Lição 3
A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
15 de Janeiro 2017
Texto
do dia.
(At 20.28)
"Olhai, pois, por vós e por todo o
rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a
igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue."
Síntese.
A Igreja do Senhor Jesus precisa de líderes
que a conduzam de forma bíblica, organizada e agradável a Deus.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Fp 1.1 Bispos e diáconos em Filipos
TERÇA - 1 Co 4.9 Apóstolos vinham por último
QUARTA - 1 Co 14.40 Tudo deve ser feito com
decência e ordem
QUINTA - At 6.8 Milagres por meio de Estêvão
SEXTA - At 2.42 Perseverança na doutrina dos
apóstolos
SÁBADO - At 8.5 Um diácono evangelista
Objetivos
COMPREENDER que a igreja, como
qualquer instituição, precisa de organização;
DISTINGUIR os modelos de
governos eclesiásticos existentes em nossos dias;
IDENTIFICAR os cargos oficiais
pertencentes à igreja local.
Interação
Professor, o processo de aprendizagem só
acontece de fato quando o aluno consegue ligar a reflexão sobre o conhecimento
adquirido na aula à sua própria experiência de vida. Para que isso ocorra com
eficiência é necessário o planejamento. Uma aula bem planejada facilita o
trabalho docente e torna o ensino mais agradável. Assim como a igreja do Senhor
deve ser bem administrada, a Escola Dominical precisa seguir nesta mesma
direção. Procure manter à sua disposição materiais para consulta como
comentários bíblicos, Bíblias de Estudo e livros que abordam o contexto da
lição. Alguns assuntos relacionados pelos alunos durante a aula poderão ser
anotados para uma pesquisa posterior a fim de que as dúvidas mais específicas
sejam sanadas. A participação e curiosidade dos alunos acerca dos assuntos
mencionados servirão de feedback para direcioná-lo a ampliar o seu nível de
pesquisa para a próxima aula.
Orientação
Pedagógica
Traga para a aula organogramas que apresentem
a forma como determinadas denominações estão organizadas. Aproveite e pesquise
dados do IBGE que mostrem características específicas a respeito dessas
denominações. Promova uma discussão sobre o assunto à medida que você expõe as
informações no quadro ou mural. Conscientize os alunos acerca da importância de
vermos essas informações como dados significativos que devem ser tratados
sempre de maneira ética e respeitosa com tais denominações. Ao final, faça uma
comparação com os dados obtidos ao longo da lição acerca da Igreja Primitiva.
Seus alunos vão notar que tanto a forma de governo eclesiástico como os cargos
ministeriais sofreram alterações. Mostre que apesar dessas mudanças a Igreja de
Cristo permanece com a mesma responsabilidade de levar a mensagem do evangelho
a todas as pessoas.
Texto
bíblico
Tito 1.1-9
1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus
Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é
segundo a piedade,
2 em esperança da vida eterna, a qual Deus,
que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos,
3 mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra
pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador,
4 a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé
comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus
Cristo, nosso Salvador.
5 Por esta causa te deixei em Creta, para que
pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade,
estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6 aquele que for irrepreensível, marido de
uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução
nem são desobedientes.
7 Porque convém que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem
dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
8 mas dado à hospitalidade, amigo do bem,
moderado, justo, santo, temperante,
9 retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã
doutrina como para convencer os contradizentes.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a importância de se ter
pessoas na igreja que a organizem, liderem e a mantenham dentro dos parâmetros
esperados por Deus. Também aprenderemos sobre os três modelos de governo
eclesiástico e veremos quais são os tipos de obreiros mencionados no Novo
Testamento, que ajudam a organização e direção da igreja.
I - A
NECESSIDADE DE LIDERANÇAS NA IGREJA
1. Por que precisamos de
organização nas igrejas? Toda
instituição precisa ser organizada, e o mesmo ocorre com a igreja local. Uma
igreja deve ser organizada para receber bem seus membros e visitantes, ter
pessoas responsáveis atuando nos diversos ministérios e departamentos, checar
se o santuário está aberto e em condições de receber pessoas para os momentos
de culto e orações. Entretanto, mais do que os aspectos citados, a igreja
precisa ser organizada, porque isso agrada a Deus. O Senhor tem planos e Ele
anuncia seus planos aos seus filhos fazendo com que sejam realizados, e isso é
organização. Se Deus preza por organização, não poderíamos imaginar que a sua
Igreja deveria seguir um padrão diferente. Uma igreja desorganizada não reflete
a perfeição do Evangelho.
