Lição 6 O
SUSTENTO DA IGREJA
05 de fevereiro de 2017
Texto do
dia.
(Ml 3.10)
"Trazei todos os dízimos à casa do
tesouro, para que haja mantimento na minha casa [...]."
Síntese
O sustento da Igreja é nossa responsabilidade,
e Deus espera que demonstremos gratidão a Ele com nossas ofertas e dízimos.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - 2 Co 8.1-5 Ofertar de boa vontade
TERÇA - 2 Co 9.7 Ofertar com alegria
QUARTA - 2 Co 9.6 Ofertar proporcionalmente
QUINTA - Lc 21.1-4 Ofertar com liberalidade
SEXTA - Pv 3.9 Honrando a Deus
SÁBADO - Êx 22.29 Entregando as primícias ao
Senhor
Objetivos
ENSINAR que a contribuição
financeira na igreja é uma questão de fé e consciência da responsabilidade de
manutenção da igreja local;
APRESENTAR a função do dízimo no
Antigo e no Novo Testamento;
EXPLICAR que as ofertas são
fruto da generosidade e devem ser entregues levando em conta a gratidão por
bênçãos recebidas.
Interação
A igreja é o Corpo de Cristo neste mundo que
aguarda o grande Dia da Vinda do Senhor para encontrá-lo nos ares. Entretanto a
igreja não é constituída somente na esfera espiritual, mas também na esfera
material. E enquanto está neste mundo, a igreja é também uma instituição
organizada sem fins econômicos. E como toda instituição, possui seus direitos e
obrigações legais a responder perante a sociedade. A igreja não recebe ajuda
financeira do governo. Por este motivo, como instituição, é importante que os
seus membros compreendam que são responsáveis pelo sustento da obra de Deus com
seus dízimos e ofertas. A igreja precisa arcar com despesas para que funcione
regularmente perante a sociedade. Aproveite a aula de hoje para esclarecer seus
alunos acerca do que a Palavra de Deus afirma a respeito dos dízimos e ofertas
e com relação à gestão financeira da igreja.
Orientação
Pedagógica
Entregue para os alunos uma folha com duas
tabelas. Na primeira tabela seus alunos deverão listar aspectos e
características da igreja como Corpo de Cristo. Sua forma de organização, dons
espirituais e cargos ministeriais, sua missão e valores espirituais. Aproveite
para mencionar aspectos da Igreja Primitiva, como era o relacionamento entre os
irmãos. Em outra tabela, peça para os seus alunos listarem aspectos da igreja
como instituição nos dias atuais, forma de organização eclesiástica, cargos
ministeriais, liturgia, cerimoniais, visão e valores como instituição, etc. Ao
final, compare com os alunos as duas tabelas e pergunte-os se a igreja, com o
passar dos anos, não se tornou mais burocrática. Abra espaço para um diálogo
com os alunos a respeito do cenário atual que a igreja se encontra e o que pode
ser feito para melhorar o trabalho realizado pela igreja na sociedade.
Texto
bíblico
2 Coríntios 9.6-14
6 E digo isto: Que o que semeia pouco também
ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará.
7 Cada um contribua segundo propôs no seu
coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com
alegria.
8 E Deus é poderoso para tornar abundante em
vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência,
superabundeis em toda boa obra,
9 conforme está escrito: Espalhou, deu aos
pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e
pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da
vossa justiça;
11 para que em tudo enriqueçais para toda a
beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.
12 Porque a administração desse serviço não só
supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se
dão a Deus,
13 visto como, na prova desta administração,
glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo,
e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos,
14 e pela sua oração por vós, tendo de vós
saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Dinheiro é um assunto espiritual. Saber lidar
com ele exige sabedoria, e não são poucos os filhos de Deus que têm
dificuldades na área financeira.
Contribuição financeira na igreja, seja dízimo,
seja ofertas, sempre traz questionamentos, ainda mais em nossos dias, quando
vemos algumas igrejas fazendo apelos, quase que extorsivos, para que as pessoas
entreguem tudo o que têm a fim de serem abençoadas por Deus. O que a Bíblia diz
sobre o assunto? É o que veremos nesta lição. Lembre-se de que dinheiro e
finanças são assuntos espirituais, pois mostram a quem realmente servimos: se a
Deus, ou a Mamom.
