Lição 4
Lições que aprendemos com as gerações passadas.
22 de Janeiro de 2017
Texto
Áureo
Romanos 15.4
“Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso
ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras,
tenhamos esperança”.
Verdade
Aplicada
Aprender mais sobre Deus é uma tarefa diária,
desafiadora e primordial.
Objetivos
da Lição
Ensinar qual a metodologia do
aprendizado divino;
Mostrar os caminhos traçados
por Deus e Seu propósito para o Seu povo;
Explicar que a oportunidade
desperdiçada pelos pais estava sendo dada aos filhos.
Glossário
Extirpar: Destruir totalmente;
arrancar pela raiz;
Prevaricar: Não cumprir, por
interesse ou má fé, os deveres inerentes a um cargo; proceder mal;
Sequela: Sucessão de fatos ou
coisas; série; efeitos de doença ou lesão.
Leituras
complementares
Segunda Sl 106.13-15
Terça Pv 18.12
Quarta Pv 27.12
Quinta Rm 10.17
Sexta Rm 12.2
Sábado Fp 3.13-14
Textos de
Referência.
Deuteronômio 8.1-3
1 Todos os mandamentos que hoje vos ordeno
guardareis para os fazer, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e
possuais a terra que o Senhor jurou a vossos pais.
2 E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o
Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar; e
te tentar; para saber o que estava no teu coração, se guardaria os seus
mandamentos ou não.
3 E te humilhou, e te deixou ter fome, e te
sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para
te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai
da boca do Senhor viverá o homem.
Hinos
sugeridos.
394, 444, 459
Motivo de
Oração
Ore pela juventude cristã para que possam
permanecer firmes.
Esboço da
Lição
Introdução
1. Fracassos versus vitórias.
2. Caminhos seguros.
3. Aprendendo com os erros do
passado.
Conclusão
Introdução
A história da humanidade está repleta de
exemplos bons que podemos seguir e de maus que devemos descartar. Se a Palavra
de deus nos alerta sobre os perigos da vida é porque Deus está a nos privar de
seus embaraços.
1. Fracassos
versus vitórias.
Durante quarenta anos, desde a saída do Egito,
o povo prevaricou contra Deus e, por isso, foi provado e reprovado diante do
Eterno. Agora, os filhos dessa geração dizimada pela ignorância são alertados
para não cometer os mesmos erros de seus pais.
1.1. Uma
nova mentalidade.
Durante quatrocentos e trinta anos esse povo
esteve sob o pesado jugo dos egípcios e acostumado a viver como escravo. Com
mão forte, Deus os libertou através da instrumentalidade de Moisés,
apresentando-se com sinais, maravilhas e prodígios, para que confiassem nEle
como seu Deus e em Suas palavras como uma verdade universal (Êx 12.4-42). Deus
estava começando do zero, mas, para isso, eles deveriam, em suas mentes
libertar-se de um passado de opressão e aceitar a nova vida. Seu pior problema,
como já vimos, não foi sair do Egito, mas, sim, o Egito sair de dentro deles
(Rm 12.2).
O Eterno Deus levou os filhos de
Israel pelo deserto e foi se revelando a cada situação. Porém, eles ainda
estavam impregnados por uma ideologia escrava. Eles se acostumaram tanto com as
trevas da escravidão que sequer louvaram a Deus quando viram raiar a luz da
libertação. Se eles entendessem que o Deus que estava com eles era o mesmo que
havia destruído todos os seus opressores certamente suas vidas teriam tomado
outro sentido.
1.2. A
nova vida exigia obediência.
A escravidão havia deixado marcas indeléveis na
vida daquela geração. Eles nasceram e cresceram sem qualquer perspectiva de uma
vida de paz. Eram medrosos e a única esperança que tinham era a promessa feita
a Abraão (Gn 15.13-15). Para que essa geração lograsse sucesso, deveriam seguir
passo a passo o caminho pelo qual Deus os conduziria, e, através desse novo
relacionamento, eles amadureceriam na fé e se tornariam propriedades exclusiva
de Deus (Dt 7.6-9). Deus não os levou pelo caminho mais longo para
maltratá-los, mas para aperfeiçoá-los na fé e tornar-se mais íntimo deles. Deus
tem um modo especial de falar conosco e a impaciência pode desestabilizar nossa
visão do amanhã. Sejamos sempre confiantes e pacientes (1Pe 5.7).
Havia uma influência negativa entre o
povo. Para que essa nova geração tivesse êxito na Terra Prometida, era
necessário purificar suas mentes de todo o legado deixado por seus pais.
Aprender é uma constante e não existe ser humano que não necessite renovar-se
diariamente. Todo dia é dia de aprendizado. Se um dia acreditarmos que já
sabemos tudo, significa que fomos vencidos pela ignorância (1Co 8.2).
1.3.
Dependência e gratidão.
Qual seria o sentimento de gratidão por alguém
que nos livrasse de maus tratos, vergonha e escravidão? Como nosso coração
deveria reagir diante de tão grande ato de misericórdia? O que Deus esperava
era que esse povo compreendesse que seus inimigos foram todos dizimados, que
agora eram livres e deveriam seguir em frente para um recomeço (Fp 3.13-14).