2. Direção. A Igreja do Senhor
precisa ter dirigentes que a conduzam e apascentem. Atos 20.28 fala que Paulo
rogou aos anciãos de Éfeso: "Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho
sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja
de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue". Já na Igreja Primitiva
havia a consciência de que a liderança das igrejas locais deveria ser exercida
por homens que entendessem que a Igreja de Cristo foi fruto do amor de Cristo,
demonstrado no alto preço que pagou por todos nós que o recebemos como
Salvador.
3. Dar ordem aos trabalhos. E para quem pensa que
não precisamos de organização em nossas igrejas, é preciso deixar claro que
desde a Criação, Deus nos deu um exemplo de como todas as coisas devem ser
ordenadas e organizadas. Ele primeiro fez e organizou o mundo em que o homem
viveria, para depois criar o homem e colocá-lo na Terra. Imagine se Ele
decidisse fazer o processo inverso, criando o homem primeiro para, depois, ir
acomodando toda a criação em seu devido lugar...
Pense
Uma igreja sem organização tem possibilidade
de crescer e representar o Reino de Deus de forma adequada neste mundo?
Ponto
Importante
Organização na igreja é algo tão necessário
quanto a pregação da Palavra de Deus e o seu ensino.
II -
FORMAS DE GOVERNO NA IGREJA
A Igreja Cristã possui hoje pelo menos três
modelos de governo, ou seja, formas como deve ser gerida.
1. Episcopal. Esse modelo de
governo eclesiástico é o mais comum. Ele se baseia na liderança de um ministro,
que toma as decisões na congregação. Esse modelo deriva da palavra episkopos,
que significa "supervisor", alguém que observa de uma posição superior
(a preposição epi, sobre, e o verbo skopeuo, que significa examinar), onde o
pastor tem a autoridade sobre os componentes do ministério e sobre a
congregação. Por estar esse modelo de governo sob a responsabilidade de um
líder, é notório que, nele, a tomada de decisões seja menos engessada, mais
ágil do que as demais formas de governo. Neste modelo, o pastor é auxiliado por
outros obreiros, que cooperam em sua tomada de decisões.
2. Congregacional. Nesse modelo, a
congregação tem a palavra final nas questões relacionadas à gestão e ao culto.
O pastor tem a função de pregar a Palavra e ensiná-la, e os demais assuntos são
trazidos para a assembleia, e ela decide o que vai ser feito em relação àqueles
temas. Uma vez tomada a decisão, todo o grupo acata o que foi decidido.
3. Presbiteral. Este sistema é
marcado pela condução de pessoas eleitas como presbíteros, agrupadas em um
"colégio" ou assembleia. O pastor tem a função de pregar e zelar pela
doutrina, e os presbíteros administram a congregação nos demais assuntos.
É preciso entender que cada um desses
sistemas tem suas funcionalidades, e que há igrejas que se adequam mais a um
sistema do que a outro. O que não pode é haver uma igreja local sem um governo
que a organize e administre.
Pense
Organização na igreja é algo necessário e de
extrema importância.
Ponto
Importante
Os modelos de governo eclesiástico adequam-se
conforme o entendimento que a liderança e a igreja possuem, dentro de grupos
específicos.
III -
OFICIAIS DA IGREJA
1. Bispos e pastores. O Novo Testamento
apresenta os bispos e ministros como sendo os líderes voltados ao exercício da
pregação, discipulado, evangelismo e ensino. Eles também tinham o dever de agir
trazendo ordem ao culto.
O trabalho pastoral exige muitas
responsabilidades e deveres dos pastores. Além de zelar pela coerente pregação
da Palavra de Deus, esses ministros devem zelar pelo cuidado do rebanho.
O apóstolo Paulo enumerou algumas
características necessárias ao exercício do ministério: o pastor deve ser
honesto, marido de uma mulher, sóbrio, apto para ensinar, não pode ser uma
pessoa violenta nem avarenta; deve ser moderado e ter um bom testemunho dos que
estão fora da igreja (1 Tm 3.2-7). Por essas características, podemos observar
que Deus exige de seus ministros um alto padrão de qualidade e vida moral para
estar diante de uma congregação. A Palavra ainda exige que o pastor não seja
neófito, ou seja, uma pessoa sem experiência, não madura (1 Tm 3.6). O motivo
dessa ordem é para que o pastor, por imaturidade ou falta de experiência, não
se torne soberbo e não caia na condenação do Diabo. São muitas, realmente, as
exigências para os que aspiram ao santo ministério.
2. Presbíteros. Originalmente,
presbíteros eram os chamados anciãos. Por força da experiência de vida, homens
de mais idade eram requisitados para auxiliar no exercício da liderança,
aconselhamento e na tomada de decisões. O Sinédrio, (gerousia), era composto
por setenta anciãos (gerontos; da raiz geron vem a expressão geriatria), pessoas
de mais idade.