I - O QUE
NOS MOVE A CONTRIBUIR
1. Gratidão a Deus e generosidade
para com sua casa. A
primeira motivação deve ser a gratidão a Deus. Tudo o que temos veio dEle, e
dEle são todas as coisas. O Salmista disse que "do Senhor é a Terra, e
toda a sua plenitude" (Sl 24.1), reconhecendo que todas as coisas
pertencem ao Senhor. Da mesma forma que cremos que Ele é generoso para conosco,
suprindo nossas necessidades, devemos ser gratos demonstrando a mesma
generosidade para com sua casa.
2. Uma questão de fé. Qualquer contribuição
feita à obra do Senhor deve ser vista como parte da adoração cristã, do culto a
Deus e da demonstração pública de fé.
De acordo com o apóstolo Paulo, devemos
contribuir com alegria, de forma proporcional ao que recebemos, e não
criticando o ato de apresentar ao altar nossas contribuições. Se não temos fé
para trazer nossos dízimos e ofertas, é melhor não trazê-los, pois o que não
fazemos por fé não deve ser feito (Rm 14.23). Por fé, queremos dizer que nos
referimos à convicção, ou seja, entregamos ofertas e dízimos porque entendemos
que Deus se agrada de atos de generosidade de seu povo para com sua obra, e
isso deve nos motivar a sempre ter um coração disposto a contribuir.
3. Consciência da nossa
responsabilidade na manutenção da igreja local. A igreja evangélica não recebe subsídios
dos governos. A responsabilidade do sustento e manutenção do santuário é dos
santos que nela congregam. E a igreja local, como instituição, tem despesas que
precisam ser cobertas pelos dízimos e ofertas do povo de Deus. Isso torna a
igreja isenta de alianças com pessoas ou grupos que não possuem o temor a Deus.
Além disso, como membros da Igreja de Cristo,
representada pela igreja local, usufruímos do espaço do templo, das salas de
escola dominical, da iluminação e da eletricidade que são utilizadas, dos
móveis que utilizamos quando nos sentamos para assistir ao culto com
comodidade. Todas essas coisas têm um custo, e precisam ser adquiridas com
recursos financeiros trazidos para a igreja. O dinheiro que Deus destinou à
essa manutenção está no bolso dos filhos de Deus, justamente para essa
finalidade.
Uma das verdades mais claras nas Escrituras é a
lei natural da semeadura e da colheita. Essa lei nos ensina que a semeadura é
opcional, ou seja, eu semeio se quiser. Não sou obrigado a plantar grãos na
terra e esperar que com o tempo aquele grão se transforme em uma planta que
virá a produzir outros grãos. Mas essa mesma lei deixa claro que se eu semear,
colherei, e isso é obrigatório. Quem semeia colhe (Gl 6.7): "E digo isto:
Que o que semeia pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em
abundância também ceifará" (2 Co 9.6).
Pense
Contribuir financeiramente para a Casa do
Senhor é um ato de fé.
Ponto
Importante
Nossos recursos financeiros nos são dados para
suprir nossas necessidades e as da Casa do Senhor.
II - OS
DÍZIMOS
1. No Antigo Testamento. A palavra hebraica asar
significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa dez. Os dízimos
faziam parte da cultura do povo de Deus. Antes de haver a lei de Moisés, Abraão
deu o dízimo (Gn 14.20), e Jacó se comprometeu com Deus a fazer o mesmo (Gn
28.22). Quando o povo de Israel chegou à Terra Prometida, já sabia sobre o
compromisso das ofertas e dízimos para a manutenção da obra de Deus e dos sacerdotes
e levitas. O dízimo representava literalmente um décimo da colheita e dos
animais, apurados no período de um ano (Lv 27.30-33). Esses dízimos eram
entregues para sustento dos sacerdotes e levitas, que não receberam de Deus
terras para plantar ou criar seu gado. Na prática, além de um ato de obediência
a Deus, era uma forma de equilibrar as relações entre as tribos, pois se por um
lado a tribo de Levi deveria conduzir a adoração e o culto a Deus, por outro
lado, as demais tribos deveriam zelar pelo sustento daqueles seus irmãos que
haviam sido escolhidos por Deus para funções sacerdotais.