Moisés chama os filhos de Israel e fala sobre a importância de se guardar o
mandamento. Depois revela quatro coisas importantes que ocorreriam se assim o
fizessem: viveriam; multiplicar-se-iam; entrariam na terra da promessa; e
possuiriam a terra (Dt 8.1).
O relato contido em Deuteronômio
visava orientar aquela nova geração. Eles estavam prestes a entrar na Terra
Prometida. Eles veriam se cumprir a promessa feita por Deus a Abraão quando
nenhum deles ainda era nascido (Rm 10.17). Deus exigia que possuíssem a fé que
seus pais não tiveram e obedecessem, porque o que uma vez já havia acontecido
poderia repetir-se em suas vidas.
2. Caminhos
seguros.
Só havia uma atitude a ser tomada pelo povo de
Israel ao deixar o Egito: confiar em Deus. Eles estavam diante do novo e o novo
sempre nos remete a curiosidade e ao medo acerca do amanhã.
2.1. Aperfeiçoar
e não reprovar.
Deserto não significa rejeição, nem tampouco
morte. A próxima geração deveria entender porque Deus conduziu seus pais ao
deserto. Deveriam compreender que o propósito original era honrá-los diante de todos
os povos, mas para isso deveriam despojar-se de toda a contaminação do Egito,
principalmente de suas mentalidades escravas. Eles foram reprovados porque,
mesmo estando com Deus e sendo livres no corpo, estavam presos na alma e
sentiam-se tentados a retornar para a lama da qual foram libertos (Nm 11.4-6;
14.4).
“E te lembrarás de todo o caminho
pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te
humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os
seus mandamentos ou não” (Dt 8.2). O deserto simboliza lugar de escassez e de
provação. Independente do lugar onde estamos, o mais importante é estar no
centro da vontade de Deus. Precisamos entender sempre que o Senhor quer nos
treinar e capacitar para um propósito especial. Precisamos observar atentamente
o discurso proclamado pelos israelitas na hora da provação. Temos que estar
cientes de que eles não tinham motivos para acusarem a Deus de tê-los levado ao
deserto para mata-los, sendo que, na realidade, foram eles que passaram dos
limites. Não obstante, podemos também agir ignorantemente quando não temos um
perfeito relacionamento com Deus.
2.2. A
motivação dos corações.
Deus sempre soube o que estava acontecendo no
coração daquele povo (Dt 8.2). Ele sempre conhece a nossa motivação. Não
adianta pregar um discurso e praticar outro. Deus não resgatou aquele povo do
cativeiro para coloca-los em outro. Ele tinha a intenção de trazer à tona tudo
o que estava em seus corações e mostrar-lhes como se portavam diante dEle. Ele
faz isso ainda hoje. Para toda a secura de nossas vidas existe um propósito.
Aquela geração foi reprovada porque apenas caminhou com Deus, mas nunca
realmente se filiou a Ele (Sl 106.13-15).
Deus não realizou tantas maravilhas e
libertou Seu povo para fazê-los andar errantes, confusos, sedentos, doentes e
morrer no deserto. Seus corações nunca se uniram ao de Deus. Eles continuaram
indisciplinados. Foram incrédulos, mesmo presenciando prodígios. Toda a
provação consistia em saber se amavam mais a Ele do que tudo que deixaram para
trás; se O desejavam mais do que todas as coisas do mundo; se teriam fome e
sede de Sua presença e não dos prazeres e conforto do mundo!
2.3. Uma
desintoxicação em suas almas.
Durante quarenta anos o cardápio foi maná (Dt
8.3). Mas nos é dito que nem eles, nem seus pais conheceram o significado
daquilo que comiam. O maná vinha direto da mesa de Deus. É chamado de “o pão
dos poderosos” (Sl 78.25). Deus tirou algo de Sua mesa para purifica-los, mesmo
assim, por não entender a grandeza do suprimento divino, eles o chamaram de
“pão vil” (Nm 21.5). Essa geração nos ensina que podemos estar provando de algo
divino e não dar valor algum por não saber discernir o que vem da mesa do
Senhor. Existem alimentos espirituais que desejamos não ingerir, que, embora
pareçam aos nossos olhos como “vis”, na verdade são fontes purificadoras,
criadas por Deus para extirpar as sequelas deixadas pela escravidão.
A tradição judaica ensina que o maná
tinha sabores diferenciados. Ele era doce como o mel. O maná tipifica a
revelação diária com gostos diferenciados. Eles usavam o maná para fazer bolos
e outros alimentos. Todas as manhãs havia uma nova remessa. Isso indica que o
novo de Deus acontece todos os dias.
3. Aprendendo
com os erros do passado.
Por causa de sua incredulidade, uma geração
inteira foi condenada a andar errante durante quarenta anos no deserto. Eles se
tornaram exemplos e seus filhos deveriam aprender a desviar-se desse legado.
3.1. Uma
geração foi condenada por causa da incredulidade.
A ausência da fé desagrada a Deus (Hb 11.6).