A palavra grega referente ao Conselho de
Presbíteros é presbyterion, ou presbitério, que traz a ideia de um grupo de
homens maduros, experimentados.
3. Diáconos. Ser um diácono na
igreja primitiva era uma posição de grande honra, e ao mesmo tempo de grande
responsabilidade. Atos 6.3 nos fala que os primeiros diáconos deveriam ser
homens de boa reputação (boa fama e serem pessoas confiáveis), cheios do
Espírito Santo e de sabedoria. Eles deveriam ser reconhecidos como pessoas de
caráter ilibado.
Outros requisitos ao diaconato foram
acrescentados pelo apóstolo Paulo quando escreveu a Timóteo indicando-lhe, como
ser homem de palavra, não ganancioso, marido de uma mulher e ter uma
consciência limpa. Os diáconos deveriam cuidar das atribuições relacionadas às
questões administrativas e sociais nas igrejas locais, auxiliando, dessa forma,
os apóstolos, para que estes estivessem livres para se dedicarem à oração e ao
ministério da Palavra.
Em que pese o fato de os diáconos terem uma
função mais ligada ao trabalho social, houve diáconos que se destacaram como
pregadores. O primeiro mártir, Estêvão, era um diácono a quem Deus usou com
sabedoria e operação de milagres (At 6.5, 8); Estêvão foi a primeira pessoa
que, após a ressurreição do Senhor, viu Jesus, em pé, ao lado de Deus (At
7.56). Felipe, outro diácono, foi usado por Deus na área do evangelismo e
milagres em Samaria, evangelizou o eunuco etíope no deserto e teve uma
experiência de ser arrebatado daquele lugar para outra localidade (At 8).
Pense
O Novo Testamento nos mostra os diversos
tipos de líderes da igreja e as suas atribuições no funcionamento das igrejas.
Ponto
Importante
O respeito às autoridades da igreja sempre
foi necessário, seja porque trabalham como servos de Deus e possuem autoridade
dada por Deus, seja por sua experiência de vida e serviços junto à igreja
local.
SUBSÍDIO
"Por que a igreja deve se caracterizar
pelos pontos distintivos de santidade, de união e de amor? Para explicar de
forma simples, o caráter da igreja deve refletir o caráter de Deus. Devemos ser
santos, unidos e amorosos, porque Deus é Santo, é um e é Amoroso. Paulo diz aos
coríntios: 'Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo' (1 Co 11.1). Deus
pretende expor seu próprio reflexo na igreja. Em geral, observamos isso no
capítulo 1 e 2. O evangelho da igreja é a sabedoria de Deus, não a sabedoria do
mundo (1 Co 1.17-2.16). Paulo escreve: 'Mas nós não recebemos o espírito do
mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que
nos é dado gratuitamente por Deus' (2.12). E escreve alguns versículos adiante:
'Nós temos a mente de Cristo' (2.16b). Em suma, a obra transformadora do
evangelho na vida da Igreja concede-lhe a mente de Cristo e a torna mais
semelhante a Deus que ao mundo. E o reflexo dEle na Igreja - por meio da
proclamação e da vida santa, unida e amorosa - é a exata matéria do testemunho
da Igreja. Conforme examinamos cada uma dessas características, observamos que
seu fim último não é melhorar a saúde moral da sociedade, embora isso possa ser
um subproduto, mas refletir a Deus" (DEVER, Mark. A Mensagem do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 187)
ESTANTE
DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos como é importante a igreja
ser organizada e ter líderes que zelem por transmitir as verdades das Sagradas
Escrituras por meio da pregação e do ensino, e que ajudem com sua experiência
as demais atividades da igreja local.
Hora da
revisão.
Por que precisamos de organização nas
igrejas?
Uma igreja deve ser organizada
para receber bem seus membros e visitantes, ter pessoas responsáveis atuando
nos diversos ministérios e departamentos, checar se o santuário possui as
condições de receber pessoas para os momentos de culto e orações.
Cite três modelos de governo da igreja.
Episcopal, congregacional e
presbiteral.
Qual é o modelo de governo eclesiástico mais
comum?
Episcopal.
Quais são os líderes voltados para o
exercício da pregação e do discipulado?
Bispos e pastores.
Quais as características necessárias ao
exercício do ministério?
O candidato deve ser honesto,
marido de uma mulher, sóbrio, apto para ensinar, não pode ser uma pessoa
violenta nem avarenta; deve ser moderado e ter um bom testemunho dos que
estivessem fora da igreja (1 Tm 4.3).
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, A Igreja de Jesus Cristo – Sua origem, doutrina,
ordenanças e destino eterno, Comentarista
Alexandre Coelho, 1º trimestre 2017.
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