Ainda no Antigo Testamento, que faz parte da
Palavra de Deus tanto quanto o Novo Testamento, vemos que Deus repreende seu
povo por ser infiel nos dízimos. A Casa de Deus estava em situação precária,
pois os israelitas haviam desprezado a manutenção do santuário. Então o
Altíssimo diz que os dízimos deveriam ser trazidos ao santuário para que
houvesse mantimento na Casa de Deus, e essa ordem não foi revogada. E Deus ainda
diz: "[...] e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu
não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que
dela vos advenha a maior abastança" (Ml 3.10). Deus manda os israelitas
fazerem prova dEle se Ele não abrisse as janelas dos céus e recompensasse os
fiéis.
2. No Novo Testamento. O Novo Testamento
menciona o dízimo entre os judeus como uma realidade daqueles dias. Jesus fala
do dízimo dos fariseus e os critica, não por darem o dízimo, mas por acharem
que por cumprirem suas obrigações financeiras, que davam a décima parte do que
tinham, mas não exerciam a justiça e a misericórdia (Mt 23.23). Jesus não
condena o dízimo, e sim a atitude daqueles homens de manifestar uma fé formal
até em seus recursos financeiros, mas esquecer-se de serem pessoas mais humanas
e praticarem uma vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado
por dinheiro.
3. Deus ama ao que dá com alegria. É curioso saber que
Deus observa o sentimento com que nos dirigimos ao seu altar para entregar
nossos dízimos. Ele não apenas observa como também ama quem contribui com
sentimento de prazer por estar participando das coisas de Deus na esfera
financeira. Isso deve nos fazer pensar sobre a forma com que contribuímos para
a Casa do Senhor. Nossos dízimos devem ser entregues por fé, não por acharmos
que estamos fazendo uma troca com Deus. "Alguns há que espalham, e ainda
se lhes acrescenta mais; e outros, que retêm mais do que é justo, mas é para a
sua perda. A alma generosa engordará, e o que regar também será regado"
(Pv 11.24,25).
Pense
Deus se importa com o valor da oferta ou com o
sentimento do coração ao entregá-la?
Ponto
Importante
O prazer em contribuir, denominado alegria,
deve ser um sentimento constante para os que contribuem com seus dízimos.
III - AS
OFERTAS
1. As ofertas. Se por um lado a
tradição bíblica apresenta os dízimos como sendo representado pela décima parte
daquilo que se tinha recebido do Senhor, por outro lado permitia que os
israelitas manifestassem sua generosidade com outros valores não limitados
pelos dízimos. Aqui entravam as ofertas. Elas não tinham um valor estipulado,
como os dízimos, mas era igualmente fruto da generosidade, e deveriam ser
entregues levando em conta a gratidão por bênçãos recebidas.
2. Ofertas e sobras e bênçãos a
receber. A
oferta que trazemos a Deus não deve ser aquilo que temos sobrando. Jesus, ao
contemplar certa vez a oferta de uma mulher pobre, declarou aos seus discípulos
que ela havia trazido ao Templo a maior oferta de todos os que ali estavam,
pois dera o que tinha, e não o que estava sobrando, como os demais (Lc 21.1-4).
Há grupos que motivam seus fiéis a contribuírem
financeiramente para receberem determinadas bênçãos, condicionando a recepção
dessas bênçãos à entrega de determinados valores de ofertas. Entendemos que
isso não deve ser feito, pois a oferta não é um meio de negociar bênçãos com
Deus. As ofertas devem demonstrar nossa gratidão pelo que já recebemos, e não
uma tentativa de pressionar Deus a nos abençoar.
3. Uma recomendação paulina. Um ocorrido na Igreja
em Corinto nos dá orientações sobre o recolhimento de ofertas. Para que
houvesse organização quando fossem recolhidas ofertas para os santos em
Jerusalém, Paulo orientou que os crentes guardassem suas ofertas para serem
entregues no primeiro dia da semana, e que contribuíssem conforme sua
prosperidade, proporcionalmente (1 Co 16.2). Contribuir conforme a sua
prosperidade nos traz a ideia de contribuir, conforme já recebemos do próprio
Deus. Se uma pessoa, com a graça de Deus, consegue obter recursos de acordo com
a sua profissão, e esses recursos são acrescidos constantemente, suas
contribuições devem seguir o mesmo patamar. Um servo de Deus não recebe bênçãos
de Deus apenas para si mesmo, mas para poder auxiliar seus irmãos e à igreja
local, onde congrega.
Pense
Podemos impressionar a Deus com nossas ofertas
e barganhar com Ele bênçãos?
Ponto
Importante
Ofertar é um privilégio que temos em contribuir
proporcionalmente ao que recebemos de Deus.
Se uma pessoa, com a graça de Deus, consegue
obter recursos de acordo com a sua profissão, e esses recursos são acrescidos
constantemente, suas contribuições devem seguir o mesmo patamar.
SUBSÍDIO
I
"Antes do dia de Pentecostes, a liderança
dos seguidores de Jesus estava investida nos doze discípulos que estiveram próximos
do Senhor e tinham sido escolhidos por Ele como seus mensageiros e companheiros
íntimos (Lc 6.12-18). A deserção de Judas deixou uma lacuna em suas fileiras, a
qual foi preenchida por Matias, escolhido por sorteio (At 1.15-26). A função
exata dos Doze no período pós-ressurreição não está claramente definida, mas
suas ações indicam que eles assumiram a responsabilidade pela pregação (2.14),
pela instrução dos novos convertidos (v. 42), pela administração de fundos
(4.35), pela disciplina (5.1-11), e pelo início das atividades da igreja (6.2).
A administração da igreja era simples e informal, repousando nas mãos dos
pregadores originais que haviam recebido sua incumbência de Cristo. A
administração de suprimentos para os pobres necessitava de uma mudança no
sistema organizacional da igreja. O trabalho minucioso de distribuição do
dinheiro e dos bens exigia dos apóstolos uma grande parcela de tempo, a qual
deveria ser usada para a pregação. Desse modo, ficou patente que eles
precisavam de ajuda. [...] Em lugar de se envolverem em uma longa discussão e
em um detalhe insignificante, os apóstolos propuseram que fosse designado um
comitê para cuidar da questão (6.2,3). As qualificações dos membros do comitê
indicam que tanto a excelência espiritual quanto a administrativa era
requerida. O método de nomeação era essencialmente democrático, pois a eleição
ficava a critério da igreja como um todo" (TENNEY, Merrill C. Tempos do
Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 214).
SUBSÍDIO
II
"Embora o Novo Testamento não prescreva o
dízimo como uma obrigação legal para os seguidores de Cristo, ainda assim ele é
ensinado no sentido de uma contribuição a ser feita de forma sistemática,
liberal, abundante e alegre (1 Co 16.2; 2 Co 9.6,7). Os cristãos devem pregar o
Evangelho e praticar atos de caridade sem exigir qualquer pagamento, porque
eles próprios receberam gratuitamente do Senhor (Mt 10.7,8). Por outro lado, o
princípio de que o trabalhador é digno de seu alimento foi extraído do Antigo
Testamento e aplicado aos servos do Senhor (Mt 10.10; Lc 10.7; 1 Tm 5.17,18).
Como o dízimo era praticado desde antes de Moisés receber a lei de Deus, muitos
têm argumentado que para o cristão ele possui um padrão atemporal, ao invés de
ser meramente uma parte da lei cerimonial do Antigo Testamento que já foi
cumprida. O crente do Novo Testamento, assim como o israelita, deve reconhecer
que ele é apenas um mordomo e que Deus é o dono de tudo" (Dicionário
Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 573).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Dicionário Vine. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2002.
CONCLUSÃO
O ato de contribuir com dízimos e ofertas não é
apenas uma demonstração de fé e de respeito para com a manutenção da igreja à
que pertencemos, mas acima de tudo, um ato de obediência a Deus e de
generosidade para com as coisas sagradas.
Hora da
Revisão.
O que deve mover a nossa contribuição?
A gratidão a Deus, a adoração e a
consciência da responsabilidade com o sustento e a manutenção da igreja.
Quem é o responsável pela manutenção da igreja
local?
Os santos que nela congregam.
Qual o significado da palavra dizimar?
A palavra hebraica
"asar" significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa
dez.
No Antigo Testamento os dízimos tinham qual
finalidade?
Era para o sustento dos
sacerdotes e levitas, que não receberam de Deus terras para plantar ou criar
seu gado.
Jesus condenou o dízimo?
Jesus não condena o dízimo, e sim
a atitude dos fariseus que manifestavam uma fé formal com seus recursos
financeiros, mas se esqueciam de serem pessoas mais humanas e praticarem uma
vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado por dinheiro.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, A Igreja de Jesus Cristo – Sua origem, doutrina,
ordenanças e destino eterno, Comentarista
Alexandre Coelho, 1º trimestre 2017.
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