Esse foi o ápice da reprovação da geração que deixou o Egito em busca da
sonhada terra de Canaã. Eles viram a novidade da terra e a grandeza de Deus,
mas, infelizmente, acharam que os gigantes eram maiores que o seu Deus, se
inferiorizando diante da situação (Nm 13.33). Por causa da péssima influência
de seus irmãos (Nm 13.30-31) Josué e Calebe, mesmo tendo a fé exigida por Deus
para possuir a terra, foram sentenciados a andar errantes pelo deserto. Moisés
alerta a nova geração e afirma que a vida não se resume no que vemos, mas do
que ouvimos da boca de Deus (Dt 8.3b).
O livro de Deuteronômio é conhecido
como “Segunda Lei”. Deuteronômio enfatiza a obediência em consequência do amor.
Também apresenta o caminho da bênção e da maldição Moisés, o autor do livro,
com todo o zelo de que era capaz, conclama os filhos de Israel para que confiem
no Senhor de todo o coração, e para que façam de Sua Lei o impulso contínuo de
sua vida.
3.2. Não
faltou milagre.
O ciclo vivido pela geração passada findou e
agora seus filhos iniciaram um novo. Moisés lista uma série de acontecimentos
que marcaram a geração passada e entre eles está a provisão no deserto (Dt
8.4). Nunca faltou pão, a roupa nunca envelheceu. Deus sempre nos dará o que
necessitamos, não o que desejamos. O deserto é uma escola livre de ostentações,
onde a dependência é a lição principal. No deserto, Deus faz milagres,
necessários. Para chegar à Terra Prometida, é preciso atravessar o deserto.
O deserto é apenas um lugar de
passagem. As provações divinas não trazem consigo morte, mas vida. É importante
observar tudo o que acontece ao nosso redor e com sabedoria se esquivar de tudo
o que pode nos afastar da promessa divina. O melhor lugar para se estar é na
presença de Deus. Por estar na presença do Senhor, o povo não tinha motivos
para reclamar porque estavam em melhores condições que antes. Se nada lhes
faltou, então porque eram infelizes ao lado de Deus? Na verdade, lhes faltou
apenas comprometimento e sentimento de gratidão.
3.3.
Alertando a nova geração.
O sinal de alerta para a geração que herdaria a
terra da promessa foi acionado. A terra era a mesma, mas os herdeiros eram
outros. A lição era tomar o fracasso como exemplo e seguir pelas coordenadas
divinas (Dt 8.3). Eles deveriam olhar para trás, não com tristeza ou
saudosismo, mas observando como seus amigos, irmãos e parentes foram abatidos
em quarenta anos. O alerta era mudar de mentalidade, para não sofrer a mesma
sentença. Eles deveriam refletir e entender que lhes estava sendo dada a
oportunidade que seus pais desperdiçaram. Deveriam lembrar que seus pais não
morreram escravos do Egito, mas de si mesmos, quando ainda eram livres (Êx
14.11-12).
Deus tem controle sobre tudo o que
acontece no universo. O livro de Deuteronômio foi escrito para que os filhos de
Israel tivessem consciência do que acontece caso não seguissem a Deus de todo o
coração. A recordação dos atos de libertação e de juízo realizados por Deus
forneceria a motivação para o futuro. A recordação das dificuldades enfrentadas
no deserto produziria um espírito de humildade em Israel. Durante os quarenta
anos de peregrinação. Deus ensinou ao povo de Israel a absoluta dependência
dEle para o seu suprimento de água e comida. Fome e sede não poderiam jamais
ter sido satisfeitas por auxílio humano, somente por Deus. “E te lembrarás de
todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta
anos, para te humilhar, e te tentar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias os seus mandamentos ou não” (Dt 8.2).
Conclusão.
Não podemos jamais nos esquecer de quem é Deus
e de como Ele age em nossas vidas. Não podemos viver repetindo os mesmos erros,
nem tampouco viver desperdiçando as maravilhosas oportunidades que o Senhor
Deus nos dá.
Questionário.
1. Qual foi o pior problema dos filhos de
Israel?
R: O Egito não sair de dentro
deles (Rm 12.2).
2. O que aconteceria se Israel guardasse os
mandamentos de Deus?
R: Viveriam; multiplicar-se-iam; entrariam
na terra da promessa; e possuiriam a terra (Dt 8.1).
3. Qual foi o cardápio de Israel durante os
quarenta anos no deserto?
R: Maná (Dt 8.3).
4. O que desagrada a Deus?
R: A ausência de fé (Hb 11.6).
5. Qual era a lição para a nova geração?
R: Tomar o fracasso como exemplo
e seguir pelas coordenadas divinas (Dt 8.3).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aprendendo com as Gerações Passadas, A importância,
responsabilidade e o legado de uma geração temente ao Senhor para enfrentar as
complexidades e os desafios da pós-modernidade, Jovens e Adultos, edição do
professor, 1º trimestre de 2017, ano 27, Nº 102, publicação trimestral, ISSN
2448-184X.
Deus abençoe acompanho todo domingo.
ResponderExcluirAmém! muito obrigado Irmão.
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