivendo não poderiam agradar a Deus
e ter uma vida de comunhão no Espírito Santo.
2. Vivendo como espinheiro. Sabemos que a
árvore é identificada não por suas flores ou folhas, mas por seus frutos.
Jamais vamos colher laranja de uma macieira, pois cada árvore produz o seu
fruto segundo sua espécie (Gn 1.11). Logo, é impossível um cristão dominado
pelo Espírito Santo produzir as obras da carne. O homem bom tira de seu íntimo,
do seu coração transformado, coisas boas, mas o homem mau tira do seu mau
coração pelejas, dissensões, prostituição, iras, etc. (Mt 7.18-22).
Jotão apresenta algumas árvores em uma parábola para o seu povo (Jz
9.7-21). As árvores representam o povo de Siquém que desejavam um rei. Essas
árvores eram boas: uma produzia azeite que era utilizado na unção dos
sacerdotes e iluminação; outra produzia figos que alimentava o povo; a videira
produzia vinho, que era usado nos sacrifícios de libações. Porém o espinheiro,
arbusto inútil, representava Abimeleque. Muitos atualmente estão como
Abimeleque, não produzem nada de útil para Deus ou para a próximo e ainda ferem
as pessoas com seus espinhos. Quem vive segundo a carne se torna um espinheiro,
inútil para Deus e para a Igreja.
3. Uma vida infrutífera. Certa vez,
Jesus contou uma parábola a respeito de uma árvore estéril, uma figueira (Lc
13.6-9). A figueira sem frutos refere-se primeiramente a Israel, porém ela
também pode ser aplicada aos crentes que professam a Jesus e, no entanto,
insistem em viver uma vida carnal, pecaminosa. Na parábola, o agricultor
investe na figueira, adubando, regando, podando, ou seja, dando todas as
condições para que produza fruto. Mas caso ela não viesse a frutificar seria
cortada. Deus está investindo em sua vida e dando todas as condições para que
você produza bons frutos, aproveite a oportunidade.
SÍNTESE DO TÓPICO III
O propósito do cristão deve ser viver uma vida que agrada a Deus, caso
contrário, não tem valor algum professar a fé cristã.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
"Era um costume na Palestina antiga, assim como hoje, plantar
figueiras e outras árvores nas vinhas. Era um meio de utilizar cada pedaço
disponível de boa terra. A figueira aqui, como em todo o simbolismo bíblico,
refere-se a Israel. [...]E foi procurar nela fruto, não o achando. Embora a
figueira estivesse na vinha, ela não tinha outro propósito a não ser dar fruto.
Da mesma forma, Israel só tinha uma razão para ocupar o primeiro ou qualquer
outro lugar: cumprir a missão que lhe fora dada por Deus. Visto que a figueira
era infrutífera, não teria o direito de existir; e visto que Israel se recusava
a cumprir sua missão determinada por Deus, não tinha o direito de
continuar" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, p. 437-38).
CONCLUSÃO
Quem vive segundo a carne não pode agradar a Deus. E a vida sem Deus
torna-se infrutífera. Longe do Senhor nos tornamos espinheiros, nos ferimos e
ferimos ao próximo. Busque a Deus e seja uma árvore frutífera.
PARA REFLETIR
A respeito do perigo das obras da carne, responda:
Qual o significado da palavra concupiscência?
É um "termo usado teologicamente para expressar
os desejos malignos e lascivos que assediam os homens caídos."
Para onde nossos desejos impuros nos conduzem?
Nos conduzem para a morte espiritual.
O que acontece quando o homem deixa de ouvir a voz de Deus e passa a
ser guiado pelos seus desejos?
O crente que não tem uma mente conduzida pelo
Espírito Santo torna-se uma pessoa sem controle, sem qualquer deferência.
O que significa caráter no grego?
No grego,
caráter é charakter e significa "estampa",
"impressão" e "marca".
O que é caráter?
Segundo o Dicionário Houaiss é "um conjunto de
traços psicológicos e, ou morais, que caracterizam um indivíduo".
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 69, p. 37.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que
buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Dicionário Vine
Um estudo profundo dos principais termos bíblicos de cunho teológico.
Heróis da Fé
As verdadeiras histórias de alguns dos maiores vultos da Igreja de
Cristo.
Teologia Sistemática de Finney
As convicções teológicas do maior evangelista desde os tempos
apostólicos.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Adultos, professor, As Obras da Carne e o Fruto do Espírito – Como o
crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente, Comentarista Osiel Gomes, 1º trimestre 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário